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2.2 THS.


Autumnfall era uma cidade pequena e modesta, onde as horas sempre passavam lentas, como se fosse uma condição dada pelo cosmos para lugares onde moravam poucas pessoas. Era como se a quantidade de seres humanos por cidade fosse uma espécie de óleo para as engrenagens do tempo, e a este, quanto menos pessoas, mais devagar as coisas funcionavam.

Aquela região era munida apenas de duas escolas do complexo médio e duas de ensino básico somente, sendo muitas vezes avaliadas como mais do que o suficiente para as necessidades daquele pacato conjuntinho de terras.

Mas para a diretora, Allana Thompson, descendente direta da fundadora Laurel Thompson estava sendo ótimo, pois conseguia colocar todos os alunos de uma vez só no ginásio, sendo vista por todos em cima do palanque improvisado cujo qual utilizava desde quando assumiu as herdades da sua família.

- Por favor - Allana discursava - continuem dando o melhor de si mesmos principalmente para com os estudos, não só pela escola ou por notas, mas para garantir o melhor futuro para cada um de vocês. Isso é tudo, já podem se direcionar para as suas salas de aula.

E após isso a diretora desceu do palanque sendo ovacionada por todo aquele público juvenil.

- Será que ela não tem vergonha na cara para mudar o discurso? - Becky dizia enquanto aplaudia. - Sério, é meu terceiro ano aqui e ela continua mais ou menos com as mesmas palavras.

- Dá uma chance, você já viu como é difícil fazer um discurso? - Emily lhe respondeu enquanto levantava, seguindo o fluxo dos estudantes de volta para os corredores da escola. - Depois de ter feito também ela deve ter olhado a folha e pensado "vou usar para sempre essa merda".

- Deve ter sido isso. - Becky disse rindo. - Mas acho que uma hora ela enjoa, não é possível.

- Já conferiram seus horários? - Thales comentou dando mais uma olhadela no seu papel.

- Você fala como se tivesse aluno o suficiente para ter muitos períodos livres, não é? - Bruce. Sem esforço o garoto passou o braço pelo pescoço do amigo e o puxou para perto. - Por que não me diz o que foi fazer durante a noite, em garotão? Não é do seu feitio sair daquele jeito.

- Não enche o saco, Bruce. - Mas mesmo tentando se safar daquela, Bruce não deixou que ele fugisse do seu braço. Maldito brutamontes pensou.

- Não senhor, você vai me dizer de uma vez por todas, ainda mais aparecendo na escola com a mesma roupa que estava ontem. - Mas logo depois de dizer essas palavras, Bruce tomou um pescotapa tão alto e bem dado que o fez correr a mão para o local do tabefe, fazendo-o olhar para trás no mesmo instante. - Mas o que?

- Tá sendo um pouquinho demais, não acha? - Becky disse cruzando os braços.

- Isso me faz pensar em uma coisa - comentou Ross -, você também sumiu noite passada, não é?

- Fala como se tivesse voltado com o grupo - rebateu a moça.

- Não, eu estava transando com Eleonor Laurence - Disse cheio de orgulho. - Mas não me diga que... - E olhou para Thales. - Vocês dois estão...?

- Ah! - Becky gritou - caralho também em; vocês garotos só pensam em foder, foder, foder, que tal você calar a boca e ir se foder?!

A morena saiu irritada depois daquilo, dando passadas fortes pelo corredor. Pobre fora a alma que se metia em seu caminho, afinal esbarrava em todo mundo e não estava nem aí com o processo.

TPM não é Thales pensou sorrindo ladino enquanto acompanhava aquela ceninha que ela fazia, mas sentiu aquilo como uma brecha, até ele tinha percebido que Ross não falou nada sobre foder, não queria dar mais esse tipo de bandeira, portanto, tratou de sacar o seu celular e andar a passos mais apressados também.

A aula de biologia era o único horário que por sorte - ou azar -, os cinco horários coincidiam e, embora difícil como todas as matérias eram, o sistema deixava as aulas bem divertidas.

Sabemos quando a escola é pequena quando até mesmo a filha da diretora - January Thompson - trabalhava nela como uma das docentes, mas diferente da mãe, dificilmente encontrava-se um aluno que não gostasse dela, ainda mais quando a aula de biologia vinha literalmente com os animais a serem estudados.

Pouco a pouco os alunos foram entrando e no mesmo ritmo ocupando as bancadas, todas em duplas, logo com uns doze alunos todos estavam alocados.

Mas se forem parar para contar, Becky sempre fazia questão de se sentar juntamente com Emily, embora a morena tivesse corrido, fez questão de guardar um lugar para sua amiga nos fundos da sala. Bruce e Ross eram uma dupla inseparável nos períodos que tinham juntos, então como cada bancada cabia apenas dois alunos, sim, Thales sempre sobrava, o que o fazia de certa forma se sentir meio excluído do grupo.

Não tinha o que fazer, e de todas as bancadas, apenas uma restava no final da sala, uma na qual tinha se sentado uma garota de vestido branco que nunca tinha visto antes.

Muito avançado para os outros anos... pensou ele indo se sentar ali talvez uma aluna transferida. Deduziu, suspirando.

- Posso? - O moço disse com um leve sorriso, segurando levemente o seu chapéu para parecer mais cortês.

- Claro. - Ela o respondeu erguendo o rosto do seu livro de biologia. E foi então que ele pôde observar o rosto daquela menina, causando a si uma sensação estranha, uma que ele nunca tinha sentido daquela forma antes. - Nesta terra costumamos a dizer que estamos em um país livre, não é?

Essa sensação que Thales estava sentindo ao conversar com ela nesse instante era uma espécie de... dejà vú com saudades, enquanto de certa forma, se sentia hipnotizado pelos enigmáticos olhos azuis que aquela moça detinha.

Hanna era morena, não tanto quanto Becky, longe disso, mas detinha uma cor linda da mesma forma. Seus olhos azuis eram um chamativo natural para a pequena moça, e seu cheiro era curioso, talvez fosse o perfume que usava lhe trazia uma sensação forte de nostalgia, simples girassóis, parte da flora que Autumnfall amplamente produzia para seu capital de giro, flor que naturalmente era inspiração para poesias; sempre de costas para a escuridão, virada para o sol.

- Oi? Terra chamando. - A moça tombou a cabeça para o lado, tentando focar mais no garoto cujo qual estava ali, frente a ela, a observando cada detalhe, boquiaberto. - Você está me deixando nervosa me olhando desse jeito, coloquei o vestido do avesso?

- Desculpe. - Thales balançou a cabeça, tentando se livrar daquela sensação, se sentando no banquinho ao lado da moça dos girassóis. - É só que... - Engoliu em seco. - Nós nos conhecemos de algum lugar?

- Não... - Mas o olhar dela não foi uma simples negativa, mostrava um certo interesse, como se duvidasse do que estava ouvindo. - Eu sou nova aqui na cidade.

- Entendi... - E suspirou. O que era tudo aquilo que estava sentindo? - A propósito, meu nome é Thales, Thales Blackweel, e o seu?

- Blackweel? - ela repetiu, mas mais para si mesma do que para ele. - É um nome engraçado, meu senhor.

- Qual é? - Thales soltou uma leve risada. - Acho que já passamos dessa idade, não é?

- Desculpa. - A moça sorriu. - Não quis lhe ofender, é só que... - E engoliu em seco, juntamente com o final daquela frase. - A propósito, me chamo Hanna, Hanna... Bradley, é um prazer te conhecer, meu senhor.

- Temos mais ou menos a mesma idade, não temos? - Disse cerrando o cenho.

- Não posso te chamar assim? - O semblante de Hanna se moldou diferente dessa vez, bom, não era como se conhecesse outros ainda, mas foi de um feliz a olhos pidões feitos os de criança quando querem alguma coisa, algo a fazê-lo revirar os olhos e suspirar.

- Tudo bem, mas vou te chamar de Bradley, o que acha? - E sorriu vitorioso por ter pensado nisso.

- Hanna está bom, obrigada - ela disse, voltando a sorrir e apontando para a frente. - Meu senhor, acho melhor prestar atenção na lousa.

Mas que porra de "meu senhor" é essa, o cacete? Mas é claro que não ia dizer isso para alguém que acabou de conhecer, ao invés disso seguiu o braço dela em direção a lousa, e tomou um susto quando viu que a professora não tinha perdoado um segundo sequer, já estava basicamente na metade do quadro negro.

- Porra! - disse ele baixinho enquanto procurava alguma coisa para anotar o que estava sendo escrito.

Hanna riu com a sua reação, verdade era que o susto cujo qual ele havia tomado fora visto como "fofo" nos seus olhos, mas resolveu ficar quieta, tratando de fazer a mesma coisa, anotar aquelas palavras em um bloco de notas grande de folhas amarelas.

Dez minutos depois ouve-se um bater na porta, e quando January vai atender, acaba se assustando com a presença de dois policiais na mesma.

- Meu senhor? Isso é normal por aqui? - Hanna perguntou tomando a atenção do seu colega de classe.

- Ah, o que? - e depois de seguir novamente o dedo da menina cujo qual apontava para a cena à porta, revolveu continuar com a sua fala: - Deve ser só um treinamento de incêndio ou coisa assim.

Voltando para dentro da sala mais uma vez, a professora agora parecia diferente, mostrava um olhar pasmo em seu semblante. Aparentemente tentava manter o decoro, mas o que havia ouvido dos policiais realmente a tinha chocado.

- Senhor Martin - January disse - por favor, os policiais precisam falar com você em particular.

- Ahm? - Jake Martin disse, um tanto quanto surpreso, se levantando da cadeira. - Eu?

- Sim. - A professora disse ríspida. - Por favor acompanhe esses senhores até a sala da diretoria.

E a dúvida da sala inteira era apenas uma, "o que foi que ele fez?"


***


- O que será que aconteceu? - Emily comentou assim que conseguiu assentar sua bandeja na mesa do refeitório cujo qual todos estavam reunidos agora.

- Coisa boa não foi. - Becky a respondeu mordendo o seu sanduíche de atum.

Fazia alguns momentos que o sinal da escola tinha tocado, liberando os jovens para o café da manhã, o primeiro intervalo do dia.

O refeitório da escola era grande, pintado de cores pastéis claros, era onde a maioria das conversas entre alunos acontecia, se não nas dependências das escolas e entre os longos corredores.

As mesas eram brancas com suas laterais emborrachadas por uma camada preta e, sua sustentação presa no chão por alguns parafusos. Observava-se também alguns microfones na parede, alguns extintores de incêndio e poucas caixas vermelhas onde ia uma mangueira para o combate ao fogo. Dos dois lados opostos ia uma tv led de mais ou menos 30 polegadas, esta que ficava passando as notícias do dia, quando não, o jornal da escola.

Mas enfim, desde que chamaram Jake, nenhum outro assunto foi tratado naquela sala se não a dúvida do que poderia ter acontecido de tão importante para pararem a aula e o convocar, e por causa da rotação dos alunos não demorou nada para que todos ficassem sabendo daquela convocação.

Era certo que Jake não era flor que se cheire, mas polícia? Parecia um pouco demais para ele...

- Conheço o Jake o suficiente pra dizer que ele é um babaca - Bruce comentou -, mas para fazer uma merda colossal? Acho que é muito pro intelecto dele.

- Jake faz parte do time de basquete, não é? - Thales indagou.

- Sim - Bruce disse -, mais ou menos do tempo que eu estou no de futebol americano.

- O mais curioso ainda é que ele não voltou depois disso, será que levaram ele para a delegacia? - Gwen falou. Mesmo sendo de uma série abaixo sempre passava os intervalos com eles, assim como Riley, uma das moças dos Stanford. Às vezes, até mesmo Ethan e Abigail participavam daquela mesa, mas esses dois tinham sua própria turma.

- Não sei... - Becky disse suspirando. - Mas acho que não vamos conseguir supor esse tipo de coisa. - Frustrada.

- Hey caras - Ross comentou -, aquela não é a garota de mais cedo? - Apontando para a mesa de trás, pôde-se observar uma menina comendo sozinha naquele lugar.

Hanna não parecia ser uma garota má, mesmo sendo de certa forma "estranha", sofria com um efeito muito forte naquela escola, a transferência para um lugar que não conhecia ninguém, além do mais estando no terceiro ano, cujo qual os grupos e panelinhas de alunos já tinham se formado de longa data.

- É ela mesma. - Fora a vez de Riley dialogar. - Tadinha, não acham que deveríamos oferecer um lugar?

- Eu adoro o espírito caridoso de vocês, e como tem mais mulher no grupo do que homens. - Ross disse rindo, e se levantou. - Vou chamar ela.

Hanna era bonita, bonita a ponto de despertar o interesse de Ross e talvez até algo a mais do que a beleza pode despertar aos olhos de alguém, mas além da beleza, se sentia mais ou menos na obrigação de oferecer um lugar no grupo já que aparentemente foram os primeiros que puxaram assunto e, dane-se, quanto mais gente divertida, mas legal as coisas poderiam ser no futuro.

Logo mais teria a festa de abertura, talvez eles se reunissem depois da aula para fazer alguma coisa, quanto mais chances tivesse para conversar e passar um tempo divertido com seus amigos, melhor para ele.

- Hey. - Ross disse ao se aproximar. Era meio triste realmente ver uma cena dessas, uma garota tão bonita sentada à mesa sozinha em um lugar tão lotado de gente.

- Yo! - Ela disse e começou a sorrir, tirando seus fones de ouvido. - Isso é uma batida de hip hop, não é?!

Isso fez com que Ross risse na hora e se sentasse na mesa, olhando divertidamente para a garota de vestido de girassóis. Essa menina tem talento pensou divertido.

- Então você gosta de hip hop? - ele disse.

- Tá brincando? Kid Ink, Chris Brow, Eminem, Drake, Lloyd, Snoop Dogg...

- E como consegue estar sentada sozinha gostando de tanta coisa boa? - Ross sorriu para ela, que devolveu da mesma forma.

- Não sei..., mas nem só disso vive a minha play list. - E a menina fez um gesto com a mão para que ele se aproximasse. Ross se levantou, atravessou a mesa e se sentou do lado dela, cujo qual sem dizer nada colocou um dos lados de seu fone de ouvido na orelha dele.

- Hey Jude? - Ross riu. - Sério?

- Sim! - Ela disse entusiasmada. - Não é demais?!

- Você tem um gosto muito sofisticado, sério, gostei de você.

- Oh, me sinto lisonjeada. Qual seu nome mesmo?

- Ah é, nem me apresentei direito, Ross Gibson, ao seu dispor.

- Hanna Bradley, nobre cavalheiro. - E depois dessa ambos riram um pouco. - Mas sabe? Beatles, Nirvana, Guns N' Roses, AC/DC, meu gosto musical é mais amplo do que você imagina.

- Então, o que mais você tem para me mostrar Hanna?

- Uhm... tenho algo perfeito para você. - E depois de rápidos cliques, Hanna colocou a reproduzir uma música um tanto quanto curiosa.

- Nunca ouvi essa. - O moço comentou apertando um pouco mais o fone no seu ouvido.

- Se chama "Work" da Rihanna em parceria com o Drake. - Hanna parecia entusiasmada ao dizer aquilo.

- Eh? - Ross disse surpreso. - Eles tinham essa música?

- Sou o que podemos chamar de... testadora oficial de qualidade sonora. - Ela riu. - Lembre-se dessa música, quando ela lançar você vai ser o primeiro a reconhecer.

- Você é incrível Hanna! - Ross respondeu entusiasmado. - Te daria um beijo aqui e agora por causa disso!

- Uhhhh! - Ela disse rindo. - É só uma música Ross!

- Não é só uma música! Ok, é só uma música... - Ele riu de volta. - Mas é incrível do mesmo jeito!


***


- Parece que eles estão se divertindo. - Emily observou com a cabeça apoiada sobre a mão, reparando os dois sozinhos na outra mesa. - Cadê o "vou chamar ela?"

- É difícil ver o Ross tão animado - Thales comentou -, deixa ele, é bom gastar a energia, ele é pior que bateria de carro.

O comentário rendeu algumas poucas risadas, mas logo acabou, e os garotos voltaram a jogar conversa fora como sempre faziam em uma situação dessas.

Era o primeiro dia, as aulas ainda não estavam tão intensas, com os ânimos renovados pelas férias, o pessoal apenas conversava despreocupadamente sobre detalhes interessantes, fatos que aconteceram durante o pouco tempo que ficaram em casa, mas algo os fizeram calar.

Algo no qual era chamado de Jake Martin.

Jake era bem alto e forte, resultado dos treinos de basquete que fazia desde o seu primeiro ano. Branco, olhos marrons e cabelo bem curto com certo volume, se destacava mais pelo fato de ser conhecido como jogador do que a sua própria presença, mas ninguém podia negar que era um moço bem bonito.

Seus olhos estavam um pouco vermelhos, assim como o seu rosto. Mesmo não sendo de seu feitio, havia chorado bastante durante aquela reunião com a polícia.

Como as mãos socadas nos bolsos de sua jaqueta de couro preta, exatamente como uma flecha ele atravessou o refeitório, tomando a atenção do povo, fazendo o tumultuado e barulhento ambiente não passar agora de cochichos baixos por onde quer que ele passasse.

- Hey. - Jake disse assim que se aproximou da mesa dos garotos. Estava com raiva, muita raiva, tanto a dar para sentir que suas palavras tremiam para sair de sua boca. - Becky?

- Oi. - A menina respondeu o fitando meio sem reação.

- A diretora quer conversar com você. - Passou a mensagem quase bufando. - Recomendo que contrate um advogado. - E após comunicar isso o garoto saiu andando da mesma forma que veio.

- Espera! - Becky inqueriu indo de encontro com o garoto, segurando-o pelo braço. - O que aconteceu naquela sala? Você está bem?

- Você vai descobrir quando chegar. - O moço disse fazendo um movimento com o braço para que ela o soltasse.

- E aonde você vai? - Dava para ver o quanto estava irritada com isso tudo pelo tom de sua voz. - Vai continuar agindo como um babaca?

- Eu vou para a delegacia, tem uma viatura me esperando na porta, Becky. Passar bem.

Aquela resposta fez a garota gelar da cabeça aos pés, e quase paralisar. Isso era sério? Realmente sério?

Jake não disse mais nenhuma palavra, apenas andou rumo a saída do refeitório e desapareceu sobre o corredor.

- Ei, você está bem? - Emily indagou correndo para ver a sua amiga.

- Não - Becky respondeu. - Faça o favor de conseguir uma boa dose para quando eu voltar. - E mesmo irritada, Becky girou nos calcanhares e foi para onde lhe fora pedido.

- Quer que eu vá com você? - Thales propôs já se levantando, mas ela estava tão irritada que apenas mostrou o dedo do meio para ele, sem parar a sua caminhada.

Era raro ver os corredores vazios, tão raro quanto alguém ser chamado daquela forma para a diretoria. Era mais fácil os professores mandarem você ir para lá do que ser convocado daquela forma e, já estava ficando mais irritada ainda sabendo que agora não só Jake, mas mesmo que por qualquer motivo, ela também seria o centro das atenções do primeiro dia de aula.

Na porta, ia escrito "Allana Thompson" em letras prateadas, mas Becky não dava a mínima para esse tipo de identificação. Respirou fundo na tentativa de diminuir um pouco com as coisas que estava sentindo, e logo bateu na porta, ouvindo um "entre" como resposta.

- Bom dia - a diretora falou - por favor, sente-se.

O escritório dela era simples, não muito grande também. Atrás de si ia uma janela bem na metade da parede para cima, coberta com uma cortina branca que tremia pelo vento, e um pouco mais a frente ia a sua mesa marrom de trabalho, onde encontrava-se um computador e várias folhas espalhadas na mesma. Ainda na parede de trás, no lado direito iam três bandeiras, a da escola, a de Autumnfall e a bandeira dos Estados unidos. Do outro, um vaso de planta grande com algumas altas folhas verdes. Uma estante com diversos livros no lado esquerdo, e na contrarreferência uma televisão led, ao qual passava no mudo o jornal da manhã.

Havia dois policiais naquele lugar, não conseguiu reconhecer os rostos, mas deduziu que eram os mesmos que buscaram Jake na sala de aula mais cedo.

Assim como pedido, Becky se sentou em uma das três cadeiras acolchoadas que havia frente a mesa da diretora, e pôs-se a cruzar os braços com aquilo.

- Podemos ir direto ao assunto? - a morena comentou - não gostei nada de como Jake estava depois de ter passado por aqui.

- Tudo bem - Allana a respondeu - se colaborar vai ser rápido.

Os olhos das duas se fitavam intensamente, Becky com ódio, mas a diretora parecia mais estar com algo parecido a suspeita, desgosto. Não queria acreditar em acusações sem provas, muito menos fazer algo que não era de sua competência, mas os anos que ela passou trabalhando como delegada ensinaram a sempre suspeitar de tudo, a cada momento.

E então, depois de um longo suspiro, Allana voltou com suas palavras:

- É sobre o assassinato de Gina Jenkis.

O semblante de Becky mudou na hora, de raiva para incrédula. Fora uma simples frase, mas uma na qual passou bagunçada na sua cabeça, trazendo muito receio para o seu coração. Era verdade que não gostava da Gina, mas assassinada? O que estava acontecendo?

Becky não conseguia raciocinar direito, contudo, juntou as únicas palavras que conseguia montar naquele instante, e tratou de dizê-las:



- Mas que porra é essa, diretora?

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