vi. Lei da Gravitação Universal
Era manhã do quarto dia de Acampamento. Em teoria, todo evento era composto por três dias recheados de muitas atividades, mas somente no quarto dia que seriam revelados os ganhadores, por fim.
Na verdade, o quarto dia só servia para finalizar a competição, entregar os prêmios e preparar a partida de retorno. Por isso, ele não era considerado como um dia de Acampamento e sim como um solene dia de despedidas.
De qualquer forma, Aeun mordia o interior do canto da boca naquela manhã, bem cedinho, ao observar de longe o garoto de cabelos vermelhos sentado solitário no meio do pátio.
Desde que esteve observando Aeun percebeu que Kihyun estava assim, isolado, e se sentiu como a maior culpada por aquele acontecimento. Porque talvez ele ainda estivesse magoado com ela, e por isso a consciência da menina foi incapaz de se aquietar até que ela fosse lá falar com ele.
Antes de tomar coragem, ela observou Kihyun cumprimentar o professor de educação física timidamente, e isso só a fez se sentir ainda pior. Já que, Kihyun deveria estar extremamente carente e sozinho para fazer a atitude desesperada de puxar assunto com um professor. Afinal, pelo que pouco que já conhecia dele, Aeun sabia que se tinha uma coisa que Kihyun não era é estudioso.
Talvez esse também tenha sido o motivo que logo fez Kihyun se distanciar do professor, após poucas palavras trocadas, e Aeun sorriu de canto pensando a respeito de Kihyun. Pois julgava que ele sempre seria assim, um galanteador barato perfeito, mas um péssimo aluno exemplar.
Ela se aproximou aos poucos de onde ele estava e viu o instante exato em que ele voltou ao banquinho onde antes estava sentado. Então, um pouco sem mais e nem menos, ela chegou e ficou em frente dele com a cara mais lavada de sempre.
— Oi, KiKi — arrastando os pés, ela espalhava algumas folhas secas derrubadas em cima da grama verde, alongando a fala e procurando palavras para prosseguir — érr.... Eu queria, eu queria... Pedir desculpas. — Falar foi como tirar um peso das costas, e por isso ela até descansou a postura depois.
De outro modo, Kihyun levantou o rosto em sua direção assim que ouviu a palavra "desculpas", com os olhos estreitos e o sorriso fino que destacava os dentes bonitos da boca rosada.
— E o que mais? — ele ainda deu gás para a conversa, insatisfeito com as desculpas mal explicadas.
— E que você, óh deus grego Kihyunnie, sempre esteve certo. Porque não foi justo que eu usasse você na minha vingança contra o Wonho, então me desculpa por te deixar de mão na prova de Caça ao Tesouro e por ser uma boba que só se preocupa em vencer o campeonato a todo custo. — As suas últimas palavras, porém, bateram e voltaram. Já que, a partir daí, naquele instante Aeun passou a se perguntar qual deveria ser o verdadeiro motivo por trás de tanta sede pela vitória em um simples Acampamento de Verão do colégio.
Por um momento Kihyun permaneceu em silêncio, como se escolhesse bem o que iria responder.
— É meio tarde para frear as consequências de suas escolhas... Quer dizer, eu e o Jooheon brigamos na Caça ao Tesouro e saímos da competição, por sua causa, pequenina — fez questão de frisar sobre a responsabilidade de Aeun nos acontecimentos, mas logo voltou com aquele olhar de brincadeira que ele sempre fazia. — Mas, como sou perfeito, eu não guardo mágoas e aceito as suas desculpas... Só me diz uma coisa, como tão as coisas entre você e o Wonho?
— Entre mim e ele? — Aeun arregalou os olhos, sentiu o rosto arder, mas só depois cruzou os braços e coçou a garganta para manter o tom de voz. — A gente tá..., a gente tá bem, eu acho. — Depois olhou para o céu azul e se sentiu meio patética porque tudo o que fazia a lembrava dele. — E..., eu sinto muito por você ter saído da competição, isso tudo foi culpa minha ent-
Todavia, enquanto tentava pedir clemência, Aeun notou que Kihyun não estava prestando atenção em nada do que ela falava. Na verdade, a atenção do garoto estava completamente voltada para alguma coisa que acontecia de longe, bem na direção das costas de Aeun.
— Você tá perdoada, relaxa pequenina... Agora, se me der licença, algo me diz que estou sendo muito requisitado lá, no outro lado do pátio, por isso... — Antes que Aeun se virasse para ver o que tanto chamava a atenção do garoto de cabelos vermelhos, Kihyun se levantou e falou dando tapinhas fracos no ombro da amiga. — Boa sorte no campeonato, vai precisar.
"Boa sorte? O que ele quer dizer com isso?" — Aeun se perguntou sozinha, sem perceber que Kihyun já estava bem longe numa altura daquelas.
Ao finalmente se virar, Aeun logo se ligou que, o que tanto chamava a atenção do garoto Kihyun era um grupo de garotas bonitas, cheias de sorrisinhos bobos e charmes completamente endereçados para o mestre da paquera. Aeun revirou os olhos em órbitas assim, ao constatar que, de fato, Kihyun realmente nunca iria mudar a sua natureza rebelde e galanteadora.
Embora isso, olhar para trás também a permitiu ver de longe a estrutura grande que era o corpo de Wonho, o garoto de cabelos azuis, enquanto ele conversava com o amigo Jooheon e eles apertavam as mãos, como se resolvessem todas as desavenças daquela temporada de verão. E, daquela vista privilegiada regada pelo sol matinal, Aeun jurou que, ainda mais do que antes, o Wonho estranhamente parecia ser bem mais bonito e musculoso do que ela achava que era. Se é que isso é possível.
Mas, para interromper o lindo minuto de apreciação, do lado oposto o professor de educação física logo começou a se pronunciar e, como consequência, rapidamente se formou uma aglomeração ao seu redor, uma aglomeração extremamente curiosa para saber o resultado da competição.
"Chegou a hora" — ela repetiu internamente e cerrou as mãos nervosas antes de caminhar em direção ao movimento.
Entretanto, antes que pudesse se dar conta, Aeun sentiu uma mão estranha envolver a sua de forma terna e confiante, mas também não demorou longos instantes para reconhecer de quem se tratava. Como resposta, o seu peito disparou em mais uma daquelas pontadas imprevisíveis, e ela viu o Wonho distribuir, ao seu lado, um sorriso bonito que dizia algo sobre como ele sempre estaria com ela, ou pelo menos foi isso o que Aeun jurou entender por causa daquela piscadinha encantadora que ele deu, depois disso, com o olho direito.
— Não se preocupe, — Wonho disse baixinho, para que só ela ouvisse, apertando o toque quentinho de sua mão ainda mais — nós vamos vencer.
Contraditoriamente, ouvir a declaração positivista dele foi a principal razão que a fez entender, finalmente, sobre que, no fim das contas, o resultado final daquela premiação nunca tinha realmente importado para ela, de fato. Já que, aquele avassalador aperto no peito que ela vinha sentindo nos últimos dias tinha outro motivo causador.
— Em primeiro lugar, vence a equipe de cor... — Enquanto o pronunciamento do professor se transcorria como plano de fundo, Aeun estava dispersa o suficiente para não entender mais de duas palavras sequer — Azul.
As pessoas ao redor olharam torto e assopraram ao descobrir que, mais uma vez, Aeun e Wonho levariam as medalhas do primeiro lugar para casa e por isso começaram a resmungar descontentes.
— Eu não disse? A gente é, sem dúvidas, imbatível juntos... — Wonho transbordava confiança enquanto dizia com um sorriso branco no rosto.
Enquanto isso, Aeun ficou se perguntando sobre a razão que fez a palavra "juntos", quando dita pela voz bonita do Wonho, soar de forma tão marcante para ela. Foi aí que ela, pela primeira vez, soube o real motivo que fazia o Acampamento de Verão sempre ter sido tão especial.
Não era por causa de nenhuma superstição, amuleto da sorte, ou muito menos pela medalha de ouro para a sua coleção.
E sim, por estarem juntos. Era por causa dele, sim, no fim das contas tudo se resumia no sorriso contente do Wonho depois de um excelente trabalho em equipe.
— Aeun e Wonho venceram a prova mais importante da competição, em tempo recorde, e é por isso que a equipe azul deveria ficar em primeiro lugar... — Aeun só não sabia que o tão lindo sorriso do Wonho não se demoraria para murchar. Mas todos perceberam rápido que existia algo de errado no pronunciamento do professor de educação física. — Deveria porque, segundo denúncias anônimas comprovadas, esses dois andaram trapaceando durante todo campeonato e por isso, como punição, estão desclassificados de todas as provas.
De longe, a garota Aeun observou um certo garoto de cabelos vermelhos balbuciar um "estamos quites, pequenina", fazendo questão de que ela soubesse a autoria das "denúncias anônimas" no instante em que pousou os olhos sobre o mortal sorriso triunfante que ele exibia.
— Por isso, os nossos ganhadores são Hyungwon e Shownu, vencedores da Caça ao Tesouro, da equipe verde. — Uma série de aplausos foram distribuídos à nova dupla de ganhadores, e assim foram distribuídas as medalhas sem muita cerimônia.
Aeun, por outro lado, no fundo sabia muito bem que Kihyun não era do tipo que deixava uma traição passar batida assim, por isso não se surpreendeu com a atitude traíra do menino de cabelo vermelho.
Na verdade, nessa situação, o que mais preocupou a garota foi perceber que existia um Wonho aparentemente muito abalado ao seu lado, triste por ser desclassificado do campeonato mais importante do ano para a equipe azul, e o toque afrouxando em sua mão foi sinal mais que suficiente para que Aeun acreditasse que, sozinha, ela havia sido capaz de destruir toda alegria da última temporada de verão.
🌡☀️🌡
Todos arrumavam as suas bagagens e as levavam ao ônibus de retorno, no momento em que Aeun deixou o vestiário feminino e se afastou um pouco do Acampamento.
A garota agora olhava ao seu próprio redor, vendo muitas plantas e árvores saudáveis que forravam o chão e, somente assim, se deu conta de que aquele era o seu último Acampamento de Verão da vida. Pois, quando saísse do Ensino Médio, a única coisa que lhe restaria eram as boas lembranças.
Entretanto, naquele instante ela se culpou por ter passado a maioria do seu tempo se dedicando a uma vingança mal arquitetada e sem noção, preocupando-se desmedidamente em ganhar uma medalha que nem de ouro de verdade era.
"Por que fui tão burra assim?" — Olhando para o céu Aeun se perguntava, observando a cor azul que tingia seu campo de visão e sentindo uma tristeza aguda por saber que o Wonho também estava triste, por sua culpa.
Às vezes as pessoas passam a maior parte de suas vidas enxergando apenas uma ponta da história, sem ter noção de que a história completa pode ser bem diferente do que elas esperam ser. Para enxergar a história inteira é necessário sair da zona de conforto, assim como Aeun se sentiu ao ser trocada no meio da competição de verão.
Assim, mesmo que ainda tudo parecesse continuar igual, era completamente diferente de antes.
As dores no peito, e a cortante tristeza que ela sentia apenas ao cogitar a possibilidade de ter deixado o Wonho cabisbaixo, provavam para a garota supersticiosa que algo, com toda certeza do mundo, estava diferente nela. Algo tão grande e profundo que Aeun, nem se quisesse, seria capaz de continuar suprimindo. Era inevitável.
Enchia os pulmões de ar fresco enquanto bolava mais um plano miraculoso para trazer de volta aquele sorriso bonito no rosto de Wonho. Não deveria ser tão difícil fazê-lo sorrir, afinal.
Aeun pensou em uma lista de coisas que ela poderia presenteá-lo, só como tentativa de pedir desculpas por tudo o que fez. Ela pouco se importava em se atrasar, ou até em perder o ônibus de volta para casa. Já que, toda a sua preocupação estava relacionada ao menino de cabelos azulados.
Falando nele, ainda meio dispersa Aeun ouviu o movimento de alguém se aproximando e, ao dar para trás observou que era ele quem a estava procurando.
Wonho apareceu com os braços caídos e uma expressão profunda de entristecimento no rosto. Ele olhava para Aeun com medo, como se qualquer coisa que ele pudesse fazer fosse o suficiente para instalar um grande abismo entre os dois.
— Aeunnie..., eu... — começou a falar, torcendo os dedos de nervosismo. — Eu estava procurando você.
— Sério? ..., quer dizer, eu também estava pensando em você e-
— Estava pensando em mim? — a pergunta soou espantosa, como se Wonho não acreditasse no que tinha acabado de ouvir.
— Sim... É que, sobre a competição, você sabe, nós perdemos e-
Aeun, sem rodeios, tocou exatamente no assunto que também estava muito incomodando ao garoto de cabelos azuis.
— E é tudo culpa minha. — Mas, sem antes esperar que ela concluísse a fala, Wonho completou meio apressado. — Porque eu fiz a idiotice de abandonar você sem avisar, e depois disso ainda fiquei morrendo de ciúmes de você com o Kihyun, por isso comecei a jogar sujo na prova de remo e...
— Ciúmes? De mim? — Aeun piscou os olhos repetidas vezes, incapaz de compreender.
— Sim. Eu achei que me afastar de você seria a solução para silenciar a nevasca que acontece no meu estômago, toda vez, quando olho para esse rostinho lindo que você tem. — Wonho falava sem nenhuma hesitação, e essa foi a primeira vez que Aeun o viu sem hesitar. — Mas eu fui um tolo, não dá pra me distanciar de você... Como uma estrela, o seu brilho me atrai.
— O que você quer dizer com isso, Wonho?
— Eu tô aqui para saber se você pode me perdoar por ter fugido de você tipo um covarde, só porque eu não queria assumir Aeunnie... — Mesmo sendo bem mais alto que ela, Wonho não evitou o contato visual enquanto tomava coragem para confessar o que tanto havia guardado em sigilo dentro de si. — Que eu gosto de você.
Ouvir aquela declaração meio improvisada foi o suficiente para deixar Aeun sem chão, sem pensamentos e sem reação também.
— Eu sei que errei feio com você, por isso não espero que retribua os meus sentimentos, só quero que aceite o meu pedido e me perdoe — Wonho continuava a falar como uma carreta sem freios. — Vencer o campeonato sempre foi mais importante pra você do que pra mim, então me perdoe por não ter sido capaz de ajud-
Todavia, antes que Wonho fosse capaz de concluir, seja lá o que fosse que ele quisesse falar, Aeun esticou as pontas dos pés ao máximo que conseguiu, só depois de se aproximar dele o suficiente para puxá-lo para um beijo.
Ela estava mais do que satisfeita por descobrir que Wonho também compartilhava da mesma sensação que ela sentia no fundo do peito. Era uma sensação recém-descoberta, mas que não era menos intensa só por causa disso. Na verdade, a sensação era tão forte que ela sequer pensou direito antes de tomar impulso e colar os seus lábios nos dele.
A sensação de beijá-lo era semelhante como mergulhar em um oceano de cor azul celeste, mas ao mesmo tempo era tão profundo quanto o azul escuro que pinta o céu da noite. Era uma nova sensação, quente e com gosto tropical, e ainda assim era familiar o bastante para que ela tivesse certeza de que seria impossível viver sem ela, depois de finalmente provar.
Assim que o beijo acabou, Aeun se separou e foi capaz de vislumbrar um Wonho completamente estupefato em sua frente. Ele estava até de boca aberta.
— O que foi isso, Aeunnie? — Olhos arregalados olhavam para a garota baixinha e despreocupada, enquanto Wonho jurou que poderia infartar no mesmo instante em que tocou seus lábios.
— A resposta para o seu pedido de perdão. — Aeun levantou os pés mais uma vez, rapidamente, só o tempo suficiente para que pudesse encostar as suas bocas de novo, em um selinho pouco demorado. — Eu também gosto de você, Wonho... Confesso que no início achei que fosse um sintoma de princípio de infarto, mas-
Dessa vez foi Wonho quem a interrompeu, quando por último agarrou as duas laterais do rosto de Aeun e o trouxe para mais perto. Mais perto o suficiente para um novo beijo, desta vez com gosto de azul marino.
— Já tava mais que na hora, hein! — De fundo, completamente inconveniente, Jooheon gritou assim que viu a cena do beijo. — Agora foi que eu entendi pra que todos esses músculos servem. O "Mr Músculo" realmente não perde tempo, viu? ... Quem perdoa é Deus, deu mole é "vapo"!!!
Os dois se separaram do beijo mais vermelhos do que dois pimentões maduros, assim que se deram conta de que eram prestigiados por uma plateia nos fundos.
Kihyun apareceu na cena só para arrastar Jooheon e seus comentários desnecessários para bem longe, jogando uma mochila pesada nele e reclamando como sempre fazia, então os dois e o pequeno movimento de curiosos foram levados até os ônibus escolares.
Aeun descobriu naquele instante que o garoto de cabelos vermelhos não era tão vingativo assim, e ficou feliz ao saber que a amizade entre eles não havia sido destruída por toda confusão.
— Co-como foi que você me achou aqui? — Aeun sabia que ainda teria de encarar os sentimentos que sentia por Wonho, e mesmo morrendo de vergonha ela puxou conversa, não disposta a recuar.
— Sabe, uma vez, para entender o movimento planetário, Isaac Newton inventou o conceito de força gravitacional... — No tempo em que Wonho começou a explicar sobre a física e suas leis, Aeun sorriu contente pois constatou que, embora tudo fosse diferente, nada havia mudado na relação dos dois. — Isso quer dizer que, basicamente, existe uma força que atrai todos os corpos, seja no espaço ou aqui na Terra.
Wonho sorria feito bobo, de um lado a outro, ainda meio que sem acreditar no que estava acontecendo. Mas completamente realizado. Assim, ele fez questão de tomar a mão direita de Aeun, enquanto continuava explicando:
— E foi assim que eu te encontrei. Porque, assim como o Sol atrai a Terra, eu sou completamente atraído por você, Aeunnie, desde que lhe conheci, não importa aonde você vá. — Com a mão livre Wonho organizava os fios azuis de sua cabeça que teimavam em voar com o vento, e Aeun, por sua vez, observou a cena com certa emoção nos olhos. — Porque eu vou estar contigo, como a Lei da Gravitação Universal, em qualquer lugar deste universo gigantesco.
De mãos dadas, os dois caminharam até o ônibus que os levaria de volta para casa, sabendo que aquele era o último Acampamento de Verão de suas vidas, mas completamente realizados com o desfecho da história.
Porque, diferentemente do que Aeun achava, o Acampamento não era legal por causa da medalha de ouro que ela queria para a sua coleção. A alegria do campeonato não se resumia na competição, e sim em todos os momentos bonitos e memoráveis que eles compartilharam juntos.
Na vitória ou na derrota, o que realmente importava era que, no fim, Wonho e Aeun sabiam que tinham um ao outro para confiar. E até Newton e suas leis físicas foram provas incontestáveis de que aquela conexão que os dois compartilhavam era tão inevitável quanto a gravidade. Uma vez que, no fim de tudo, Aeun sempre soube que azul era a cor do seu verão.
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