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Capítulo 43

9904 Palavras

Nos encontramos na cozinha, cada um ocupando uma cadeira, e o silêncio entre a gente é demorado. Somente Mel está na sala, a deixei brincando com tintas para que pudesse se distrair, e assim conversássemos sem envolvê-la.

Tenho os olhares de ambos voltados a mim assim que termino a explicação, Nick exibe um semblante surpreso enquanto que Layla demonstra estar tensa com tudo que acabou de ouvir. Ela abre sua boca, mas palavra alguma é dita.

Dou um suspiro pegando minha xícara e, após um gole do meu café com leite, decido por fim quebrar o silêncio – Foi isso que aconteceu.

- É... – Layla começa a falar – Assustador que um dos três juízes tenha vindo até aqui...

- A casa de vocês não tem uma barreira de proteção ao redor? – Nick pergunta olhando para mim e então para Klauss.

- Tem, mas por algum motivo, não funciona muito bem com os juízes. – Klauss encosta na cadeira e cruza seus braços – E para piorar, ele seguiu minha presença até aqui.

- Será que reforçar a barreira pode ajudar? – Nick pergunta novamente.

- Não tenho certeza. – O anjo responde – Mesmo com a barreira ainda mais fortalecida, Aecos já chegou aqui uma vez, o que o impediria de chegar novamente?

- Essa região é grande Klauss... Não só a cidade, mas os próprios distritos e o caminho entre eles são enormes. – Nick tem um semblante pensativo – Sem um rastro para seguir, alguém de fora teria dificuldades para chegar aqui.

- O Nick pode ter razão. – Klauss me olha, e é notável que está refletindo a respeito.

- De qualquer maneira, o ideal é que evitem usar seus poderes. – Volto minha atenção para Layla – Isso vai impedir que qualquer um consiga rastrear vocês.

Assinto com a cabeça, baixando meu olhar para minhas mãos – Acho que precisaremos andar mais de carro daqui pra frente...

- Mas agora... – Nick diz devagar – O que você vai fazer Mika?

- Não tenho escolha Nick, tenho que levar Stefan e todo o grupo para o submundo. – Respondo com pesar – Não sei o que pode acontecer se não o fizer...

- Vamos te ajudar Mika. – Layla diz, apoiando os cotovelos na mesa. Ela dá um sorriso leve, e olha para Nick por um momento – Por isso nos chamaram, não é?

- Sim, desculpa chamar vocês por algo assim... Mas seria difícil fazer sozinha, ainda mais por se tratar de Stefan. – Explico com um meio sorriso, disfarçando como isso me assusta.

- O que precisa que a gente faça? – Nick questiona.

- A tarefa que o juiz passou para Mika foi de encontrar Stefan e seu grupo, e os levar de volta ao submundo. – Klauss começa a explicação, tendo para si a atenção de ambos – Mas não acredito que eles irão colaborar.

Aproveito que ambos estão atentos, e continuo – A princípio, pensei em encontrá-los e tentar convencer a voltarem, mas caso não consiga, preciso que me ajudem a conter todos antes que façam algum estrago a cidade.

Layla reflete por alguns instantes, e olha para Nick de canto de olho, enquanto o mesmo já demonstra ter concordado – E quanto a ele?

- Não gosto do Stefan. – Nick responde quase que de imediato.

Percebo que ela ergue uma sobrancelha em desconfiança, e percebo que precisarei dizer algo a respeito – Pode confiar no Nick, não gostamos do Stefan desde que o conhecemos.

Ela parece acreditar, apesar de ainda o olhar com desconfiança, e por fim volta sua atenção a nós, uma coisa que chama minhas atenção é como Nick continua olhando para Layla – Sabem onde eles estão?

- Sim, sei a localização de todos – Klauss diz e isso atrai minha atenção. Parecendo se dar conta do meu olhar, ele continua – Estive acompanhando os movimentos deles no último mês.

- Por que tem feito isso? – Pergunto incrédula.

- Proteger a cidade é meu trabalho, e manter você e Mel seguras é minha vontade. – Ele responde me olhando – Por isso, mesmo que não estejam causando problemas, ainda são demônios. Devo estar atento a qualquer coisa que façam.

- Você não pode, sabe como Stefan é perigoso. – Digo preocupada.

- É por saber que mantenho meus olhos neles. – Klauss diz, e enquanto estou desconfortável em saber isso, o anjo sequer muda sua expressão. – Não esqueci do que ele fez com você.

- O que ele fez com a Mika? – Nick pergunta apertando os olhos.

- Isso não vem ao caso agora. – Klauss desconversa prontamente – De qualquer maneira, caso qualquer um realizasse alguma ação, eu tomaria providências imediatas.

- E não me diria nada? – Pergunto em um tom mais alto do que eu esperava, e foi o bastante para me dar conta do quão irritada estou.

Ele me observa, e por um momento, tudo que tenho dele é seu silêncio. Gostaria de conseguir desvendar qualquer coisa em seu olhar, mas não é sempre que consigo – Não diria a princípio, pois sei que você se preocuparia. Talvez tentasse me impedir se soubesse, mas ainda assim eu deveria cumprir meu trabalho. Quando tudo estivesse terminado, te contaria o que ocorreu.

Espero por qualquer novo detalhe que não vem, e como diversas outras vezes nossos olhares permanecem ligados, onde qualquer palavra não é necessária.

Respirando fundo para me acalmar novamente, volto minha atenção para Nick e Layla, que até então estão calados apenas olhando. Por um segundo poderia me arrisca a dizer que ambos querem dizer algo, mas por algum motivo que desconheço, não o fazem, até que por fim desvio meu olhar de ambos para um lado qualquer da cozinha. Sei que Klauss continua com sua atenção voltada a mim, mas prefiro evitar corresponder a esse olhar, somente nesse momento.

- Antes de chegarem, Mika e eu conversamos a melhor maneira de agir. – Klauss volta a falar, e mesmo com meu olhar distante, minha atenção está por inteira voltada a ele – Achamos melhor ela e Nick tentarem conversar com o grupo primeiro, e os convencer a voltar ao submundo, enquanto Layla e eu esperamos a certa distância.

- Por que não irmos junto? – Ela pergunta com alguma impaciência na voz.

- Por sermos anjos, ir junto pode fazer com que tenham reações hostis imediatas assim que notarem nossas graças. – O anjo faz sua explicação em tom sério – Mika e Nick tem chances melhores de se aproximar e negociar.

- Existe possibilidade das coisas saírem do controle? – Layla pergunta, mais a si mesma do que para qualquer um de nós, contudo foi alto o bastante para que cada um de nós pudesse ouvir.

- Não sairão. – Klauss diz firme e imediato, tão fortes que pareceu estremecer todo o lugar por um instante. Seu tom é imponente a ponto de não só todos o olharmos com admiração, mesmo não pude mais manter meu olhar longe dele por um segundo a mais – E caso a situação se complique, estaremos na retaguarda e tomaremos as devidas medidas para que tudo ocorra bem.

Em uma discreta observação, é perceptível que tanto Layla quanto Nick estão de acordo. Contudo, Nick ainda demonstra nervosismo em seu rosto – Algum problema? – Pergunto.

- Não um problema... – Ele começa a falar, e sua atenção se volta na direção da sala, e acho que entendi o que ele pode estar pensando – Mas com quem a Mel vai ficar?

- Ela vai com a gente. – Respondo, recebendo uma expressão indecifrável de Nick. Ele tem tantas reações, que mal consegue expor em palavras, tudo que pode é gaguejar algo incompreensível, e decido explicar melhor – Ela vai ficar com o Klauss enquanto falamos com o grupo.

Ele assente devagar, após juntar os pontos – De começo, achei que vocês queriam que ficássemos com a Mel, enquanto vocês saiam... Quando planejam ir?

Fito Klauss de canto de olho, e o mesmo retribui o olhar a mim em um momento rápido, voltando sua atenção aos dois – Iremos hoje, ao anoitecer. Quanto antes resolvermos isso, mais rápido a cidade estará limpa de demônios.

- Então, é melhor eu começar a me preparar. – Layla diz ao se levantar, e caminhar para fora de casa, e me encontro pensativa. A maneira como seu olhar se inflamou e sua face tencionou indica o quão séria ela está, mesmo que não tenha manifestado uma única centelha de sua graça, e por um instante chega a ser estranho vê-la dessa forma.

Sei que o tempo que passou sendo treinada na Legião deve ter endurecido Layla, e assumir essa postura não deve ser algo novo para ela, mas para mim, que a conheci sendo um anjo com grande leveza em torno de si e de sorriso sempre presente, um olhar tão denso em sua feição não parece combinar com ela. Entendo que ela cresceu, e em alguns pontos, está mudada, não que eu a julgue por isso.

Vejo Nick se levantando e seguindo na direção que Layla foi, porém é perceptível que ele não vai atrás dela, mas sim, para ao lado do batente da porta e permanece observando algo, que imagino ser o anjo da Legião.

Na verdade, suas palavras me fizeram perceber que também devo me preparar, e sei de algo que posso fazer, mas ainda tenho dúvidas. Procuro por Klauss ao meu lado, que parece compreender minha indecisão nesse instante.

Ele permanece ao meu lado e toca meu ombro, e procuro sua mão com a minha, deixando um suspiro escapar – Quer ir se preparar também?

- Depois. – Ele me diz serenamente – Vamos ficar com nossa filha.

Concordo com um gesto, e acompanhada do anjo, caminhamos para a sala para fazer companhia a Mel, até chegar a hora de sairmos.

*****

Diminuo a velocidade até parar o carro logo atrás do carro de Klauss, em uma rua pouco movimentada, mas com muitos outros carros estacionados.

Ajusto o espelho retrovisor para espiar como Mel está, e observo que minha filha adormeceu

Desligo meu carro ao ver que Klauss sai de seu Corvette, correndo seus olhos de um lado ao outro quase que de imediato, como se certificasse do local onde estamos, e trocando um rápido olhar com Nick, que veio comigo, abro a porta e saio também.

Não venta, mas sinto o frio da noite acarinhar meu rosto com pouca suavidade, e instintivamente abraço a mim mesma para fugir do gélido deste entardecer. No céu, os últimos resquícios alaranjados ainda se fazem presentes, já sendo envolvidos pelo profundo véu escuro da noite com poucas nuvens, onde nenhuma estrela pode ser vista, e a lua se esconde em algum lugar onde não posso ver.

Avanço até o anjo, que em sua característica beleza presente em suas vestimentas brancas cuidadosamente alinhadas, mantém seu olhar voltado a um local não muito próximo. – É ali, naquela boate no começo da rua.

- Eles estão ali? – Pergunto olhando ao local.

- Sim, ao que parece, Stefan adotou aquele lugar como um tipo de casa. – Klauss explica em tom sério – Sua presença sempre pode ser sentida lá dentro, e em nenhum outro lugar da cidade.

- O que o fez escolher um lugar como aquele? – Pergunto a mim mesma.

- Stefan é um aprendiz direto do juiz Minos. – Nick diz, parando ao meu lado – E o Minos é conhecido no submundo pela luxúria extrema que gosta de praticar no salão dos prazeres. Talvez Stefan tenha aprendido e pego gosto por isso também.

- Existe um lugar chamado "salão dos prazeres" no submundo? – Layla pergunta se aproximando e encarando Nick, o qual responde acenando. Por sua vez, ela revira seus olhos e desvia o rosto ao lado em clara reprovação, e poderia dizer também algum incômodo.

Nick parece não saber o que fazer com a reação tomada pelo anjo da Legião, tanto que ele procura por ajuda olhando para mim e Klauss, mas não temos como ajudá-lo nisso.

- Acredito ser melhor não pensarmos a fundo sobre esse salão do submundo, menos ainda no que acontece lá com a presença de um dos juízes. – Mesmo que em sua voz aparente indiferença, é notável que o anjo da lua também parece censurar o lugar.

- Vocês irão esperar aqui? – Questiono os olhando uma última vez.

- Sim, daqui conseguimos perceber qualquer anomalia vinda de dentro da boate. Ao menor sinal que as coisas estão estranhas, nós iremos entrar. – Klauss mal desvia seu olhar da boate.

- Não vai acontecer nada lá. – Digo tentando tranquilizá-lo, mas eu mesma tenho minhas dúvidas quanto a isso, ainda mais se tratando do Stefan.

- Vamos torcer por isso. – Ele finalmente volta sua atenção a mim. Momentos atrás até diria que Klauss está distante, mas o vendo agora, consigo dizer que ele está focado no que viemos fazer, e focado naqueles que considera como inimigos. O anjo se mostra endurecido e inabalável como a muito tempo não via – E a Mel, como está?

- Está dormindo no banco de trás. – Meu olhar procura a criança dentro do carro, e ela sequer se mexeu no banco – Espero que tudo isso acabe antes da nossa pequena acordar.

- Também espero por isso. Estarei cuidando dela. – Ele diz de modo a me confortar, e seus dedos tocam meu rosto – Me prometa que irá tomar cuidado.

Sorrio com seu pedido, e assinto com a cabeça – Eu prometo. Com certeza irei.

Me afasto de Klauss em um passo para trás, e fitando Nick, lanço um discreto aceno com a cabeça, o qual ele responde vindo até mim, e seguimos em passos silenciosos até a boate.

Nosso caminho é feito sem uma palavra ser dita. Por vezes olhei para Nick, pensando em falar qualquer coisa, e de certa maneira até esperando que ele dissesse algo, mas não foi o que aconteceu. Nós permanecemos quietos, talvez pelo nervosismo.

Meus olhos vão de encontro ao letreiro luminoso, e logo vão para a entrada, onde um homem corpulento está parado com uma expressão fechada e seus braços estão cruzados, e atrás dele, por meio das portas entreabertas, escuto batidas altas de alguma música, e luzes que movem-se e piscam freneticamente.

Bem à frente do homem, existe uma longa fila que se estende pela calçada, com várias pessoas que, a dizer pela suas aparências, são todos bem jovens, e estão bastante empolgados.

- Como nós vamos entrar? – Nick me pergunta, e não faço ideia de como consegui ouvir ele com todo o barulho presente nesse lugar.

Balanço a cabeça devagar, sem tirar meus da porta – Eu não faço ideia... Nunca estive em um lugar como esse antes.

- Se essa for a única entrada, acho que precisamos entrar nessa fila... – Nick diz olhando para as várias pessoas – Fila que está enorme, será que a gente ainda entra hoje?

- Não pode ser o único jeito, será que tem outra entrada? – Pergunto pensativa.

- Talvez, mas onde? Aqui nessa rua não parece ter uma outra entrada – Nick torce a boca.

Penso por alguns instantes, quando percebo alguém saindo da boate e falando alguma coisa com o homem, que assente com a cabeça e volta sua atenção a primeira pessoa da fila, fazendo um sinal para que se aproxime.

Prestando atenção no recém saído da boate, vejo ser alguém familiar. Um homem alto e magro, de aspecto não muito jovem, de pele escura e olhos de pupilas avermelhadas, um cabelo cinzento mal amarrado acima da cabeça e uma barba rala, vestindo uma calça e jaqueta jeans escuras, uma camisa preta, correntes adornando pescoço e pulsos.

Seguro o braço do Nick para ter toda sua atenção – Ei Nick, aquele ali não é o...

O rapaz segue meu olhar de imediato – Sim, é o Zephyr.

Zephyr analisa as pessoas que estão para entrar na boate de cima a baixo, com uma sobrancelha ao alto e as mãos nos bolsos. São três moças, que assim que tem sua passagem liberada pelo homem, trocam um demorado olhar com Zephyr, e por fim entram.

Ele então volta sua atenção para nós de repente, e apertando seu olhar, vem caminhando em nossa direção, e parando bem a nossa frente – Não esperava vê-los novamente.

- Nem eu a você. – Respondo.

- O que fazem aqui? – Pergunta olhando de mim a Nick algumas vezes.

- Essa é minha região, cuido dessa cidade. – Ergo um pouco meu rosto.

Zephyr assume uma expressão de surpresa com o que ouviu, e abre um sorriso que até parece ser sincero – Isso é sério, você é a responsável dessa cidade? Que demais, e pensar que te conheci sendo uma inicianda.

- E você, o que faz aqui? – Pergunto apertando os olhos – Não fui informada que haveriam outros enviados do submundo na cidade.

- Estou aqui já faz alguns meses, desde a busca pela Cria do Abismo. – Ele responde com um sorriso de canto – Quando essa tal coisa desapareceu, os anjos foram embora e tudo acalmou, mas Stefan gostou daqui, e decidimos ficar.

Mas é claro que Stefan decidiu ficar, por que será que não estou surpresa?

- Vieram curtir a boate? – Zephyr pergunta, apontando para as portas.

- Também, a Mika comentou deste lugar, e decidimos vir dar uma olhada. – Nick responde, encarando a fila – Mas com toda essa fila, sabe-se lá quando vamos entrar.

- Vocês? Pegarem fila? – Zephyr solta um riso seco, balançando a cabeça e encarando a fila por um momento, e então voltando a nos olhar – Escutem... Aquilo ali é para os humanos, já vocês... Vocês não precisam pegar fila nenhuma.

- Está falando sério? – Pergunto com um meio sorriso.

- A gente manda nesse lugar, fazemos o que quisermos. – Zephyr responde com um tom arrogante, reforçado pelo seu sorriso. – Vem, eu coloco vocês lá dentro.

Nick e eu trocamos um olhar, e ele apenas da de ombros, e seguimos Zephyr em direção da porta e faz um sinal para o homem, que apenas concorda e continua dando atenção para a fila, e sem qualquer cerimônia entramos na boate.

Se era barulhento lá fora, aqui dentro nem se compara. A música é absurdamente alta que tenho impressão de ser dentro da minha cabeça, e os vários feixes de luz me desorientam com todo seu movimento e piscadas frequentes, e além disso, não esperava já haverem tantas pessoas aqui.

Correndo meu olhar de um lado ao outro, percebo também uma grande quantidade de fumaça presente, mas não faço ideia do que está criando toda essa fumaça, e como se não bastasse, existe uma quantidade muito grande de cheiros aqui, alguns mais incômodos do que outros, me lembrando por um momento os cheiros presentes na reunião dos Onze Arcanos.

Várias pessoas reunidas em um espaço com pisos iluminados em azul claro dançam e pulam conforme o ritmo das batidas quase insuportáveis da música alta, e no final deste espaço existem escadas que levam a um andar superior, onde mais pessoas podem ser vistas transitando de um lado ao outro. Ao canto, encontro um balcão onde a frente se reúnem outras pessoas com copos de diferentes formatos, com bebidas variadas em seu interior, do outro lado do balcão, alguns homens balançam garrafas de um lado ao outro, frente a uma estante com várias outras garrafas diferentes, e não muito longe, vejo algumas mesas cheias de bebidas e alguns objetos com formatos estranhos com longos cabos saindo de suas bases, que algumas pessoas levam a boca por motivos que prefiro não saber.

- Aqui, os dois podem ficar à vontade. – Zephyr diz de repente, bem próximo de nós, e o agradeço mentalmente por isso. Caso estivesse um pouco mais distante, com certeza não conseguiria escutá-lo – Podem pegar o que quiser no bar, aproveitar a pista de dança, e até subir para a área vip, o Stefan está lá.

- Escuta Zephyr, não viemos aqui só para aproveitar a boate. – Digo mantendo a proximidade para que ele possa me ouvir, o barulho é tanto que sinto estar quase gritando – Viemos aqui principalmente para falar com vocês.

- Falar com a gente? – Sua expressão é de estranheza, e é dessa forma que encara a mim e Nick por algumas vezes.

- Sim, preciso que nos leve até o Stefan. – Digo finalmente – É importante.

Ele aperta seus olhos, e afasta devagar – Tá, venham comigo.

Sigo logo atrás de Zephyr, e sem sequer olhar para trás sei que Nick vem atrás de mim. Passamos por entre as várias pessoas na pista de dança e após passar ao lado das caixas de som, alcançamos as escadas, indo ao andar superior. Conforme subimos, mesmo com menos pessoas, ainda assim está bem cheio.

Mal alcançamos o topo das escadas, e consigo vê-lo sentado em um largo sofá, com um ar completamente relaxado, e tendo um largo copo em mãos. Stefan.

Sentada em seu colo está Violet, e rodeando os dois, existem várias pessoas também sentadas, todos com bebidas e envoltos em uma conversa que não faço ideia de qual seja, mas que está rendendo ótimas risadas para cada um. A única que não vejo em lugar nenhum é Diana.

Não espero nem um segundo a mais, e quando dou por mim já estou caminhando em direção a Stefan, que volta seu olhar ardente a mim, e isso faz com que eu sinta meu corpo inteiro tensionar em cada passo que avanço. O desconforto em mim cresce, unindo-se a irritação e também ao temor em mim, e a distância que não era tão grande, se transformou em um longo corredor silencioso onde nada existe em volta, e a única saída desse corredor é ficando frente a frente com ele.

Meus passos ecoam em meu corpo e mente, as batidas da música que antes me incomodavam, agora são ruídos distantes. Risadas e vozes antes próximas, agora estão abafadas, e qualquer um perto de mim não é mais do que uma figura desconhecida pouco iluminada neste lugar.

A poucos passos, todos os humanos que o rodeiam já voltaram suas atenções a mim. Alguns estão confusos com minha aproximação, outros me olham com desdém, mas o único que me analisa com um sorriso sutil envolto em mistério, prazer, e frieza, algo que se demonstra capaz de envolver por inteiro todos que o cercam.

- Não esperava te ver outra vez. – Stefan diz finalmente, me analisando de cima a baixo com aparente curiosidade unida a um riso debochado, logo rolando seus olhos para algo parado ao meu lado. – E trouxe alguém com você.

- Viemos por ordens do submundo. – Consigo ter força o bastante para responder, mesmo que o nervosismo em mim esteja limitando minhas reações.

- Ah, é mesmo? – Responde desdenhoso voltando-se a mim outra vez. Me irrita a maneira que ele observa meu corpo. Ele parece buscar por alguma coisa que somente ele deve saber. – E o que seria?

- É melhor que falemos sem a presença deles. – Faço clara menção aos vários humanos que o rodeiam, mas nenhum deles da qualquer sinal de que vão sair.

- Que fiquem, não me importo se ouvirem. – Stefan responde quase que de imediato, e assisto Zephyr ocupando um espaço vago do sofá. – São ótimas companhias e me entretêm muito, qual o problema se ouvirem? Agora responda, por que vieram aqui?

- Um dos três juízes surgiu na cidade. – Nick responde com alguma firmeza na voz. – Disse que vocês devem retornar e se apresentar no submundo.

- Como é que é? – Stefan pende seu corpo para frente demonstrando interesse. – Qual deles?

- Aecos, ontem ele apareceu de repente na minha casa, e mandou que todos voltássemos ao submundo. – Enquanto explico, me atento as expressões de Stefan, o qual não parece ter recebido a visita do juiz do submundo. Violet e Zephyr trocam um olhar indiferente, enquanto que os humanos se mostram confusos com nossa conversa. – Devemos retornar ao submundo o quanto antes.

A princípio Stefan reflete, baixando seu olhar para a mesa a sua frente e assim permanece, e aguardo sua resposta, respirando fundo para me manter calma. As batidas da música e as várias vozes que nos rodeiam não parecem incomodar seus pensamentos, que enfim terminam no momento em que ele ergue seu olhar de volta a mim – E se eu não quiser?

- O que? – Não contenho minha própria surpresa com essa resposta.

- O que você ouviu. E se eu não quiser voltar ao submundo? – Stefan da alguns tapas leves na perna de Violet, que saí de seu colo e deixa com que ele se levante em um movimento devagar e ostentando um assustador sorriso de canto, como se soubesse que consegue me intimidar com isso, enquanto tento me manter firme no lugar – Quem vai me obrigar a voltar? Vocês dois?

- É uma ordem de um dos três juízes, Stefan! – Nick tenta advertir o outro, mas sua fala mal abala Stefan.

- E daí? Já desobedeci tantas ordens deles, o que é mais uma? – Ele responde com um riso de escárnio, voltando sua atenção a mim e apontando um dedo em minha direção, ato esse que faz meu corpo estremecer – Aliás, que bom que estamos nos vendo outra vez Mikaela. Lembro que temos algo muito importante para resolver.

- Não temos nada a resolver Stefan! – Respondo com a voz firme – A única coisa que tenho a falar com você, é sobre o chamado feito por Aecos.

- Ah, mas nós temos sim. Nós não terminamos nossa conversa, esqueceu Mikaela? – Ele para bem a minha frente, deixando aparente nossa diferença de altura. – Ou será que devo te chamar de "Mi'Ka"? Esse que é seu nome, não é?

- Se me lembro bem, nós terminamos nossa conversa, com você me deixando incapacitada por dias! – Rebato sua fala com uma voz já irritada, confrontando seu olhar com o meu. – E eu já disse, esse não é meu nome!

- Ah sim, verdade. Eu me lembro, você disse que esse não é seu nome. – Stefan demonstra estar se divertindo pelo tom de sua voz – Eu não acreditei antes, e não acredito agora.

- Acredite no que quiser Stefan. – Quero tentar encerrar esse assunto o quanto antes.

- Eu sei no que acredito, porque já sei o que você é. – Ele responde com aspereza, e a forma como falou me preocupa – Estive investigando a seu respeito, desde o dia que apareceu no submundo. Interroguei todos que a viram no seu primeiro dia, e quem diria que só precisava forçar um pouco sua amiguinha Diana para ela entregar o que você é de verdade... Um anjo.

Me mantenho calada pelo baque que me atingiu, não pela conclusão que ele chegou, mas sim por saber dessa maneira que Diana disse o que sou para Stefan.

- Sua cara diz que é verdade. – Stefan continua – Uma recém chegada no submundo com asas e auréola, ter um nome de anjo, ser a protegida favorita de um dos juízes, já devia ter adivinhado.

- E o que ganha se eu for ou não um anjo? – Rebato irritada.

- O que eu ganho? – Ele pergunta rindo, segurando em meu ombro e girando meu corpo de uma vez, rápido que de um segundo ao outro fui tirada do chão e jogada contra a mesa em um impacto pesado – Liberdade para fazer isso, anjo asqueroso!

Resmungo de dor e encaro Stefan me olhando com arrogância. Nick até tenta se aproximar, mas Stefan o empurra para trás com bastante facilidade, e assim que se volta para mim, já lancei as pernas para fora da mesa e me coloquei de pé, aproveitando de sua distração para segurá-lo pela gola da camisa e puxar seu corpo para a mesa.

Me desvio para o lado, segurando em seu cabelo e empurrando seu rosto contra a mesa. A velocidade com que seu rosto bate contra a mesa é tanta que faz com que ela se arraste, os copos que haviam sobre ela tombem derrubando as várias bebidas em seu interior, e um estrondo pode ser ouvido, superando o som da música e as vozes ao nosso redor. Me movendo rapidamente, puxo seu braço para trás e faço uma torção, arrancando um resmungo dele – Não pense que terá qualquer tipo de liberdade comigo, demônio imundo!

Todos ao redor da mesa já se encontram de pé, alguns pela surpresa, outros porque as bebidas derramaram sobre si e agora tentam se secar dando batidas em suas roupas, mas o olhar que dedicam a mim é o mesmo em todos. Estão surpresos, incrédulos e boquiabertos pela atitude que tomei, e alguns a nossa volta dedicam sua atenção a nós, curiosos pelo que está acontecendo. Mesmo Zephyr e Violet estão sem reações, olhando de mim a Stefan, sem avançarem um passo sequer.

- Você está bem Nick? – Pergunto o olhando sobre o ombro. Nick me faz um sinal positivo com a cabeça, e logo volto minha atenção a Stefan – E então? Vai voltar ao submundo por bem?

- Vou perguntar de novo... – Stefan diz entre gemidos de dor conforme forço a torção em seu braço ainda mais, e me dou conta que finas labaredas surgem em torno de seu corpo – Quem irá me obrigar? Vocês?!

- Fique quieto! – Digo firme, erguendo minha mão que segurava seu cabelo, e fechando o punho com força ao manifestar minhas chamas, acerto um golpe que empurra sua cabeça contra a mesa novamente, e por mais uma vez o contenho – Se for preciso, eu o obrigarei a voltar, nem que seja arrastado!

Stefan ergue sua cabeça com muito esforço, sendo confrontado pelos olhares de seus colegas e dos vários humanos, que assistem a tudo e gravam com seus celulares, muitos deles tendo reações mistas em seus rostos – Zephyr... Acha que todos já entraram...?

Estranho sua pergunta, e ergo minha atenção a Zephyr, que espia o andar inferior sobre o ombro, e esboça um sorriso – Acho que sim, a boate está atolada de gente, e não parece que mais alguém vai entrar.

- Ótimo... Vamos começar a festa... – Stefan lança sua mão livre sobre o ombro, onde de um segundo ao outro enxergo uma onda de chamas surgindo e vindo em minha direção, me obrigando a soltá-lo e me lançar para trás para não ser atingida.

Estou prestes a cair pela falta de equilíbrio, mas sinto Nick me segurando – Ele te acertou?

- Consegui desviar por pouco. – Digo concentrada em Stefan, que endireita sua postura e toca seu ombro e o gira devagar – Temos problemas maiores agora.

- Estou vendo, a parte fácil só ficou nos planos mesmo. – Até sinto uma leve vontade de rir do comentário do meu amigo, contudo minha concentração me impede de ter tal reação.

- Violet, dê a ordem para lacrarem todas as saídas. – Stefan ordena voltando seu olhar a mim, causando espanto naqueles que o rodeiam.

- É pra já. – Ela responde, puxando um modelo estranho de celular sem tela – Chegou a hora, podem fechar tudo!

- O que vocês estão fazendo? – Nick pergunta.

- Vocês já vão descobrir, mas tenho mais a falar com você. – Stefan sorri e avança até mim, enquanto Violet volta a se sentar, e Zephyr alcança um copo qualquer e o vira na boca, todos ignorando os humanos ao redor – Você falou que vai me obrigar a voltar ao submundo, então eu quero ver. Me arraste de volta!

- Eu vou segurar ele Nick. Você tenta impedir que fechem todas as saídas. Vai! – Digo já o afastando para que se apresse, pois nesse instante Stefan já está vindo até mim com os olhos ardendo em chamas e um de seus punhos erguidos.

Ele desfere um golpe no ar, que consigo me desviar ao abaixar o corpo e correr para um local mais aberto e voltar minha atenção a ele. Não vi quando aconteceu, mas Stefan golpeou alguém que só não foi ao chão por estar sendo segurado por outras pessoas.

Stefan se vira para mim, sacudindo sua mão e volta a caminhar até mim. Fecho meus punhos e me preparo para tentar enfrenta-lo de alguma maneira, quando para minha surpresa a mesma pessoa golpeada já se recompôs e agora segura Stefan, o prendendo pelo pescoço e o ergue do chão num impulso.

Fico surpresa com o que vejo, já que além do homem que foi golpeado prender Stefan, outros dois que parecem ser amigos do primeiro se reúnem em volta dele. Os dois até tentam conversar e acalmar os ânimos, mas Stefan continua se debatendo e forçando para se soltar, lançando ataques em quem está te prendendo, e também atacando os outros dois, que deixam de lado suas tentativas de conversa e devolvem cada golpe desferido antes.

Volto meu olhar para Violet e Zephyr, que assistem o desenrolar da cena com risos, não estando nem um pouco preocupados. Eles se levantam e, diferente do que eu esperava que fizessem, eles se viram e pulam para o andar de baixo, e minha maior preocupação com isso é que eles tentem impedir que as pessoas saiam, ou tentem atrapalhar o Nick.

Torno a me concentrar em Stefan, que mesmo sendo contido, conseguiu contra-atacar um dos homens ao seu redor e fazendo com que vá ao chão. Ele consegue jogar sua cabeça contra o que o segurava, assim conseguindo se libertar, e sem dificuldade acerta poucos golpes que o lançam para trás. Decido aproveitar que Stefan está distraído, e avanço.

Corro em sua direção e consigo acertar um chute bem na lateral de seu corpo, o empurrando para a grade e fazendo com que ele despenque para o andar inferior.

Assim como muitos ao meu redor, me apoio na grade e olho para baixo, encontrando Stefan caído no chão com algumas pessoas no chão junto dele, e várias outras abrindo espaço ao redor, ou tentando, já que todas se amontoam em cima umas das outras, sem conseguir garantir muito espaço por causa de toda a lotação.

Stefan se ajoelha e olha para o alto, e mesmo com a luz instável, sei que está focando sua atenção em mim. E segurando a barra da grade com firmeza, me impulsiono para frente e dou um pulo para o andar inferior, pousando de maneira pesada logo à frente de Stefan, e devagar me coloco de pé e o encarando de volta. Ele me lança um olhar feroz e repleto de fúria, e respondo a este olhar manifestando chamas em torno de meus braços, as intensificando de maneira que fagulhas de fogo surjam e serpenteiem em torno de meu corpo.

Esse meu ato foi proposital, não para revelar aos humanos minha existência ou meu poder, mas sim, para alertar aqueles que estão lá fora. A essa altura, com certeza Klauss e Layla já perceberam que alguma coisa está errada dentro dessa boate, e vão tentar entrar aqui. Tudo que preciso fazer, é segurar Stefan por alguns poucos minutos até que os dois anjos estejam aqui.

Stefan se ergue e caminha até mim com os punhos fechados – Já passamos por isso antes, anjo!

- Com toda certeza não. – Retruco vendo que ele já desferiu um golpe em direção a meu rosto, o qual consigo segurar, mas ele já desfere um segundo ataque, e por mais uma vez contenho, e me encontro segurando ambos os seus punhos, a qual ele implica muita força – Da outra vez você me atacou de surpresa, não pude me defender... Agora é diferente!

- Ah, é mesmo? – Ele sorri continuando a empurrar suas mãos, e percebo meus pés arrastando no chão. Ele está me empurrando para trás apenas com a força de seu corpo, sequer está manifestando seu poder. – Quero ver você mostrar que é diferente... Vamos, me mostre! Quero ver o que você consegue sem seu namoradinho anjo pra te salvar!

Sou pega de surpresa por essas palavras, e parecendo saber que me desestabilizou, Stefan para de fazer força de repente, de modo que impulsiono meu corpo para frente, só para ser atingida por um pisão na minha barriga, que me empurra para trás, e sinto minhas costas atingindo o chão sujo da boate e esbarrando nas pernas de algumas pessoas que tentam se afastar.

Tento me erguer rapidamente, mas Stefan é mais rápido e pula sobre mim, lançando seus joelhos sobre meus braços, me prendendo contra o chão e me encarando com um semblante macabro, de olhos arregalados e sorriso largo mostrando os dentes – O que foi? Achou que eu não sabia do anjo e a criança de estimação? Eu sei que você brinca de casinha com eles. Que coisa fofa! Você tem uma família!

Me debato e tento sair dessa posição, mas o peso do corpo de Stefan torna as coisas muito difíceis, e mesmo tentando impulsionar meu corpo para me erguer, não consigo, já que o demônio aproveita do peso de seu corpo para me manter no lugar.

Ele segura meu rosto com uma das mãos, e mesmo agora continuo tentando me desvencilhar de alguma forma, e me assusto quando o vejo erguer a mão e fechar seu punho lentamente quase que deleitando deste momento – Me pergunto, como eles irão reagir quando encontrarem você depois daqui. Vão te receber de braços abertos quando estiver desfigurada? E seu anjo, como ele reagirá quando te ver deformada e com as asas arrancadas?

Suas palavras incendeiam a raiva que cresce em meu interior, e quanto mais ele fala, mais minha raiva cresce, e da mesma forma mais tento manifestar o fogo ao redor do meu corpo, como uma resposta desesperada de me libertar e atacar de volta. As chamas surgem ao redor do meu corpo, a fumaça sobe ao meu redor de tanto calor emanado, e em um grito de fúria, acerto ambos os punhos no chão ao mesmo tempo, fazendo com que um pilar de chamas surja do chão de imediato e se eleve violentamente ao alto, atingindo o teto da boate e se espalhando pelo alto.

A força manifestada foi tamanha, que enxergo o corpo de Stefan sendo erguido em um impulso súbito e projetado contra o teto da boate. Aproveito desta brecha para rolar no chão e me colocar de pé novamente, bem a tempo de observar o demônio voltando ao chão em uma queda pesada.

Arfo por uma vez não me sentindo nem um pouco cansada, apenas precisando recuperar um pouco do fôlego que perdi neste ataque. Olho ao redor, percebendo que as pessoas tentam escapar, amontoando-se desesperadas nas únicas portas desde que entrei aqui mas sem conseguir sair, algumas delas tendo sido atingidas por fagulhas do fogo, e me dou conta que no alto existe um princípio de incêndio, mas estranhamente, a música e os feixes de luz continuam.

Volto minha atenção a Stefan, que está se erguendo devagar – Não fique se achando demais Stefan. Eu já enfrentei gente muito mais forte que você.

Ele levanta rindo e me encara – Digo o mesmo a você. Fui treinado pelo melhor manipulador de chamas do submundo, um fogo como esse não é nada para mim.

Ele não parece estar mentindo. Stefan já se colocou de pé novamente, posso ver que ele tem várias queimaduras em sua roupa e pelo corpo, mas não parecendo estar realmente machucado.

- E então Mi'Ka, vamos começar a brincar de verdade? – O tom com que diz isso é o mesmo de um convite, e erguendo uma de suas mãos, chamas selvagens surgem por entre seus dedos. Essa será uma luta difícil.

Stefan volta seu olhar ao lado, vendo alguém se aproximar. Me dou conta ser Violet, que está carregando algo grande consigo, e assim que ela o joga no chão entre mim e Stefan, para meu desespero percebo que é Nick – Os preparativos estão prontos.

- Todas as portas estão lacradas, ninguém aqui poderá sair. – Zephyr surge logo atrás de Violet, como se emergisse de sua sombra, e para próximo dos dois com as mãos nos bolsos.

- Excelente, então já podemos começar. – Stefan ergue uma de suas mãos.

- O que vocês estão pensando fazer? – Pergunto os encarando, vendo o tamanho do problema que está a minha frente. Não esperava ter que enfrentar todos ao mesmo tempo.

- Um belo estrago! – Stefan lança esferas de chamas ao alto, que assim que tocam qualquer coisa, explodem e incendeiam tudo que toca, pessoas são atingidas e arremessadas pelo chão, parte da estrutura cede com cada explosão, e ouço suas gargalhadas ao alto.

Contudo Stefan para de repente, quando um estrondo é ouvido vindo das portas, e as várias pessoas amontoadas começam a se espremer para fora. Ele encara a isso incrédulo – As portas não estavam fechadas?!

- Estavam, tenho certeza disso. – Zephyr responde sem entender.

- Pouco importa, faça com que permaneçam aqui dentro! – Ele avança rápido em direção das pessoas, que mal começaram a deixar a boate, e erguendo sua mão, uma esfera surge e se projeta rapidamente contra elas. Uma que será fatal assim que explodir.

Contudo, a esfera flamejante se dissipa no ar antes de tocar o primeiro humano, e ele se demonstra ainda mais confuso de seu ataque ter desaparecido dessa maneira.

Emergindo por entre as várias pessoas amontoadas nas portas, vejo duas figuras caminhando até nós, em feições sérias e rigidez física que os tornam equivalentes a pilares inabaláveis em contraste ao desespero que os rodeia, e ao vê-los se aproximar, deixo escapar um suspiro aliviado por saber que nosso apoio chegou.

O olhar que Klauss lança a mim transmite a preocupação que carregou em si até esse momento, e aos poucos percebo o alivio tomando sua face por perceber que estou bem.

Mas o que me preocupa, é a estranha pressão que sinto em meu corpo. Começou de repente, e cada vez mais parece maior... Parece até que... Algo está se aproximando daqui.

- Quem são esses dois? – Violet pergunta, e a hostilidade surge em seu rosto quando finalmente entende, e assume uma postura agressiva – São anjos?!

- Acho que agora temos nossa própria diversão Violet. – Zephyr da um passo à frente, esticando seu braço rente ao corpo, mas antes que qualquer atitude seja tomada por eles, Layla ergueu suas mãos e as fecha, e quase que no mesmo segundo diversos fios luminosos emergem do chão, envolvendo tanto Violet quanto Zephyr e os prendendo no lugar. Os fios a princípio tão finos que parecem invisíveis, começam a emanar um intenso brilho semelhante a luz manifestada pela graça nas mãos do anjo – O que... O que é isso...?

- Restringi seus movimentos, nenhum dos dois dará mais um passo. – Layla diz com firmeza, aproximando suas mãos um pouco mais do rosto em um tranco, e de imediato os fios que os envolvem apertam ainda mais, arrancando gritos interrompidos de ambos. Layla então baixa seu olhar a Nick com um ar de reprovação, mas nada diz.

- Você trouxe mesmo seu namoradinho pra cá, e não foi só ele... Uma bela amiguinha também veio junto, acho que já te vi antes... – Stefan diz sem se importar, me olhando com as sobrancelhas erguidas, e então volta seu olhar ao anjo – Klauss.

- Stefan. – Klauss o responde seco, e tenho a impressão de que o clima neste lugar se tornou insuportável de tão pesado, tanto que minha vontade é sair daqui o quanto antes.

Eu reconheço o olhar que Klauss tem nesse momento, um que sempre temi receber. Um olhar perfurante, inflexível e perigoso, que muda completamente a face leve do gentil anjo que conheço. Klauss está vendo um perigoso inimigo a sua frente.

- Estava ansioso por esse momento desde nosso primeiro encontro. – Ele diz rindo, dando um passo à frente, trazendo à tona o fogo que serpenteia em torno de seu corpo com ferocidade, como véus avermelhados que emanam grande calor. – Eu vou gostar muito disso.

- Desculpa, não consegui segurar ele Klauss. – Layla diz tendo esforço presente em sua voz.

- Não tem problema, continue contendo aqueles dois. – Klauss diz se aproximando.

- Klauss, não faça isso! – Tento impedir ele de enfrentar Stefan.

- Mika, peço que não se aproxime e nem interfira. – Ele para seu caminhar, com as mãos nos bolsos da calça, devagar fechando seus olhos – Isso é algo que eu já deveria ter feito.

Fico estática com sua fala, e aflita que Stefan sorri – Mas... Eu falei que iria te ajudar...

- Eu sugiro que aceite a ajuda dela, você vai precisar! – O demônio salta contra Klauss, e todas as chamas que o rodeava se concentram somente em seu braço, e um pesado golpe é lançado contra o anjo, que sequer sai do lugar.

Observo o rosto do anjo virando com o impacto recebido, tão forte que o som do golpe pode ser perfeitamente ouvido. Um segundo golpe é desferido de baixo para o alto, onde uma onda de fogo é projetada para cima, e um terceiro golpe é desferido, e Klauss permanece imóvel recebendo cada um dos golpes que vem a seguir, sem ao menos se defender.

Não sei quantos golpes Klauss recebeu, mas assistir a isso me aflige mais e mais, e meu corpo anseia por avançar e impedir isso, não consigo apenas ficar parada olhando, quando na iminência de mais um golpe recebido, o anjo da um passo para trás de modo que o punho de Stefan não o alcance, e recuando seu braço, uma intensa corrente de vento surge em torno do anjo, tão graciosa com o brilho de sua graça atravessando o ar, e tão violenta que as chamas que haviam ao redor apagam com tamanha velocidade do ar, e devolvendo o golpe, Stefan é lançado para trás de uma vez, carregado com o vento que o desequilibra.

Klauss endireita sua postura e, apontando uma mão a Nick, uma nova onda de vento surge e carrega Nick para onde estou, e me abaixo ao seu lado para ver se está tudo bem.

Uma luz repentina atrai minha atenção, e vejo um turbilhão de chamas de um intenso vermelho vivo surgindo das mãos de Stefan, que lança tal poder contra Klauss, que permanece no lugar, erguendo uma de suas mãos na direção do ataque.

As chamas expandem e colidem com o anjo, o envolvendo por completo. Sua figura é apenas um borrão dentro do fogo, que desaparece em instantes, e tomada pela preocupação, tudo que consigo fazer é assistir a isso. Meu corpo recusa a se mover.

Contudo com um repentino abrir de um par de imensas asas brancas, todo o fogo passa a se mover de forma estranha, movendo através do ar enquanto é comprimido, sendo puxado para a palma da mão de Klauss, que com um balançar de seu braço, extingue todas as chamas, restando somente uma fumaça escura ao seu redor e poucas marcas de queimadura em suas roupas.

- Isso é tudo? – Ouço o anjo questionar seriamente – Esse é o seu poder Stefan? Eu esperava mais de alguém tão falado.

- Que? Você achou que é só isso?! – Stefan tem o espanto estampado em seu olhar, e com os dentes apertados, ele ergue suas mãos e torna a sorrir. Uma aura carmesim surge em torno de seus braços, e me dou conta que o chão debaixo de seus pés passa a emitir um forte brilho, indicando que está sendo rapidamente aquecido.

Um pilar de chamas cresce em torno de Stefan, tornando a espalhar as ardentes chamas por todos os lados. Protejo o rosto e aperto os olhos sentindo todo o calor os incomodando, Nick já se pôs de pé e assim como eu, está assistindo o desenrolar do conflito sem se meter, já Layla, por estar envolta em sua graça, não parece incomodada com o calor. Observo ao redor rapidamente, me dando conta que os únicos que realmente estão em perigo com essa manifestação de poder são as pessoas feridas e os poucos que voltaram para tirá-los daqui, mas que acabaram se machucando também, agora incapazes de sair.

Percebo que um repentino vento começou dentro da boate, ganhando mais velocidade a cada segundo, transformando-se em um vendaval contido dentro deste lugar tão pequeno, e o pilar de fogo que antes colocava todos em risco, começa a diminuir drasticamente, sufocado pela intensa ventania, até que reste somente um incrédulo Stefan ao centro.

- Seu anjo imundo... Como você...? – Ele tenta falar, mas mal consegue ficar de pé com a intensidade do vendaval, e Klauss aponta uma mão a Stefan.

- O vento pode alimentar o fogo e auxiliá-lo a se expandir. Mas quando esse vento é forte o bastante, ele também é capaz de apagar esse mesmo fogo. – A voz de Klauss soa endurecida, e lembro-me de quando ouvi essas mesmas palavras. A maneira como me disse meses atrás, apesar do anjo estar irritado comigo, não foi hostil como está sendo agora para Stefan, ele está sério como nunca vi antes. – Você é fraco Stefan, sequer se aproxima da força de um dos três juízes do submundo... Se isso é tudo que tem... Venha!

Suas palavras soam como uma ordem ao corpo de Stefan, já que posso ver o demônio sendo puxado de uma vez na direção de Klauss. Quando próximo, Stefan é contido no ar em frente ao anjo, que se aproxima devagar.

- Recordo-me de algo brutal que ousou fazer com Mika. – Sua voz é calma. Assustadoramente calma, e Stefan tenta, sem sucesso, se soltar. Com a ponta do indicador, Klauss toca o peito de seu oponente – Permita-me fazê-lo sentir o mesmo.

Um brilho branco passa a surgir dentro do corpo de Stefan, que grita em desespero que logo se transforma em urros de dor. De vários pontos de sua pele começa a emergir pequenos pilares luminosos, claramente manifestados pela graça de Klauss, e isso dura por segundos que mais pareceram horas, até que o brilho cessa, e Stefan caí sem forças no chão.

Ele até tenta erguer seu olhar para Klauss, em um semblante que, apesar de exausto e completamente derrotado, ainda contém grande fúria, e por um momento até tenta se erguer, porém seu corpo retorna ao chão com um pesado pisão de Klauss. Pelo que estou vendo, nem mesmo toda a fúria que tem agora pode ajudá-lo.

- Conte-me, como é a sensação de ser incinerado de dentro para fora? – Klauss pergunta friamente. Violet e Zephyr estão boquiabertos com o que presenciaram, seus olhares incrédulos e repletos de temor se voltam a Klauss, que agora os encara com a mesma frieza e os faz estremecer. – Vocês serão os próximos?

- Não é necessário. – Digo ficando de pé e me aproximando, ganhando o olhar de Klauss. A dupla de demônios me olha, sem dizer nada – Basta que estejam contidos por tempo o bastante para que eu os entregue a senhorita Raika.

- Acho que podemos desacordar esses três. – Layla diz se aproximando, e conforme se aproxima, as linhas que os prendem brilham com mais força – É melhor garantir uma entrega sem problemas.

- Eu vou adorar que não tenha problemas no caminho de volta. – Nick diz em brincadeira, e recebe um olhar severo de Layla – O que foi?

- Por que você estava no chão? – Sua pergunta não o repreende, mesmo que sua carranca indica que ela não está nada satisfeita com o que viu.

- Eles me pegaram de surpresa, estava lotado e não os vi chegando. – Nick se defende, e Layla revira seus olhos. – Tá bom, você está brava... Vamos levar eles de volta Mika.

- Vocês não farão nada! – Escutamos uma voz não muito longe, uma voz conhecida. Viramos todos para quem acabou de falar, e o que vejo retira todos os meus sentidos em mais completo pavor. – Acho melhor todos vocês ficarem bem quietinhos.

Vejo Diana próxima a porta da boate, tendo um sorriso triunfante no rosto, mas o que faz meu corpo tremer é ver que ela tem Mel em um de seus braços, e segura uma faca em sua mão.

- Diana?! – Nick diz em espanto e se atrevendo a dar um passo – O que você está...?

- Nem pense em chegar perto, ou essa menina morre. – Ela ameaça aproximando a faca ainda mais, e com um sorriso sombrio – E vocês não querem que eu faça isso, né?

- Diana... – Digo erguendo as mãos devagar – Solta ela...

- Acho que não, Mika. – Ela passa a lâmina devagar pelo rosto da minha filha – Achei que algo estava errado quando vi esses dois anjos esperando fora da boate. Quando se afastaram, fui olhar o carro branco daquele anjo, quando encontrei essa criança. Achei que ela poderia ser útil, e eu estava certa.

- A minha filha não tem nada haver com isso Diana, solta ela! – Insisto com minha voz falhada e as mãos tremendo, com medo de qualquer coisa acontecer com a Mel.

- Ah, é sua filha? – Ela pergunta com um tom maldoso – Eu não sabia que você tinha uma filha, ela é tão lindinha... Ela lembra muito como você era antes, são bem parecidas... Sabe Mika, eu gostava bastante de você, desde quando te conheci te achei alguém incrível, mas algumas vezes desconfiava que você poderia voltar a se envolver com anjos. Mas você Nick? Se envolver com anjos?!

- Desde que conheci a Mika, imaginei que poderia ter anjos legais como ela... Você também achava isso Diana! – Nick demonstra uma irritação que nunca vi antes – O que mudou?!

- Somos opostos Nick, anjos e demônios não podem e nem devem se aproximar. Já pensava isso desde que Mika disse ser uma caída, mas tentei confiar nela... Quem sabe ela permanecia no submundo com a gente, eu teria gostado tanto se as coisas fossem dessa forma... – Ela volta seu olhar a mim, e então aos anjos – Mas não... Ela voltou a se envolver com os anjos, e você Nick, você foi junto!

- Se você fizer alguma coisa com essa criança... – Layla ameaça entredentes.

- Você vai fazer o que? – Diana rebate sorrindo de canto, quando escuto um som estranho próximo, e uma onda de chamas me envolve repentinamente como uma explosão.

Caio no chão me sentindo desorientada, vendo que tanto Nick, Layla e até mesmo Klauss caíram. Já Stefan está se erguendo devagar, e Violet e Zephyr também estão soltos.

- Você tá bem Stefan? – Violet pergunta o ajudando a se levantar.

- Saí da minha frente...! – Ele a empurra, ficando de pé e olhando para cada um de nós, apertando os dentes enquanto tem claras dificuldades para permanecer de pé por todos os ferimentos em seu corpo. – Eu vou matar cada um de vocês!

Olho para Diana em uma última tentativa de pedir para que ela solte Mel, mas seu olhar para mim é frio, e ela está com a ponta da faca apontada para a criança, e me olha sem deixar de sorrir.

- Eu adoraria começar por essa caída maldita... – Stefan me encara com raiva, mas devagar sua atenção se volta para Klauss, e com um sinal de cabeça, Violet e Zephyr se aproximam de Klauss, o erguendo do chão e segurando seus braços com firmeza – Mas não... Eu vou começar pelo seu namoradinho ridículo... Você vai assistir eu matando todos antes de chegar a sua vez... Diana, mate essa criança se qualquer um deles tentar algo.

- Pode deixar. – Ela responde com deleite e volta para mim.

- Então, não sou tão forte quando os três juízes, não é? – Stefan encara Klauss, que permanece sério, encarando o demônio com frieza – Você vai ver como está enganado...

- Nossa, que bagunça... – Escuto uma voz, que pega todos aqui desprevenidos. Uma voz que me soa familiar e despreocupada, tornando a pressão que já existia antes, tão absurda que agora consegue ser insuportável de todas as maneiras. Uma presença e poder tão intensos que já senti antes, e quando viro meu olhar ao dono da voz, o vejo se aproximar, observando ao redor e então a nós. – Mika, Klauss... Precisam de ajuda?

- Quem é esse agora? – Zephyr pergunta – Um humano?

- Um esquisito que não sabe onde se meteu. – Violet diz o encarando com desdém.

- A Cria do Abismo? – Layla se pergunta em um sussurro espantado.

- Isso aí é a Cria do Abismo?! – Stefan pergunta com certo deboche. – Que piada, o submundo estava atrás disso?

- Cara do Casaco, por favor não faça nada! – Digo aflita, chamando sua atenção – Eles estão com a Mel...

Ele salta a sobrancelha, e então volta sua atenção para Diana, que apesar de encarar o recém chegado com estranheza, continua preparada para agir – Um passo, e eu mato essa criança.

Ele fica olhando para Diana por alguns instantes, enquanto é observado por todos aqui. Surpreendentemente ele sorri, e avança um passo – Tá bom, vá em frente.

Diana se vê sem reação com a ação da Cria do Abismo, e até mesmo se encontra paralisada com o que acabou de presenciar, assim como todos os outros que não esperavam de maneira alguma por esse ato – O que... O que você está fazendo?! – Pergunto assustada.

Ele me olha de soslaio mantendo seu sorriso, e se voltando a Diana, dá mais um passo – Fica longe... Eu... Eu já disse que vou matar essa criança!

- Qual criança? – Ele questiona, para o espanto de Diana – Não estou vendo criança alguma.

Quando me dou conta, Diana não tem nada em suas mãos. A própria só percebeu quando olhou para baixo e não encontrou mais Mel em seus braços, que simplesmente desapareceu.

- Se quer mesmo me intimidar, vai ter que fazer melhor. – O Cara do Casaco posiciona seus braços frente ao corpo e no passar de um segundo, Mel ressurge, longe da ameaça que Diana representava.

Klauss aproveita dessa distração e, abrindo suas asas, ele salta, levando consigo tanto Violet quanto Zephyr ao ar. O tranco do repentino movimento foi tamanho que o anjo consegue segurar ambos um em cada braço, os arremessando em cima de Stefan que desaba no chão ao ser atingido pelos dois seguidores.

Antes que qualquer um dos três tente qualquer ação, ainda no ar, Klauss ergue suas mãos acima da cabeça rapidamente, onde o brilho em suas asas e auréola se intensificam, partículas de graça surgem ao seu redor, cintilando em um gracioso e intenso brilho, que se elevam ao alto muito acima do anjo, penetrando e atravessando o dedo, assim desaparecendo, e assim que baixa seus braços novamente, as diversas partículas descem bruscamente, como uma forte tempestade moldada puramente do poder do anjo, que golpeia os demônios incontáveis vezes.

Layla se levanta em um rápido movimento, e com suas asas manifestadas, ela ergue um de seus braços e se lança num salto em direção a Diana. No momento que sua mão alcança a cabeça de Diana, um intenso brilho surge por alguns segundos, cessando somente quando Layla à solta, e seu corpo de seu alvo vai ao chão em uma queda pesada.

O silêncio recai na boate, onde os quatro que viemos buscar estão desacordados, completamente vencidos. As coisas foram muito piores do que eu imaginei que seria, mas deu tudo certo.

Nick para ao meu lado e me dá um apoio para que eu me levante também, e a primeira coisa que faço é correr até Mel. – Está tudo bem com minha filha?

- Está sim, não fizeram nada com ela. – O Cara do Casaco me entrega Mel acho que percebendo minha urgência em tê-la comigo outra vez.

A seguro e a abraço com firmeza, buscando a certeza de que ela está bem e está comigo, prometendo a mim mesma de que algo assim não voltará a acontecer nunca.

Devagar, ergo meu olhar a Cria do Abismo a minha frente – O que você está fazendo aqui?

- Mika. – Klauss me chama com uma voz grave, e volto minha atenção a ele. Ele observa o grupo no chão com um semblante fechado, como se avaliasse se estão mesmo desacordados, e então volta sua atenção a mim – Depois.

Entendo o que ele quer dizer com isso, temos que continuar o que viemos fazer, e com uma rápida troca olhar para Nick e Layla, confirmo – Tudo bem, vamos tirar eles daqui.

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