"Os sorrisos deles te contagiaram, não foi? A vida está cheia de momentos alegres antes da tempestade. Eu sei muito bem como é isso, porém... só podemos observar e esperar que eles consigam lidar. Afinal, a gente não sabe como vai ser, só sabe como é!"

🔮Narradora C.🔮

Rodrigo está ofegante, com as mãos nos joelhos, respirando fundo. Do seu lado, Carlos está em pé, com o rosto para cima, as mãos na cintura, tentando recuperar o fôlego depois de fugir de Thays.

"Você acha que conseguimos despistá-la?"Rodrigo pergunta ofegante.

"Claro, mano, corremos que nem amantes na casa do marido!"diz Carlos, colocando a mão no peito.

"Cara, como você pode ter esquecido o dia em que a conheceu?"Rodrigo pergunta sem julgamentos, afinal, ele também não é bom com datas.

"Foi sem querer! Como o ano está acabando, pensei em uma maneira de todos se reunirem. É o último ano que passaremos juntos."Carlos vai até um poste e apoia-se nele, colocando a mão enquanto respira fundo.

"Eu sei... cada um vai para um lado, é quase impossível manter contato. Mas vamos tentar ao máximo sair e nos reencontrar. Então, foque mais na Thays, porque você vai vê-la muito mais quando a escola terminar. Deixe a nossa reunião para depois!"Com o fôlego recuperado, Rodrigo coloca a mão no ombro de Carlos.

"Você sempre pensa dois passos à frente, sempre vai pela lógica! Eu não sei se isso é bom, já que você deixa seus sentimentos de lado." Carlos também coloca a mão no ombro de Rodrigo.

"Não se preocupe, não sou insensível, apenas escolho a melhor opção. No seu caso, você namora a Thays, então é óbvio que a verá com mais frequência!"Rodrigo responde com confiança, mantendo sua voz neutra.

"Mano, você é... incrível, é o pika-cérebro!" Carlos puxa Rodrigo, e os dois continuam andando apoiados um no outro.

"Olha o linguajar, Carlos!"Rodrigo retira a mão do ombro de Carlos e a coloca no bolso.

"Você é uma existência incrível, meu nobre! 🎩🧐"

"Desisto de você com todas as minhas forças! 🙄🤦🏻"

"EU ACHEI VOCÊS! 🗣" Uma voz feminina é ouvida atrás deles.

Nesse momento, os espíritos de Carlos e Rodrigo congelam, só pensamentos vêm à mente deles. RODRIGO: "🥺 É hoje que viro coco ralado." Carlos começa a chorar e pensa: "😖É hoje que ela me castra, desculpem soldadinhos!". Para sorte deles, não era Thays, era Giovana, uma garota com cabelos longos e pretos, camisa branca de manga comprida, colete preto e gravata branca.

Giovana:

"Eu procurei vocês por toda parte!"ela começa a ajustar a manga da camisa para cima.

"Você é maluca, Giovana, chegando de surpresa, pensando que está em um filme de terror? Eu estava até dando um discurso para os meus soldadinhos, que não iam ver a luz de um úte... digo, túnel!"Carlos balança Giovana devagar.

"Você voltou a fumar, seu doido? Rodrigo, acho que você precisa ajudar o Carlos de novo!"Giovana vira o rosto e fica surpresa.

Giovana olha nos olhos de Rodrigo, que estavam vermelhos, e ele parecia estar distraído, com uma expressão relaxada. Giovana segura a manga da camisa de Carlos.

"Carlos, seu estrume! COMO VOCÊ FEZ O RODRIGO FUMAR???!!!"ela puxa a camisa e olha séria para Carlos.

"Do que você está falando? Socorrooo!!!! Essa mulher está assediando minha camisa!"Giovana sacode Carlos.

Carlos é balançado várias vezes para frente e para trás em câmera lenta, então, uma mão toca Giovana.

"Giovana, chega! Eu não usei drogas, só estava aliviado por não ser a Thays! Eu não sou igual a esse hippie falsificado!" Rodrigo segura com firmeza o braço de Giovana e o retira suavemente.

"Hippie falsificado é o seu óculos, seu tapado!"Carlos mostra o dedo do meio.

"Enfim... por que você está nos procurando?"Rodrigo vira as costas enquanto Carlos faz caretas.

"É isso mesmo! Acabei esquecendo..."Giovana bate com o punho cerrado em uma mão aberta, Carlos fica agachado e, com um dedo no chão, faz um gesto circular porque foi ignorado.

"Fui julgado e ignorado! Bando de cuzões."Carlos faz um bico.

"Por onde andaram vocês? Esqueceram? Hoje teremos uma prova."Giovana cruza os braços.

Rodrigo e Carlos imediatamente veem uma imagem de um "avião se chocando contra um apartamento", seus olhos se arregalam, e eles gritam:

"COMO ASSIM?! UMA PROVA?!"

Eles seguram o braço de Giovanna, puxam e começam correr loucamente junto com ela, discutindo:

"Oh, seu projeto de gótico, por sua culpa por ter esquecido o aniversário de namoro, estamos nessa situação!"

"Ah, seu branquelo idiota, vai beijar o Latrel!"

"Giovana, o que está fazendo aí atrás? CORRE!" Rodrigo olha para a amiga enquanto corre.

Giovana corre com o celular na mão, ligando para alguém.

"Alô! Josimar"diz Giovana.

Um jovem de pele escura, com uma camisa preta de mangas compridas e um símbolo de raio branco no peito, um cinto amarelo, calças pretas e uma pulseira amarela, com cabelos escuros arrepiados para cima, como um topete penteado para trás.

"Josimar, eu preciso que distraia o professor antes que a gente chegue. Encontrei o Rodrigo e o Carlos."disse Giovana.

"Certo, pode deixar comigo."responde Josimar.

Giovana desliga a ligação e continua:

"Rodrigo, avisei o Josimar, ele vai distrair o professor até a nossa chegada!"

"Ótimo! Se ele conseguir distrair um pouco, já será suficiente para nós chegarmos."Rodrigo agradece e olha para Carlos:

"Corra, seu doido! Quando estava fugindo de Thays, corria como o diabo foge da cruz."

Os jovens correm com toda a velocidade, viram três esquinas. Rodrigo corre, pula, firma a ponta do pé em cima de um hidrante e segue correndo. Carlos observa isso e, correndo em linha reta, avista um banco de madeira, tenta pular, mas acaba subindo e gritando: "Parkour!"

"Será que o Josimar está conseguindo distrair o professor?"pergunta Giovana.

Enquanto Giovana fala, Carlos começa a ser perseguido por um cachorro caramelo.

"Sai daqui, vira-lata, não tenho pedigree! Se continuar, eu castrarei você!"

O cachorro arregala os olhos e sai correndo.

Enquanto na escola, a distração... bem.

"Eu já te disse, professor, com toda a convicção! A Terra é plana!"Josimar exclama alto na sala de aula.

"Josimar, pela última vez, a terra não é plana!", o professor coloca a mão na testa.

"Se a terra não é plana, então por que não dormimos encolhidos como tatus-bolinha?",Josimar olha sério,enquanto os alunos, pergunta-se: Josimar tá enrolando pra não fazer a prova ou esqueceu de "tomar os remédios hoje"

O professor franze a testa como uma capivara recém-acordada, abre uma gaveta e tira três imãs: um em forma de esfera, outro em formato de bolinha pequena e o terceiro quadrado. Ele veste uma camisa branca de manga comprida com gravata listrada azul e preta, sendo gordinho, calvo no topo da cabeça, cabelos nos lados e um bigode robusto. Com seriedade o professor continua:

" Preste atenção, Josimar! Você conhece a força gravitacional da Terra! Olhe estes imãs: a bolinha representa os humanos, a esfera é a Terra e o quadrado simboliza a terra plana. Quando colocamos a bolinha na esfera, ela faz um contorno completo; se a colocamos no quadrado, vai em linha reta sem conseguir completar a volta. Se a Terra fosse plana, só poderíamos acessar a parte superior, como a bolinha na chapa, que vai apenas em linha reta. Já a esfera permite movimentos em várias direções. Isso prova que a Terra é redonda, já foi cientificamente comprovado. Espero que aprenda para não passar vergonha no futuro. Agora, sente-se que vou aplicar a prova!"

Josimar silencia, senta-se na cadeira sob a pressão do momento, todos os alunos observando. Uma sombra cobre a visão de Josimar enquanto este abre lentamente a boca.

"Professor, você não acredita em Deus, né? Só na ciência? E se evoluímos dos macacos, então humanos são uma espécie de macaco?"

Ao levantar a cabeça, Josimar vê a sombra desaparecer de um olho, e o professor, com as provas à mesa, dá um passo atrás.

"Josimar, não vou discutir isso agora. Preciso aplicar as provas!"

Sob pressão, Josimar ergue-se lentamente da cadeira.

"Não! Você mencionou que eu deveria aprender, então tenho essa dúvida sobre o Big Bang!"

O professor coloca as provas na mesa, e Josimar confronta-o com palavras surgindo atrás dele, transformando-se ao estilo Jojo's Bizarre Adventure. Josimar, antes magro, torna-se fisicamente mais robusto, e o professor também - os traços se ajustam com uma aura tensa.

"Professor, falou sobre passar vergonha, mas me diga, argumentar que a Terra é plana é diferente de afirmar que a vida surgiu de uma explosãozinha?"

As palavras de Josimar aparecem atrás dele, e o reflexo dos óculos do professor brilha.

"Certo, Josimar, venha tirar suas dúvidas, como fiz com o modelo da Terra plana."

Josimar avança em pensamento: "Amigos, ganhei um pouco mais de tempo, mas não sei até quando. Venham logo!" Dirige-se à mesa do professor, congelando a imagem com o pé levemente elevado em direção ao professor, sentado com mãos entrelaçadas perto do rosto e óculos refletindo luz.

Continua...