7.2 Sala vermelha.
Era difícil ficar em casa.
Com todo aquele nervosismo, com os seus pais discutindo se deixava ela voltar a escola ou não, com seus amigos com medo, sair foi apenas um leve capricho do destino, um no qual agraciou suas narinas com o cheiro de terra molhada, e tocou sua pele com a sensação do vento levemente gelado de sua terra natal.
O clima de Autumnfall conseguia ser bem louco as vezes, adorava desafiar frente a frente o que era dito na previsão do tempo, pois hoje... não era para fazer frio.
A pequena travessura do tempo acertou em cheio Eleonor ao sair de casa aquele dia, molhando-a de forma a deixar seu cabelo liso cheio de ondas rebeldes, mas não havia o que se fazer a respeito disso, se não torcer delicadamente ele e sua blusa quando entrasse em algum lugar seco.
Então, respirou aliviada quando entrou na sua cafeteria preferida, e soltou um belo suspiro ao ver sua amiga, Cameron se deliciando com um sorvete de caneca.
Bom, para Elen o frio falaria para deixar de lado o sorvete, ficaria muito mais satisfeita com uma bela xícara de chocolate quente.
— Hey! — Cameron acenou assim que a viu, e logo foi retribuída por Elen.
— Hey — disse se sentando do outro lado da mesa onde a moça estava, e pôs-se a torcer levemente a sua blusa, deixando algumas gotas de água caírem no chão.
— Resolveu tomar banho no caminho para cá? — Cameron falou rindo daquela situação — não viu a previsão do tempo?
— Vi de manhã — comentou por fim suspirando —. mas você sabe como essa cidade é.
— Ainda mais nesse período, chuvas vem e vão — e levou uma boa colherada de seu sorvete a boca, deliciando-se com a sensação doce e gelada do mesmo. — Como você está?
— Sinceramente? — Elen fez um sinal para chamar o garçom — uma pilha de nervos, são nesses momentos que eu adoraria um documento falso para poder comprar uma bebida.
— Sei como se sente — Cameron riu —, estava uma loucura ficar em casa, meus pais estão discutindo se deixam eu e meu irmão ir pra aula amanhã ou não.
— A mesma coisa comigo — suspirou. Não demorou nada para a moça receber o menu pelas mãos de um senhor simpático, e pedir uma boa xícara de chocolate quente — é uma dor de cabeça atrás da outra, e ainda tem o que aconteceu com a Abby...
— Realmente... não culpo por meus pais estarem com medo, mas sei lá, querer interferir no meu desejo, isso eu não aceito.
— Então por si própria continua as aulas? — Elen indagou.
— Sim — com um sorriso meio falho —, de todas as coisas, eu odeio perder a escola, você sabe, vou até doente.
— Como aquela vez que você desmaiou na sala de aula — Elen riu.
— Como essa vez — devolveu, orgulhosa, lambendo a colher de seu sorvete mais devagar dessa vez. — Mas me diga uma coisa — e apontou a mesma colher para a amiga — você tem alguma ideia de quem possa ser o assassino?
— Essa conversa de novo... — suspirou, batendo os ombros na mesa — acho que é inevitável, não é?
— Bom, no final das contas é a nossa vida que está em risco.
O sininho da porta novamente tilintou, o que fez por leve instantes as duas moças tomarem atenção na porta e, para a sua surpresa, aquela cafeteria estava recebendo pessoas ao qual conheciam, e conheciam muito bem por sinal.
— Ainda não acredito que você fez aquilo com o Bruce — Alec disse sorrindo enquanto abaixava seu guarda-chuva e observava seu amigo que entrava na cafeteria logo depois dele.
— Só não sai espalhando... — S o respondeu com um sorriso — cara, acho que o Bruce me mataria se saísse algum rumor estranho na escola.
— Hey! — Cameron disse ao observá-los, levantando a mão para ser vista.
Não tinha planejado isso, mas achou incrível ter ido para a mesma cafeteria de sua irmã daquela forma. Para Alec a momento foi exatamente como acertar na loteria, não tinha ideia que ela teria ido encontrar Elen, e ver a garota de seus sonhos em pleno final de semana o alegrava imensamente. Ela estava com um... penteado diferente?
Nunca tinha visto ela com o cabelo ondulado antes.
Mas para seu infortúnio, Cameron se levantou e foi se sentar ao lado dela, deixando o outro lado da mesa para os meninos.
Pirralha maldita pensou, vendo que ela claramente tinha entendido o seu olhar quando fez aquilo, olhando-o orgulhoso de seu feito.
— Tudo bem? — S logo foi se enturmando — estamos interrompendo?
— Nada — Elen falou curiosa —, mas do que vocês estavam dizendo? O que é que tem o Bruce?
— Não me diga que...? — Cameron colocando as mãos na boca para esconder aquele sorriso que estava se formando. Provavelmente estava a ponto de dizer "que babado; me bate que eu estou passada" ou coisa do tipo.
— Não, não absurdamente não, nada, mais nada do que o que não tem nada — S, balançando as mãos em negativa.
— Claro — uma moça disse isso olhando a outra, e no mesmo momento, as duas soltaram um risinho.
— B-bom — Alec delatou quando finalmente conseguiu desviar o olhar do corpo de Elen, e como a blusa dela estava transparente visto a chuva que ela tinha tomado. Céus! Era o que sua segunda cabeça queria conversar com a primeira ela não está usando sutiã! Olha para lá o retardado, quando vai ter uma chance dessas de novo? Mas para o seu lado envergonhado e racional, observar a grande janela de vidro da cafeteria era mais interessante, até que... — Hey — e apontou para a janela — aquela não é a novata?
E em menos de segundos, os quatro adolescentes estavam observando aquele grande portal envidraçado.
Sobre um guarda-chuva preto, Hanna estava parada na praça frente a frente a um homem que eles não haviam visto ainda.
Trajava uma jaqueta de couro escura, mas seu rosto era encoberto pelo seu guarda-chuva preto, apenas mostrava um pouco de seu cabelo longo.
Os dois pareciam estar conversando sobre algo, alguma coisa que não agradava a menina. Então, ele ameaçou dar um envelope marrom para ela e, quando a menina foi pegar, o tal homem recuou a mão e disse mais algumas coisas, o que fez ela virar a cabeça e suspirar, mas depois esticou seus pés até conseguir ficar na mesma altura daquele cara que a beijou orgulhoso, por longos instantes.
E apenas assim ele lhe entregou o envelope, virou nos calcanhares e saiu, deixando a menina chorando naquela chuva.
— Isso é algo que a gente deveria estar vendo? — S comentou.
— Não sei... — Cameron delatou — mas não sei vocês, eu queria ser uma mosquinha para saber o que eles conversaram.
***
O lugar inteiro era iluminado por uma luz avermelhada intensa, deixando o espaço escuro em tons de escarlate.
Silencioso, tratava lá dentro apenas alguns varais percorrendo seu teto, e algumas poucas mesas com vasilhas longas e brancas cheias de alguns líquidos transparentes.
— Estamos em 2014, mas você ainda revela fotos dessa forma? — Thales disse, observando o outro garoto que, mal iluminado pelos tons escuros que eram preenchidos apenas por aquela luz, sorria para uma das vasilhas.
— Sim, mas nunca saiu de moda — Eric riu para ele — sabe, para revelar as fotos temos de seguir alguns processos rigorosos, se não, o produto final fica ruim e não sei, quem tem a oportunidade de ver a beleza dessa arte nunca mais esquece.
— A sua família e fotos são intimamente ligados — falou com desdém.
— Desde sempre, desde sempre — então com uma pinça longa ele levantou a fotografia do segundo tanque, observou por alguns momentos e então passou para a o terceiro — o primeiro passo é passar a foto pelo líquido revelador, após isso nós deixamos um pouco no interruptor e depois deixamos no fixador. Não é tão difícil assim, mas é bem divertido ver o desenho aparecendo lentamente no papel — e então ele levantou aquela última observando certamente orgulhoso. — Depois de secar, está pronto.
— Legal — Thales cruzou os braços, apoiando-se em uma parte da mesa — e o que vem agora?
— Mais um pouco de espera — e logo, colocou aquela fotografia em um pregador presa naquele varal que atravessava todo aquele cômodo.
Estar com aquele moço em um lugar tão pequeno de certa forma lhe causava muitos calafrios. Eric parecia empenhado no que fazia, de forma a ficar claro a experiência que ele tinha com determinado assunto.
Lembrava-se do ano retrasado, quando o mesmo ganhou um prémio em uma competição. Jovem, com certeza era o maior orgulho de seus pais por seguir seus passos e, trabalhar tão empenhado naquilo.
— Me diz uma coisa — o filho dos Hawkins falou novamente, quebrando o pequeno silêncio que havia se formado depois da sua última fala — o que te instiga a continuar correndo atrás desse assassino?
— Acho que é o mesmo que você, Eric — Thales —, a mais genuína curiosidade.
— Um homem como você consegue ser bem simples as vezes, não é? — soltou uma pequena risada depois disso — não desgosto de homens assim.
Mas Thales apenas virou o rosto, observando um pouco mais o ambiente. Nervosismo e atenção era o que definia-o nesse instante, assim como sentia por várias vezes uma ansiedade crescente em sair de lá, sentia que seria atacado de várias maneiras diferentes se não o fizesse o mais rápido possível.
— Então aqui vai uma pergunta para você, Eric — Thales disse voltando novamente a sua atenção para o garoto — se você descobrisse quem é o assassino, o que você faria?
— Isso deveria ser óbvio, não é? — deu um sorriso ladino — eu perseguiria ele para coletar evidências e levaria tudo a polícia.
Será mesmo? Pensou, mas se impediu de deixar claro isso, e até mesmo o suspiro que gostaria de soltar silenciou.
Após um novo período de silêncio, Eric andou pelo pequeno espaço daquela sala nos fundos de seu quarto recolhendo algumas fotos penduradas nos varais, fotos essas que estava revelando desde o dia anterior.
— Aqui estão — Eric falou com as fotos na mão, fez com que ia entregar as mesmas para Thales, mas quando ele estendeu para pegá-las, Eric recuou o braço. — Temos um acordo, não temos?
— Claro — Thales levantou uma sobrancelha, enquanto pesquisava em seu bolso a câmera fotográfica que tinha trazido.
A pegou e trouxe a frente, o que fez o outro sorrir com aquilo e, ao mesmo tempo que Thales entregou a máquina fotográfica, Eric entregou aquelas fotos para ele.
— Foi bom fazer negócios com você — o filho dos Hawkins soltou um leve riso, ligando aquele objeto.
— Adoraria dizer o mesmo — Blackweel comentou e, daquela mesma forma que estava se encaminhou a porta, que não era muitos passos de distância na verdade — já estou indo.
— Claro, claro — então o moço parou de prestar atenção na câmera por um instante, seguindo com os olhos o outro garoto naquela sala — ah, Thales, se te serve como conselho... — sorriu — recomendo que durma com um olho aberto, quem avisa, amigo é.
Mas após ouvir isso sem hesitar o de chapéu apenas saiu daquele quarto com um olhar sério, focado.
A partir de agora com certeza teria de redobrar a atenção quando estivesse falando, ou estivesse simplesmente próximo a Eric Hawkins, por via das dúvidas... era bom focar um pouco mais de sua investigação nele também.
***
Mesmo sendo domingo o dia tinha sido bem estressante, ao menos para Allana Thompson, a diretora da THS.
Já era ruim o assassinato de uma de suas alunas, a repercussão já se tornava imensa sobre a comunidade estudantil e seus outros colegas diretores de escola, amigos e afins. Agora, duas mortes dentro da própria escola e uma aluna se suicidar na mesma semana, além de ter clara a certeza de que as coisas estavam fora do controle, estava sendo pressionada não só pela mídia, mas por vários pais e mães para encerrarem as atividades por um tempo.
— Ah! — a mulher soltou assim que tirou a caneca de cerveja de sua boca — mais uma dose, por favor!
Allana era relativamente nova, tinha 48 anos e já havia vivido poucas e boas em sua vida. Engravidou de um rapaz na adolescência e este fugiu quando ela disse que ele iria ser pai. Só o encontrou anos depois quando estava formada e delegada, quando aquele traste assaltou a própria filha e atirou na garota. Como resultado, January tinha uma cicatriz do lado esquerdo de sua barriga até hoje, o único presente que seu pai o havia dado.
O tempo avançou um pouco mais e quando Sr. Thompson, o pai de Allana disse que estava na hora de passar a responsabilidade da administração da THS para a próxima geração, Allana largou sua antiga profissão e se tornou a diretora daquela empresa estudantil. Não se arrependia dessa escolha, ainda mais em poder trabalhar com a filha, que fez a faculdade de biologia já pensando em ser docente, para entender os alunos que um dia formariam a escola que ela herdaria de sua família.
Agora, depois de um longo e cansativo dia tanto Allana quanto January se sentavam na bancada de um dos bares da cidade, apreciando uma bela bebida com seus dois amigos, Paul e Louis, dois policiais que eram seus subordinados diretos enquanto Allana comandava a delegacia da cidade.
Era bem confortável aquele lugar e diferente de muitos que se encontravam ali, fedia a lavanda e madeira, não cerveja. Era totalmente amadeirado e pequeno, detinha cerca de quatro mesas coladas na parede com assentos duplos e mais ao fundo quando acabava o balcão, existia um pequeno espaço onde podia se usar — e naquele momento estava sendo usado — para dançar. Uma televisão grande na parede repercutia algumas músicas ligadas em um dvd-player com karaokê, e na entrada, após as 4 mesas havia outra, menor presa por uma haste no teto, que passava algum noticiário local.
— Você não deveria exagerar, Allana — Louis falou com um sorriso sucinto no rosto, dando um gole em sua bebida — amanhã você tem de estar com aquelas crianças de novo, não é?
Mas a mulher apenas virou o rosto para aquele comentário, estendendo o copo quando o garçom chegou para reavê-lo e encher o mesmo a base de uma torneirinha que saia de um barril perto do balcão.
— Ele tem razão mãe — fora a vez de January comentar — essa já é a sexta...
— Tudo bem — Allana disse — essa vai ser a última.
— Mas mudando de assunto — Paul —, o que você acha, digo, da prisão daquela garota?
— É uma aposta — January —, espero que tenhamos acertado, isso resolveria todos os nossos problemas.
— Sinceramente, não acho que ela seja a culpada — Louis falou —, um criminoso na idade dela normalmente tem mais senso de culpa sobre os atos que cometeu, desde o momento da prisão até o que eu sei, ela só fez se isolar na cela e chorar.
— Sim... — Paul suspirou — vamos pedir para um psicólogo fazer uma leitura prévia; já estamos agilizando a audiência e a família ainda está atrás de um advogado.
— Vocês podem por favor dar um tempo?! — Allana bufou, observando os outros três que se espalhavam pelos seus lados — podemos não falar de trabalho agora? Chamei vocês para ficarem bêbados comigo, não pra me dar mais vontade de beber.
— Desculpa — January proferiu abaixando levemente a voz, encarando o seu vestido.
— Tudo bem, ranzinza — Paul disse bagunçando o cabelo da Allana — não vamos mais fazer isso.
— Mas vocês deveriam — uma voz fora ouvida atrás deles, fazendo os quatro olharem assustados para onde tinham ouvido isso. A critério de curiosidade, como estavam sentados à beira do balcão, Allana quase caiu para virar, certamente não estava sóbria mais. — Digo, vocês têm um problema importante para resolver, quanto mais tempo perderem mais mortes podem acontecer, não é?
Era um homem relativamente novo, deveria ter seus vinte anos, era o que a sua expressão facial dizia, ao contrário do seu cabelo amarronzado com um belo grisalho no meio. Vestia um terno bem alinhado em seu corpo, preto e, em nenhum momento deixou de sorrir enquanto observava aquelas quatro pessoas.
— Ouvir uma conversa privada é crime, sabia? — Louis falou com o cenho franzido, já colocando a mão em seu coldre por debaixo de sua blusa de frio jeans.
— Não precisa disso, oficial — o homem abriu as mãos pedindo calma —, sei que fui indelicado, mas estava esperando um momento para entrar na conversa.
Então, aquele homem levou a mão para o bolso interno do paletó e de lá retirou um pequeno cartão de visitas e entregou para January, o que fez todos os outros tomarem atenção brevemente no que estava escrito naquele pedaço de papel.
"Richard McCall; serviço especial" era o que estava dizendo em letras grandes e pretas no meio do papel, seguido com dois telefones para contato, e um pequeno endereço que coincidia com uma rua nobre em Autumnfall.
Não havia muito mais informações naquele cartão, se não a arte que montava aquele pedaço de papel. Não havia nada desenhado em si, mas com o contraste da luz, atrás do nome dele havia um desenho transparente, uma linha grossa com três bolinhas na sua extensão, apenas isso.
Então Richard andou até o balcão e pediu uma bebida para o garçom, pedido cumprido em alguns instantes.
— Então senhor... McCall... — Allana disse tentando recobrar o juízo perdido sob alguns copos de cerveja — por que estava ouvindo nossa conversa?
— Porque preciso vender o meu — e riu constrangido, coçando a cabeça. — Eu sou novo na cidade, talvez seja por isso que não me conhecem, enfim, para resumir eu sou um... — e fez aspas com o dedo. — Detetive particular.
Paul e Louis se olharam com uma sobrancelha erguida decidindo se deixariam ele continuar falando ou não. Por fim, Louis soltou a arma de seu coldre e tomou plena atenção naquele homem.
— Assim me sinto mais confortável — Richard disse, ainda com o mesmo sorriso que estava antes.
— E por que precisaríamos de você?
— Bom, o preço do contrato é acessível e, sejamos sinceros... qual o nível da dor de cabeça que vocês estão tendo com esse problema. Tomei a liberdade de conversar com alguns contatos... vocês não têm nenhuma pista das câmeras de segurança, não é?
— Como você...? — mas Paul logo foi interrompido.
— Estou aqui para promover meu trabalho, não contar os segredos da minha profissão — novamente, o homem de terno soltou uma leve risada.
Sua bebida havia chegado, então esboçou um obrigado e bebericou o copo de cerveja.
— Não sei se é uma boa ideia, senhor McCall — January comentou intervindo na situação.
— Talvez mais algumas mortes façam vocês mudarem de ideia, quem quer que esteja fazendo essas coisas está estudando senhores, até vacilar e se mostrar, quantos mais podem morrer no processo?
As palavras de Richard eram afiadas como uma navalha, e mais certeiras do que uma flecha. Ele tinha razão, o quanto mais os jovens iriam sofrer com aquilo, como ficaria a imagem da escola se não resolvessem isso o mais rápido possível?
Ele não estava dizendo para desacreditar ou parar a investigação policial, não... apenas estava oferecendo uma ajuda profissional a respeito disso.
Mas ninguém o respondeu naquele momento, o que fez o homem de terno se entristecer, soltando um sorriso empático e chamar novamente o garçom para entregar o dinheiro correspondente a conta do copo de cerveja.
— Bom — falou assim que pagou, se dirigindo para a porta de saída do estabelecimento — se mudarem de ideia já sabem onde me encontrar.
— Espera! — Allana finalmente disse, quebrando o seu silêncio e todo o ritmo de seus pensamentos — quando você pode começar a investigar?
E as palavras dela o fez parar, e mesmo sem se virar novamente para conversar com eles, fez o homem abrir um grande sorriso no rosto.
— Amanhã mesmo, preciso preparar o contrato, posso entregar na escola se desejar — Richard disse.
— Vou ficar no aguardo — Allana comentou —, espero que possa nos ajudar.
E sem mais, o homem balançou a cabeça em afirmativa e levantou a mão, acenando para eles enquanto saia.
— Mãe, você está bem? — January a perguntou colocando uma de suas mãos no ombro dela.
— Garotos — ela disse, vendo tanto Paul quanto Louis a observar com mais atenção — eu posso ter feito a melhor escolha para a escola, quanto a pior escolha nesse momento, então para todos os efeitos, quero que vocês pesquisem mais sobre esse Richard McCall, pelos velhos tempos, ok?
— Tem alguma bebida que consegue te deixar bêbada? — Paul respondeu rindo — tudo bem, a gente deve muito a você, chefe.
Então sem mais nem menos, Allana deu mais um longo gole no seu copo recém enchido, imaginando todas as possibilidades das coisas que viriam a frente. Ter um detetive certamente iria ajudá-los, mas esperava que a investigação dele fosse rápida, para minimizar os danos às morais dos seus alunos, e a grande mancha que sujava o nome da THS.
A partir do próximo dia, muitas mudanças aconteceriam naquela escola.
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