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01 de outubro de 2017
- Taehyung? - Exclamei assustado quando abri a porta da casa e o garoto caiu por cima de mim.
Sua blusa social estava aberta e amassada, ele carregava um de seus sapatos na mão deixando um único pé somente com a meia, seus cabelos estavam todos embaraçados. Ele fedia a alguns perfumes misturados, suor e bebidas.
- O que aconteceu? - Perguntei, tentei segura-lo com um braço e com o outro tranquei a porta.
Segurei forte em sua cintura já que o mesmo não se aguentava em pé e o carreguei até o sofá e o soltei lá, mas quando me levantei ele me puxou de novo e se encolheu em meu peito. Meu coração batia forte por causa do susto e piorou quando o ouvi chorar.
Seu choro era tão triste que me fez sentir mal, mesmo sem entender nada meu lado paternal falou mais alto e então eu lhe abracei, afaguei seus cabelos sentindo ele se agarrar mais em mim.
Minha cabeça já criando um milhão de história para tentar justificar o motivo do seu pranto, o motivo pelo qual meu melhor amigo está tão triste chorando em meu braços.
- Onde você estava, hm? - Minha voz soou mais calma enquanto minha mão ainda fazia carinho em seu cabelo.
Ele soluçou e então se afrouxou do abraço, demorou um bom tempo pensando, ele estava tão embriagado que seus olhos pesavam o fazendo quase tombar para o lado.
- Eu... Estava em um pub - Sua voz saiu arrastada logo seguida de um soluço, não do choro mas sim de quem bebeu demais.
- E o que te levou a beber tanto até ficar assim? - Apontei para seu estado e ele encarou seu próprio corpo vendo sua situação.
- Raiva... Tanta raiva, eu odeio pessoas - Soluçou outra vez.
- E quem foi essa pessoa que te fez raiva? - Eu falava baixinho, imaginei que sua cabeça estava doendo.
- Ora, quem será? - Me largou apenas pra se levantar e por a mão na cintura.
Ele cambaleou pra trás e vi ali mesmo a hora da minha morte quando ele quase derrubou a mesa de vidro da minha mãe que fica no centro da sala.
- Yoongi? - Perguntei mesmo que fosse retórica.
- Sim, aquele bunda branca e mole do Yoongi - Seus ombros voltaram chacoalhar e mais lágrimas desceram - Como ele pôde fazer isso?
- Taehyung, calma, se senta - Fiquei em pé e tentei fazer senta-lo mas foi impossível, ele continuava a cair pros lados enquanto murmurava coisas sem sentido - Me explique o que aconteceu.
- FOI ELE - Gritou fazendo-me me assustar e fiz sinal de silêncio pra ele que logo depois gargalhou - Aquele cretino é muito mal.
- Me diga o que ele fez - Consegui fazer ele se sentar e aproveitei para tirar seu sapato que sobrava e as meias.
- Ele me disse "Taehyung, se arrume, vamos a um encontro" - Colocou as mãos no rosto ainda chorando - Eu me arrumei que nem uma marica.
- Mas o que há de errado nisso? - Ainda não estava conseguindo compreender aquela história toda.
- Eu me arrumei, coloquei até a cueca da sorte, aquela rosa que você me deu, lembra?
- Lembro sim - Ri.
- Mas quando chegamos lá no restaurante adivinha quem nos esperava - Seu queixo tremeu e uma lágrima gorda caiu por sua bochecha.
- O garçom?
E então levei um tapa forte na testa, mas fui surpreendido com um abraço e beijinhos no local machucado. Taehyung me bateu e agora me consola, toda essa bebida fazendo uma mistura de emoções nele.
- Jimin-ah - Fez uma careta e então eu limpei seu rosto - Ele levou Hoseok.
O que?
Coragem né?
- E-e o que aconteceu? - Meus olhos se arregalaram - Vocês brigaram foi?
- Não... Jimin - Ele negou com o dedo indicador ainda com a mão na cintura e cambaleando - Mas eu ia comer ele na porrada mesmo.
- Não? - Juntei o cenho e fiquei tentando ligar os pontos - Então porque você estava em um pub e não com eles?
- JIMIN - ele agarrou o colarinho da minha blusa e me chacoalhou - Meu namorado levou o garoto que ele quer namorar pra me conhecer.
- Talvez ele só... - Coloquei as mãos por cima das suas e tentei tira-las de la.
- Alguém avisa que eu sou namorado dele e não a mãe.
Ele me puxou mais uma vez e colocou a cabeça na curva do meu pescoço.
- Tae, apenas se acalme - Hesitei mas no final coloquei uma mão em suas costas e fiz algumas carinho.
Eu não sabia conforta-lo, nunca havia passado por uma situação dessas ou se quer parecida. Deve ser um sentimento ruim de primeira, achar que não é o suficiente para uma pessoa e que ela precise de outra.
- O que tem de errado comigo? - Soluçou enquanto jogava suas mãos por cima dos meus ombros - Eu não sou o suficiente pra ele?
Bingo!
Minha camisa estava ficando encharcada e seu cheiro de álcool estava impregnando em mim. Ele tinha que tomar um banho.
- Você está triste e embriagado, não está pensando direito, não pense besteiras desse tipo.
- É verdade, ele que não é bom pra mim....
- Tae... Eu tenho certeza que ele irá conversar com você.
Sim, ele iria. Ele conversou comigo antes, talvez esse tivesse sido o modo que ele encontrou pra juntar os dois - Hoseok e Taehyung - em uma conversa só. Mas Taehyung não gostou muito da ideia.
- Jimin você sempre foi tão carinhoso comigo - Seus olhos pesaram ainda mais e suas pernas deram uma leve falhada mas ele conseguiu se sustentar - Sempre cuidou de mim e não me abandonou...
Ihhh!!
- Eu sei Tae, mas..
- Você é quem deveria ser meu namorado - E então eu senti.
Taehyung começara a distribuir beijos por meus pescoço e suas mãos que estavam em meu ombro de repente agarraram os cabelos na minha nuca com força.
- Taehyung... Taehyung o q-que você tá fazendo? - Tentei faze-lo se soltar de mim sem cair mas foi em vão.
Seu corpo parecia mais pesado que o normal, eu sabia que ele só estava falando coisa com coisa e que amanhã mesmo não lembraria mais de nada disso.
Em um movimento rápido - Que me fez repensar se ele estava embriagado mesmo - Me jogou no sofá e sentou no meu colo.
- Taehyung, para com isso agora! - Coloquei as mãos por debaixo da suas coxas ainda sentindo seus beijos descendo para meu peito e sua mão adentrando minha blusa, e então lhe empurrei para o lado e rapidamente me levantando do sofá.
- O que foi? - Ele se encolheu no sofá e me olhou, seus olhos avermelhados e cheios de lágrimas me olharam de um jeito tão triste.
- Você é meu amigo, Tae - Prendi meu lábio um no outro e suspirei - Nada mais do que isso.
- Eu não sou bom suficiente pra você também? - Ele vociferou, segurando meu braço e ficando de joelhos no sofá me olhando com aqueles olhos brilhantes - O que há de errado com vocês? O que há de errado comigo?
- Não há nada de errado com você, você é perfeito... - Lhe abracei assim que senti seus braços rodearem minha cintura.
- Então me dê o que eu quero - Ele aproveitou a posição pra levantar minha blusa e começar e beijar meu abdômen e arranhar as laterais do meu corpo.
Bufei irritado e lhe empurrei de volta no sofá, ele está precisando mesmo de um banho antes que simplesmente apague ai no sofá, minha mãe provavelmente me mataria com um garfo se eu deixasse isso acontecer.
- Vamos pro meu quarto - Lhe coloquei em pé e ajudei a sustentar seu peso.
- Nós vamos fazer lá? - Ele sussurrou assim que passei seu braço por meu ombro - Olhando para suas estrelas?
- Você vai tomar um banho - Rolei meus olhos e fiz esforço para subir as escadas com ele, temendo que ele vomitasse tudo - E cale essa boca... E não faça aquelas coisas.
Não sei como ele chegou aqui, provavelmente pediu um táxi. Adentrei o meu quarto chutando algumas roupas que tinham pelo chão e o coloquei sentado na minha cama. Ele já havia entendido que não iríamos fazer nada então sossegou o facho. Corri até o banheiro colocando a temperatura da água do chuveiro na qual achava melhor.
- Fique aqui e tire suas roupas, pegue este roupão que está aí na cadeira e use, ele está limpo - Falei enquanto abria a porta pra sair.
- Onde você vai, Jiminnie? - Ele falou manhoso enquanto se deitava na cama.
- Vou buscar alguns copos de água pra você.
Fechei a porta e desci as escadas novamente. Água seria bom, se ele tomasse no mínimo uns três copos já ajudaria bastante a cortar um pouco o efeito do álcool. Fui até a geladeira e abri tirando de la uma jarra de água, fui até o armário e peguei um copo limpo e então deixei em cima da mesa. Dei mais uma olhada na geladeira pensando se tivesse algo que ele gostaria de comer.
Passei momentos pensando até ouvir alguns gritos. Não, não era a voz de Taehyung. Fiquei em silêncio para poder ouvir melhor.
- Você não vai ficar com Jungkook, você é perigoso e eu não confio mais em deixar ele sozinho com você - A voz soou baixa como se estivesse sendo abafada por algo e isso não me deixou reconhecer de quem era.
Mas eu já podia imaginar quem estava sendo "perigoso" para Jungkook.
Abri a porta da cozinha que dava acesso ao quintal e então Kenai pulou em minhas pernas.
- Pera aí garoto, não vou brincar com você agora - Peguei e lhe arrastei mais pro lado e fui andando até lá fora.
Fiquei nas pontas dos pés para ter alguma visão de dentro da casa ao lado mas estava um completo breu. Até que vi uma sombra em uma única janela aberta e de luz acesa.
Dak-Ho mesmo tendo um pouco mais de idade conseguiu forças pra empurrar Woong para dentro daquele quarto, e então o trancou. Woong parecia estar vermelho e bufando de ódio, ele descontava tudo isso nas batidas na porta gritando para que seu pai lhe soltasse.
- JIMIN - Me assustei com esse grito.
Aish, esse sim era de Taehyung.
Corri para dentro da cozinha deixando Kenai entrar e então fechei a porta.
- Não deixe lama no tapete de novo hein - Avisei a ele antes de pegar a jarra de água e subir de novo para o quarto.
(◍•ᴗ•◍)
- Minha cabecinha dói - Taehyung chamou minha atenção enquanto saía de dentro do banheiro enrolado no meu roupão.
- Ninguém mandou beber tanto e ainda derrubar minha cômoda em cima do próprio corpo - Rolei os olhos ouvindo-o bufar.
Deixei de olhar pra ele e voltei a encarar a janela, eu podia ver Jungkook sentado no chão do seu quarto com suas pernas em W, seu rosto estava inchado e seu corpo soluçava mas ele não chorava mais. Eu estava aqui a um bom tempo e mesmo que do outro lado eu consegui lhe acalmar enquanto seu tio não voltava.
Dak-Ho bateu na porta e o assustou, ele estava muito entretido vendo a TV e com certeza não escutou a porta abrir, ele se encolheu e juntou as pernas.
Dak-Ho se abaixou ao lado dele e puxou uma pomada do bolso, abriu o refil e então colocou um pouco em seu dedo e logo massageando o joelho de Jungkook que parecia machucado.
Logo depois ele guardou a pomada no bolso de novo e deixou o menino assistindo no quarto.
Me senti aliviado e então mandei um beijo no ar mesmo que ele não percebesse e então talvez agora eu pudesse dormir.
- Vou buscar outro colchão pra vo....
Parei de falar ao ver Taehyung deitado na minha cama já no décimo sono.
- ARGH, IDIOTA.
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