(Poema em colaboração com autoanty)

ei, de onde sai a tua coragem,
pra me beijar no meio da rua?
pra me despedaçar em seus braços,
e reconstruir em suas mãos;

em meio ao nervosismo, não resisto,
tenho procurado sentir isso há tanto,
um momento único como esse,
um beijo que tenha valido uma guerra;

tempo chuvoso é mar aberto em ti,
a calmaria de um ser cansado, ser meu,
levantou para foder a minha métrica,
minha geladeira de poesias que penso em escrever;

você chega como um príncipe dos mares,
aproximando como a espuma das ondas,
molhando meus pés, brisa pros ouvidos,
me puxando para dentro de você, eu vou;

sou pessimista, você me conta possibilidades,
sonhos que mal posso acreditar merecer,
segura minhas mãos e devora meus lábios,
me acalma, é o certo quando parece difícil;

feche os olhos e abra tua boca,
falta espaço pra espalhar os dedos,
a sua face em meu peito aberto,
é murmurinho vindo lá de cima, da mente;

o medo de não escrever poesias como antes,
sussurro o seu nome sem direção,
entrega sua voz ao violão e faz louvor, ao anjo,
e assim vencemos todo o ódio do mundo;

o amor vence tudo, pintou Caravaggio,
acima dos esforços humanos, és meu Cupido,
tão egoísta, flechando-me para si próprio,
você emana o amor, levaria séculos a expressá-lo;

da tua coragem de um beijo, me conquistas,
da minha vontade de dançarmos na avenida,
por tudo que sofremos e viremos de sofrer,
me beije, mostre-me de novo, o amor vence tudo;

(Data: 14 de Janeiro de 2020)

O Amor Vence Tudo ou no original "Amor Vincit Omnia" é uma tela de Caravaggio (1601-02). Nela aparece o Cupido (representação mitológica romana do amor) acima de todas as artes humanas como escrita, música, dança, atuação etc, como se o amor vencesse a tudo.