Cap 3. Raiva.
2 de setembro de 2014, terça-feira.
— Essa manhã um homem foi encontrado morto a facadas na esquina da 59 com a Thomas Edson. A polícia ainda está investigando o caso, mas se sabe até agora é que... — A televisão fora desligada abruptamente, sem mais nem menos.
— Esse poderia ser o seu pai! — Disse uma mulher correndo para pegar o controle da televisão e religá-la às pressas, nervosa.
Margareth Blackweel era uma mulher simples, bonita, inglesa de nascença e "cientista" de formação.
Os últimos dias para ela estavam sendo insuportáveis, triste afinal após o desaparecimento de seu esposo, não conseguira dormir direito, e acabou se tornando uma viciada em noticiários, principalmente os que mais comentavam em tragédia, pois não acreditava que ele seria capaz de fugir de casa, logo, mesmo tentando ir contra a esse pensamento, cria que o pior tivesse acontecido.
Mas para Thales a realidade já era diferente. Para ele, seu pai tinha fugido com outra, tinha provas o suficiente para levar a crer nisso, principalmente quando o pegou traindo sua mãe em seu emprego, em uma das salas do museu de história natural de Autumnfall.
Gostava do seu pai, não o tinha como um ídolo como a maioria dos jovens sonhadores, mas após isso, toda a imagem que ele tinha de seu progenitor havia se estilhaçado em milhares de pedaços.
E convenientemente, nas férias que ele descobriu tudo isso, seu pai desapareceu.
Não precisava ser um aspirante a investigador para entender o que tinha acontecido e, diferente do que fazia com sua mãe, Archer Blackweel ainda mantinha contato com o seu filho, tentando conseguir o seu perdão, afinal ele precisava de alguém para levar os arquivos de seus estudos para quer que ele estivesse ficando agora.
Canalha.
Não sabia como dialogar a respeito disso, mas não aguentava mais ver sua mãe sofrendo a respeito do assunto. Como alguém teria coragem de trair uma mulher tão doce e gentil quanto ela?
Por certo Thales não entendia muito bem como funcionava um casamento e só tinha namorado uma vez na vida, vez essa que adoraria esquecer, contudo, não achava certo isso, e se alguém houvesse se disposto a algo daquele nível de entrega como um casamento, deveria leva-lo até o fim.
— Não mãe! — Finalmente Thales explodiu. — Não é o papai! — ele gritou. — Não tem como ser o papai!
— Como você pode saber disso, Thales?! — Aos prantos, a mulher correu para ele, segurando a sua blusa fortemente, escondendo seu rosto choroso sobre o seu peito. — Como você sabe que esse homem não é o Archer?
— Eu... — Desviou os olhos. — Não... — Então se virou com um movimento rápido, fazendo sua mãe lhe soltar. — Ah, dane-se! Estou indo para a escola! — E mesmo sem ter tomado café da manhã, Thales apenas jogou a mochila nas costas e saiu de casa, sem olhar para trás.
Sua mãe gritou algumas vezes o seu nome, mas não adiantou e ele apenas continuou andando ignorando os gritos, se sentindo péssimo por tudo isso. No final tinha acontecido de novo, e ele não havia conseguido falar para a sua mãe toda a verdade sobre o que sabia de seu pai, então dessa forma, como seria capaz de dizer sobre a outra coisa? Ser inquerido a depor sobre o assassinato de alguém?
Quando foi que eu me tornei tão covarde? Thales pensou enquanto atravessava a rua.
Ainda faltava uns bons minutos antes de realmente ter de se preocupar em ir à escola, diferente da maioria do grupo, morava perto, assim como Emily, logo, sair quase uma hora mais cedo era bem inútil para ele.
Suspirou, sentindo de novo toda a culpa por não ter dito nada consumindo o seu corpo, o que o fez correr sem direção alguma, apenas queria fazer o som de seu coração e respiração mais alto do que o som de seus pensamentos, mas feliz — ou infelizmente — em um mundo em catástrofe, nada acontece sem um motivo.
Quando parou, apoiou as mãos nos joelhos para puxar melhor o ar, exausto, e quando deu-se por si, tinha corrido tanto a ponto de chegar em uma das quatro praças.
O dia ainda estava começando a esquentar ainda, o sol tímido no céu deixava apenas seus raios sutis esquentar o gramado, o asfalto, e tudo que tocava. Era apenas sete horas e, para o horário da escola ainda faltava uma hora completa.
Uma pequena medida de tempo, uma na qual não se podia fazer nada a respeito, a não ser esperar.
Aquilo ainda lhe trazia certas lembranças, do tempo em que seu pai o trazia ali com um skate, e se divertia vendo-o cair e levantar para dominar a arte daquele veículo, e então, nunca mais caiu por equilíbrio, e foi então que seu velho trouxe para ele as primeiras competições.
Nunca tinha ficado em primeiro lugar, mas no seu auge, alcançou uma medalha de bronze, o que até hoje era o orgulho da sua família.
— Velho maldito. — Ele disse, ainda com a respiração descompassada, e então, tratou a subir em uma das rampas para se sentar lá em cima.
Mas quando o fez, se surpreendeu com uma caixinha de madeira deixada ali a esmo, sozinha sobre o alto lugar.
O que será que tinha dentro? De quem era aquilo?
Olhou para os lados, mas apenas volte e meia passava-se um carro nas ruas, nada de pessoas andando, nada de jovens com skates nas mãos, bicicletas ou qualquer outro veículo de esporte radical.
Suspirou com aquilo, declarando a sua curiosidade como a vencedora daquele embate.
Então abriu a mesma, não se surpreendendo quando achou nada mais nada menos do que uma caixa vazia, com um forro felpudo escarlate por dentro.
Mas embora sem pertences, no meio da mesma ia descrito em letras douradas no escarlate, "Hanna B." circulado com a mesma cor das letras.
E não só isso, mas quando parou para analisar a tampa da caixa, tinha uma foto ali, uma foto em preto e branco, já amarronzada pelo tempo, mas nela, havia uma moça com um vestido de girassóis e um belo chapéu na cabeça. Ao lado dela, uma mulher de uns... trinta e cinco, trinta e seis anos. Os cabelos dessa um pouco mais longos que os seus ombros eram de um azul claro que se escurecia um pouco conforme o decorrer do comprimento, e uma bandana amarrada no pescoço.
Mas o mais surpreendente disso, a foto era antiga, e não só no aspecto, mas nas coisas que representava em seu fundo.
Era... exatamente a mesma praça que estava agora, mas as árvores eram bem menores e, a rampa de skate cujo qual estava sentado em cima ainda não estava finalizada.
— Mas que porra é essa? — O garoto pensou franzindo o cenho, mas não deixou de tirar uma réplica daquela foto com o seu celular, morrendo de dúvidas e novamente, aquela maldita sensação de dejà vú, forte o suficiente para fazer-lhe imaginar os cheiros dos girassóis que cresciam ao norte nas terras de Autumnfall. — Quem é você realmente, Hanna?
***
Logo no seu segundo dia de aula, Bruce já não se sentia muito bem, tinha acordado estressado e atrasado, mas ao menos ia de carro, o que facilitava sua vida, se não fosse por Gwen, talvez estivesse dormindo até agora.
Para piorar, tinha ouvido a discussão de seus pais por telefone bem cedo, e lembrava-se claramente do quanto eles se opuseram a deixar Gwen ir para escola nas próximas semanas naquela noite, o que o fez ter um forte atrito com eles, e também ter de prometer mais de mil vezes que ficaria de olho nela.
Resolveu mandar uma mensagem para Ross falando sobre o ocorrido, e seu amigo riu da cara dele por ter dormido de mais. Em contrapartida, durante toda a conversa Ross o chamava de herói, pois mesmo atrasado iria busca-lo, impedindo que o moço pegasse um dos dois ônibus escolares que buscavam os alunos, ou mesmo ter de pegar um outro tipo de transporte, como o ônibus da cidade, ou o bom e velho caminhar até o colégio.
A escola estava cinzenta naquele dia, o clima parecia ser facilmente cortado por uma faca e, mesmo que não quisesse, não sabia muito o que fazer a respeito disso, nada além do que continuar indo, se esforçando.
Thales, Becky, Jake, Hanna, Abigail e até mesmo Owen tinham faltado esse dia, não conseguia encontrá-los em lugar nenhum, e nenhum deles atendia as ligações ou mensagens, o que o fez suspirar.
Se está ruim para mim, imagine para eles pensou, tentando prover alguma forma de consolo a si mesmo.
— Hey?! — Um rapaz esbarrou com ele no corredor, fazendo com que Bruce derrubasse seus livros de inglês. — Onde está a sua amiguinha assassina?
Bruce o olhou bravo, cerrando os punhos na mesma hora. Era um dos caras mais babacas de toda a escola, Jacob Handsen.
— Precisa mesmo disso? — Ross tentou intervir entrando no meio dos garotos, mas o outro não estava nenhum pouco a fim de deixar barato.
Bruce usou de toda a sua calma para abaixar, e junto a Ross pegar todos os livros que haviam caído no chão claro do colégio.
— É sempre assim, não é Bruce? Sempre com a cabeça baixa pelos seus amiguinhos de merda. — Jacob comentou rindo.
Bruce se levantou irritado, mas Ross o empurrou para trás tentando impedir de deixar seu amigo brigar.
Jacob era um moço bem grande, literalmente ganhava uns trocados como segurança de uma loja quando não estava treinando para no time de futebol americano, mas nada com que Bruce já não tinha de lidar naturalmente, afinal, derrubar seus adversários era uma de suas funções no campo.
— Cara, não vale a pena. — Ross disse sério, encarando o camarada.
Então Bruce tomou uma respiração profunda, contou até 10, de 10 a zero e tratou de abrir as mãos, que já sentia duras como pedra.
— Bom menino — Jacob disse —, vai lá Brucinho, como você sempre faz, com o rabo entre as pernas atrás da mamãe.
Então Bruce não conseguiu mais se controlar, correu para cima do garoto e sem medir força, deu um soco bem dado na boca dele o fazendo bater no armário ao lado com o impacto.
Um círculo já estava sendo amadurecido envolta deles desde que Jacob começou a amedrontá-lo, mas depois do soco, muitos garotos e garotas se uniram para fazer o de sempre, gritar "briga" enaltecendo o confronto.
Jacob o olhou com desprezo, e então tratou de socá-lo de volta bem no queixo.
Bruce voltou um tanto desnorteado, seus olhos viam o oponente sobre uma camada forte de raiva e desprezo, mas Jacob o socou mais uma vez no rosto, e então lhe deu uma rasteira, fazendo o jovem de moicano cair no chão.
Logo levantou e, quando o fez recuou uns passos, mas se colocou a combate novamente, indo para cima do garoto, segurou pela barriga, o içou um pouco e o jogou no chão violentamente, desferindo dois socos na cara dele após isso.
Emily após ter conseguido vencer a multidão logo interveio, tirando o amigo de cima daquele cara e Ross, fazendo questão de segurar Jacob para que os dois não se matassem na pancada.
— VOCÊ ESTÁ FICANDO LOUCO BRUCE?! — A menina dizia enquanto o afastava.
— Isso não vai ficar assim não, se defende uma assassina, é cúmplice, Bruce Foster! — Jacob dizia gritando para ele, com a cara ensanguentada.
— Os dois na minha sala, agora! — Allana apareceu fendendo o círculo como uma ambulância ou carro de polícia corta o trânsito.
— Conseguiu o que queria? — Emily disse a Bruce, então saiu de perto, sem dizer mais uma única palavra.
Me desculpe pensou em dizer para ela, mas já era tarde demais.
***
— 1, 2; 1, 2, 3, 4! — Uma moça disse fazendo a contagem para o início da coreografia de "What's my name?" da cantora Rihanna em parceria com Drake.
Não era uma música muito agitada e naquele dia que marcavam a volta dos clubes escolares, apenas estavam se aquecendo com a última coreografia que tinham ensaiado no ano anterior.
A sala era grande, mas sem muitos exageros. O chão era de madeira clara envernizada, portanto era um ótimo solo para treinar sapateado também. O lado esquerdo da sala era pintado de creme, enquanto do outro lado, um paredão enorme de espelhos seguia até a porta, com um corrimão no meio para auxiliar os passos mais voltados ao ballet. No fundo da sala grandes janelas de correr eram feitas apenas por vidro, cobertas por cortinas brancas, e a frente, além da porta, ia uma enorme vidraçaria onde ia escrito "clube de dança" sobre letras pretas coladas.
Eleonor fazia os movimentos com esplendor, tinha treinado algumas vezes durante as férias para não ficar enferrujada, e junto a Cameron, a moça cujo qual os antigos veteranos tinham treinado para liderar essa coreografia, dançavam juntas na linha de frente, para que os outros copiassem os seus movimentos.
Sempre gostou de dança, no fundamental fazia ballet com suas amigas, mas no final apenas ela permaneceu dançando como sempre gostava, entretanto não se arrependia de nada, e não havia perdido as amizades, então todos saiam ganhando com isso.
A coreografia foi pouco a pouco acabando, mas com isso levava consigo parte da sua paz de espírito, afinal, dançar a ajudava se acalmar e colocar seus pensamentos no lugar.
Gina fazia parte do clube, era inevitável não pensar em sua colega sabendo que fim lhe acometeu. Sempre alegre e radiante, aquela garota era uma excelente dançarina, ela era uma das responsáveis pela coreografia que estavam executando nesse momento assim como a escolha daquela música, e dançá-la agora foi escolhido exatamente como uma espécie de homenagem que o clube gostaria de prestar a ela.
Devido as circunstâncias, ainda não havia decidido quando seria o seu funeral, mas criam ser em breve, apenas o suficiente para os legistas darem o seu laudo definitivo, acertarem as coisas com o serviço funerário e talvez esperar a confirmação de algum parente que queira participar do velório.
Quando a coreografia acabou, mesmo ofegantes e alguns visivelmente suados, todos se aproximaram e fizeram um círculo, em um grande abraço coletivo.
— Descanse em paz, Gina. — Cameron disse como fora referido antes, ofegante, e no segundo seguinte, todos os jovens falaram o mesmo, desejando paz a um dos membros mais queridos pela equipe.
Faria falta, muita falta.
Eleonor tratou de ir até a sua mochila no canto da sala para trocar os seus sapatos. Costumava a dançar de sapatilha, se sentia mais confortável assim.
— Bom trabalho hoje. — Disse um moço sorrindo para ela. — Continua espetacular como sempre.
— Acho que isso foi um elogio. — A moça observou o seu colega, reconhecendo-o na hora, Alec Ford, um moço calmo, de olhos e cabelos marrons claro. — Você também dançou bem.
— Eu? — e riu — ainda não chego nem perto dos seus pés Elen.
— Todos nós ainda estamos evoluindo. — Suspirou. — E acho que o mesmo vai acontecer com você.
Alec socou uma mão no bolso, e a outra foi até a alça da sua mochila apertando-a com certa força, enquanto observava a menina.
— Foi... uma fatalidade o que aconteceu com a Gina, não é? — o moço disse.
— Nem me lembre. — Elen jogou a mochila nas costas e então tratou a andar para fora da sala. — Espero que achem logo o culpado, ou culpada, não sei, depois de fazer algo tão horrível com ela, com certeza merece ser punido de alguma forma.
— Sim. — Alec disse, acompanhando aquela garota pelos corredores da escola. — Tem ideia de quem seja?
— Acho que a escola inteira está supondo esse tipo de coisa. Não vê? — Elen abriu os braços lentamente, apontando para todo mundo que via no corredor. — O clima já está pesado e, é apenas o segundo dia de aula. O que podemos fazer é continuar vivendo, deixar isso para as autoridades.
— Você parece estar bem de boas com isso — Alec afirmou — como se não tivesse te afetado também.
— É claro que me afeta. — Eleonor parou por um momento, encarando olho no olho aquele rapaz. — Mas não é por isso que eu vou parar a minha vida.
— Vai com calma aí, eu só... queria puxar um assunto. — Levantou as mãos e... não pode deixar de corar ao ver o rosto dela próximo daquele jeito. — Isso realmente está mexendo com os meus nervos.
Eleonor cruzou os braços, deu uma leve requebrada na cintura, e olhou a ele com o cenho franzido.
— Ok — o moço falou —, já entendi.
Do jeito que estava, Elen apenas esticou um de seus braços e bateu na porta ao lado esquerdo dela algumas vezes, se virando logo em seguida para ela. Pouco tempo depois, a porta fora aberta, e de lá saiu uma menina com duas tranças marrom clara na cabeça, de olhos esverdeados — por conta de sua lente de contato — vestida com um jaleco claramente maior do que ela, e luvas cirúrgicas azuis nas mãos.
— Ah, mas já acabou? — Paige disse quando encarou sua amiga. — Acabei de abrir um sapo.
— Uhh garota! — Mas mesmo falando isso, Eleonor riu. — Como consegue falar orgulhosa de uma coisa dessas?
— Vocês não entendem como é gostoso usar um bisturi novo. — E sorriu para ela. — Podem ir na frente, vou ficar até mais tarde hoje.
— Tudo bem então, a gente se fala amanhã. — Eleonor, dando um beijo na bochecha da sua amiga e fechando de novo a porta.
— Francamente, pessoas assim me dão medo. — Alec comentou rindo do processo. — "Vocês não entendem como é gostoso usar um bisturi novo."
— Talvez eu até entenda — Elen disse — deve ser tipo usar uma sapatilha nova.
— Hey, vocês viram que Bruce Foster foi parar na diretoria hoje? — Eric apareceu do nada pelo corredor.
— Sério? — Elen comentou, cruzando os braços. — O que aconteceu pra um aluno tão certinho quanto ele parar lá?
— Diz-se que ele se meteu em uma briga com Jacob Handsen depois que ele falou mal da Becky perto dele.
— O que aquele desgraçado está fazendo? — Ela tratou de massagear as próprias têmporas, tentando manter a calma.
— Ela faltou hoje, não faltou? — Alec comentou.
— Basicamente boa parte dos que foram interrogados ontem faltaram, Becky, Jake, Thales, Owen, uma tal de Hanna...
— Isso é muito suspeito. — Alec comentou cruzando os braços interrogativo.
— Se você fosse suspeitar de alguém, quem você suspeitaria primeiro? — Eric.
— Da Becky com certeza, não tem ninguém na escola que a Gina tinha mais atrito do que ela.
— Achei o mesmo. — Eric suspirou.
— E deve ter sido por causa de gente que nem vocês que o Bruce surtou. — Eleonor disse ríspida.
— Vamos. — Eric disse entusiasmado. — Não é sempre que temos uma cena de crime para desvendar.
— Até onde eu sei Eric, você foi interrogado também, não foi?
— Sim, mas só porque eu fui um dos últimos a sair da festa. — Cruzou os braços. — Não vai me dizer que desconfia de mim?
— Eu vou embora. — Eleonor já virando nos calcanhares.
— Falando nisso — Alec comentou — poderia ser a Paige também.
— Oi?! — As palavras do garoto fizeram com que a moça virasse novamente para a dupla.
— Vamos Elen, qualquer um que saiba mexer em um bisturi pode ser suspeito.
— Diga desculpas a todos os médicos e profissionais da saúde do mundo! — Eleonor falou em uma voz alterada, quase gritando.
— É só uma hipótese Elen — Alec comentou — acho que seria bom se ao menos ficássemos mais espertos com o pessoal que foi chamado...
— Você nunca vai transar comigo se continuar a falar essas porcarias. — E novamente se virou, saindo irritada e a passos fundos de perto deles.
— Espera! — Alec correu tentando alcançá-la. — Uma coisa não tem nada a ver com a outra!
Mas não importava, para Eleonor estava irritada demais com aquela conversa para olhar para trás, então ele foi forçado a desistir de tocá-la, sabe-se lá se ela não fosse lhe bater se continuasse.
— Filha da puta. — Eric riu. — Bem no ponto fraco.
— Cala a boca Eric, agora vai ser ainda mais difícil chamar ela para sair!
— Alec meu amigo, seria mais fácil pra tu se partisse para outra. — E colocou uma das mãos no ombro dele. — Mas se te serve como consolo, você deveria conversar com o Ross sobre a Elen.
— O Gibson? — Alec disse incrédulo. — Por quê?
— Bom, como posso dizer isso, ele e ela... — Então ele fez um gesto, um círculo com uma mão, enquanto na outra, seu indicador entrava e saía do mesmo. — Acho que você entende aonde eu quero chegar.
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