Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

- I -

É desta terra oriental que os anciãos do povo yemir, chamados os ruivos do meio, das Florestas de Gasht, diziam ter vindo as informações sobre a origem do cruel e irascível Erastos, que nascera na época em que os magos de Thalindari governaram o mundo todo. Aliás era a eles próprios que atribuíam ser a fonte das lendas contadas sobre esse personagem terrível da segunda era, célebre sobre a alcunha de o Vilão.

Muito amiúde, os relatos antigos consideravam como o começo de tudo o fato de o tal Erastos ter tido desde cedo o hábito incomum de perambular solitário pelos montes da Costa Dourada.

Com efeito, logo que atingira idade suficiente para não ter que render aos pais satisfações, ele esperava tão só o término de seus afazeres na ferraria para, antes de voltar para sua casa numa aldeiazinha da parte sul do vale de Izi'avon, subir pela trilha levemente íngreme que levava às colinas baixas e verdejantes do rumo oeste, as quais guarneciam aquela parte da baixada como uma espécie de muralha natural.

A Muralha Viridente: era assim mesmo que as chamavam aqueles que viviam na milenar cidade de Thalindari que se erguia orgulhosa na direção oposta, de frente para as colinas. Todavia, tanto para os aldeões do entorno, como para o próprio Erastos, indivíduos rudes e pouco afeitos ao palavreado rebuscado dos eruditos da Cidade Lótus, o apelativo daquela tênue sequência de morros era o singelo "brogninim", ou simplesmente "os montinhos".

"Que tal irmos hoje brincar nos montinhos!" - Ousava no início convocar seus amigos quando ele mesmo não passava de um garoto mirrado.

Ouvia, a isto, as mais diversas desculpas, mascaradas em ocupações triviais: "Tenho que ir auxiliar meu pai", "Vou à cidade", "Descascarei batatas para o jantar", "Torci o pé". E assim seus amigos distratavam o que por pura recreação haviam combinado com desmedida bravura.

E poucos eram sinceros a ponto de lhe dizer em resposta:

"É que tenho medo de lá."

E foi assim, até que ele mesmo desistiu de ter a companhia deles, já convencido da covardia de seus paisanos. Embora, no fundo, fosse bem natural que qualquer um tivesse medo daquele lugar ermo e gélido, mesmo se se tratassem de pessoas adultas, pois os anciãos da aldeia haviam alertado certa feita que num passado esquecido todo o mal do mundo passara por lá enquanto se esgueirava em direção ao leste e, logo que chegasse uma era tal em que fosse iminente a queda dos Magos, haveria de transpor os montinhos mais uma vez, como se se tratasse de um caminho natural que o Caos percorria de tempos em tempos na sua ânsia insaciável de destronar Seylon, o deus de olhar ofuscante.

A advertência, no entanto, soava a Erastos como um desafio excitante e um convite à aventura. E talvez por ter esse espírito aventureiro e por não tolerar a monotonia e insignificância da vida em Mlaksil, Erastos começou a ir sozinho àquele lugar.

Sendo que talvez algo dentro dele o impelisse a buscar a todo o custo a solitária liberdade que ali habitava, tanto que passou a supor, à partir de determinado momento, que a Solidão dos brogninim que tanto amava e que lhe dava a doce sensação de poder toda vez que a sentia "ao seu redor", talvez fosse "uma entre os primevos".

Ou seja, fosse daquelas entidades que por vezes sem forma, incorpóreas mas sencientes, surgiam nas lendas, e sendo tão antigos e poderosos quanto o pai-dragão Jamasur, vinham corromper o coração dos homens.

Se isso fosse verdade, constatava resignando-se e sem esboçar lamúria, não poderia mais escapar de seu encanto, pois amava e se deleitava na Solidão.

E isto, de certa maneira, servia também ao jovem como justificativa para si mesmo ao transgredir o interdito dos anciãos de Mlaksil, sem se dar conta de sua autoindulgência e imprudência.

*

Isso posto, no famigerado dia do augúrio, como cantavam os bardos de outrora, não houve nem desvio e nem contrariedade no caminho de Erastos. Pois larga é a via pela qual os incautos avançam!

Após duas horas de caminhada pelos montinhos ocidentais em boa marcha, finalmente o jovem camponês chegou ao "altivo" terceiro monte, o ponto mais alto da Muralha Viridente.

Nesse lugar, ele, como sempre fazia, simplesmente deixou seu corpo extenuado cair, mantendo os braços abertos como se se tratassem das asas de um imenso pássaro, lançando-se ao voo.

O impacto contra o chão era, no entanto, parcialmente reduzido pela relva abundante que o revestia, mas, ainda assim, forte o soficiente para aquela prazeirosa sensação de existir percorrer todo seu corpo.

E era então que Erastos ria. E ria apenas por estar vivo e não temer nada, nem mesmo a morte.

Ele era certamente muito forte fisicamente já nesses tempos, embora pertencesse a uma casta inferior dos homens de Nórya, chamados ghmanim.

Notavelmente, com cerca de duas varas de altura, era tão alto como um nobre maghi de Thalindari, embora suas expressões fossem bem mais naturais e espontâneas do que as deles, fielmente a qualquer raça humana, ao contrário dos eruditos da Cidade Lótus, cujos rostos estranhamente eram rijos e inexpressivos como que revestidos por uma máscara de marfim reluzente e liso, a esconder suas existências milenares com uma juventude e beleza artificiais.

Por certo, que os ghmanim como Erastos tinham ligações ancestrais com os thalindarianos, já que eram de raça noryana, mas esses não tinham muitos interesses ligados a seus irmãos, não fosse de usá-los como seus serviçais em trabalhos que eles mesmos não viam valor, embora se justificassem pela necessidade trivial que lhes era inerente.

Não que os maghim fossem cruéis ou destratassem seus insignificantes irmãos, mas eram muito práticos e quase desconheciam o sentido da palavra empatia, sobretudo com aqueles que não viviam dentro dos muros de Thalindari.

A propósito, convém esclarecermos esse tipo de coisa um pouco mais a frente, não nos adiantemos! Por ora, basta dizer somente isso para entendermos o quão pouco era relevante um homem como Erastos naqueles dias da Segunda Era. O que justificava também a sua rudeza e seu pouco conhecimento do mundo e dos mundos acima, em comparação à profunda ciência que os magos cultivavam na Cidade Lótus.

Sendo tudo isso insuspeito para Erastos e muito distante de seus próprios interessess, ele ficou um tempo deitado no chão, numa atitude quase religiosa de tão reverente.

Ele sabia que ficando assim em breve conseguiria sentir aquela força misteriosa que dimanava da terra e que, através da relva, mais uma vez faria diminuir as dores de seu corpo, renovando-o, ou melhor, revelando-o em toda sua vitalidade e vocação.

Depois disso, num gesto ágil, ele se ergueu parcialmente do chão e se deleitou com o cenário que se espraiava ao leste dos Montes Viridentes: a flor branca de Thalindari, desabrochada como um Lótus, com suas torres de pétalas, tendo por moldura as águas cálidas do Golfo dos Magos, banhadas em luz dourada pelo sonolento Seylon, que já se recolhia aos seus arroxeados aposentos celestiais muito além das terras de Enoē, que estavam do outro lado do Mar Interior.

Tal espetáculo para o jovem constituía uma espécie de epifania, sentindo-se elevar a si mesmo ao Palácio do Grande Aythir de insondáveis pensamentos.

Evidentemente que jamais confidenciara esse devaneio a quem quer que fosse, sob a pena de o julgarem blasfemo para com os deuses e o exilarem por temer-lhes maldições ou sua ira.

De toda maneira, ele mesmo não os receava e nem via mal algum em compartilhar furtivamente das recreações diárias das deidades. Com efeito, apenas as apreciava, nada mais querendo que fruí-las e não certamente furtá-las, para merecer algum castigo.

Há de se dizer que esse era o propósito de Erastos, filho de Gon o Ferreiro, em seus dias na Segunda Era dos Homens. Mas no dia predestinado, aconteceu algo inusitado, algo que para sempre mudaria a dinâmica das Gestas.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro