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Capítulo 21

- Tessa.

          Um sussurro cortou o silêncio da noite, trazendo uma Tessa absorta nos seus próprios pensamentos à realidade. Fechou o livro que tinha na mão com cuidado, passando as pontas dos dedos na testa de Jacob para acariciar-lhe os cabelos, cada movimento o mais suave possível para não o acordar. Sorriu, beijou-lhe a têmpora e afastou-lhe a cabeça do seu colo, substituído por uma almofada com o máximo de cuidado.

         Imóvel como uma estátua no meio da sua sala de estar, Alice esperava-a, tão branca como a parede, os olhos dourados fixos na irmã com paciência. Tessa olhou para a porta de entrada, fazendo um trejeito com os lábios. Talvez fosse mesmo boa ideia retirá-la. Não tinha nada de valor para ser guardado e as pessoas que a visitavam nunca batiam nela para pedir permissão para entrar... logo, não tinha muita utilidade. Abanou a cabeça, tentando não dispersar, notando o movimento subtil da irmã a indicar-lhe para a seguir até à cozinha, afastando-se ambas do rapaz adormecido no sofá.

- Está tudo bem? - perguntou a mais velha, com a sua voz calma e compassiva.

"Bem" era uma palavra forte para definir o estado de espírito dos Cullen. Nenhum deles estava bem. Havia um nervosismo no ar desde que Irina Denali decidira ir ter com os Volturi a apregoar que Renesmee Cullen era uma criança imortal, cuja criação violava a lei. Uma estratégia fora desenhada para salvar a situação: iriam reunir o máximo de pessoas possível, amigos, familiares, aliados, todo e qualquer vampiro disposto a perder alguns minutos da sua eternidade para testemunhar em como a filha de Edward e Bella não era uma criança imortal. Não pretendiam lutar contra os Volturi, sequer imaginavam que tinham hipóteses de vencer se isso acontecesse. Não era esse o objetivo.

O único objetivo era provar a inocência dos Cullen.

Tessa percebeu de imediato que Alice estava de saída. A sua presença era como a de uma brisa fresca no verão, fugaz e imprescindível, desaparecendo tão depressa como surgira. A roupa confortável, demasiado simples para Alice vestir no dia a dia. A expressão de culpa misturada com apreensão, como se estivesse a fazer a coisa certa mas isso fosse parecer errado.

Os olhos nervosos olhando de esguelha para o lobisomem adormecido no sofá de Tessa.

- Tens um plano. - afirmou a inglesa, cruzando os braços- Diz-me.

- Eu não posso...

- Sei impedir que Edward leia a minha mente melhor do que ninguém. - interrompeu, esboçando um sorriso fraco - Se é esse o teu problema, ele não saberá e a tua missão não ficará comprometida caso Aro lhe ponha as mãos em cima.

Alice ergueu a sobrancelha. Ainda se conseguia surpreender com a perspicácia e capacidade exímia que Tessa tinha para ler as pessoas. Observou-a emudecida por breves instantes. Ao contrário dos restantes vampiros que conhecia, a Cullen dos cabelos de bronze não tinha um ar perfeito, parecendo até que gostava de parecer imperfeita: as roupas amarrotadas, os cabelos encaracolados presos no topo da cabeça de qualquer forma, as unhas roídas, uma das meias rota no dedo grande do pé. Pequenos sinais que recordavam Tessa de quando era humana e não tinha um rosto eternamente jovem, sem rugas, sem marcas, sem cicatrizes. Lembranças de um tempo diferente, de um corpo diferente... embora a alma se mantivesse idêntica.

- Vou deixar-vos. - disse Alice, inclinando a cabeça ao falar - Eu e o Jasper vamos à procura de outros seres como Renesmee. Há lendas... E eu tive vislumbres do futuro. Sei quem procurar e onde.

- Mas Alice precisamos de todas as testemunhas possíveis...

- Vamos enviar alguns amigos e apareceremos na hora certa, não te preocupes.

Tessa prensou os lábios, cerrando os punhos.

- Eu vou com vocês. Os Volturi podem ir atrás de vocês...

- Tess, tu precisas de estar aqui. - a vampira dos cabelos curtos hesitou, o olhar trazendo a Tessa a certeza que ela vira algo no futuro que estava a esconder - É importante que estejas presente quando reunirem as testemunhas. Serás fundamental nesta situação. Se há alguém que consegue convencer toda a gente que a Renesmee não é uma criança imortal... és tu.

- Não sei porquê. - retorquiu a mais velha, cruzando os braços e franzindo o sobrolho - Mas se o dizes, eu confio em ti.

         Alice hesitou, fitando os pés, saltitando de um para o outro num gesto de desconforto pouco característico. O rosto de boneca ergueu-se lentamente para encarar o da irmã, os olhos dourados recheados de tristeza quando falou:

- Eu vi o futuro. Eu sei...

- Não precisas de me contar.

- Não precisas de fazer isto...

- Se viste o futuro, sabes que preciso.

          Houve uma pausa. Depois, aquelas palavras terríveis que assombrariam Tessa por muito tempo.

- Vais quebrar-lhe o coração.

        A imortal dos cabelos cor de bronze recuou um passo atrás, a expressão transfigurando-se, passando de um rosto esculpido em mármore para uma careta de dor e tristeza, emoções fortes e humanas que a transfiguravam.

- Um coração quebrado pode ser restaurado. - disse, com mais firmeza do que esperara - Sou a prova disso. Para além disso... Tu sabes que não é uma escolha. É o que tem de ser feito.

- Eu tenho um plano. - Alice cruzou os braços, os olhos dourados desviando-se do rosto de Tessa para um ponto qualquer atrás dela - Para proteger Renesmee caso a situação se descontrole. Era isso que te vinha a dizer porque... envolve o Jacob.

- Vais colocá-lo em perigo? - questionou a mais velha, sobressaltada.

- Ele estará em perigo de qualquer das formas, querida. - ripostou Alice, delicadamente - Deixei uma mensagem à Bella para que ela trate de tudo. A ideia é... bem... Ele e a Renesmee saírem do país em segurança. Passaportes novos, passagens de avião... a Bella trará de tudo.

            As duas mulheres trocaram um olhar significativo. O coração imortal de Tessa apertou-se no peito, angustiado pelo que os olhos dourados de Alice lhe diziam.

          Jacob iria embora com Renesmee.

          Sem Tessa.

          Ela não conseguia sequer pensar nisso. Ela não conseguia pensar em perder Jacob... mas sabia que, caso fosse necessário, seria a primeira a interceder para que tal acontecesse. A sua prioridade seria sempre proteger a sua família e Renesmee era sua sobrinha, amava aquela criança e faria o que fosse preciso para deixá-la em segurança.

           Mesmo que isso significasse deixar Jacob.

- Está bem. - conseguiu responder, erguendo o queixo e fitando Alice com firmeza - Obrigada por protegeres o Jacob, mesmo que seja para proteger a Nessie.

- És tão corajosa. - disse Alice, surpreendendo-a e fazendo-a soltar uma risada baixa.

- Não sou nada.

- És. És muito corajosa. Estás a proteger a filha do Edward, o teu ex-namorado, com outra mulher. Foste madrinha no casamento dele. Ajudaste a mulher dele a dar à luz. Tens levado uma e outra facada sem nunca vergar.

- Não é verdade. - Tessa abanou a cabeça, esboçando um sorriso triste - Escondo as minhas fragilidades para proteger quem amo. Tu conheces-me, sabes que sofro sozinha.

- Eu sei disso... mas isso requer coragem. Ser forte e altruísta independentemente do que sentimos requer coragem. Estavas disposta a morrer ao invés de atacar um amigo, Tess. Eu sei... - fez uma pausa, encarando-a com pesar - Eu sei o que estás disposta a fazer para que os Volturi nos deixem em paz. O que estás disposta a sacrificar. É preciso coragem, Tess.

- Fazes parecer que sou uma Joana D'Arc. - brincou a dos cabelos cor de bronze, envergonhada, fazendo a outra abanar a cabeça, desconsiderando a brincadeira.

- A vida tem sido muito madrasta para ti e tu continuas a ser a melhor pessoa que conheço.

- Foi madrasta e ainda assim só consigo recordar as coisas boas. - um sorriso belo surgiu-lhe nos lábios, mais um dos seus sorrisos fáceis e genuínos - Encontrei o Jacob. A Nessie. Tenho a minha família comigo. Fiz amigos novos. - a vampira abanou a cabeça, soltando uma risada antes de falar - Não é coragem, Alice. É amor. Pela vida, pelas pessoas, pelo que está certo.

A outra Cullen assentiu, dizendo com gentileza:

- És a melhor de todos nós, Tess.

As duas irmãs fitaram-se por breves instantes, sem dizer nada. Alice encarava a mais velha com admiração, enquanto Tessa lidava com isso com naturalidade, consciente de que não era como era para ser melhor que ninguém. Ela amava a vida e amava a sua família. Era inevitável que fizesse tudo para proteger ambas as coisas.

Não era heroísmo nem era necessariamente bondade, no seu ponto de vista.

Era apenas fazer o que está certo.

- Tess?

          A voz de Jacob aqueceu-lhe o corpo, derretendo-lhe a alma ao ouvi-lo chamar por ela. Pensou em como se negara a aceitar que se apaixonara gradualmente por ele desde que o conhecera. Como achara que seria possível negar tais sentimentos? Todo o seu corpo respondia à presença de Jacob. Se o seu coração batesse, acelerava cada vez que o ouvia, via, sentia.

- Vai. - disse Alice, abraçando-a com firmeza - O teu companheiro está à tua procura.

          Companheiro.

          Tessa sorriu, encantada.

- Ainda não acredito que o encontrei. - confessou, antes que Alice pudesse desaparecer, o sorriso esmorecendo ao pensar nas palavras que ela dissera anteriormente - E não acredito que...

- Shiuuu... - Alice interrompeu-a, com um sorriso gentil no rosto - Não penses nisso agora. Aproveita-o, está bem?

- Tem cuidado, mana. - pediu, apertando-lhe a mão num gesto fraterno - Tenham os dois cuidado.

Alice assentiu, soprando um beijo para o ar antes de desaparecer, tão subitamente como surgira.

Como uma brisa de verão.

**

- Tess?

- Estou aqui. - murmurou Tessa, aproximando-se do sofá.

Jacob sentara-se, esfregando os olhos sonolentos e espreguiçando-se antes de endireitar as costas e encará-la com o sobrolho franzido.

- Já é de manhã? - perguntou, olhando em volta.

- Ainda é de madrugada. - a vampira estendeu-lhe a mão, puxando-o para si para que ele se pusesse de pé - Anda, vamos para a cama. Adormeceste aqui no sofá enquanto eu lia. É demasiado cedo, podes dormir mais um pouco.

- Deitas-te comigo?

Enquanto vampira, Tessa não sentia necessidade de dormir. Na verdade, ela sequer sabia como dormir, a mente incansável sempre ativa mesmo que estivesse deitada imóvel no escuro. O seu corpo poderia parecer descansado mas a sua mente continuava a trabalhar sem se cansar.

No entanto, ela adorava "dormir" com Jacob. Ao início fizera confusão ao rapaz o facto dele dormir e ela ficar acordada a noite inteira simplesmente deitada ao seu lado mas a estranheza passara e ambos se habituaram à ideia. Opostos na sua natureza, moldavam-se cada vez mais à essência de cada um... e Tessa não podia negar que adorava sentir o calor do corpo de Jacob contra o seu sempre gélido, amava observar o semblante descansado e tranquilo enquanto ele dormia, sentia-se amada e feliz ao ter o coração dele a bater-lhe contra a palma da mão.

Ela assentiu, levando-o pela mão até à cama que costumava ser apenas um enfeite é que cada vez mais partilhava com Jacob. Desde que assumiram a sua relação, vampira e lobisomem não pareciam ser capazes de ficar longe um do outro, os olhares encontrando-se numa sala cheia de gente, os corpos tocando-se como se fosse impossível viverem sem a presença do outro, o sorriso fácil e genuíno de Tessa acelerando o coração de Jacob sempre que surgia.

O Quilleute beijou-a com gentileza quando se deitaram. A Cullen correspondeu com meiguice, puxando-lhe a cabeça para o seu peito, acariciando-lhe o topo da mesma numa sequência de cafunés lentos e carinhosos. Aninhados um no outro, não tardou para que Jacob adormecesse novamente, seguro nos braços da sua companheira, embalado pela forma carinhosa de ser dela.

Tessa fechou os olhos, envolvendo-o com os dois braços e apertando-o contra si. Desejava nunca o largar. Desejava poder ficar para sempre ali, sozinhos, protegidos pelas paredes da sua casa, alheios ao mundo la fora.

Mas o mundo continua a girar, mesmo que não queiramos.

Mesmo que déssemos tudo para que parasse.

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