Cap. 10 Aqui não é tão bom assim...
Gwen tinha razão, era melhor se desculpar antes de chorar, mas como fazer isso quando se trata de alguém que primeiro chora e depois de se debruçar em lágrimas consegue tomar alguma atitude por menor que seja?
O clube de teatro tinha uma atividade essa semana, apresentaria uma peça autoral baseada nos três reis magos e o nascimento do menino Jesus, já que o natal estava próximo e queriam de alguma forma encenar algo que tinha um ótimo simbolismo para a época cujo qual se encontravam agora, afinal, não existia nenhum feriado mais importante e sacro como esse no período de trezentos e sessenta e cinco dias comuns a um ano.
Abigail tinha pego dessa vez para encenar um dos três reis magos, e bem, embora não era o papel que realmente desejava — gostaria de representar Maria na peça — com certeza faria o seu melhor para fazer a sua apresentação.
Era assim desde sempre, tinha contado as vezes que havia pego um papel que realmente queria, e estas tão poucas a quase não fazê-la se lembrar direito de como era tal adrenalina.
Enfim.
Fora difícil naquela semana participar do clube, afinal Emma Jackson — a garota que, aliás pegou o papel de Maria — fazia parte do clube, e quando Abigail resolveu dar os parabéns sobre ela ter passado como atriz mirim naquela série, a resposta que ouviu daquela garota cortou-lhe o coração ainda mais.
"Ah! Os resultados já saíram?! Que bom que eu consegui o papel! Fiz meio sem intensão e no improviso só para saber o que ia dar, a história não é tão boa assim e a personagem é meio sonsa, mas tá valendo, obrigada por me avisar."
Isso com certeza tinha aumentado suas dores internas, tanto a considerar realmente ir conversar com o conselheiro da escola para tentar fazer alguma coisa sobre a sua psiquê, mas naquele momento, não tinha esse tipo de ânimo, queria focar na apresentação e dar o troco, por assim dizer com a sua atuação.
— Terminamos por hoje — Emily disse sorridente, com alguns papéis nas mãos. Também tinha pego um dos três reis magos, então era constante a sua encenação com Abby — não se esqueçam que o natal está chegando e temos poucos ensaios até lá.
A animação dela para com o teatro era bem linear, embora suas crises constantes, Emily nunca deixou que isso abalasse a suas encenações, além do mais não tinha exatamente a ideia de seguir com a carreira profissional naquele momento, só encenava por hobby, e por que seu psicólogo disse para fazer algum tipo de atividade para manter-se ocupada e em trabalho constante com sua psiquê.
Quando Emy deu seu aval, as meninas foram para seus respectivos vestuários, enquanto os meninos também foram aos masculinos.
Considerando uma escola pequena, até que a equipe do teatro era bem grande. Tinham de tudo, desde gente que só entrou para fazer figurinos, cenários, mexer com a iluminação, criar roteiros e os que queriam contracenar no palco, como Emily, Abigail e Emma. Contava-se mais de vinte alunos entre o primeiro e o terceiro ano somente nesse clube.
Ao sair daquele local, Abigail sentiu seu coração se apertar por um instante, lembrando-se por mais uma vez que desde a excursão não havia conversado com Owen, e nem mesmo o tinha visto na escola aqueles dias.
Ele deve me odiar agora... era seu maior pensamento, inclusive quando se olhava no espelho, e via o quão patética se sentia por causa dessas coisas.
— Então — Emily disse, o que acabou por tirar Abby de seu transe — dá pra ser ou está difícil?
— Oi? — só agora que ela tinha percebido que havia parado na frente do armário de vestuário da amiga, e soltou um riso sem graça vendo que estava atrapalhando — desculpa...
— Tudo bem — após Abby sair da frente, finalmente pôde acessar seu armário — mas o mais importante, você já resolveu?
— Você ficou sabendo da história toda?
— Gwen e Riley são praticamente irmãs — riu —, e eu vejo bastante a Gwen, ela anda com a gente por causa do Bruce.
— Entendi...
— Olha, não quero me meter no que era, ou o que foi o relacionamento entre você e o Bruce, okay? — finalmente a moça havia retirado a barba falsa que utilizava para fazer a peça — mas achei que foi muita sacanagem o que fez com o Owen.
— Eu sei... — Abigail falou, recuando um passo.
— Bom — Emily colocou a mão no ombro dela — então vai, peça desculpas e siga em frente, você gosta dele, não gosta?
— Como você...
— Sexto sentido feminino — e novamente Emily riu, mostrando um belo rosto empático para a outra moça — quero que fique bem Abby, eu gosto de você sabia? Sei que a gente não conversa muito, mas você é a menos patricinha aqui do teatro, me faz me sentir encaixada.
Aquele "elogio" quase a fez chorar. Desde quando... alguém pensava dela daquela forma?
Conversava pouco com Emily, as vezes até participava dos intervalos com o grupo dela, mas não imaginava que além dos seus irmãos, alguém tinha tanta consideração por ela daquele jeito.
Isso a fez esboçar um "obrigada" e no mesmo momento retirar o celular do bolso, para mandar as suas mensagens.
Embora se sentisse errada por fazer isso via redes sociais, ainda sim seria melhor do que nada e, se desse certo ela faria questão de conversar com ele pessoalmente, só não estava no pique para fazer isso agora.
Oi Owen... queria te pedir desculpas por terça...
16:29.
O engraçado era que Owen demorava horrores para responder a maioria das pessoas, salvo uma única garota, que nunca passou mais de cinco minutos sem a sua resposta.
Já está melhor? Bem que eu imaginei que não era a sua cara fazer esse tipo de coisa, também quero me desculpar, eu deveria ter tentado entender o que aconteceu, e não saído daquela forma.
16:31.
— Viu? — Emily disse, o que assustou Abigail já que ela não tinha percebido que a menina estava lendo as suas coisas — às vezes é bem fácil, não é? — e soltou uma pequena risada — já vou indo Abby, até amanhã, ainda precisamos sintonizar o espírito dos reis magos para a melhor peça natalina de todas! — e fez uma pose entusiasmada, mas desfez rápido com uma risada sem graça — até mais.
— Até, obrigada — foi a sua resposta, e embora curta, realmente se sentia muito grata por aquilo.
Sei que fui uma babaca no museu, então que tal se eu te pagasse um lanche na cafeteria aqui perto? É pegar ou largar.
16:33.
Tá brincando?! Acho que as coisas daqui são feitas com insetos!
16:33.
Que nojo Owen! Rss
16:34.
Mas ficaria muito feliz, o treino acabou aqui, quero ver o quão está dedicada no seu pedido quando me ver comendo, estou com mais fome que um Gremlin raivoso!
16:35.
Mais de dois sanduiches sai do meu orçamento.
16:35.
Chata rss mas tudo bem, te espero na frente da escola, até.
16:36.
Até, espero ansiosa por isso.
16:37.
Assim, além de um pequeno encontro, o pedido de desculpas de ambos seria selado e, para Abby, o entendimento e o carisma de Owen acabara de ficar ainda mais marcado nela. Sabia que tinha terminado a pouco tempo, mas sinceramente, se fosse ele, não se importaria de começar a namorar de novo. Gostava do Owen, gostava de verdade daquele moço e, por mais que ele não fosse alguém de muita atitude, esperava ansiosamente o dia que ele a puxasse para um beijo, seu coração tremia só de pensar em tal possibilidade.
Então, tratou de jogar o celular em um banquinho de madeira que havia naquele vestuário, e não deixou de sorrir em um momento sequer enquanto tirava aquelas vestes da peça, um tanto sonhadora, mas em tudo, feliz pelo que acabara, e o que ainda ia acontecer essa tarde.
***
Não podia negar que havia acabado de chorar um pouco. As palavras de Riley "não sei se seria capaz de ficar com uma garota" ainda martelava em sua cabeça mesmo não querendo dar atenção a tais palavras.
Mas eu queria tentar Riley, eu queria tentar ficar com você... era o maior pensamento de Gwen naquele momento.
Depois de tudo, mesmo tentando rastrear no fundo do seu coração, não fazia ideia de quando tinha começado a amar aquela menina.
Estudavam juntas desde o primário, visitavam tanto a casa uma da outra que quando Riley recebeu um quarto, os pais dela compraram um beliche para receber a "filha adotiva delas", então por quê? Onde tinha errado para se apaixonar? O que tinha feito de diferente, e quando foi que começou a gostar mais de garotas do que de garotos?
Riley era líder de torcida, hoje mesmo após o treino ela tinha saído com as meninas para comer alguma coisa, então Gwen se sentia sozinha depois do treino.
Seus amigos eram legais, verdadeiramente legais, seu irmão muito gentil com ela, mas como dizer, as coisas ficavam um pouco mais chatas sem a de cabelos coloridos perto dela.
Logo, suspirou frustrada, e também involuntariamente colocou uma ideia na cabeça.
Vou ser líder de torcida também! E sorriu com aquilo assim eu consigo passar mais tempo com ela. Mas isso iria significar sair do clube de dança, embora não fossem absurdamente diferentes, precisava de mais confiança para dar piruetas no ar.
— Hey — ela ouviu uma voz a chamando, e quando percebeu, Ethan estava ali, lado a lado com ela, oferecendo uma latinha de refrigerante sabor cola, sabia que era o preferido dela — quer um gole?
Após as atividades do clube, Gwen havia ido passar um tempinho na biblioteca já que haveria uma prova sexta feira, e quando recebeu a mensagem que Riley iria sair com as amigas, se entristeceu. Passou alguns minutos andando pela escola, e no final foi no canto do estacionamento que resolveu parar, ali dava para pegar um sol também, sentia que precisava de um banho de luz as vezes.
Ethan não havia trocado a roupa ainda, continuava com o uniforme meio mostarda dos times esportivos da escola. Deveria ficar elegante com o casaco, mas esse estava amarrado na cintura, e ele, totalmente soado.
— Bom, eu vou indo então — Owen estava com ele, com um belo sorriso aliás no rosto, mas diferente do amigo, já utilizava calça jeans e a blusa de frio dos Tigers do basquete cobrindo-o do frio de dezembro — estão me esperando no portão.
E se despediu do seu amigo, dando passos rápidos até seu carro.
— Obrigada — com um sorriso fraco, a moça levantou um braço aceitando a bebida — não se trocou depois do treino?
— Preciso levar essa roupa para lavar — sorriu descontraído, se sentando do lado dela, na guia do asfalto — então achei melhor assim, mas está frio em, vou te contar.
— Realmente... — foi o que ela disse, abrindo a latinha — está muito frio... em vários sentidos diferentes.
— Deveria ir para casa então — sorriu para ela, passando as mãos em sua cabeça — está toda arrepiada.
E sem muito, ele pegou a sua blusa de frio e colocou na menina, o que englobou aquela bolinha triste sentada na rua com sucesso. Tinha cheiro de garoto suado, possivelmente por causa do treino, normalmente isso não lhe agradava, principal motivo para entrar poucas vezes no quarto de seu irmão, mas... por que o cheiro de Ethan não a incomodava tanto? Por que se sentia segura perto dele? E por que... sentia que ele lhe lembrava alguém?
— Ethan — e ela não resistiu, depois daquilo, começou a chorar, de forma que deixou o moço confuso, sem saber direito o que fazer — o que a gente faz quando o nosso amor não é correspondido?
Não tinha certeza da resposta que a ajudaria, mas odiava ver uma garota chorar. Ele tinha um apreço muito grande por Gwen, via quase todos os dias, sentia falta dela quando não conversava. As vezes quando bravo, a garota tinha capacidade de fazê-lo alegre, e a não muito tempo atrás, quando fora quase expulso do time, fora ela quem teve a paciência para ensinar as coisas de uma forma que até o mais idiota entenderia. Não podia deixar ela se debruçar em lágrimas daquela forma, portanto, largou o seu refrigerante e a abraçou, com todo o seu carinho.
— Infelizmente, a gente tem de seguir em frente — foi o que o moço disse, afagando a cabeça dela.
Aquele cheiro, aquela presença, era tudo tão confortável. Fazia seu coração se acalmar, e por um momento, confundir-se com os seus mais loucos sentimentos. Talvez fosse uma característica daquela família lhe fazer sentir bem, contudo, da dor e do arrependimento que sentia, do sentimento de coração partido e mágoas, como conseguiria sanar aquilo em sua mente?
Foi quando a moça sentiu como se uma linha houvesse se rompido no seu cérebro, e daquela forma olhou para cima, observando o jovem rapaz com os olhos brilhantes.
Aquela roupa, aquele semblante, aquele carinho e emoções, a forma cujo qual Ethan se importava com ela... parecia familiar, parecia muito familiar.
— Você... — ela começou a dizer sobre alguns soluços — é um Stanford, não é? Irmão da Abigail e gêmeo da... Riley?
— Sim... — ele a respondeu meio em dúvidas — por quê?
E então, Gwen não o respondeu com palavras, mas sim, correu a se esticar um pouco para encontrar a boca daquele menino e, sem mais o beijou, beijou de forma intensa enquanto lágrimas caíam de seus olhos.
Por incrível que pareça, nunca tinha envolvido a língua nos beijos que já tinha dado antes, e aquilo, aquela união, pouco a pouco fora fazendo esquentar naquele dia frio, a ponto de não precisar mais daquele casaco.
O moço era... intenso, não demorou muito para pouco a pouco segurá-la em seus braços, trazendo totalmente para ela.
Ah droga... ela pensou isso é bom... muito bom...
— Você quer... — Gwen disse, quando por um instante conseguiu soltar da boca daquele rapaz — ir para a minha casa hoje?
— Tem certeza? — Ethan comentou com um sorriso.
— Não quer...?
— Vamos — ele falou, sem hesitar.
E sem dizer mais nada, Ethan a colocou no carro e daquela forma os dois foram para a casa dele onde pela primeira vez, um de fato se entregou ao outro, na mais pura conexão entre dois seres.
***
Já era bem tarde quando chegaram no local onde Jacob queria levar ela, o sol já havia se posto e, por causa disso, as ruas já se encontravam bem vazias, tanto a se considerar apenas uma ou outra pessoa no caminho, e poucos carros sobre o asfalto.
— Então... — Gina disse observando as ruas — isso tudo está me deixando ansiosa.
— Não se preocupe, já chegamos — assim, o moço estacionou o carro na frente de um bar bem grande, onde no seu estacionamento encontrava-se principalmente motos e alguns carros.
Havia uma placa neon logo na entrada do ambiente, onde ia escrito "Nirvana", o nome oficial daquele bar.
A porta era exatamente como as dos filmes de faroeste, abria-se e fechava para os dois lados e, depois de subir três degraus de madeiras, logo encontrava-se em uma pequena varanda onde a cada lado da porta, duas janelas de vidro davam para ver o que estava acontecendo lá dentro. Havia um casal na esquerda em fortes amassos trajados de roupas countries, como blusa quadriculada, chapéu e bota.
E o frio de dezembro não existe, aparentemente.
— Okay, não vai me dizer que você prometeu para alguém que ia me trazer para uma orgia — Gina falou cruzando os braços logo depois de sair do carro.
— Você não iria? — respondeu curioso.
— Isso não vem ao caso — e soltou um risinho no momento, mas continuou seu semblante sério.
— Vamos entrando.
Lá dentro, o clima era bem mais agradável do que o lado de fora. Os tons do lugar eram bem amadeirados, por todo lado em que se olhava o marrom era presente em várias tonalidades, contudo, todas puxadas para o mais escuro.
O chão era feito de tábuas corridas de madeira, as paredes da mesma forma, as mesas aparentemente grandes peças de árvores extremamente polidas até ficar brilhante, até mesmo as cadeiras. No teto alguns ventiladores preenchiam o local para uma ventilação em um tempo quente, o que claramente não era necessário agora. As luzes eram coloridas e brilhavam em círculos pelos globos coloridos presentes no local e o único lugar de fato mais claro era a frente, onde havia a bancada de bebidas que por conta das geladeiras com portas transparentes e a bancada onde exibiam algumas bebidas terem luz própria, se tornava o local de destaque daquele recinto.
Grande e com suas mesas bastante espaçadas, pessoas se divertiam naquele ambiente dançando em pares ao som de "the man I want to be" de Chris Young, e até havia alguns que se arriscavam a coreografias um pouco mais elaboradas do que "um passo para cá e dois para lá."
— Country não é exatamente o meu domínio, mas posso tentar se quiser — Gina disse acompanhando.
— Não estamos aqui para dançar — Jacob piscou para ela, e após isso se inclinou no bar, onde rapidamente um dos dois barmans se aproximou para atendê-lo — boa tarde, gostaria de checar o estoque dos "olhos de gato" fiquei sabendo que há muitos com heterocromia por aqui.
E isso fez com que um olhasse ao outro, acenassem em positivo com a cabeça, e o que o atendeu dissesse um "por aqui" levando-os aos fundos do bar, onde um alçapão era escondido bem dentro do estoque.
Gina não comentou nada, apenas acompanhou os dois até que o barman abriu o alçapão e com isso, os dois desceram para um pequeno lance de escadas um tanto escuras, fechando o local acima de suas cabeças.
— Já ouviu falar dos Scarlet's? — Jacob disse andando a frente.
— A gangue da cidade? — ela sorriu — já peguei alguns que tinham a tatuagem, mas... nunca soube onde era.
— Jake é muito cuzão para te trazer na base — e então Jacob riu, parando bem em frente a uma porta no final daquele corredor — mas acho que não tem problema Peppa, você tem tudo para ser uma das nossas Lady's.
— O que isso significa?
— Segurança garantida por toda a gangue e, drogas a vontade e muito sexo, não é o que você gosta?
— E o Jake fica onde?
— Jake nunca chegou a entrar na sede, é frouxo demais para aguentar a pressão, mas se tornou um dos nossos vendedores, então com o tempo dissemos o código para ele e permitimos a entrada para facilitar os negócios se ele quiser, não se preocupe, ninguém aqui sabe que você transa com ele.
Jacob abriu a porta, e foi exatamente como descobrir o submundo. O lugar era grande, escuro. Assemelhava-se a uma garagem velha, e nessa várias motos, carros, e até mesmo um trator estava lá dentro. Havia dos dois lados um conjunto de vários quartos/cabines, onde alguns dos membros da Scarlet moravam e outros utilizavam apenas para passar o tempo que estavam ali.
Dava para ver também uma pequena estufa, e na hora em que bateu os olhos nela, Gina entendeu de onde vinha os cigarros que tanto adorava.
Se lá em cima havia pessoas se pegando, aqui embaixo a situação era pior ainda. Moças mais ou menos da idade dela estavam ali, sentadas nos colos de rapazes aproveitando um belo beijo, mas também havia o inverso, homens sentados nos colos das moças.
Envenenavam os carros e as motos sem nem pensar duas vezes, mas também existia ali um clima bem descontraído entre pessoas de várias idades diferentes conversando.
Bom, essa era a parte pública, Gina conseguia ouvir o que acontecia dentro das salas naquele instante.
— Hey — um moço veio cumprimentá-los. Aparentava ser mais velho, tinha cabelos grandes e era bem musculoso. Usava uma jaqueta de couro preta, onde havia a marca da gangue estampada, um soco inglês com pontas afiadas, melado de sangue — Jacob? Trazendo sangue novo para os scarlet's sem permissão?
— O que você está falando Dom? Uma lady precisa de permissão para entrar? — ele riu.
— Tem razão... — e tornou a olhar para a menina, intensamente. Gina apenas cruzou os braços e tornou a encará-lo da mesma forma, com o cenho erguido.
Sinceramente estava morrendo de curiosidade com tudo aquilo e, mesmo tendo ido de certa forma a contragosto, não entrar na gangue nunca passou pela sua cabeça. Tinha alguns meninos da Price que ela pegou até com esse intuito, mas estes diziam ser apenas revendedores... assim como Jake era.
— Mas hoje o líder não está — Dom comentou — então vamos fazer assim, você vai para a minha casa hoje, Lady, e todos nós conversamos um pouco melhor lá, tudo bem?
— Por mim está perfeito — Gina falou tentando esconder a ansiedade. Como adorava estar envolvida em coisas erradas...
— Ser o vice ainda te dá benefícios, não é? — Jacob riu, mas logo o encarou com um semblante bem sério — mas se tentar fazer alguma coisa de ruim com ela... você vai ter de se entender comigo.
— Não se preocupe — Dominick sorriu — você é um dos bons Jacob, aquela outra garota que você trouxe para a gente é muito inteligente, então você até tem uma certa moral por aqui.
Outra garota? Gina pensou, mas sinceramente não se sentia no direito de perguntar sobre o que eles estavam falando agora.
— Tudo certo então — e Jacob voltou a sorrir — vamos indo então?
— Com certeza — Dom falou sem sequer hesitar.
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