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- II -

Eis que Erastos avistou, em vívido contraste com o fundo violáceo do céu, surgir uma primeira estrela que jamais vira, de alvura sem igual e que aos poucos se agigantava, quando, súbito, reparou que descia à terra.

E um misto de medo e admiração fez seu coração humano bater desritmado e afoito, tamanha a excitação por contemplar aquele evento tão memorável.

Observou então apreensivo a trajetória que a estrela fazia desde o céu, para reparar que lentamente rumou na direção do sagrado Bosque de Kēndapradiz, que naquela época rodeava toda a falda da Muralha Viridente desde a estrada de Maghdom e assomando-se na direção do Norte.

Lá a estrela pousou numa clareira que se iluminou toda, como talvez parecesse um acampamento erguido em meio às árvores e, por muito tempo ainda, Erastos esteve apenas a observar, antes que a própria curiosidade sobrepujasse a exigida cautela em face de um evento tão inusitado.

No entanto, sem que pudesse se conter, ele desceu na direção da luz, ansiando a todo custo ver com os próprios olhos que tipo de aparição se dava no silêncio da Muralha, sem nenhuma possível testemunha, senão ele mesmo, de maneira que fosse algo que talvez não se devesse ver com olhos de mortal.

Esgueirou-se então entre as árvores que por boa parte do caminho lhe serviram de esconderijo, mas que, à medida que a luz se tornava mais intensa tanto que mais próximo de sua fonte, chegou ao ponto de só existirem arbustos e touceiras, atrás dos quais teve que se abaixar para permanecer oculto, enquanto seus olhos não se acostumavam com aquele grande clarão.

E é impossível descrever quão imenso foi seu deleite, quando contemplou a bela jovem, de vestes e longos cabelos tão brancos como jamais vira antes. Nem se comparavam tanto as nuvens do céu, quanto as torres de Thalindari e nem qualquer coisa alva desse mundo à sua alvura. E se ainda fosse possível encontrar algo com tal atributo, certamente que, em beleza, nada e nem ninguém lhe faria jus.

Ajoelhada de frente para uma espécie de jardim ela parecia acariciar e conversar com os lírios-da-lua que cresciam por toda clareira e, por mais, que não conseguisse atinar o que aquela jovem com semelhança de deidade fazia ali, a cena não deixou de parecer a Erastos extasiante, como se se tratasse de uma visão dos mundos acima. E ele se sentiu imensamente feliz, como se doravante sua vida sem sentido nem nobreza estivesse justificada, mas não por ser alguma dádiva deliberada e arbitrária que recebia, mas como se, desde sempre, o tivesse merecido.

Naquele mesmo instante soube que a queria, que a tamanha beleza e graça daquela ninfa não poderia pertencer a nenhum outro senão ele mesmo, desconsiderando em sua fantasia a própria debilidade em fazer valer tal aspiração, se de fato a jovem a sua frente fosse uma deusa.

E assim, transido em desejo, quis erguer-se e tomá-la em seus braços no mesmo momento, sem nem ao menos ter um refúgio nem na terra e nem no céu, onde enfim se esconder da ira dos deuses por tamanha ousadia.

Antes, todavia, que adentrasse à clareira ou mesmo que a deidade de vestes alvas percebesse sua enxerida presença, eis que sentiu como que dedos gélidos rastejando por sua nuca, até que eles se fecharam com força descomunal, arrancando-o do chão.

E como se Erastos fosse um brinquedo em suas mãos, a desconhecida virou o rosto dele em sua própria direção para que pudesse contemplá-lo. Na expressão dela, o jovem ghmane viu que havia apenas asco como se segurasse uma ratazana ou um cão sarnento, mas, ainda assim, e assombrado por ela, Erastos percebeu-lhe a semelhança com a bela deidade branca da clareira atrás de si, mas que isso se resumia apenas às feições, contrastando àquela, no entanto, por ter cabelos ruivos e vestes vermelhas, além de um olhar repleto de malícia.

Todo esse movimento agitou o bosque de tal maneira que as aves saíram em revoada com grande alvoroço, chamando enfim a atenção da ninfa que se entretinha com seus lírios-da-lua.

– Irmã!? – exclamou a deidade branca para a ruiva. – O que fazes aqui? E por que capturaste esse homem?

– Minha irmã e senhora, creio já ter-te alertado dos perigos desse mundo que espreitam até mesmo a nós, filhas do Grande Aythir. O Mal ronda a existência e sobre quem, senão os deuses, há de querer proclamar sua vitória, antes de pôr um fim a todas as coisas?

– Não careço, todavia, que me vigies! – protestou.

– Não sejas teimosa, irmã! Ainda que nosso pai te tenha dado o seu cetro nessa Gesta, mal te apercebeste que um reles mortal se acercava sorrateiramente de ti.

E nesse instante, Erastos se sentiu pela primeira vez desprezado pelos deuses e, com as unhas da ruiva cravadas em seu pescoço, de onde seu sangue escorria em grande quantidade, como se sua existência escorresse com ele, quis chorar por não ter forças para fazer valer seu desejo de sequer tocar naquela luminosa deidade do Bosque de Kēndapradiz.

– Não o machuques, irmã. Se houvesse perigo de me fazer algum mal, certamente que eu o perceberia, pois tenho o cetro de meu pai. No mais, é apenas uma frágil criatura que não pode nos fazer frente, ainda que me desacautelasse dele. Solte-o para que sua tênue vida não se rompa por descuido teu. Não convém a nós abreviarmos sua existência fugaz, por respeito de Aldamā, nossa irmã.

E a ruiva gargalhou, jogando logo o jovem na direção das flores da deusa alva.

– O que nossa irmã tem com isso, Kanda? Esta criatura descende de meu rubedo, que corre em suas veias dando-lhe vida. E como outros tantos iguais a ele, surgiu para meu entretenimento, quando eu tinha o cetro de nosso pai.

– Se descende de tua criação, torna-se mais escandaloso que venha a matá-lo! – disse a ninfa de branco, chocada com a visão do jovem que esmagava e tingia de vermelho seus impolutos lírios-da-lua.

Imediatamente ela o retirou de lá, sendo que seu simples toque o curou dos ferimentos infligidos pela queda violenta, repousando-o ao lado do canteiro. E diligente se pôs a restaurar seu jardim, reavivando os caules que se haviam partido, bem como limpando o sangue que lhes sujara as pétalas.

Diante disso, a deusa de vermelho riu da irmã, observado seu zelo aflito por recuperar aquele inútil jardim.

– Do que ris, minha irmã? – perguntou Kanda.

– Nada que mereça comentar. Todavia assim como eu engendrei homens para zombar das aberrantes criaturas de Aldamā, a de prole bestial. Tu talvez faça o mesmo comigo, erguendo do chão flores e heras que um dia hão de declarar guerra à humanidade e destronarão os arrogantes magos de Thalindari. – E gargalhou então como se se tratasse de assunto trivial.

– Jamais uma coisa dessas sucederá em minha Gesta. Minhas flores e ervas existem para curar alma e espírito e, enquanto eu tiver o cetro, nenhum monstro haverá de surgir nesse mundo, nem se erguerá para combater quem quer que seja. – Havia firmeza e convicção nos doces olhos de Kanda. Era certo, todavia, que Aythila a Vermelha julgasse essas palavras apenas frutos da inocência de sua irmã. Mas ela, a seguir, revelou-lhe o justo motivo de sua convicção: – É por isso que selei um pacto com os magos, permitindo que conduzissem seus irmãos, desde que não fossem tirânicos para com eles nem irreverentes para com os deuses dos mundos acima.

Sem qualquer discernimento do que diziam as belas Gêmeas, Erastos se ergueu como a querer revelar à deusa branca finalmente quais sentimentos transbordavam de seu coração desde que a vira, mas subitamente pareceu a si mesmo apequenar-se e se tornar algo repulsivo como um inseto, de modo que se calou envergonhado e humilhado de ser quem era.

– Saia daqui! – enxotou-o Aythila nesse momento. – Não ouse dirigir seus balbucios à minha irmã e senhora Kanda. Dê-se por satisfeito por estar vivo já que tiveste a honra de que a deusa suprema desta Gesta tenha se ocupado um mísero instante de ti, não permitindo que morresse hoje. E saiba de uma vez por todas que não deves te intrometeres em assuntos reservados aos deuses, pois nada és para nós senão um tênue sopro de vento.

– Não seja tão dura com o rapaz, irmã, – pôs-se em defesa dele a outra deusa uma segunda vez. – Saiba que mesmo a mais amena brisa carrega a força de nosso pai, o Grande Aythir, e serve de elo na corrente perene das Gestas.– Explicou Kanda, magoando ainda mais o coração orgulhoso de Erastos com sua compaixão. E a seguir despediu-o, com a indiferença de um ser por demais elevado: – Vá, rapaz! Com a minha benção torna-te tão grande quanto couber grandeza em teu espírito!

– Tsc! – Fez pouco-caso Aythila das palavras da irmã.

Erastos ainda pensou em dizer alguma coisa, mas sua vergonha por não ser nada diante dos deuses lhe dava também a justa medida de sua insignificância para Kanda e que, por mais que se esforçasse, jamais atingiria a grandeza necessária sequer para espreitá-la furtivamente, pois a cruel Aythila e quiçá todas as deidades a vigiavam.

E nesse dia, um dia de desdita, o caminho pelas colinas de volta para sua aldeia foi triste e melancólico, conquanto tivesse testemunhado ele próprio coisas dignas dos mais célebres cânticos, coisas que nas lendas eram reservadas apenas a grandes heróis. E certamente, Erastos era tudo menos um herói.

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