2. Se daqui a dois dias, se daqui a mil anos
Theo havia desaparecido.
Uma forte onda de desilusão me atingiu, fazendo com que minha força de vontade se esvaísse de uma só vez. Por mais que tentasse, não conseguia entender o que tinha acontecido com ele, nenhuma de minhas teorias faziam sentido diante de tanto silêncio. Haviam certos obstáculos que dificultariam um encontro entre nós, barreiras que seriam difíceis de serem ultrapassadas sem uma dose a mais de determinação.
Porém, nós tínhamos um plano, um encontro marcado.
Quando a porta do silêncio fechou-se entre nós, a reconfortante cortina de ilusão despencou diante de mim.
Não tínhamos nada, pude então constatar.
Não poderia ir atrás dele caso quisesse, isso seria muito perigoso para nós dois. A vontade de esperar na esquina de sua casa, fazer uma vigília em seu portão ou invadir sua aula na faculdade sorrateiramente teimava em queimar dentro de mim.
Havia uma chama incessante dentro de mim, seria incapaz de negar ou ignorar tamanho ardor.
Por mais que minha cabeça dissesse que era loucura insistir naquela ideia, meu coração insistia e permanecia firme na ideia de esperar que ele viesse.
Theo viria ao meu encontro, sim ele viria. Apesar do medo, dentro de mim, em meu âmago havia essa certeza irrefutável.
Sentia-me desconfortável quando minha mente reunia todos os esforços que cabiam em meu raciocínio lógico para comprovar com todas as letras, fatos, casos e causos para meu bobo coração iludido o quão certa estava; mas apesar disso - bem fundo - nos esconderijos de minha alma aquela certeza, como um fio de água insistente que nunca cessa vindo de uma torneira defeituosa, sussurrava em meus ouvidos que havia mais para mim.
Mais de mim, mais de Theo, mais de nós.
O maior problema era quando, em que tempo ou momento isso aconteceria.
Haviam muito mais coisas entre nós dois do que apenas nossa vontade de estar juntos. Sentia-me envolvido em um drama épico, como a história de Romeu e Julieta, ou alguma outra novela dramática de tempos muito distantes.
Precisaríamos ultrapassar as barreiras do tempo para poder viver o que nos esperava?
Dali a mil anos, talvez, o que sentíamos não seria mais motivo para o despertar de tamanho ódio e ressentimento. Talvez, se dali mil anos pudéssemos viver o que sentíamos de forma plena, também poderíamos ficar livres da vergonha. Finalmente libertos da maldade alheia que teimava em fazer ruir nossas esperanças, por menores que fossem.
Ah, Theo... Por quê você não veio?
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