⤷ 𝘊𝘢𝘱𝘪𝘵𝘶𝘭𝘰 𝑰𝑰𝑰 - ❝Boa sorte, Perseu, você vai precisar.❞ ϟ
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Clarisse estava estressada.
O que não era uma surpresa. Principalmente, na tarde de uma sexta-feira.
Os horários anteriores ao "Capture a Bandeira", sempre eram caóticos. Sendo moldados a partir de treinamentos massivos, pequenas discussões, mudanças de estratégias, entre outros.
Por isso, ela encontrar-se querendo lançar uma das crianças menores, na lava - que caia da parede de escalada -, após ele não saber responder o seu questionamento, surpreendentemente, era algo bem tranquilo.
Mas o que será que teria, inicialmente, deixado, La Rue, surtando?
E por que, o sumiço de Astrid LeClark, parecia ter alguma ligação com esse acontecimento?
Sim, a filha de Zeus, havia desaparecido, fazia, aproximadamente, 3 horas.
Cento e oitenta minutos que Clarisse estava a procura da garota. E até agora, não encontrara nem o menor sinal da sua presença.
La Rue, estava de pé no centro da área de treinamento, seu rosto enrubescido pela raiva, enquanto seus olhos faiscavam em uma mistura de frustração e fúria.
As pessoas ao redor, desviavam o máximo possível, não querendo nem entrar no seu campo de vista. Sabe se lá, o que ela poderia fazer, quando encontrava-se naquele estado.
— Certo pirralhos, já que aquela filha da puta, decidiu sumir, terei que explicá-los as últimas mudanças no nosso planejamento, sozinha. Então tratem de prestarem atenção o suficiente, porque não direi nada de novo. — Sua voz expressava, claramente, todo o seu estresse, mas, no fundo, existia uma preocupação, quando citou a outra menina.
Clarisse não admitiria, porém estava sim, preocupada com o desaparecimento de Astrid.
Só ela sabia o quão nervosa, LeClark, ficava antes desse jogo. Nesse quesito, ambas eram muito parecidas.
O nervosismo percorria todo o ser de La Rue, quando começou a explicar a estratégia que fizeram, para o time vermelho.
As equipes foram anunciadas muito mais cedo que o normal, por conta da ansiedade de todos os campistas.
Foi decidido que quem lideraria os grupos, seriam o chalé 5 e chalé 6.
Atena tinha feito uma aliança com Hermes, um dos maiores chalés. Enquanto, Ares se juntou a Afrodite e Apolo. Hefesto e Deméter uniram-se ao time azul, para equilibrar com a reunião entre Dionísio e Zeus, ao time vermelho.
Na teoria, as equipes parecem bem equilibradas, mas isso não era um fato. O grupo azul, possuía vantagem pelo maior número de pessoas.
Essa era uma das causas, que piorou a inquietação de Astrid. E, Clarisse, sabia disso.
No dia anterior, tiveram uma conversa sobre a, possível, mudança em seus planejamentos, visto a chegada do garoto novato.
Nessa interação, La Rue, percebeu que, LeClark, aparentava estar muito mais agitada que o normal. Porém, quando a perguntou sobre isso, recebeu apenas uma resposta vaga.
Esse era o motivo por trás da preocupação de Clarisse.
Conhecia Astrid o suficiente, para saber que a garota deveria ter treinado a madrugada inteira, tentando melhorar seus golpes. Assim, aumentando a chance do seu time de vencer.
Não importava quantas vezes, La Rue, brigasse com ela, por esse mal hábito.
Ela nunca pararia.
Sua autocobrança, sempre foi maior que seu bom senso, quando se tratava disso.
Esse pensamento a fez lembrar de um lugar, onde não havia procurado a garota.
— Silena, você poderia assumir a fala, daqui em diante? — Com um tom, surpreendentemente, calmo, a pergunta foi voltada para a garota bonita em sua frente.
Silena Beauregard, uma das crianças mais velhas de Afrodite, e claramente, a sua filha prodígio. Seu rosto, parecia uma obra-prima esculpida, era delicadamente simétrico, destacando olhos azuis hipnotizantes. Neles, haviam longos cílios que os emolduravam, criando um olhar que podia prender a atenção de qualquer pessoa. Seus cabelos sedosos caíam em ondas suaves, uma cascata de castanho-escuro que brilhava com reflexos rosados, ao serem atingidos pelos raios solares.
Ela era a beleza em pessoa.
— Claro, sem problemas. — Os lábios, naturalmente, rosados curvavam-se de maneira graciosa, quando ela tomou posse do grupo frente a si. — Bem, amores, irei continuar explicando o plano no lugar de Clair. Caso tenham qualquer dúvida, sintam-se livres para perguntar.
Assim que as palavras foram pronunciadas, diversas mãos se estenderam.
Clarisse, dava graças ao seu pai, que eles tinham medo dela. Porque, jamais, aguentaria aquilo que Beauregard passaria nos próximos minutos.
Dessa maneira, deixou o campo de treinamento, indo atrás, novamente, do seu objetivo.
Encontrar Astrid LeClark.
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Estava em frente a cabana simples, olhando a porta de pinheiro. Quando ouviu vozes vindo de dentro do local.
Clarisse, sabia que a havia achado.
Porém, pelo lugar, sentiu o misto de irritação e preocupação aumentar ainda mais, dentro de si.
Esse tempo todo, Astrid, estava na enfermaria.
Sem pensar duas vezes, entrou.
Deparando-se com um espaço branco, extremamente, limpo. E duas pessoas, que, agora, a encaravam surpresas.
— Nosso treino começou faz três horas. — Sua voz era raivosa, mas estava, tentando, ser mantida.
O olhar de La Rue, perseguia todo o corpo da outra garota, buscando os possíveis machucados que sempre encontrara.
LeClark, vestia um top de academia que delineava a força de seus músculos, mas, também, deixava exposto suas cicatrizes e hematomas. Clarisse, já sabia da imensidão de machucados que a outra possuía, porém vê-los, deixava tudo mais real e assustador.
Sob a luz, as marcas contavam histórias de batalhas vencidas e experiências vividas. Cada uma sendo um testemunho da sua resistência.
Parecia ainda mais chocante pensar, que metade daqueles eram causados por ela própria.
La Rue, frequentemente, a avisava sobre o risco dos seus treinamentos pesados - que eram espantosos até para a filha de Ares. -, mas a outra nunca a ouvira.
Tudo piorou, quando o olhar de Clarisse desceu até as mãos da garota.
Enfaixadas com cuidado, denunciavam o esforço contínuo, e também a dedicação incansável.
— Me diz que isso não é o que eu estou pensando. — Sua voz saíra muito mais autoritária dessa vez, deixando a preocupação ainda mais óbvia. Seu olhar variava entre Astrid e William Solace - uma das crianças de Apolo, que eram especializadas em cuidados médicos.
— Não se preocupe, Zangado, está tudo bem. Desculpa por não chegar a tempo, acabei tempo imprevistos. — A tonalidade brincalhona era presente, juntamente de seu sorriso maroto. O que era diferente da pronúncia da última palavra, onde não conseguiu mascarar seus sentimentos, pela maneira arrastada que a disse.
Clarisse sabia que esse era um assunto delicado, então, por mais que quisesse estapeá-la agora, por ser completamento irresponsável consigo mesma, se segurou.
— Astrid, eu... — Começou a falar, buscando encontrar a maneira certa de abordar o assunto. Mas foi interrompida pela aproximação repentina de LeClark.
— E você temos que ir. — Completou a frase da outra de forma séria, colocando um ponto final naquele assunto - pelo menos, temporariamente. Virou-se na direção do menino, que fingia ignorar toda a conversa, propositalmente, tentando não atrapalhar. — Obrigada Will, fico te devendo uma. — O sorriso gentil em sua face, parecia genuíno na visão do garoto de Apolo.
— Não foi nada, Ash, só fiz o meu trabalho. — A felicidade irradiava do menino, trazendo calma para as outras pessoas ali presentes. — Boa sorte no jogo de hoje, estarei torcendo para que nosso time vença.
A filha de Zeus, retribuiu a felicidade dele de maneira falsificada. Não é como se ela não gostasse dele. LeClark, o achava um fofo, porém a ansiedade presente dentro de si e os pensamentos em sua mente não a permitiam ser feliz. Não agora.
Colocando a blusa do acampamento de volta em si, ignorando o quanto o contato do tecido com a pele recém machucada ardia. Despediu-se, rapidamente de Solace, saindo pela porta, esperando que La Rue a seguisse.
— Então, como as crianças estão se saindo? — Perguntou, desprezando totalmente o acontecido anterior.
— Porra, é sério que você vai, simplesmente, ignorar o seu estado? — A voz de Clarisse soava, surpreendentemente, baixa. Expressando o cansaço emocional que aquele assunto a trazia.
— Não. Eu fiz merda, eu sei. — Seu olhar se voltou para suas mãos, encontrando as ataduras que a rodeavam. — Só não quero falar sobre isso agora, temos assuntos mais importantes para...
— MAIS IMPORTANTES? — O solavanco na voz de La Rue, a assustou, não esperando pelo grito que a outra havia dado — Você só pode estar brincando com a minha cara.
— Clarisse... — Tentou alertá-la, não querendo que os outros campistas soubessem o que estava acontecendo.
— "Clarisse" é o caralho, Astrid. Sua saúde é muito mais importante que esse joguinho de merda. — Ódio exalava da garota, que gritava, expondo a situação, acidentalmente, para todos.
— Tá, tá, tá. Só fala mais baixo, se alguém aqui ficar sabendo disso, eu não vou poder participar, gracinha. E tudo isso, vai ter sido atoa. — O apelido carinhoso foi usado de maneira debochada, enquanto ela praticamente mandava que La Rue, calasse a boca.
— E não deveria participar mesmo. — A afirmação da filha de Ares, fez LeClark tremer.
Do que diabos ela tava falando? Não participar? Clarisse, estava maluca?
— Nem começa. — Sua voz, de repente, se tornou autoritária e rude. Obrigando que a outra se calasse de vez.
Ambas se encaravam, quando a discussão interna parecia brilhar nos dois olhares.
— Nós temos que ir pro treino. — Desistiu Astrid, enquanto voltava a caminhar para o campo.
Quíron, já havia anunciado o começo do jogo.
Por isso, os times, agora, estavam pegando seus equipamentos e preparando-se mentalmente, para a batalha que estava por vir.
Astrid LeClark, já tinha tudo o que precisava.
Armadura de couro metalizada, presa perfeitamente em seu corpo, garantindo o máximo de proteção possível. Luvas de couro, sem dedo, que tampavam as ataduras. A espada de bronze que brilhava sua mão, enquanto um par de adagas estava preso na liga de sua coxa. O escudo pesado, recoberto de metal. E, claro, o mais importante, o seu bracelete.
A estrutura metálica que contornava, do seu ombro até a palma de sua mão, parecia apertar seu braço, como se tivesse ansiosa para ser utilizada, novamente. Os cristais azuis reluzindo com o Sol, fazendo com que lampejos iluminados saíssem da peça.
Contrariando seu físico, mentalmente, não tinha nada.
Tentando mascarar constantemente sua feição, não expressando o que estava sendo escondido no fundo do seu âmago.
Ansiedade, estresse, pressão, nervosismo e, óbvio, orgulho.
Não de um jeito positivo. Era apenas seu orgulho a avisando do, possível, fracasso eminente. Ele estava gritando, dentro de si, que eles perderiam o "Capture a Bandeira", e que tudo seria culpa dela.
O mesmo defeito que a fazia acreditar ser melhor que todos, em alguns momentos. Também, a fazia ter certeza que era a pior.
— A primeira equipe a pegar a bandeira concorrente e trazê-la do outro lado do rio, será a vitoriosa. Como sempre, não pode mutilar, e não pode matar. Eu confio que essas regras sejam respeitadas. — Mesmo com a distância, o menino pode notar, rapidamente, o olhar que LeClark havia direcionado até Clarisse, o fazendo ter leves arrepios.
— Qualquer item mágicos que vocês tiverem, também estão permitidos. — A última parte atraiu a atenção do pequeno Percy, que, ouvindo isso, olhou para a caneta em sua mão, decidindo se iria usá-la, ou não.
— Usa, essa é a hora. — Luke cochichou, sua voz estava lambuzada de competitividade, parecendo estar ansiando por aquele momento fazia tempo.
— Eu nem sei o que tenho que fazer, talvez eu nem precise da espada. — Disse pensativo.
— Que os jogos comecem! —— Assim que a fala foi pronunciada, um estrondo de barulhos começou, vindo do time vermelho.
O garoto não mentiria, eles pareciam insanamente assustadores. Batendo em seus escudos, movimentando suas espadas, demonstrando suas habilidades, e, principalmente, gritando.
Era como se estivessem prontos para lutarem por suas vidas.
Bem... o plano de Clarisse, já havia começado com o pé direito.
— É... Eu vou precisar sim... — Sussurrou Percy, para si mesmo.
Um grito planejada foi soado por toda equipe azul, mostrando seu companheirismo e treinamento.
—Temos vinte minutos antes da segunda leva do jogo, sabe o que fazer? — Annabeth disse, enquanto caminhava na direção de Luke e Percy.
— Sim, senhora — Respondeu, acenando com a cabeça em conjunto. Iria se retirar, indo até o lugar planejado, porém foi parado pela garota.
— Aí, sem distrações, ok? — Ela falou, indiretamente, querendo repreender ele pela última vez. O garoto a respondeu com um sorriso irônico e outro acenar. — Tá sentindo que hoje é um dia de vitória?
— Te vejo do outro lado. — Direcionou-se até o restante e gritou, com sua espada estendida. — Tropa, a frente!
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Do outro lado do rio, Astrid ouviu alguém a chamar.
— Mon Cher. — Olhando ao redor, encontrou Silena.
— Sim, Ma Belle? — O sorriso em sua face estendeu-se, ao ver a garota mais jovem. Beauregard, era, definitivamente, uma de suas melhores amigas.
— Apenas conferindo se está tudo bem, fiquei preocupada com você, hoje mais cedo. — Replicou os lábios da outra em um gesto majestoso. Era, de fato, a menina mais encantadora do acampamento.
— Não, essa idiota, nunca tá bem, lindinha — Respondeu La Rue rapidamente, não deixando nem que, LeClark processasse a pergunta dita pela outra. Que assim, que entendeu o que foi dito, a deu uma leve cotovelada. A mandando, silenciosamente, parar.
— Ignore-a. Estou sim, Sisi, muito obrigada por verificar. As crianças de Afrodite já estão prontas?
— Sim, apenas esperando o meu chamado.
As três meninas se entreolharam, com sorrisos confiantes nos rostos.
— Podemos começar. — Proferiu Clarisse, direcionando seu olhar as pessoas, do outro lado do rio, que já estavam se movimentando.
Então, respondendo a ordem da filha de Ares, a voz de Astrid é escutado por todos ali presentes.
— Pequenos, que inicie o show!
Cada grupo formado começou a se separar, correndo pela floresta em direção aos seus devidos lugares.
Astrid, separou-se da dupla, indo em direção a Lacy, que a esperava para adentrar nos arbustos, escondendo-se dos olhares de todos.
Assim que, LeClark, caminhou em seu sentido, a menor, imediatamente, enfiou-se nas plantas.
Era a sexta equipe que derrotara.
Prendendo-os, com uma corda, agradeceu os filhos de Apolo e Dionísio pela ajuda. Os filhos do Sol, rapidamente, voltaram aos seus postos, nas árvores. Enquanto, os filhos do Vinho, levaram o grupo até a prisão.
Quando eles se afastaram, soltou um longo suspiro, claramente, cansada pelas horas consecutivas batalhando.
— Está bem, Ash? — Ouviu a voz baixa perguntar de dentro dos arbustos.
— Sim, Lacinho, não se preocupe. Já me acostumei com a porradaria. — Comentou, escondendo o cansaço com o tom brincalhão.
— Eu odeio esse apeli... — A voz parou do nada, deixando a mais velha confusa. Porém, ao olhar para frente, Astrid, entendeu.
Percy Jackson... Dançando em uma pedra... ?
LeClark, não aguentou, caindo na gargalhada assim que o viu. Fazendo o mesmo se assustar e soltar um fino grito, o que só aumentou as risadas.
— Eai, senhor dançarino, como você está? — Deboche e sarcasmo, estavam tão claros como o Sol.
— Olha, Astrid... — Ela levantou uma de suas sobrancelhas. — Ash. Eu não tô muito afim de lutar... Então, o que acha de só termos uma conversa amigável? — O sorriso amarelo presente na face do garoto, tinha um fundo de esperança.
— Tenho uma proposta melhor. Sem lutas... — Isso fez o rosto de Percy, cair em choque. — Mas, você me passa a localização do Herói.
Era óbvio, que teria algo em troca, como Castellan, havia o dito antes: Manipuladora, perversa e cruel.
— Herói? Você está falando de Luke? — Suas perguntas exalavam confusão.
— É óbvio, quem mais seria? — Seu tom estava brincalhão, como sempre.
— Por que "Herói"? Ele já te salvou alguma...
— Percy... — O chamou, de maneira doce e calma, enquanto se aproximava do mesmo. — Eu. Só. Quero. O. Lugar. — De repente, sua voz tornou-se menos pacífica, não tendo tempo para perder com questionamentos idiotas.
— Eu não posso te passar... Estaria quebrando a confiança dele.
— Prefere quebrar a minha? — Pelo olhar que foi lançado em sua direção, ele sabia que a resposta correta seria "não".
Mas ele, nunca foi bom em dar respostas corretas.
— Não posso quebrar o que eu não tenho. — A afirmação fez a garota sorrir, e, por um momento, Percy, pensou que tinha se livrado.
— Você parece alguém que eu me daria muito bem... Um ótimo amigo, bondoso... Leal... — A última palavra chegou a ecoar na mente do menino, que, de repente, sentiu um vento gelado passar pelo seu corpo.
Por mais bonzinho que o discurso parecesse, havia algo de errado. Como se, o conteúdo que estava sendo dito fosse verdade, mas não com aquele propósito.
— É uma pena... Você deveria ter escolhido o jeito fácil. — Antes que, Percy, pudesse, se quer, compreender o que foi falado. Ela assobiou.
— Diga a localização de Luke Castellan. — Uma voz muito bonita, surgiu no ouvido do menino Jackson.
— Ele disse que iria ao bosque, atrás da bandeira vermelha. — Suas mãos, imediatamente, voaram para sua boca, tentando tampá-la o mais rápido, possível.
Mas já era tarde demais.
— Bosque? Sério isso? Ele, realmente, acha que somos tão burros, ao ponto de colocarmos nossa flâmula em um lugar, tão óbvio? — Sua voz transbordava uma ira incomum, o que assustou ainda mais o mais novo
Dizer que o que ela ouviu a irritou, seria eufemismo.
— Meninos são idiotas, Ash. — Afirmou a pequena Lacy, que direcionava-se até a mais velha. — Vamos lá acabar com ele.
Um sorriso perverso apareceu na face da mais jovem, esse que foi replicado por Astrid.
— Você está certa pequena. Inclusive, ótimo trabalho, Lacinho.
Ela sentia-se como a mãe da garotinha, então vê-la se expressando, dessa forma, a deixou muito feliz e orgulhosa.
Percy Jackson, assistia a cena com olhos esbugalhados, ainda tampando sua boca. Sentia-se mal, por como seu amigo ficaria. Porque tinha certeza, que ele não ficaria bem.
— E, quanto a você, eu sinto muito... — O olhar de LeClark, retornou na direção do garoto, enquanto ela afastava-se, lentamente, de Lacy. — Mas isso ainda é um jogo, em que um de nós precisa vencer.
Com a mão direita, soltou sua espada, pressionando com força o metal do seu bracelete, que estava sobre a luva.
O garoto indeterminado, estava presenciando uma cena que o chocava.
A estrutura metálica em seu braço, amoleceu. Transformando-se em um longo chicote de cobre.
Como se isso não fosse o suficiente, Astrid, fechou os olhos, dando uma respiração profunda. E, assim, que os abriu...
A arma em sua mão brilhou, como se o próprio raio tivesse sido cristalizado em metal. Sua estrutura radiava uma energia divina, entrelaçada por fios cintilantes que imitavam um relâmpago. Emitia um brilho azul profundo, como se fosse encantada por faíscas de uma tempestade.
Ao longo de seu comprimento, padrões mágicos brilhavam e se transformavam em pequenos raios, criando uma trovoada que seguia o movimento da arma. Quando agitado, o chicote ganhava vida, contorcendo-se como uma serpente feita de pura magia, pronta para responder aos comandos de sua mestre.
Percy, não admitiria, mas estava, literalmente, se tremendo de medo. Ele não fazia a menor ideia do que ela faria com aquilo, por isso, pegou seu escudo, tentando se esconder atrás dele.
— Você sabe que não é permitido mutilações, ou mortes, né? É a única regra.
— Relaxa, Percy, eu disse que iria só conversar, caso me passasse a informação que eu queria.
— Eu não passei, ela me obrigou. — A fala saiu em uma defesa automática, sem pensar no que havia dito.
— Então, você admite que não passou? Que pena... Desse jeito, terei que modificar nosso acordo. — Sua voz transbordava marotagem. Lançou um olhar a filha de Afrodite, que, imediatamente, tampou os ouvidos. — Conheça a "Trovoada", pequeno.
Astrid, levantou a ponta do chicote e a abaixou, com imensa velocidade.
Quando o chicote elétrico tocou o solo, um estrondo retumbante ecoou pelo ar, como se os próprios deuses estivessem aplaudindo a chegada dos trovões. Percy, não conseguiria contar quantos foram, porque eram muitos. Dezenas de trovões ecoando, ao mesmo tempo.
Não apenas um estrondo era produzido, mas também uma onda de vibrações que podiam ser sentidas através do chão. Era como se a própria terra respondesse ao chamado elétrico, tremendo de admiração diante da energia desencadeada pela arma encantada.
— Boa sorte, Perseu, você vai precisar. — Imediatamente, pegou a espada do chão e virou-se, correndo em direção ao bosque. A garota loira, fez o mesmo, infiltrando-se pela mata.
Luke Castellan estava certo. Astrid LeClark, era perversa.
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O Herói poderia sentir, que estava próximo a bandeira.
Seu coração batia rápido com a sensação da vitória, quase de frente para si.
Porém, havia um problema, no meio de tantas batalhas, ele acabou sozinho.
Esperava, Chris e seus outros irmãos, voltarem, já que eles tiveram que levar uns garotos de Ares até a prisão.
Estava encostado na árvore, de olhos fechados, quando sentiu um aroma particular atingir seu nariz.
Puta merda.
Ele reconheceria aquele cheiro de chuva e baunilha, em qualquer lugar.
— Como? — Perguntou sem abrir os olhos, já sabia o que estaria por vir.
— Seu novo amiguinho, quem me disse. — Citou, fazendo, Luke, a encará-la, em choque e depois entendimento.
— Ele foi obrigado. — Constatou, enquanto a olhava com deboche. — Incrível, como as crianças de Afrodite, sempre fazem o que quer.
— Isso se chama: "ser uma boa líder". Você não deve saber, muito bem, o que é. — Dizia irônica, aproximando-se cada vez mais dele.
— Não tão bem como você. — Poderia até, momentaneamente, soar como um elogio, então ele logo completou. — Uma filha de Zeus, igualzinha ao pai, é quem sabe muito bem disso. — Não havia brincadeira, por trás de seu tom de voz.
Ódio.
Foi nisso que a face de, Astrid LeClark, tornou-se, quando ela correu para atacá-lo.
Ambos giraram suas lâminas, que se encontravam, frente a frente, para o duelo.
— Desista, nós já sabemos o fim disso. —Disse Tempestade, enquanto fingia ter certeza da sua vitória.
— Sabemos? — Luke, puxou sua espada rapidamente, fazendo com que, por um pequeno instante, a garota se desequilibrasse. Dando abertura o suficiente, para que Herói a derrubasse.
Buscando controlar a dor da queda, apoiou-se sobre as mãos, esquecendo do ferimento que tinha feito em si, anteriormente.
Quando sua palma entrou em forte impacto com o chão. Soltou um grito agudo, de dor.
Astrid, tinha certeza que os ferimentos voltariam a sangrar em questão de minutos, porque a agonia que sentia era incomum.
Vendo a garota naquele estado, Castellan, imaginou que ela estava tentando o enganar. O que não seria a primeira vez.
— Eu não caio mais nessa, Tempestade. Deixei de cair, faz tempo. — A filha de Zeus nem se mexeu, já aceitando a derrota.
— Vá em frente, pegue a bandeira.
— É o que?
— Precisa que eu repita? Estou te dando a chance de vencer. — Não, ela não estava. Apenas tinha certeza, que, caso voltasse a lutar contra ele, perderia muito feio.
— Você não pode estar falando sério... Está... Está desistindo? — Ele estava confuso, não havia motivos para ela, simplesmente, "deixá-lo vencer".
Não tinha graça se fosse assim.
Não tinha glória.
— Não usaria essas palavras... Como eu disse, estou apenas te dando uma chance.
A aflição em sua mão era gigantesca, não conseguia nem segurar uma espada, naquele estado. Então, se ainda quisesse vencer, teria que ser de outra maneira.
— Você surtou? — Colocou sua lâmina no pescoço de Astrid, levantando-o, a fazendo encarar os olhos dele. — Quem é você? E o que fez com Astrid LeClark?
— Droga... Droga... Droga... — Uma voz soou de trás de Luke.
Ao se virar, ele a viu.
— Ótimo trabalho, Lacinho. — Disse Astrid, para... Astrid?
O Herói encarava ambas confuso, como se não soubesse dizer o que estava acontecendo.
— O que foi, Herói? Surpreso?
— Ok... Nessa, vocês se superaram. — Admitiu, enquanto retirava a espada do pescoço da, suposta, Lacy.
— Sempre. — Comentou, sentindo seu corpo ficar tonto.
Luke, a estranhava, havia algo diferente. Ele podia sentir.
— Certo, tanto faz, vamos lu...
— ESPERA! — Um grito desesperado saiu de sua boca. Usar aquele poder consumia muito dela, não conseguiria lutar com ele, sem perder em menos de um minuto.
O grito assustou Castellan, mas, principalmente, fez ele reparar algo.
Ela se parecia com Astrid, falava como Astrid e agia como Astrid.
Mas não era Astrid.
Antes que pudesse agir quanto a isso, sentiu sua perna ser puxada, pelo pé da, verdadeira, Tempestade.
Que, com um assobio, fez com que, um grupo de crianças de Apolo pulasse das árvores.
Chris e os filhos de Hermes, também, apareceram, já que voltaram, seguindo a direção do barulho.
Pronto, agora sim, a batalha estava prestes a começar.
Ou, bem, estaria... Se Silena, não passasse correndo, enquanto segurava a bandeira azul, com dezenas de crianças atrás dela.
Ninguém teve tempo de pensar. Apenas, rapidamente, começaram a perseguir a multidão.
Astrid e Lacy, sentiam-se orgulhosas, haviam completado sua parte do plano.
Distrair Luke Castellan.
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Diversos sons ecoaram, mas tinha um, que era o principal.
O grito da vitória da equipe vermelha.
Silena, havia chegado com a bandeira, mesmo sendo quase esmagada pela quantidade de pessoas atrás de si.
Fisgou a flâmula no chão, observando o belo brasão de Ares aparecer. Virando-se para comemorar com o seu time.
— QUAL É O SEU PROBLEMA? — Entre a comemoração do time, o grito soou, chamando a atenção de todos presentes.
O olhar indo até Percy Jackson, o garoto que acabara de ser jogado na água por Annabeth.
Quando, de repente, os machucados em seu corpo começaram a se cicatrizar.
Astrid observava a cena em estado de choque, não querendo acreditar no que sua mente falava.
Assim, o tridente luminoso, brilhou em cima do garoto.
Ele acabara de ter sido determinado.
Determinado por um deus proibido.
Determinado por Poseidon.
O corpo de LeClark se arrepiou, por completo. Ela sabia que aquilo não seria coisa boa para ninguém.
Sabia da profecia da pequena Chase, e, principalmente, sabia da sua.
Sentiu a mão começando a latejar novamente, como se tivesse a alertando do perigo eminente.
Como se a obrigasse a sair dali.
E foi assim, que, um uivo cortou a floresta.
Olhando para o topo das pedras, estava lá, um cão preto do tamanho de um rinoceronte, com olhos vermelhos como lava e presas que pareciam punhais.
Astrid, o reconheceria de qualquer lugar, aquilo era um cão do inferno.
Por isso, mesmo com a dor em sua mão, pegou seu chicote e correu em direção a ele.
Ouviu, Quíron, a mandando parar, mas não obedeceu.
Não deixaria o garoto morrer daquela forma.
E, dessa maneira, quando o viu ameaçar pular em Percy Jackson, incendiou seu chicote com raios, e atacou o cachorro.
Como se isso, não fosse o suficiente, para a morte dele, um amontoado de flechas brotou em seu pescoço.
— Alguém o convocou. Alguém de dentro do acampamento. — Disse Quíron.
Enquanto Clarisse, gritava algo sobre ser culpa do filho do Mar. LeClark, viu Luke e Silena, se aproximarem dela, perguntando, em silêncio, se ela estava bem.
Receberam só um aceno de confirmação.
Fisicamente, sim, ela estava.
Porém, mentalmente...
Agora, entendera, o porquê da sua mão latejar tanto quanto caiu.
Não era dor. Era um aviso.
Um aviso de que algo horrível aconteceria
Um aviso de que sua profecia estava próxima.
Assistiram, enquanto o cão infernal se dissolvia em sombras, sendo absorvido pela terra, até desaparecer.
Assim que a cena teve seu fim, Quíron, retornou a falar.
— Está determinado. — Disse, olhando diretamente para Perseu.
Ao soar da sua voz, todos se ajoelharam.
— Poseidon. — Quando ouviu o nome do deus, imediatamente, Astrid, encarou Percy. — Senhor dos Terremotos. Portador das Tempestades. Pai dos Cavalos. Salve, Perseu Jackson, Filho do Deus do Mar.
A fala dita, anteriormente por ela, ecoava na cabeça de ambos.
"Boa sorte, Perseu, você vai precisar."
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Avisos da autora:
ϟ 001. OIII MEUS BENSSSS, TUDO BEM COM VOCÊS??? Fiquei bem feliz com esse capítulo, porque sinto que ele foi TÃO caótico, quanto eu queria. E vocês, o que acharam?
ϟ 002. Gostaria de fazer uma pergunta para vocês, antes de tudo. Por curiosidade, qual é o seu chalé? KKKKKKKKKK De alguns eu até já sei, pelos comentários, mas tem algumas pessoas que eu não faço ideia.
ϟ 003. Voltando aos avisos padrões, já começo me desculpando por não ter a famosa cena de ciúmes (por parte da Ash) nesse episódio. Ela estava no roteiro de planejamento, porém, na hora que eu fui escrevê-la, ao todo, o episódio ficou com mais de 7 mil palavras ☠️☠️☠️☠️ Então, a passei para o começo do capítulo 4, sendo a segunda cena a aparecer. Peço desculpas, novamente, por isso, não tinha confirmado o número de palavras kkkkkkkkkk
ϟ 004. Gostaria de trazer uma discussão a tona, já que ela será bem importante na minha história. Alguns chalés, possuem suas habilidades, por exemplo: Filhos de Apolo com medicina. Mas também existem outros, que não têm, como é o caso do chalé 1.
Os filhos de Zeus, possuem DIVERSOS poderes (sem brincadeira, são muitos), mas isso foi pouquíssimo abordado na saga, diferentemente daqui. Vocês verão, ao decorrer da história, que a nossa querida Ash, vai buscar alcançar todos eles (alguns elas já possuindo, mesmo que não apareçam, até então.).
Mas Mii, o que isso tem a ver com a tal discussão? SEGUINTE, por terem vários poderes, em várias áreas, filhos de Zeus são bons em MUITAS coisas, mas não são perfeitos nelas (a não ser que se aprofundem). Por conta disso, não estranhem o fato de que algumas características da Astrid, remeta a outro chalé. Já que, por Zeus, ser o pai de boa parte dos deuses, acaba que seus filhos, se assemelham com eles também (como é o caso de Atena, Ares, Apolo e até mesmo Artemis).
Então, por favoooorrrr, lembrem-se, como foi citado no início desse episódio, LeClark, só falta se matar de tanto esforço e dedicação que ela tem KKKKKKKKKKK Por isso ela é boa, não só porque ela "é a protagonista", ou "é perfeita" (o que acho que já deu para ver que ela, DEFINITIVAMENTE, não é KKKKKKK).
ϟ 005. Como sempre, agradeço, imensamente, a todos vocês pelo carinho, atenção, repercussão... Vocês sempre serão meus bens, saibam disso 💞💞
ϟ 006. ÚLTIMO AVISO, antes do tchau, eu prometo KKKKKKKKKKK Vi que muitos estão chegando aqui, pelo tiktok, então aos que vieram, sejam bem-vindos.
ϟ 007. É ISSO MEUS BENS!!!!! Quero pedir que, se possível, me deixem um feedback do capítulo, e não se esqueçam de favoritá-lo também (cliquem esse dedinho na estrela, amores). TCHAUUUUU, ATÉ DOMINGO QUE VEM!!!!! (Ou não, já que sempre estou respondendo vocês por aqui kkkkkkkk)
OBS: Minha marca pessoal aqui, amo o mini spoiler, é uma das coisas que criei para os capítulos (junto com a estética), que me deixa mais orgulhosa que vcs gostem. Então, vamos para ele?
O que há de errado com você?
VOCÊ.
© paracossmo
˚₊‧꒰ა ϟ ໒꒱‧₊˚
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