Capítulo 5 - Quinto Mês (Cuidado... Não Se Estresse!)
POV's Winter
— Tem certeza disso, Snow?
Karina estava na minha frente, completamente inquieta, mexendo sem parar suas mãos dentro dos bolsos frontais.
— É claro que tenho, amor! Ficará tudo bem, não se preocupe.
Dou uma leve risada, ajeitando os documentos necessários e colocando todos os papéis numa pasta.
— Posso cuidar tranquilamente dessa reunião. Não seria melhor se você voltasse para casa e fosse descansar?
Ela coçou a nuca, torcendo a face em preocupação.
— Karina -...
Tentei dizer, mas sou interrompida por um resmungo aflito da Alfa.
— Precisa descansar, Snow! E se essas longas horas de trabalho forem prejudiciais a vocês?!
— Blue...
Usei o apelido mais carinhoso, porém, Karina continuava tagarelando sem parar.
— Reuniões são sempre estressantes, meu amor... Sabia que, o maior índice de estresse na gravidez, se justifica especificamente por conta do trabalho?!
A mais nova gesticulou, andando de um lado para o outro na sala.
— Jimin!...
Gritei já impaciente, o que fez a Alfa empacar no mesmo lugar.
... — Vem aqui, amorzinho.
Chamo Karina, vulgo pilha de nervos, em minha direção.
Ela se aproxima cabisbaixa e manhosa, formando um biquinho nos seus lábios rosados.
Acabei rindo da sua fofura, então quando minha esposa ficou bem próxima, puxei sua cintura para que ela se acomodasse de lado no meu colo.
— Tudo ocorrerá conforme planejamos, hm?
Aplico um beijo demorado na sua bochecha, descendo os selares por todo seu rosto, aprofundando o contato, no instante em que colamos nossos lábios intensamente.
Levei minhas mãos até seus ombros largos, arfando quando sinto sua pegada firme nos meus fios presos. Karina aproveitou para me puxar mais contra sua boca macia e sedenta. Delicadamente, a Alfa desfez o coque alto qual eu usava, fazendo com que meus cabelos caíssem em cascatas pelas costas.
— Acredito fielmente no potencial da minha querida Diretora.
Sorrindo de lado, a Alfa aplica uma mordida no meu lábio inferior, causando-me um arrepio gostoso pelo corpo, ao tê-lo sendo puxado entre os seus dentes.
— Sem vergonha...
Soltei uma risada sacana e, assim que afastamos nossos rostos, passei o dedo indicador no seu nariz bem desenhado.
— Tive uma ideia.
Ela sorriu mais ainda, levantando-se do meu colo.
Em poucos segundos, pude sentir suas mãos firmes nos meus ombros, massageando-os de modo suave. Suspirei pesado e joguei a cabeça pra trás, mantendo uma posição confortável na cadeira feita a couro negro. Progressivamente, os dedos apertavam a pele, aos poucos, desfazendo os nós de tensão em cada músculo tenso.
— Está muito tensa, Min.
Sua voz já se encontrava rouca, pois sei qual é o efeito que uma bela massagem pode causar em nós duas.
— Uhummm...
Limitei-me a murmurar com os olhos fechados, apenas para aproveitar esta sensação tão boa.
Os apertos tomaram uma proporção mais ousada, migrando pela clavícula e depois retornando. Quando Karina massageava as laterais dos meus ombros e braços, ela esbarrava de propósito os dedos longos nos meus seios.
— Sabe... Acho que tenho uma ideia melhor para fazê-la relaxar de verdade...
Por trás, ela soprou a frase no meu ouvido, mordiscando o lóbulo.
— Ah, é? E qual seria?...
Entrei no seu jogo, abusando do tom baixo e arrastado.
— Te chupar bem gostoso, até você se desmanchar na minha boca...
Karina beijava longamente meus ombros, traçando seus lábios por minha pele arrepiada.
— É uma excelente ideia...
Estiquei meu pescoço para o lado, ainda de olhos fechados, aproveitando as mordidas fracas na curvatura.
... — Faça sua Chefe gozar... E isso não é pedido, e sim uma ordem.
Falei autoritária, ouvindo algum palavrão, junto a um gemido entredentes, providos roucamente pela Alfa.
— Farei com todo prazer, senhora Kim.
Minha esposa frisou a palavra "senhora" e contornou a cadeira, pondo-se de joelhos na minha frente.
Era impossível não sorrir perante a visão, pois se torna desconcertante ter a Alfa literalmente aos meus pés, pronta para me dar prazer.
De um fato, tenho absoluta certeza: eu, Kim MinJeong, amo dominá-la na hora do sexo.
— Isso mesmo... Você é uma boa Alfa, querida...
Elogiei sua obediência, contemplando Karina passear os olhos por minhas pernas, enquanto levantava o vestido solto no meu corpo esbelto, apesar da barriga volumosa pela gestação.
Karina não se importava, na verdade, dizia que cada dia qual se passava, eu me torno ainda mais linda aos seus olhos.
— Porra... Você ficou tão dura...
Quando avaliei seu corpo, notei que o membro dela está completamente ereto, estando bem aparente na calça social e até formando um monte visível no tecido.
— É o efeito que minha deliciosa Chefe causa em mim...
Karina sorriu de lado, se livrando da minha calcinha úmida pela excitação.
— Então, faça um bom trabalho, Yoo.
Desafio em tom provocador, arqueando uma das minhas sobrancelhas.
— Às suas ordens.
Ela distribuiu uma piscadela, antes de literalmente abocanhar meu sexo pulsante e encharcado.
— Oohh... Merda...
Joguei a cabeça pra trás, sentindo sua língua habilidosa passar por minhas dobras molhadas.
Ela tinha as mãos grandes nas minhas coxas, apertando-as sutilmente, visto que não poderíamos deixar vestígios daquilo que temos feito no horário de trabalho.
Se eles soubessem tudo que já fizemos em nossos escritórios...
— Aaahh! Jimin!
Soltei um gemido alto, assim que sua boca sugou toda minha intimidade, até meu ponto de prazer.
— Hhmm...
Karina gemia extasiada conforme ela me chupava, sua mão abrindo o zíper da calça e colocando o membro pra fora, iniciando uma masturbação em movimentos rápidos.
Por meu tronco ter ficado inclinado na cadeira, consegui vê-la se masturbar, com a mão livre sobre minha coxa e a outra no próprio membro, massageando sua rigidez freneticamente.
— Nem conseguiu se aguentar, não é mesmo? Ficou louca para gozar, apenas em chupar sua mulher...
Eu gemia e dizia completamente debochada, exalando uma breve risada do seu desespero aparente.
— Você é tão... Gostosa...
Ela revelou gemendo, sua boca continuava colada em minha boceta, alternando entre os movimentos com a língua e no próprio membro.
... — E-eu não consigo mesmo me segurar... Quando estou aos... S-seus pés...
— Vamos, Yoo... Quero gozar bem gostoso pra você, meu bem...
Ergo uma das minhas pernas, encostando a ponta do salto baixo, cor vermelha, no seu ombro.
Agora, minhas pernas estão abertas numa posição mais favorável, o que fez a Alfa rosnar excitada e aumentar sua fome em me devorar.
— Oohh... Isso! Me chupa desse jeito...
Ela penetrou sua língua no meu núcleo, usando o polegar da mão livre para rodear firmemente meu clitóris.
... — M-merda, Karina! Você é ótima nisso...
Meus gemidos encontravam-se desesperados e arrastados, eu mal tinha fôlego para tantas sensações avassaladoras que sua língua me proporciona.
Mesmo que eu aprecie estar no controle, mostrar quanto estou louca por ela, deixa tudo ainda mais excitante.
Minhas mãos, que antes apertavam e arranhavam os braços da cadeira, migram rumo aos seus fios, em seguida, faço com que minhas unhas se finquem acima da sua nuca. Puxei bruscamente, utilizando ambas as mãos, sua cabeça contra mim, forçando Karina a abocanhar minha intimidade.
— E-eu vou gozar...
Meu coração batia acelerado no peito, além da respiração desregulada que se fazia presente.
... — Goza comigo também, amor...
Tive dificuldade em proferir tais palavras, sentindo o familiar formigamento no ventre.
Por conta do movimento severo, Karina gemeu arrastado, seus lábios ainda estavam presos em mim. Ela ejaculou forte, esporrando jatos de gozo no chão. Ao tê-la chupando-me com vontade, conforme gozava intensamente, meu ápice surgiu logo depois. Meu corpo sacudia e meus quadris iam de encontro à perdição qual minha esposa chama de boca.
Nossas respirações eram um verdadeiro coro de lufadas pesadas, entretanto, nada é tão lindo quanto presenciar o brilho do meu gozo escorrendo em seus lábios inchados, molhados e vermelhos.
— Bom trabalho, meu amor...
Acariciei o lindo rosto da Alfa, ralhando o polegar no seu lábio mais cheio.
Sorrindo ladino, Karina capturou meu dedo que lhe acariciava, sugando-o para dentro. Logo, minha respiração voltou a ficar aflita, pois ela rodeava sua língua, enquanto a boca macia ia e vinha da ponta, chegando até o final.
— Seu gosto é uma verdadeira delícia...
Após cessar a provocação, ela fechou os olhos e sibilou excitada, levantando-se do chão.
[N/A: Se lembram de que o cheiro da MinJeong é morango com canela? Sendo assim, o gosto dela também tem essa mesma essência].
Sua frase, fora o gesto de se inclinar apoiando os braços na cadeira, trouxeram pontadas certeiras no meu íntimo.
Contudo, como tudo que é bom, dura pouco, o interfone na mesa apitou nos dando um breve susto.
— Kim? A reunião está prestes a começar. Como você me pediu, todos os solicitados aguardam na sala.
Assim que atendo, a voz densa e distinta de Hyunjin toa pelo aparelho.
— Já estamos indo. Obrigada, Hwang.
Respiro fundo, ao passo que termino de responder meu estagiário.
— Não gosto desse garoto...
Karina resmungava de mau-humor, ajeitando o membro na cueca boxer.
— Ora, então estamos quites, pois eu também não gosto da Yuna.
Completei rindo do seu típico ciúme, pondo-me de pé para ajudar minha esposa a ajustar sua gravata frouxa.
— Você implica tanto com ela, mas pelo menos, a senhorita Shin me trata respeitosamente, já sendo bem diferente do Hyunjin. Ele sim te perturba todos os dias, além de nunca se referir a você como senhora Yoo- Kim, apenas chamando de Kim.. Caramba, amor! O garoto nem te chama de Chefe!
Apesar da situação, foi inevitável prender o riso, pois sua expressão raivosa era bastante adorável.
— Nisso concordo com você, meu amor. Exceto pela parte que a Shin te trata respeitosamente...
Exagero um pouco na força, apertando e segurando firme na região do nó, bem no início da gravata.
... — Eu ainda não me esqueci de tudo que ela nos fez.
Eu abro um sorriso forçado, sentindo a garganta de Seulgi ondular, podendo até ouvi-la engolir em seco.
— C-certo...
Em resposta, ela sorriu nervosa, passando uma das mãos nos fios loiros.
Yoo estava completamente desarrumada, com os cabelos desalinhados, camisa social amassada e batom manchado.
Mesmo assim, uma visão de tirar o fôlego, eu devo ressaltar.
— Vá se arrumar no banheiro, Blue. Te esperarei aqui para irmos juntas.
Não resisti e puxei-a para um beijo, mais uma vez, eu desarrumei sua gravata por ter puxado.
Acabamos gargalhando em meio ao beijo, pois parecíamos duas adolescentes numa sessão de amassos.
— Acho que devíamos ter feito os bebês, naquele dia, no escritório mesmo...
Ela disse risonha e abraçou minha cintura, enterrando sua cabeça no meu pescoço.
— Vai logo, sua pervertida!
Estapeio seu braço, mas eu mesma não tive sucesso em segurar o riso.
— Okay, okay! Estou indo!
Karina sorria divertida, se apressando em direção ao banheiro.
Enquanto ela foi se arrumar no toalete exclusivo do escritório, peguei minha bolsa e um espelho guardado nela, ajeitando meus cabelos da melhor forma possível. Assim que dei uma última retocada no batom, pude vê-la totalmente arrumada, vindo de encontro a mim. Em seguida, ela mesma arrumou a "bagunça" no chão, indo até o banheiro e retornando apressadamente de lá.
— Vamos, Snow?...
Ela perguntou vestindo o blazer, fazendo-me salivar perante a visão.
... — Como estou?
— Gostosa como sempre.
Colei nossos corpos, apenas para desferir um tapa no seu traseiro arrebitado.
— Essa sua tara por bundas...
Karina ria divertida e eu acompanhei sua risada adorável.
— Correção: uma tara por sua bunda.
Eu encostei o dedo na ponta do seu nariz e ela estendeu o braço, retirando um sorriso meu por sua doçura.
No instante em que fiquei ao seu lado, entrelaçando nossos braços, ela esticou o pescoço e aplicou um carinhoso beijo na minha testa.
— Eles estão esperamos vocês na última sala do corredor...
Hyunjin explicou quando passamos por sua mesa, essa sendo de frente a minha sala, já que o rapaz também era meu secretário.
... — Está linda como sempre, Kim!
Ele sorria torto, o que gerou uma irritação imediata na Karina.
— Acredito que você não é pago para fazer comentários como esse, Hwang.
Karina respondeu o outro Alfa de forma fria, endurecendo a postura ao meu lado.
— Não posso mais elogiar?
Hyunjin mantinha o sorriso convencido no rosto.
— Não quando você tem segundas intenções comigo.
Foi minha vez de me intrometer no diálogo, encarando-o seriamente.
— Desculpe-me, Kim...
Ele abaixou a cabeça, murmurando a frase.
— É senhora Yoo- Kim para você!
Karina estapeou a mesa, quase pulando no pescoço do garoto.
Apressadamente, querendo apaziguar esse momento tenso, nós duas caminhamos juntas na direção da sala destinada, ganhando olhares no exato momento que adentramos o local.
— Desculpe-nos o atraso, senhoras e senhores.
Alguns me olhavam com surpresa, pois passei uns dois meses sem pôr meus pés na Empresa.
— Bem-vinda de volta, senhora Yoo-Kim.
Eles disseram em uníssono, curvando-se brevemente.
— Infelizmente, será por pouco tempo, já que seguirei em repouso pelo bem-estar dos nossos bebês.
Busquei minha mão junto à da Karina, entrelaçando nossos dedos.
— Soubemos sobre os gêmeos e queríamos parabenizá-las. Nós desejamos tudo de bom para as novas mamães e os bebês!
Declarou Kai, um dos melhores amigos de Karina, aplaudindo todo sorridente juntamente a equipe.
— Obrigada, irmão!
Karina abraçou o outro Alfa de lado, distribuindo tapas amigáveis nas costas dele.
Nunca vou entender essa agressividade dos Alfas...
— De nada, irmãzinha! Vocês merecem.
Ele disse risonho, retribuindo o gesto.
— Bom, agora que encerramos as congratulações, podemos começar a reunião?
Não queria interrompê-los, mas teremos um melhor momento para comemorar noutro dia.
Aliás, Aeri e eu, estávamos pensando exatamente nisso: no sétimo mês, reuniremos todos os nossos conhecidos para fazer um Chá de Bebê, onde nós duas faremos a comemoração no mesmo dia.
Se a NingNing e a Karina vão enlouquecer? Claro que sim, mas... Será por uma boa causa.
— Primeiro a nossa excelentíssima líder.
Karina brinca num tom risonho, permitindo a minha vez de iniciar o meu discurso, arrastando uma cadeira para que eu me sentasse ali.
E eu, obviamente, não pude esconder o sorriso a cada ideia proposta por mim, fora a satisfação pelos comentários positivos que ganhei acerca da organizada reunião.
Duas Horas Depois
— Busan é um verdadeiro paraíso portuário na Coreia do Sul. Por conter inúmeras zonas praianas, além dos Templos, Mercados e Feiras Livres, obteve sucesso em atrair cada vez mais Turistas para essas regiões. Contudo, apesar da grande quantidade de Hotéis localizados nas proximidades, grande parte dos estrangeiros tem certa dificuldade de encontrar um lugar fixo, e não temporário, assim como a cidade em sua maioria costuma propor.
Declarei uma das últimas pautas, entrelaçando as mãos sob a mesa.
— É exatamente por essa razão, que queremos conquistar esse território marcado como temporário, trazendo imóveis fixos nesta região.
Karina completou minha fala, se recostando melhor na cadeira.
— É uma excelente ideia! Mas, para isso, teremos que investir em imóveis com preços mais acessíveis e atrativos, certo?
BangChan pontuou, recebendo um aceno de concordância derivado da Karina.
— Tenho as pessoas certas para esta função...
Ela se levantou, ficando na frente da mesa.
... — Mina e Chaeryeong cuidarão exclusivamente dessa tarefa.
— Uma ótima escolha, por sinal.
Rosé, da área Administrativa, é uma das funcionárias mais confiáveis no cargo.
— Todos de acordo?
Digo seriamente, passando de mãos em mãos as pastas com os documentos que precisarão ser estudados.
— Eu voto como sim!
Senhorita Myoi foi a primeira em confirmar, sendo simultaneamente seguida pelos demais.
— Ótimo! Reunião encerrada.
Karina bateu ambas as mãos, sorrindo satisfeita por mais uma etapa concluída.
— Obrigada a todos pela cooperação.
Troquei reverências com todos, antes de cada um começar a se preparar para sair.
— Devemos chamá-la agora?
Karina se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido, observando Jennie concentrada nos seus afazeres.
— Sim, farei isso agora mesmo...
Beijei sua bochecha, em seguida, ela segurou gentilmente na minha mão, a fim de ajudar-me a levantar.
... — Senhorita Park? Poderíamos conversar alguns minutos na minha sala, por gentileza?
Chamo-a cautelosamente, notando a mais nova se assustar, de súbito.
— Qualquer coisa, me avise. Estarei na minha sala revisando os contratos junto ao Kai.
Karina se despediu, carregando as pastas debaixo do braço direito.
— Claro, senhora Park!
Em seguida, Rosé me respondeu e se atrapalhou um pouco, mas logo tratou de me acompanhar até meu escritório.
Quando chegamos à minha sala, Rosé sentou-se claramente nervosa. Entretanto, não era preciso se preocupar com nada, pois o que eu queria tratar será uma ótima notícia para jovem.
— Como está a Haram?
Perguntei de forma genuína, abrindo um grande sorriso ao me lembrar da linda garotinha.
— Minha menina está muito bem... Acredita que ela fará a primeira apresentação de Balé?! Haram é tão talentosa...
Rosé tinha um enorme sorriso no rosto.
... — Inclusive, você e a Karina, serão muito bem-vindas na apresentação.
A jovem retirou do bolso dois ingressos, estendendo-os na minha direção.
— Muito obrigada, senhorita Park. Iremos comparecer para assistir à talentosa Haram!
— Eu quem lhes agradeço...
Rosé pigarreou, ajeitando a postura na cadeira.
... — Então... Sobre o que a senhora gostaria de conversar?
Ela ajeitou uma mecha solta atrás da orelha, tentando manter-se quieta.
— Bom... Estive acompanhando seu desempenho na Empresa nos últimos meses. Devo ressaltar que, desde o início da sua administração no setor financeiro, nossos investimentos têm aumentado de forma significativa. Desta maneira, eu e minha esposa conversamos melhor, tomando uma decisão definitiva: Parabéns, senhorita Roseanne Park, você será a nova Diretora da Filial em Busan!
Eu mostrei um sorriso sincero no instante que termino, contemplando-a tapar o rosto com as mãos e iniciar um choro emocionado.
— N-não acredito! Oh, meu Deus...
Ela riu desacreditada, enxugando as lágrimas.
... — Muito, mas muito obrigada mesmo pela oportunidade, senhora Yoo-Kim! Prometo-lhes que jamais irei decepcioná-las!
— Não precisa nos agradecer Rosé, pois o seu devido esforço que resultou a isso...
Coloquei minhas mãos por cima das suas, iniciando um afago gentil.
... — Imagino que Haram passará por problemas com a nova mudança, mas qualquer coisa que você precisar, pode contar conosco. Karina e eu sempre estaremos ao lado das duas.
— Obrigada mais uma vez... Sem o Jaehyun, eu-...
Ela mesma se interrompe, piscando freneticamente e desviando o olhar.
... — Pensei que nunca conseguiria conquistar tudo isso, principalmente, o que tenho hoje.
— De onde o Jaehyun estiver, é certo que ele estará muito orgulhoso das grandes mulheres que vocês se tornaram.
Suspirei pesado, vendo Rosé assentir, ainda cabisbaixa.
No dia que ela veio a Empresa, Roseanne era somente uma mãe solteira que havia acabado de completar a Faculdade tardiamente, pois teve que abandonar os estudos quando engravidou de Haram cedo demais. Além disso, a jovem não tinha basicamente experiência alguma, no entanto, mesmo assim eu contratei a garota, ensinando tudo que ela deveria saber para entrar na área Administrativa. Atualmente, confio de olhos fechados na competência de Rosé.
Ela teve, desde o início, uma história conturbada: se apaixonou por Jeong Yoon-oh, o um jovem Soldado que, de maneira trágica, morreu muito cedo no meio de uma missão. Ele veio a óbito antes mesmo de conhecer Haram, que naquela época, estava na barriga da mãe. O último contato deles foi quando, antes de partir em missão, Kai deixou um ursinho de pelúcia para Haram como presente, o mesmo que a menina de 7 anos não desgruda mais, nomeado exatamente com o apelido do pai.
— Vou conversar com minha pequena a respeito disso. Garanto que ela irá aceitar, embora faça birra nas primeiras semanas.
Rimos juntas, ouvindo alguns toques na porta.
— Foi aqui que pediram para irmã-gêmea gostosa, direto de Daegu?
Assim que escuto aquela voz brincalhona, o sorriso instantaneamente reapareceu, quase rasgando meu rosto.
— LISA!
Levantei-me da cadeira, ganhando um abraço apertado da Alfa mais nova.
— Viajei isso tudo só para adiantar alguns presentes para meus sobrinhos preferidos!
Lisa sacudia um imenso embrulho que continha duas pelúcias de dragão, uma do Banguela e outra da Fúria Da Luz, ambas dos personagens da mesma animação.
— Que fofo, Lili! Tenho certeza que os bebês vão amar!
Pego a embalagem em meus braços, procurando um local para guardá-los.
— Espero que sim...
Lisa sorriu torto, aumentando a expressão satisfeita ao mirar seus olhos em Jennie.
... — E quem é você, linda dama?
Minha irmã, poucos minutos mais nova, estendeu a mão, recebendo um cumprimento acanhado.
— Lalisa...
Eu advirto entredentes minha irmã atrevida, voltando ao meu lugar.
— Espera... Você é a Lisa Manobal?!...
Rosé arregalou os olhos, aparentando total surpresa.
... — Ai, meu Deus! Eu adoro os seus Doramas!
Acabamos rindo juntas, por causa da afobação vinda da Alfa mais nova entre nós duas.
— Em carne, osso, beleza e gostosura!
Lisa abriu os braços, executando uma volta completa.
— Impressionante... Sempre tem alguma fã sua por todo lugar!
Balancei negativamente a cabeça, revirando os olhos.
— É o poder da tailandesa!
Minha irmã distribuiu uma piscadela na direção de Lisa, essa que só faltou desmaiar.
— É sério... Sua irmã é incrível quando está contracenando!
Lisa tinha os olhos brilhando, admirando a Rosé, que sorria convencida.
— Não elogie tanto, Rosé, senão essa daí fica se achando.
Cruzo os braços, arqueando uma sobrancelha.
— Eu me acho porque posso, irmãzinha...
A Alfa riu de leve, capturando um cartão no bolso, em seguida, ela pescou uma caneta da mesa, escrevendo algo rapidamente.
... — Aqui está meu número e um autógrafo especial... Caso queira, posso te levar para assistir uma gravação, qualquer dia desses.
Ela esticou o cartão, fazendo Jennie corar ainda mais.
Lisa nunca toma jeito...
Tentei parecer distraída com os papéis, visto que fiquei sobrando nessa conversa.
Rosé e Lisa continuaram a dialogar entre elas, o que me deu tempo para reler o novo contrato de Rosé, antes que eu possa entregá-lo.
Mas, de súbito, BangChan abriu a porta de forma violenta. Quando notei sua respiração ofegante e os olhos perdidos, tive a confirmação que algo estava muito errado.
Christopher , tal Alfa que sempre fora tranquilo, disse num tom aflito:
— MinJeong... E-eu acho que fiz merda...
O homem largou a maçaneta para enfiar as mãos nos fios loiros, ainda estando ofegante.
— Chris, o que aconteceu?
Levantei alarmada, franzindo o cenho.
— Karina e eu estávamos conversando, mas ela notou que fiquei estranho quando o Hyunjin apareceu para deixar alguns documentos...
Ele gesticulava, deixando-me mais nervosa, pois Bang é um homem sereno.
... — Foi então que acabei contando aquilo pelo qual o Han pediu para guardar segredo.
— E o que seria isso? Bang, eu estou no meio de um assunto importante, não tenho tempo para brincadeira-...
— Hyunjin, secretamente, tirava fotos indecentes suas dentro da Empresa, além de dizer coisas obscenas sobre você no grupo que ele, mais os amigos, compartilham.
No momento que ele terminou, uma raiva tomou posse de mim, ocasionando que meu corpo ficasse tenso e minhas mãos começassem apertar a beirada da mesa.
— MinJeong... Você está bem?
Lisa perguntou cautelosa, ao ver minhas mãos tremerem.
Respirei longamente e acenei em sinal positivo, querendo transparecer certa calma.
Entretanto, no fundo, eu sabia que aquela raiva tinha uma dose exagerada, portanto, acabei ligando os pontos: não era apenas minha Loba interior que se sentia assim, Karina também compartilhava desse mesmo sentimento.
Ah, não... Karina!
Comecei a andar apressada para fora da sala, sendo seguida por Hyunjin.
— Me diz, por favor, que alguém está segurando a Hyunjin.
Xingo a mim mesma mentalmente por ter escolhido um salto justo hoje, embora seja médio e confortável.
— Segurando?!
Ele entrou no elevador comigo, parecendo que ia surtar a qualquer hora.
— Droga, BangChan! Minha esposa vai acabar se descontrolando! Você não faz ideia de como ela fica quando está raivosa!!
Respondi o Alfa de maneira grossa, porém, eu já podia sentir o ódio me consumindo.
— Puta merda...
Bang cobriu a boca com a mão, em seguida, nós dois saímos do elevador, no instante que as portas metálicas se abriram.
POV's Karina
— HYUNJIN , SEU FILHO DA PUTA!
Desvencilhei-me dos braços fortes pertencentes ao segurança Joshua, voando pra cima do Alfa maldito.
Em segundos, meu punho fechado acertou o maxilar dele, fazendo o Hwang cambalear pra trás. Nervoso, Hyunjin caminhou na minha direção para revidar, mas seu punho socou apenas o ar, pois eu consegui me agachar a tempo e golpear meu joelho no seu abdômen.
Ele perdeu momentaneamente o equilíbrio, dando-me certa brecha para empurrar seus ombros e jogá-lo no chão.
A última coisa que senti, foi Hyunjin tentar puxar meu corpo para longe, no entanto, eu estava tão possessa que um rosnado animalesco rasgou minha garganta. Quando garras afiadas apareceram no lugar das unhas, todos no âmbito deram alguns passos para trás.
Aquilo, sem dúvida, correspondia a uma Ligação Ancestral.
Tal conexão se justifica pelo Lobo interior tomar as rédeas da situação durante longos minutos, ocasionando certa transformação animalesca, junto à forma humana. Uma mutação perigosa que, se durar muito tempo, faz o híbrido virar um Selvagem.
Os Selvagens permitiram que o autocontrole se perdesse definitivamente, vivendo como animais na Grande Floresta, lugar que é supervisionado por Militares nas montanhas, estando fora dos limites da cidade. Nem mesmo a evolução foi capaz de mudar o pior instinto que nos domina.
Meus olhos, antes cegos pela raiva, se focaram no alvo abaixo de mim: Hwang Hyunjin estava atônito, tremendo e suando descontroladamente.
Seu cheiro me causava náuseas, por consequência, emanei um rugido raivoso, rasgando a pele do seu braço esquerdo com as garras afiadas. Ao sentir o sangue espirrar, gritos assustados saíram do círculo de funcionários que nos assistiam.
— Céus, Yoo... Ah, merda! Seus olhos estão completamente negros!
Nunca presenciei Joshua tão assustado quanto daquele jeito.
— Alguém pare a senhora Yoo, ou ela vai matá-lo!
Uma mulher gritou, enquanto eu voltava minha atenção ao Alfa, esmurrando seu rosto pela segunda vez.
E depois a terceira... Quarta... Quinta...
Não conseguia controlar meu instinto, tudo que passava na minha mente era uma enorme vontade de socá-lo, até que meus dedos deslocassem e mais sangue escorresse.
— Fiquem longe! Abram caminho!
Hyunjin agarrou meu braço que estava estendido no ar, pronto para desferir outro golpe.
Contudo, por estar fora de mim, num movimento veloz, peguei o mais alto pelo pulso e o arremessei contra o chão, ouvindo o som das suas costas bater violentamente no chão.
A força que tenho parecia ter duplicado, tal como minha estatura.
Pela distração, Hyunjin empurrou meu corpo para longe dele, arrastando os pés desesperadamente pelo chão.
— KARINA!
Assim que escutei a voz proferida por ela, minha cabeça girou na direção exata.
MinJeong abria espaço entre as pessoas, parando em frente a mim. A cena do rosto amedrontado que pertencia a minha esposa, jamais sairia dos meus pensamentos. Em todos esses anos, Winter nunca teve medo de mim.
— Blue... Por favor... Se acalme...
Ela pediu cuidadosa, gerando gestos que acompanhavam sua fala mansa.
— Ele NÃO tinha o direito de mexer com a minha mulher!
Meu timbre era alto e furioso, enquanto eu apertava os punhos nas laterais do corpo.
— Você também está errada em me agredir, vadia!
Hyunjin resmungou, cuspindo sangue no chão.
— Quer sair daqui com a porra de um braço quebrado?!
Rosnei para o Alfa mais alto, girando meu corpo na sua direção.
Quando eu iria deformar sua cara mais uma vez, MinJeong se coloca no meio, impedindo-me em avançar os passos ao abraçar meu tronco. Aquela ação pegou todos de surpresa. Fui capaz de captar diversos sons, alguns sendo de respirações presas, e outros de corações acelerados. Decerto, ninguém tinha coragem de parar uma híbrida descontrolada, principalmente, abraçá-la num estado caótico de ira, mesmo que sejam casais marcados. Essa atitude da minha Ômega teve tanta importância quanto um "eu te amo".
— Ursinho... Está tudo bem, fique calma...
Soltei um bufar pesado, tomando cuidado com as garras, no momento que retribuí o abraço caloroso.
Meu coração despedaçou-se ao ter as lágrimas da Ômega molhando a camisa que visto. De repente, ela agarrou meu corpo pelo blazer, se afastando sutilmente.
— Winter? Você está bem?...
Preocupei-me por não obter resposta, percebendo que seu corpo ficava cada vez mais mole.
... — Winter!
Ela desmaiou nos meus braços, automaticamente, entrei em desespero, segurando seu corpo desacordado.
— Aguente firme, Karina! Estou chamando uma Ambulância.
Lisa tinha o celular na orelha, dando as coordenadas necessárias.
Hunjin, que até então estava calado, aponta o dedo diretamente pra mim.
— Eu vou te processar, ouviu bem?! Isso não vai ficar assim!
Ele expressava puro ódio na face machucada.
— Apenas tente, Hyunjin, que eu irei denunciá-lo por assédio e outros crimes, o que é uma acusação muito pior!
Minha voz continuava duplicada, sinal que eu ainda estava fora de controle.
No momento que os Paramédicos chegaram, não deixei que ninguém a tocasse, visto que eu mesma coloquei minha esposa cuidadosamente na maca.
Um homem alto colocou a mão no meu ombro, por reflexo, tentei tirá-la de mim, mas somente tive tempo de sentir uma agulha penetrando minha pele. Tudo se transformou em vozes distantes, distorções nas imagens que eu via e, logo em seguida, uma total escuridão.
Após Seis Horas
— Win!
Estando ofegante e assustada, levantei-me apressada de onde me encontrava deitada, sentindo a tonteira voltar.
O clarão no quarto cegou meus olhos, em razão disso, eu cocei minhas pálpebras com a palma das mãos, ouvindo um barulho irritante de "bips" frenéticos.
— Estou tão feliz que tenha acordado!
Avistar BangChan, sentado na cadeira do quarto de Hospital, trouxe certo clique na minha cabeça.
E como se fosse um filme repassando ligeiramente, lembrei-me de tudo que aconteceu na Empresa.
— Onde está minha esposa?
Arranquei a agulha presa na minha veia, permanecendo sentada na cama.
— Karina, você não pode-...
Respirei fundo e o encarei diretamente, interrompendo o Alfa.
— Bang... Onde está a Minjeong?
Ele deu-se por vencido, abaixando o olhar.
— Ela acordou, está no quarto 413.
Ergo meu corpo, andando aos tropeços, apresentando certa dificuldade nessa mínima ação.
— Obrigada, Min... Jamais vou esquecer o que você fez por nós.
Eu disse sinceramente, equilibrando o corpo no batente da porta, antes de ir mancando rumo ao quarto designado.
Por sorte, era no mesmo andar. Somente precisei prestar atenção e passar meus olhos pelas portas, até encontrá-lo.
No exato segundo que adentrei o quarto, a conversa no ambiente foi bruscamente interrompida, então as três figuras focaram seus olhares em mim.
— Blue? O que está fazend-...
Calei a Ômega ao pressionar nossos lábios, selando um beijo apaixonado.
— Como meus amores estão se sentindo?
Beijo sua barriga, afastando a franja para aplicar outro selar nessa região, ganhando um sorriso caloroso dela.
— Eu e os bebês saímos ilesos, mas devo admitir que, dessa vez, foi por muito pouco.
Ela sorriu tristonha, levando nossas mãos entrelaçadas até seus lábios, onde deixou um singelo beijo.
— Bom... Acho melhor deixarmos as duas conversarem a sós.
Lisa declarou, abraçando de lado os ombros de Rosé.
— Qualquer coisa, é só nos chamar.
Rosé avisou preocupada, saindo junto a Lisa do quarto.
Acompanhamos com os olhos as duas mulheres saírem. Após a porta bater, Wintersuspirou, descansando a mão na minha bochecha e puxando meu rosto para que ficássemos mais próximas.
— Fiquei tão assustada... Pensei que fosse perdê-los...
Ela encostou sua testa na minha, fechando seus lindos olhos negros.
— Nunca vou deixar isso acontecer, Blue! Nós três sempre estaremos com você, não importa o que aconteça...
Sussurrei genuína, acariciando seu rosto ao esfregar meu polegar na pele pálida.
— Eu amo vocês...
Ela agarrou-me num abraço apertado, descarregando todo seu amor em mim, apenas pelo gesto significativo.
Por minha família, eu não me importaria quem tivesse que enfrentar, nem as consequências quais iriam me levar a cometer loucuras, muito menos, medir esforços para protegê-los. Pela minha MinJeong e pelos nossos bebês, com certeza, eu lutaria quantas vezes fosse preciso.
Park Haram, imaginem ela loirinha.
Park Roseanne, a mamãe dela.
Jaehyun, pai da Haram.
Homem gostoso da porra!
Park Haram quando crescer.
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