5.4 Hey, você aí!
— Às vezes você não nega que é amiga da Becky, sabia? — Thales comentou segurando firmemente a corda. Qualquer descuido onde estavam poderia ser fatal.
— Mais baixo — a menina disse, chacoalhando uma latinha de spray preto.
— Não sei se sou forte o suficiente para te levantar se eu abaixar mais. — Thales disse com um semi sorriso.
— Para de ser mole — Emily o repreendeu — quem está no perigo sou eu!
— Ok, ok! — O moço gritou, dando um pouco mais de corda a menina.
Não se sabia que droga eles tinham fumado, ou qualquer coisa que tinham feito para chegar aquele nível, mas estavam literalmente pichando a parte da frente da escola.
Com um nó especial, Emily tinha se prendido as pernas naquela corda, e Thales era aquele que a segurava para impedir que o ato vire um auto sacrifício.
Por que tinha concordado com isso?
Porque o ponche estava batizado. Fora basicamente depois de encher a cara que achou a ideia plausível, mas já estava com os braços cansados naquele momento, esperava que ela terminasse logo.
Nunca Emily faria algo assim perto de Bruce, e normalmente era ele quem ficava mais próximo a ela no grupo, o que a acabava ligando no modo de "boa moça", mas hoje a cartela de sua medicação tinha acabado e por sorte — ou azar — sua bipolaridade tinha aumentado o seu humor.
Precisava fazer alguma coisa, e caiu na besteira de quebrar a sua própria promessa que firmara com Bruce de não beber mais nada alcoólico.
A corda era da escola, a latinha de tinta de Eric, mas se falassem que era dele, Hawkins negaria sem pensar duas vezes.
"Deus não está morto!" Era o que agora, depois de alguns minutos Emily acabava de pichar em letras garrafais sobre os vidros e concreto da frente da escola.
— Terminei! — Emily riu, então Thales a puxou para cima, até que ela alcançasse a parte superior do prédio, e quando o fez se levantou dali com maestria.
— Meu currículo vai adorar pegar uma detenção por causa disso — Thales comentou com um riso de nervoso.
— Não vai pegar se nós saímos rápido daqui — ela disse tirando a corda de si.
Ele foi até a beirada, tentando observar melhor a bela obra de arte que os dois tinham feito e riu quando conseguiu ler a frase terminada.
Dava para ver alguns adultos se aproximando agora. Talvez alguns dos professores que estavam responsáveis pela festa, inclusive Allana, a diretora.
— A casa caiu — Thales constatou apressando o passo.
Emily entendeu na hora o que ele queria dizer, então assim como o moço correu para a porta de entrada ao terraço, iniciando a descida apressadamente.
— Dividir e conquistar? — Thales voltou a dizer já passando pelo segundo andar, descendo junto com Castilo.
— Fechado! — Emily gritou a ação, e então finalmente a escada acabou.
— Hey — a diretora falou quando viu duas silhuetas saindo da escada de emergência —, você ai!
— Não senhora — Thales disse mais para si mesma do que qualquer outra coisa — Agora não.
E sem mais, Emily correu para um lado, e Thales para outro, tentando despistar pelo corredor da escola os discentes.
Torciam para que a professora de educação física não tivesse vindo, ninguém conseguia competir com aquela demônio, se não, um dos dois realmente estaria muito ferrado daqui a alguns minutos.
***
Um barulho forte repercutiu no banco do carro quando Jake jogou Becky contra o mesmo, segurando firme os pulsos ao alto da menina.
Não devia.
Literalmente não devia estar fazendo isso, mas estava pouco se importando agora se ele era um babaca ou não.
Jake tinha pegada, e fodia muito bem.
— Pensei que você ia resistir mais — o moço riu.
— Você é mais bonito com a boca ocupada, quer me fazer desistir? — a garota disse, sentindo Jake apertar um pouco mais os pulsos dela, e tornar a beijá-la.
Depois que ele apareceu na festa, não foi preciso muito tempo para que os dois estivessem naquele embalo de novo, doce problema, aquele desgraçado tinha uma lábia muito boa e, o jeito mal de Jake fazia o seu coração palpitar. Talvez a melhor pessoa com quem Becky tivera dormido em toda sua vida fosse Thales, até porque o resto...
Então o moço continuou a beijá-la intensamente, sem sequer vacilar, até meter sua mão por debaixo de sua saia, arrancando a calcinha da menina e descendo a boca, até começar a beijar a sua virilha.
Aquela desgraça de homem era muito bom com a sua "arte", por assim dizer.
Mas quando parava para pensar, logo sentia um certo temor no coração.
De todos da escola, talvez ele fosse a pessoa mais cotada nas eleições do assassino do ano, e lá estava ela, a segunda mais cotada em um entrelaço bastante íntimo com ele.
Jake apenas tinha ido sexta feira na escola, e nos outros dias faltara simplesmente sem dar qualquer explicação para seus amigos. Sabia que a sua família era... problemática, seus dois irmãos mais velhos faziam parte de uma gangue que havia na cidade e, algumas vezes quando ficaram Martin tinha apresentado a ela qual era o prazer de fazer amor enquanto fumava uma, a sensação era muito louca, em vários sentidos.
Será que ele fazia isso com Gina também?
Pensar assim a irritava, estava tão afim daquele traste ano passado, mas com ela era "só um lance" e nunca passou disso.
Deveria achar agora que ela era um step, alguém para tapar o buraco da pessoa que se foi, um maldito disk foda.
Mas tudo bem, ao menos por uma noite ninguém precisava saber, faria questão de deixar claro que assim como ele sempre disse para ela, essa noite seria "só um lance" também.
O carro parecia ter vida própria devido a tanto gemidos que ele a fazia soltar naquele lugar. Os dois queriam mais a cada momento e, depois de um pequeno tempo, sem hesitar Jake colocou a sua intimidade nela fazendo com que os dois entrassem em um êxtase grandioso.
Aquilo ainda ia demorar algum tempo, por sorte, o utilitário preto do garoto tinha fortes insulfilmes para escurecer as janelas, nada se via de fora para dentro.
***
Quando acabaram de dançar, com o coração atônito por ter feito aquela coreografia, o clube das líderes de torcia aparentemente levou aquilo como um desafio e, mesmo sem a capitã presente deram o troco a altura, isto é, com algumas piruetas no ar a mais do que o outro clube, com uma apresentação impecável de uma coreografia baseada na música "Boom clap" da "Charli XCX".
Fora ouvido muitas palmas após as duas apresentações, e graças a S que ainda dominava a mesa, fez em uma salva de palmas o pessoal tentar dizer quem fez a melhor coreografia, sem muito sucesso já que a aceitação das duas equipes fora excepcional.
Terminou dizendo que todos eles eram fodas, e que a festa ainda não tinha acabado, estava na hora de mostrar o que tinha guardado até agora, colocando os jovens para dançar novamente.
— Já é a segunda vez que nós dois sobramos — Lucca disse enchendo o copo de ponche de Paige com um sorriso meio bobo no rosto.
— Pois é — a moça sorriu. — Bom, não é tão ruim assim, não é?
— Não — E riu no processo, voltando a andar no meio daquela multidão para um lugar um pouco mais vazio. — Quer dançar?
— Tá brincando? — riu — depois de ver a apresentação daqueles times, acho que não sei nem rebolar.
— Olha aquilo ali — e ele apontou, caindo na risada.
Era Bruce.
O moço dançava no meio do pessoal sem camisa, assoprando um apito e balançando uma pulseira neon que ninguém fazia ideia de onde ele havia conseguido, como se não se importasse com mais nada naquele mundo.
Não era do feitio dele fazer esse tipo de coisa, mas não dava para negar que tinha certa elegância nos seus movimentos.
Próximo, tinha um moço caído no chão, não caído machucado, mas caído porque estava rindo tanto daquela situação que não conseguia se manter em pé, claramente Ross.
— Duvido ser pior do que aquilo — Lucca terminou a sua frase de outrora.
— Ouch! — Paige riu — esse micão é no crédito ou no débito?
— Ah, com certeza no crédito — ele falou, apontando para o lado, vendo outro moço rindo, mas esse segundo com uma câmera na mão, pegando quantos ângulos fossem possíveis — isso com certeza vai doer amanhã.
— Vai — concordou. — Tá bom vai — e levantou o indicador —uma música.
— Oba! — o moço disse dando um pulinho, o que fez ela rir. — Vamos!
— Mas já te adianto, sou péssima.
Então, quase como um pequeno pedido uma música mais diferenciada do clima habitual daquela festa começou a tocar, mas dentre todas, não era exatamente lenta, ou muito alegre.
Teen Idle, da cantora Marina.
***
De uma forma ou de outra, o aprendizado do ser humano era sempre defasado.
A história estava ali, pronta e palpável, mas infelizmente parecia que ninguém se importava com aquilo e mesmo conhecedores, não fizeram nada para evitar um problema que podia, e realmente ia acontecer de novo.
Típico, o ser humano tem a capacidade de criar tecnologias tais a lançar-se a lua, mas não tem capacidade de mudar a moral do seu igual.
Isso de certa forma era hilário, arrancando algumas boas risadas da pessoa que agora via levemente pela fresta da porta do banheiro Jake Martin.
Sinceramente, estava esperando qualquer um, mas vir alguém envolvido diretamente com sua última vítima? A sorte estava ao seu lado.
Depois de ter transado com Becky em seu carro, ele voltou para a festa como se nada tivesse acontecido e, Martin resolveu dar uma leve passada naquele lugar para usar a outra função de seu órgão genital.
A festa já estava acabando, o horário proposto pela escola já era vencido por mais de uma hora, o que fez os poucos fotógrafos também irem embora, pois não tinham sido pagos para uma hora extra, e grande parte dos alunos já ter vencido suas expectativas com a mesma, indo embora antes que fossem de certa forma expulsos do salão a força.
— Hey — disse por fim, ao ver o moço despreocupado e ter certeza de que ele era o único no banheiro.
— Hey — Jake falou encarando aquela presença, pensou um pouco, mas logo deu de ombros balançando as mãos molhadas.
— Vem cá por favor, aconteceu alguma coisa com o vazo, quero ver se sabe me dizer para procurar a limpeza direito.
— Eu não vou ver bosta não, não é? — o moço suspirou franzindo o cenho.
— Eu juro que não.
Jake inocentemente foi até lá, vendo a privada entupida, contudo, de águas limpas.
— Acho que é só chamar a manutenção — ele disse se abaixando um pouco para olhar mais de perto, e foi exatamente a hora que foi traído.
Sem piedade sua cabeça fora empurrada para dentro daquele quase círculo e bateu fortemente o crânio contra uma das bordas por isso, o que claramente rompeu a pele de sua testa e no momento seguinte sua cabeça foi empurrada contra a água daquele lugar, sujando-a de vermelho, do mais puro tom de escarlate.
Jake tentou escapar, forçou-se de todas as formas possíveis, estrebuchou, tentou pegar a pessoa que lhe apertava contra o vaso, mas nada adiantou e, após um tempo não se encontrava mais com vida.
— Vamos ver como vai lidar com isso, Becky — e soltou uma leve risada enquanto lavava a mão na pia, tentando tirar a pouca água meio avermelhada que tinha molhado um pouco seus braços.
— Opa — uma moça falou com um sorrisinho ao ver os mictórios daquele local — banheiro errado...
E então, tratou de encarar quem estava ali em pé lavando as mãos, que, por um momento ficou sem reação ao ver outra pessoa entrando no banheiro.
Realmente, essa possibilidade era muito alta pensou, cerrando os dentes.
Paige então arregalou os olhos quando olhou mais de perto, e viu metade de um corpo sair para fora da cabine do banheiro.
— É... você?! — ela comentou incrédula, tentou virar para correr, mas em um movimento rápido a outra pessoa lhe segurou pelos cabelos, derrubando a menina no chão e, impediu ela de gritar enchendo a boca dela de papel toalha molhado cheio de sabão, ao qual estava secando suas mãos antes.
Enfiou aquilo tão fundo que, por si só já era motivo de sufocar.
— Você não precisava morrer hoje — declarou, o que fez Paige começar a debater-se de medo, e lágrimas escorrerem de seu rosto.
De seu bolso então, pegou um canivete, clicando em um pequeno botão para o mesmo desarmar.
— Relaxa — intimou — vou fazer isso depressa, não quero sujar a minha roupa e, não sei, deve doer menos se não resistir — soltou um riso no final daquela fala.
Mas o desespero de Paige não a salvou do que veio a seguir.
A pessoa bateu a cabeça da menina contra o chão violentamente deixando-a desnorteada e levantou segurando os braços dela com uma só mão dessa vez. Sem nenhuma piedade, quem quer que fosse deslizou a lâmina no pescoço de Paige, que grunhiu o máximo que pôde tentando se soltar, mas nada surtiu efeito, a dor que sentira por causa daquele corte era horrível, seu sangue jorrava com força de seu pescoço e, assim chorando e sofrendo, a menina deu seu último suspiro, lamentando tudo que queria ter feito nessa vida, e por causa disso, daquele maldito acaso não teve a oportunidade.
— Já foi tarde — por fim proferiu, limpando a lâmina no vestido do corpo ainda quente da moça, e saindo dali antes que mais uma pessoa entrasse.
— Descansem em paz, no inferno, Paige Gibson — fora suas últimas palavras antes de sair do banheiro — vai ser muito divertido ver a reação do seu primo quando souber de você.
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