Quando você quer fugir do seu passado
ᴄʜᴀᴘᴛᴇʀ sɪx
ᴀᴍᴇʟɪᴇ's ᴘᴏɪɴᴛ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴠɪᴇᴡ
As aulas já haviam começado a pelo menos uma semana e desde o dia da festa, não vi mais Taeyong e as únicas coisas que sei são quê ele é super popular e que talvez é um dos garotos mais bonitos do campus porém comprometido, mas ouvi algumas garotas da minha turma dizendo que ele e a namorada não estão muito bem. E minha curiosidade em saber quem é a namorada dele só aumenta mas a possibilidade de vê-la com ele faz o meu coração doer.
O professor falava algo sobre iluminação de ambientes nas fotografias e eu tentava prestar o máximo de atenção no quê era dito mas me sentia desconfortável e quando olhei ao redor da sala vi que um garoto ficava me encarando, apenas balancei a cabeça negativamente e voltei a prestar atenção no que era dito pelo professor.
Assim que o sinal toca, Emily e eu arrumamos nossas coisas e saímos da sala. Ela era a única pessoa que eu conhecia naquela turma. Aparentemente todos já haviam se enturmado, mas eu mais uma vez não consegui. Emily era muito comunicativa, e eu não esperava que ela fosse tão falante mas sei que ela apenas está confortável por isso fala bastante sem se importar.
— Ei! Amelie! — Ouço meu nome ser chamado e então olho pra trás vendo o garoto que estava me encarando na sala, ele vinha correndo tentando nos alcançar e quando se aproximou o bastante estendeu sua mão com uma carteira idêntica a minha. — Acho que isso é seu. — Ele fala e eu olho pra Emily antes de começar a procurar minha carteira dentro da minha bolsa mas não a encontrando.
— Eu acho que deve ser minha mesmo, deve ter caído. — Falo pegando o objeto de sua mão e o rapaz sorri. — Hã, obrigada, nós somos da mesma turma mas não sei seu nome.
— Ah, meu nome é Taeil, mas nós não somos da mesma turma, eu já sou um veterano. — Ele sorri sem graça passando a mão na sua nuca e eu assinto. — Apenas tinha aula vaga e não tinha mais o que fazer então fui assistir a aula de outro curso.
— O quê você faz então? — Emily pergunta antes de mim com certa curiosidade.
— Música, embora não fosse algo ao qual minha família esperava. — Pelo seu sotaque era bastante notável que ele não era americano, era quase como o de Taeyong, só que mais puxado ainda.
— O quê você irá fazer agora? Porquê nós estamos indo encontrar nossos outros amigos, pode almoçar com a gente. — Emily o convida e ele olha pra mim e eu balanço a cabeça afirmativamente e então Taeil sorri e nos acompanha.
Quando chegamos ao refeitório fomos pegar nossas refeições e já estava cheio de alunos e seria um pouco difícil encontrar nossos amigos se não fosse pelo Lucas, nós não teríamos os encontrado. Sicheng estava comendo em silêncio, Grace e Kun riam de algo que Lucas dizia. Assim que notaram nossa presença eles nos cumprimentaram e apresentamos Taeil a eles.
— As aulas mal começaram e eu já quero férias! — Lucas fala chamando a atenção de outros alunos do refeitório até porque ele praticamente gritou.
— Lucas se controla, você não precisa viver tão intensamente. — Grace resmunga e o garoto suspira. — Mas então, como foram as aulas de vocês? — Ela se vira para mim e Emily que demos de ombros.
— Foi normal. O professor só ficou falando e falando e eu queria dormir. — Emily reclama remexendo sua comida e eu riu um pouco.
— Amelie, sabia que o Taeyong é da minha sala? — Grace sussurra para mim e eu dou de ombros.
— E o que têm isso? — Pergunto tentando demonstrar que não me importo mas por dentro eu estava morrendo de curiosidade pra saber qualquer coisa sobre ele.
— Ah! Sua chata! — Ela fala e eu reviro os olhos. — Tudo bem, não vou mais tocar no assunto se é isso que quer.
᪥
Já estava em meu quarto quando recebo uma ligação da minha mãe. Mesmo que eu tenha recusado sua ligação, ela não parava de me ligar, então decidi que era melhor atendê-la logo.
— Oi. — Falei secamente e já ouço seu suspiro.
— Filha, me desculpe. — Ela dá uma pausa antes de falar. — Será o aniversário do seu pai na próxima semana, nós vamos a São Francisco, você vem conosco?
— Porquê exatamente agora você quer bancar a boa mãe? E ele ainda não vendeu aquela maldita casa? — Já estava irritada com o fato de ela achar que eu iria aceitá-la depois de nos deixar sem mais e nem menos com a desculpa de que precisava cuidar da vovó.
— Eu entendo que é difícil passar pelo que você e seu pai estão passando, eu só quero me redimir antes que seja tarde. — Ela parecia estar sendo sincera mas algo me deixou confusa ali.
— O quê? Nós estamos bem, pelo quê exatamente o papai está passando?
— Você não sabia? Ele não te contou...— Ela murmura a última parte e eu já estava com o coração saindo pela boca.
— Me diz de uma vez o que está acontecendo! — Exijo e ela ainda fica relutante em me dizer.
— Seu pai tem um tumor cerebral, a situação é muito delicada e embora a cirurgia seja feita, as chances dele sobreviver são mínimas. Eu sinto muito querida. — Sabe quando a vida vem te dar um forte tapa na cara? Era exatamente assim que eu sentia que o rumo de tudo havia levado.
Acabo desligando a ligação e fico deitada na minha cama encarando o estrado da cama de Grace que era acima da minha. Não sei por quanto tempo permaneci dessa forma, mas é extremamente confuso o modo como as coisas tomam rumo em minha vida. Primeiro a mamãe vai embora, depois eu me mudo e deixo o Taeyong, e ele nem lembra mais de mim e agora o meu pai pode morrer.
— Amelie. — Ouço meu nome ser chamado e olho pro lado vendo Grace com uma expressão de preocupação. — Está tudo bem? — Ela pergunta e eu assenti me levantando.
— Eu preciso ir tomar um ar. Volto logo. — Passo por ela e saiu do recinto que já estava me sufocando.
Não havia quase ninguém fora das repúblicas, como já era noite não tinha muitos lugares ali ao qual eu pudesse ir, mas a lua estava bonita então fui até o campo de futebol onde eu teria uma vista mais bonita do céu e chegando lá vejo que os meninos do time de futebol americano da Universidade treinavam. Fico sentada na arquibancada vazia enquanto aqueles meninos praticamente se matavam por causa de uma bola, na verdade não é o meu esporte favorito, é muito violento.
— Não esperava te ver aqui. — Me assusto por um momento ao ver Taeyong ali em pé a alguns degraus mais baixos de onde eu estava sentada. — É estranho estudarmos no mesmo lugar mas eu não te vejo quase. — Então ele se aproxima e eu fico nervosa no mesmo instante.
— Ah, sério? — Pergunto sem graça e ele logo se senta ao meu lado.
— Encontrou seu amigo? — Ele pergunta me encarando e eu apenas encolho os ombros. — Eu te vi com um garoto hoje. — Se fosse o antigo Taeyong diria que ele estava incomodado e enciumado mas esse, eu não sei o quê ele realmente sente.
— Na verdade, eu não quero mais encontrá-lo, algumas coisas são feitas para ficar no passado, não quero sofrer por algo do passado em meu futuro. — Falo olhando para os meninos no campo e logo o treinador avisa que o treino havia chegado ao fim. — Acho melhor eu ir, está ficando tarde. — Me levanto sem esperar resposta vinda dele.
— Amelie, quer que eu te acompanhe? — Taeyong pergunta e eu nego. — Sinto que está me evitando. — Seu riso demonstrava clara insatisfação.
— Isso é só impressão sua, nos vemos por aí. — Saiu praticamente correndo dali. Talvez eu estivesse o evitando mesmo, mas não deixaria ele saber disso.
[...]
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