ᴄʜᴀᴘᴛᴇʀ ᴛʜɪʀᴛᴇᴇɴ
         ᴛᴀᴇʏᴏɴɢ's ᴘᴏɪɴᴛ ᴏғ ᴛʜᴇ ᴠɪᴇᴡ

Você está fazendo tudo errado.

Essa frase sempre rondava minha mente. Eu sabia que estava sendo um idiota em relação a tudo, principalmente em relação a Amelie, Apenas tenho a feito chorar desde que nos reencontramos.

A verdade é que desde o acidente tenho tentado preencher esse vazio que sentia, eu sabia que faltava alguma coisa e quando a vi, eu sabia exatamente quem faltava, mas então me lembrei de todas as coisas ruins que aconteceram quando ainda éramos amigos. Amelie não precisa de mim em sua vida novamente, eu sempre fui o motivo de ela se sentir tão solitária mesmo ela estando ao meu lado.

Não quero que ela não tenha mais amigos ou diversão com outras pessoas. Éramos muito dependentes um do outro. Eu fiz coisas das quais não me orgulho apenas por sentir ciúme dela. Como não deixar ninguém convidá-la para ir ao baile, sim, eu fiz isso, e hoje fico totalmente envergonhado por ter sido tão idiota com ela. Por isso não podemos voltar a ser como antes. Porque eu sei que não tenho mais direito de fazer parte da vida dela.

Eu a amo, e é por amá-la tanto que decidi não interferir em sua vida. Mas mesmo assim nós estamos sempre nos esbarrando ou algo acontece. Eu sei que não devo ficar perto de Evelyn, que ela apenas quer machucar Amelie, e não importa o quanto eu tenha tentado me afastar de Evelyn, ela sempre arruma uma forma de tentar me fazer voltar atrás.                              

Nós nunca nos falávamos dentro da escola, isso porque, estava sempre rodeado de pessoas, e apenas podia ver Amelie de longe, isso também fazia com que outras garotas não a perturbasse apenas por ser minha amiga.

Evelyn era uma dessas garotas. Na verdade eu nunca a chamei para ir ao baile, ela apenas me convenceu de que deveria ir com ela, com um de seus jogos mais que sujos, Evelyn havia feito o jogo mais sujo possível. Segundo ela, se eu não aceitasse ir com ela ao baile, a mesma iria publicar fotos comprometedoras de Amelie, fotos essas que eram inexistentes e quando descobri isso na noite do baile, acabei não a levando e ficando sozinho.            

Esperava ver Amelie no dia seguinte, mas ela já havia ido embora e eu não tinha coragem de falar com ela. E depois do acidente e de minha mãe, não queria ter que lidar com o passado, era doloroso, sentir falta de alguém e não se lembrar de fato da pessoa em questão. Cheguei a pensar que Evelyn era a pessoa que eu sentia falta, mas sempre senti que ela nem de longe seria o alguém que fazia falta.

Eu queria ter dito a ela que senti sua falta. Que sinto sua falta, mas tenho medo de estragar tudo novamente, de ser egoísta novamente. Afinal de contas, Amelie era boa demais para ver o lado ruim de alguém e eu nunca fui o melhor amigo que ela poderia ter.

O reitor havia conversado comigo sobre Amelie e sobre as fotos. Eu apenas disse que se tivesse um culpado, com toda certeza era Evelyn, afinal de contas, ela já havia usado tal método para tentar acabar com a imagem de Amelie. Evelyn com toda certeza poderia chegar a ser expulsa e isso não seria algo ruim de qualquer forma.

Quando cheguei a república, Aaron veio falar comigo. Desde que ele se aproximou de Amelie, parece apenas me aturar pelo bem da convivência, embora saiba que ele tem nítido interesse nela.

— Quer falar sobre Amelie? — Minha pergunta é respondido com um acenar de cabeça do mesmo.

— Até quando pretende fazê-la sofrer por você? — Ele perguntou se escorando na bancada da cozinha.

— Estou evitando que ela sofra.

— Acha mesmo que está?

— Nossa amizade era tóxica para ela. Amelie não tinha outros amigos a não ser eu, e sei o quanto isso a prejudicou depois que nos separamos.

— Isso não é o ponto de vista dela. — Aaron franze o cenho.

— Porque ela realmente não vê maldade nas pessoas, se ela visse, teria percebido que era tóxico para ela. Amelie não precisa de alguém como eu em sua vida.

— Entendo, ela irá conosco no próximo jogo, por favor, não se aproxime dela se não quiser ter um olho roxo. — Aaron fala sorrindo fraco.

                                   ᪥
                            ʏᴇᴀʀs ᴀɢᴏ

Amelie sempre foi o tipo de garota tímida. Ela era muito fofa mesmo em sua adolescência. Me lembro de todas as vezes aos quais ela ia em minha casa, minha mãe adorava Amelie. Ela sempre dizia que não iria aceitar uma nora que não fosse Amelie, ela sempre achou que iríamos ficar juntos.

Na verdade todos achavam, mesmo na escola, e isso era um dos motivos pelos quais as outras meninas não gostavam de Amelie, elas tinham ciúme por saber que a mesma teria mais chances. Quando estávamos no ginásio e éramos da mesma sala, vivíamos juntos, e isso fazia com que nossos colegas ficassem dizendo que éramos um casal. Coisas de criança que deixavam Amelie envergonhada.

Foi nessa época que ela começou a ser mais calada até mesmo comigo. Ela não me dizia tudo o que sentia, todas as vezes em que a abraçava, ela tentava se esquivar e começamos a ficar estranhos um com o outro. Cheguei a pensar que ela talvez não gostasse mais de demonstrações afetivas, mas então algo na minha cabeça me dizia que Amelie podia estar gostando de alguém e não queria que nossa amizade a prejudicasse.

— Você gosta de alguém? — Eu perguntei isso a ela pela primeira vez quando voltávamos da escola, iríamos para o ensino médio no próximo ano e pensar em Amelie namorando alguém me fazia entrar em desespero.

— Que tipo de pergunta é essa? — Ela sempre respondia com outra pergunta quando estava nervosa e não sabia o que dizer.

A verdade era que por nos conhecermos tão bem, acabávamos escondendo bem nossos sentimentos um do outro. Eu ainda não entendia o que sentia, achava que estava apenas com medo de ser jogado de lado por ela, mas percebi que gostava de Amelie quando comecei a sentir vontade de beijá-la. E eu não sabia como ela se sentia, nem se ela me via como algo mais além de um amigo.

Se eu apenas tivesse sido mais corajoso e admitido que gostava dela, talvez não estaríamos assim hoje em dia, ou quem sabe estaríamos e nada teria mudado pois nunca foi pra ser realmente.

Amelie foi o meu primeiro amor e isso é fato e se pudesse voltar no tempo teria a tratado com todo o amor que sentia por ela.

                                                                […]