Alvin
Oi meus pudinzinhos 🍮
Mais um capítulo pra vocês. Me desculpem pela demora, mas nesse bimestre ao invés de uma eu tive TRÊS semanas de provas, então as coisas ficaram bem loucas.
Anyway.
Espero que gostem.
Boa leitura ❤️🍮
O resto do funeral tinha sido, para Heather, exatamente como todos os outros em que já tinha comparecido: absolutamente esquecível. Mas de volta ao cassino Heather tinha se permitido sentir pelo menos uma pontinha de alívio por poder parar de fingir o luto, finalmente o problema com Ryker tinha se resolvido e logo a polícia seria obrigada a fechar a investigação de Karen, restava apenas um único problema que Heather implorava ao marido que resolvesse.
-Por que nós não o mandamos pra um hotel. Ou pra um asilo em Bangladesh? - Heather sugeriu em tom condescendente e Viggo balançou a cabeça mesmo depois de rir.
-Porque Alvin é nosso convidado e vai embora logo.
Heather revirou os olhos, mas decidiu não discutir. Sempre que algum membro da família de Viggo resolvia se aproximar, algo ruim acontecia (por sorte Alvin é um dos únicos parentes vivos além do primo Elliot, mas Elliot não entrava em contato desde que surtou e foi viver em uma caverna).
-Estou interrompendo? - Alvin com seu maldito sotaque escocês apareceu na porta da cozinha, Heather não fez o mínimo esforço para esconder sua repulsa.
-Se eu disser que está, você vai embora? - Heather perguntou com sarcasmo e cerrou os pulsos quando Alvin riu.
-Sempre gostei do seu senso de humor, Heather. - Heather sabia que não era verdade e precisou engolir o nó que se formou em sua garganta para não responder às provocações de Alvin.
-Com licença, vou me trancar no quarto até suportar viver na minha própria casa de novo. - Heather disse no tom passivo agressivo que era costumeiro de suas interações com Alvin e o mais velho saiu do caminho para que Heather deixasse a cozinha.
Tão logo Heather tinha saído de vista, a expressão de Alvin mudou perdendo o divertimento com o temperamento de Heather e adquirindo a expressão estóica que geralmente usava com os sobrinhos.
-É decepcionante como eu ainda consigo me surpreender com a sua burrice. - Alvin quebrou o silêncio, mas Viggo prosseguiu tomando goles de café, sem responder a provocação do tio. - De todos você sempre foi o mais promissor, o único esperto o bastante para continuar com o negócio da família e jogou tudo fora pra quê? - A pergunta de Alvin era exasperada, mas retórica. Viggo permaneceu em silêncio. - Por uma mulher? Por Thor! Você até foi preso por causa dela!
-Fui preso por prostituição e mais nada. - A voz de Viggo era controlada, contida, apesar de seus dedos apertarem um pouco mais do que o necessário a xícara que ainda segurava.
-Você foi preso pra esconder as merdas que ela fez! - Alvin aumentou o tom de voz e por um momento tio e sobrinho se encararam em silêncio enquanto Viggo decidia manter a postura.
-Nada disso tem alguma relação com a Heather e essa conversa acabou. - Viggo se levantou, deixando a xícara no balcão.
-Ela matou seu irmão! - Alvin gritou antes que Viggo pudesse sair da cozinha.
-Eu matei o Ryker! - Viggo respondeu com um tom mais contido, quase um sussurro. - Eu contratei o assassino de aluguel e fiz o pagamento. Me custou apenas trinta mil euros. Foi como me livrar de uma barata. - Viggo concluiu se permitindo se sentir orgulhoso da expressão de absoluto choque no rosto do tio, mas não deixou que o sorriso presunçoso aparecesse em seu rosto. - Pegue suas coisas, não é mais bem vindo aqui.
Então com mais nada a ser dito entre eles, Viggo deixou o tio, sem saber o que estava por vir.
♠️
Para Astrid, funerais sempre foram confusos. Astrid não era o tipo de pessoa que se entristecia facilmente e muito menos chorava, por isso nunca soube como lidar bem com o luto ou com todas as emoções que vinham com ele.
Claro que Astrid entendia a morte e tinha empatia por todas as pessoas que sofriam com a perda de um ente querido, mas ela nunca tinha sentido aquela dor. Ela nunca sentiu a dor tão excruciante que parece que estão levando um pedaço da sua alma.
Mas no velório de Ryker Grimborn Astrid não conseguiu sentir nada além de alívio quando chegou em casa. Mas como qualquer sensação de paz durava pouco na família Haddock, o alívio logo se esvaiu quando Camicazi desceu as escadas com um envelope aberto, olhando para o cunhado com o rosto sério.
-Você vai morrer? - Ela perguntou e a pergunta assustou o casal. Soluço riu nervosamente.
-Eu espero que não. - Respondeu. - Por que? - Ele perguntou tão confuso quanto Astrid ao lado dele e Camicazi não demorou a responder.
-O Throk entregou alguns documentos hoje e um deles é seu testamento. - Ela disse, entregando o envelope já aberto. - Eu não sabia o que era, então o Estóico me disse que é um documento que você faz pra escolher quem fica com as suas coisas depois que você morre.
Soluço, com o envelope em mãos, olhou para o pai sentado no sofá, mas Estóico apenas encolheu os ombros.
-Eu achei que ela devia saber o que era, já que a colocou como herdeira. - Estóico se defendeu e Soluço realmente entendia, não era como se ele acreditasse que poderia esconder o testamento para sempre, mas naquele momento era mais fácil segurar o olhar do pai do que se virar para a ira de sua noiva.
-Nós temos que conversar. - O tom de Astrid, aparentemente neutro, fez Soluço e Camicazi se encolherem e o empresário nem tentou resistir quando ela o pegou pelo braço e o guiou para o quarto.
Soluço se sentou na beirada da cama, deixando o envelope ao seu lado e Astrid fechou a porta para evitar os ouvidos curiosos de Camicazi.
-Você ficou maluco? - Ela perguntou, seu tom baixo, mas exasperado. - No que estava pensando?
-Eu estava pensando que se alguma coisa acontecer comigo você e as meninas ficarão bem. - Ele respondeu e a parte racional do seu cérebro disse a Astrid que ele tinha razão, mesmo assim ela balançou a cabeça.
-Você não pode fazer essas coisas, Soluço! - Soluço franziu a testa.
-Por que não? - Ele perguntou confuso. Testamentos não eram incomuns em famílias de alto padrão, por que ele não podia ter um?
-Porque trás má sorte! - Ela justificou e ele riu.
-Não trás, não.
-Trás sim! Todas as coisas que nós - ela gesticulou entre eles - fazemos, por menor e mais insignificante que seja, sempre vem seguida de uma tragédia.
Soluço balançou levemente a cabeça e esfregou o rosto com as mãos. Se levantou, acabando com a distância que havia entre os dois e segurou o rosto dela entre as mãos.
-Eu entendo sua preocupação, - ele começou lentamente e com calma como Mala o havia orientado a agir sempre que Astrid tinha uma recaída ou um ataque de nervos (o que não era o caso, mas Soluço percebeu que ser compreensivo era muito melhor do que discutir e piorar a situação) - mas eu prometo que você não tem com o que se preocupar, nada vai acontecer dessa vez. - Ele a beijou na testa e suas mãos deslizaram pelos ombros, a trazendo para um abraço. Astrid suspirou.
-Eu odeio saber que esse testamento existe. - Ela disse ao retribuir o abraço e Soluço a apertou com um pouco mais de firmeza contra si.
Então tomara que não descubra sobre o seguro de vida, ele pensou, mas ao invés de arruinar o momento com qualquer besteira que pudesse dizer, Soluço preferiu apenas deixar que aquele momento de silêncio se prolongasse, já se arrependendo do momento em que precisaria solta-la.
♠️
Departamento de Polícia de Berk, 17:42.
A delegacia estava tranquila naquele fim de tarde, o expediente acabaria logo e daria lugar ao esquadrão de fim de semana, e quando um dos policiais restantes disse ao detetive responsável que um homem com informações sobre o caso Grimborn o esperava na sala de interrogatório, o detetive teve que admitir que não estava muito animado para ouvir qualquer coisa que o tal homem pudesse dizer.
Para o detetive o caso era bem simples: Karen Mitchell tinha se acidentado e a Agência de Inteligência usava o caso para perpetuar uma caça às bruxas contra os Grimborns. Então imagine a surpresa do detetive ao saber que quem estava na sala de interrogatório era um próprio membro da família.
-O senhor disse que tem informações sobre a morte de Karen Mitchell. - Disse o detetive ao se sentar na cadeira em frente ao homem.
-Ah, sim, tenho todas as informações sobre Karen, mas não tenho só isso. - Disse o homem. O detetive franziu a testa.
-O que quer dizer?
O homem sorriu de forma maliciosa.
-Quero dizer que Karen não é a única que foi morta pelo meu sobrinho e pela esposa psicopata dele.
Então, gostaram?
O que será que o Alvin vai contar pra polícia?
O Viggo matou mesmo o Ryker ou ele só está protegendo a Heather?
Comentem expectativas.
See ya 😘
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