Aza Nafl
Encarando o obscuro e vasto horizonte, em pleno breu na beira de uma praia pouco conhecida da zona sul de sua cidade, sentindo um leve cheiro fétido do que parece ser peixe morto, apreciando as pequenas pedras e conchas que pinicam seus pés, trazendo uma certa calmaria. Olhando as pequenas ondas e degustando a doçura em seus lábios do refri que acabara de tomar, começara a ser tomado por lembranças, as mesmas que tem buscado esvaecer de sua mente durante os dois anos que se passaram.
Consegue vislumbrar e sentir a gélida pele de seu velho irmão, debruçado no asfalto úmido, cercado por uma pequena poça de sangue que havia saído do buraco de uma bala, cores vermelhas e azuis tomavam o ambiente. Teria sido um acidente? Era claro que não, sabia no que ele havia se envolvido, sempre com a desculpa de que iria melhorar a vida da família, entretanto, só desgraça trouxe.
Lembra que de tudo fez para achar o responsável, para no final, descobrir que o mesmo havia sido morto há muito tempo. "É o ciclo" Uma prostituta havia lhe falado enquanto conversavam na cama "Falam que morreu no mesmo dia, uma loucura".
O sentimento, a partir de então, era um extremo vazio. O que faria agora? Já que sua mãe havia largado tudo e ido embora, seu pai, então, era inexistente. Após muitas luas com pensamentos desordenados, decidiu entrar para uma terapia em grupo, sentia-se mais a vontade quando estava rodeado de pessoas. Fez amigos, havia conseguido achar um lugar agradável onde conseguia conviver, participou de muitas ações caridosas, sempre buscando melhorar, até aceitou o Deus adorado por um conhecido, era nomeado de Poseidon, Netuno, Tupã ou, como também era muito chamado por Carlos, seu companheiro de longa data das terapias, HIneiag aza Nafl, "Também pode substituir o Nafl por Thr''lr" Dizia o pequeno homem, que possuía seus 1,70.
- Em uma noite de terça, se péssimas memórias baterem em sua mente, se aproxime do calmo mar, ele irá lhe recompensar. Com bons sentimentos irá retornar e descansar. Nosso Deus das águas ajudará você com a paz, Na'ah'ehye. -
Como foi recomendado há quatro dias atrás, compareceu até o mar mais próximo. "Deuses não existem, mas é reconfortante pensar que não estamos sozinhos no mundo e, o nosso fim, possui um novo começo." Sua mãe uma vez falou, entretanto agora, nada mais do que uma reflexão enquanto vislumbrava do calmo lugar com seu copo plástico na mão esquerda. O pensamento de acabar com tudo parece consumi-lo.
À poucos metros de distância, enxerga um pálido objeto, aparentando ser um cesto grande, ou até mesmo uma mulher boiando de barriga para cima, claramente era um emaranhado de algas iluminadas pela lua, mas instintivamente, sentiu-se atraído por aquilo. "Vou levar pra casa" Lembra-se de seu falecido irmão quando encontrava algas dispersas na água. Agora, está há apenas 5 metros do alvo, ainda era difícil de identificar, porém, ao se dar conta, repara estar submerso na morna água que fica acima de seu busto, não lembra de como chegara tão rápido naquele ponto, mas isso estava longe de impressioná-lo, inigualável ao que iria se deparar ao olhar para frente. Um achatado, pálido rosto, com textura enrugada, assemelhando-se ao seu irmão e mãe, mas ao mesmo tempo, não o lembrava nada. Apenas encarava a vazia face irreal e imaginária, não sabendo o que lhe esperava. Seria a morte? Uma mensagem? Ou o fato de que conforme o encarava, percebe que ele mesmo era o assassino que tanto procurava.
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