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Artemys não correu.
Não quando seu parceiro e irmão mais novo estavam alí lutando.
Órion travava uma batalha com o daemati do Rei de Hybern.
Kylian lutava contra o irmão mais novo e o próprio Rei de Hybern. Seu poder sombrio ondulando enquanto o marido e parceiro amoroso de Artemys se tornava a escuridão encarnada.
Tudo para proteger ela e sua filhinha.
Artemys deveria ter fugido.
Mas a Grã Senhora da Corte Boreal nunca fugia.
Principalmente quando sua família, sua Corte, estava em perigo.
A dor a estava consumindo, ainda assim, ela usou seu poder para matar qualquer soldado desgarrado que ousasse atravessar o corredor.
ㅡ Espere só um pouquinho querida. Só mais um pouquinho. ㅡ ela sussurrou para o bebê, que estava prestes a vir ao mundo.
As contrações continuaram enquanto Artemys lutava.
Antes que aquele dia terminasse, a primogênita da Grã Senhora chegaria a esse mundo.
Kylian parecia estar dando conta dos dois adversários mais poderosos, e Órion brilhava em poder enquanto travava uma batalha mental e física com o daemati mais velho que ele.
Oryas saiu das sombras no instante que um soldado se aproximou de Artemys por trás, o destruindo com suas adagas feitas de escuridão.
ㅡ Artemys. ㅡ ele a segurou com força quando a bolsa dela estourou. Sua bebê estava chegando.
ㅡ Artemys. ㅡ ele chamou preocupado. ㅡ Você precisa me deixar te tirar daqui. ㅡ o irmão pediu.
ㅡ Não. ㅡ ela murmurou com dificuldade.
Ela não deixaria Órion, muito menos o parceiro para trás.
Mais soldados inimigos surgiram de cada lado do corredor.
Eles estavam cercados.
Kay havia capturado a maioria dos seres de luz naquela caixa estranha. Os que sobraram, estavam do lado de fora do Palácio, protegendo a população, destruindo o exército invasor.
ㅡ Artemys. ㅡ Oryas estava implorarando.
ㅡ O que foi irmão? A vida de pai te deixou fraco demais para uma boa luta? ㅡ Kay zombou ao atingir o irmão mais velho com o poder daquela caixa estranha, fazendo Kylian voar atingindo a parede, o barulho de ossos se quebrando ecoou pelo corredor.
ㅡ Vamos Kay, não há necessidade de zombar do seu querido irmão. Ele sabe que se tornou fraco. ㅡ o Rei de Hybern debochou enquanto olhava para Kylian caído perto da parede oposta.
Kay olhava para Artemys agora, e logo o olhar do Rei de Hybern estava nela também, os seres presos naquela caixa pareciam desesperados e inquietos ao perceber que seriam usados contra a própria Grã Senhora.
Hybern gritou de repente, quando uma lâmina o acertou no estômago.
Foi Kylian, que havia sumido de onde estava caído e agora puxava sua espada do estômago do Rei de Hybern. Sangue escorrendo pela lâmina.
ㅡ Você é um feérico patético brincando de ser um deus. ㅡ Kylian sussurrou, empurrando o Rei de Hybern para o chão.
Os soldados inimigos estavam correndo na direção de todos eles.
Foi quando o tempo pareceu parar, no instante que o Palácio Boreal começou a tremer.
Apolo.
Ele estava lutando contra as proteções que Kay havia colocado contra ele especificamente.
Porque se Artemys era a fêmea feérica mais poderosa do último milênio, Apolo era sua contraparte masculina.
Artemys deixou seu poder ecoar pela sala, usando ele para atacar os soldados que estavam vindo em sua direção.
Oryas por perto, matando qualquer alma viva que ousasse se aproximar de Artemys.
ㅡ Irmão. ㅡ Kay murmurou surpreso, seus olhos brilhando com confusão, como se tivesse acordado de um sonho ruim, enquanto Kylian caminhava até ele, o sangue do Rei de Hybern pingando de sua espada enquanto Kylian caminhava até o irmão.
ㅡ O Rei, ele me enfeitiçou, eu juro, eu sinto muito. ㅡ Kay começou a dizer, lágrimas falsas rolando por seus olhos. ㅡ Eu sinto muito. Não era eu. Vou concertar isso. Não era eu. Vou embora se você quiser. Faço qualquer coisa. Qualquer coisa. Por favor, não era eu.
Kay implorou.
E Kylian hesitou.
Kylian hesitou.
Ele amava o irmão. O amava imensamente. E ele queria acreditar. Ele precisava acreditar, no que Kay estava dizendo.
Kylian hesitou.
Um erro.
O erro que custou sua vida.
Porque a magia da caixa o atingiu em cheio quando ele abaixou a guarda, a luz traspassando seu ser, como uma lâmina mais cortante que o aço. Uma lâmina capaz de cortar sua alma.
Artemys gritou, uma dor que não era dela a atingindo pelo vínculo dourado que os unia. Que unia suas almas.
Kylian olhou para ela, através da dor, da traição, do coração partido e o sangue, ele olhou para ela. Seus olhos implorando para ela fugir.
Para ela correr.
Artemys correu, mas não para fugir, e sim tentando chegar até o parceiro, até o estranho ser que ela amava mais que tudo, antes que ela conseguisse, uma lança atingiu seu ombro a fazendo cair de joelhos.
O Rei de Hybern, de joelhos, sangrando do estômago, olhava para ela com satisfação. Foi ele quem jogou a lança.
ㅡ Artemys! ㅡ o grito de Oryas ecoou pelo corredor, Órion e Kilyan, se juntando ao grito.
O Palácio tremeu, enquanto o feérico mais poderoso dos últimos milênios destruía as proteções que o impediam de entrar.
Artemys estava de joelhos enquanto Kay se aproximava dela. Ele sorria de forma sombria.
ㅡ A Grã Senhora mais poderosa dos últimos milênios, de joelhos na minha frente. ㅡ ele debochou.
Artemys cuspiu sangue na cara dele.
Então ela sorriu enquanto o atingia no estômago, com a adaga que ela sempre deixava escondida em seu vestido.
Sangue negro saiu da ferida enquanto Kay gritava de dor duas vezes seguidas, e não uma.
Porque Kylian, ferido e morrendo, havia feito um último esforço para salvar a parceira, aparecendo atrás do irmão mais novo, e o atingindo no coração com uma adaga.
Luz dourada e poder absoluto brilhou.
Apolo havia chegado.
E ele não estava sozinho.
Os seres de luz restantes estavam alí.
Mas era tarde demais.
Rhysand deveria dizer que estava surpreso com a mensagem de Keir para ele.
Um feérico que dizia ser da Corte Boreal, que Keir não sabia ainda estar de pé, exigia uma audiência com o Grão Senhor da Corte Noturna.
Curioso de fato.
Com Cassian e Azriel, Rhysand partiu para a Corte dos Pesadelos.
Azriel parecia estar uma pilha de nervos, e Rhysand entendia bem o motivo.
Era por causa de sua parceira, a não tão humana, Aurora. Grã Senhora de uma Corte que todos pensavam estar perdida para sempre.
Órion estava sentado em uma das cadeiras da sala de reunião, com os pés, calçando botas de couro, encima da mesa, limpando as unhas com uma adaga dourada.
Keir olhava pra ele com desgosto evidente.
Órion o olhava de canto, como se estivesse a um pequeno passo de esfaquear Keir com aquela bonita adaga dourada.
ㅡ Grão Senhor Rhysand. ㅡ Órion sorriu enquanto observava Rhysand se aproximar com Cassian e Azriel, o olhar do daemati se demorando em Azriel. ㅡ Pensei que me deixaria esperando com esse seu servo insuportável por décadas.
Keir rosnou dando um passo a frente, Cassian deu uma risada alta.
Os olhos de Órion brilharam com poder da Corte Boreal e Keir deu um passo para trás.
ㅡ Órion. ㅡ Rhysand riu. ㅡ Vi que está se sentindo em casa. ㅡ zombou olhando para como o feérico estava sentado.
ㅡ Poderia mandar seu servo embora, Grão Senhor? ㅡ Órion pediu agora se sentando corretamente e guardando a adaga. ㅡ Tenho uma mensagem da minha Grã Senhora.
Keir empalideceu.
As sombras de Azriel se agitaram.
ㅡ A Grã Senhora da Corte Boreal está morta, assim como sua Corte. ㅡ Keir disse e se virou para Rhysand.
ㅡ Conhece esse mentiroso, Rhysand?
Rhysand riu.
ㅡ Órion é de onde diz ser, e a Corte Boreal está muito bem, como sua Grã Senhora. ㅡ Rhysand confessou.
Keir arregalou os olhos surpreso.
ㅡ E você não pensou que deveríamos saber dessa informação tão valiosa, Grão Senhor? ㅡ Keir perguntou.
ㅡ Não. Não era da sua conta Keir.
ㅡ Rhysand respondeu. ㅡ Deixe-nos.
Relutante, Keir abandonou a sala.
A magia de Rhysand envolveu a sala. Ninguém os ouviria.
ㅡ Você mantém umas companhias meio insuportáveis e insalubres, Rhysand. ㅡ Órion murmurou se levantando da cadeira.
ㅡ Ele é necessário, infelizmente.
ㅡ Sim, esqueci que vocês da Corte Noturna tem que fingir serem cruéis para serem respeitados e temidos.
ㅡ Órion zombou fazendo Cassian rosnar em aviso.
ㅡ O que faz aqui Órion? ㅡ Rhysand perguntou divertido, não deixando Órion perceber que sua fala o afetou.
Era verdade. A Corte Boreal nunca precisou fingir ser o que não era para ser uma Corte temida e respeitada. Não como Rhysand fazia.
ㅡ Como eu disse, tenho uma mensagem da minha Grã Senhora.
ㅡ Órion repetiu e tirou uma carta do casaco que usava. ㅡ Aqui.
A carta estava fechada com um selo em forma de uma aurora boreal.
'' Caro Grão Senhor da Corte Noturna,
Escrevo nesse momento tão importante, com uma guerra respirando em nossos pescoços, uma guerra contra um inimigo em comum. Eu, mas que ninguém desejo vingança contra Hybern e seu Segundo.
Portanto, desejo oferecer o apoio de minha Corte nessa guerra, a união de Prythian, a união das Cortes, é essencial para nossa sobrevivência.
Desejo me encontrar pessoalmente com você, há muito que temos que conversar, nesse momento, sua Corte é a aliada que mais almejo, tendo em vista, meu relacionamnento com Feyre e as duas outras irmãs Archeron que estão sob sua proteção.
Sei que nenhum de vocês entende bem o que ocorreu, e planejo explicar alguns dos mistérios que nem mesmo sei Mestre Espião tem o conhecimento.
Por isso, proponho um encontro entre nós. Você pode decidir o local, a data e a hora, por tudo que fez por Feyre, confio que você não irá me trair.
Deixe sua resposta com meu emissário, Órion.
Agradecida,
Aurora, Grã Senhora da Corte Boreal.''
Rhysand encarou Órion.
E marcou a data e a hora do encontro que ocorreria em Velaris.
Aurora observou a mesa de reunião, feita de vidro cristalino, onde havia o desenho e nome de cada cidade, vila, montanha e floresta da Corte Boreal.
Ela estava sentada na cadeira alta na ponta da mesa.
Os lordes e ladies, assim como os generais ainda não haviam adentrado a sala.
Apolo e Oryas estavam um em cada lado dela. De pé.
Órion ainda não havia retornado da visita á Corte Noturna.
Os Quatro, os dois lordes e as duas ladies das quatro maiores cidades da Corte Boreal se sentariam mais próximos dela na mesa.
Havia Lorde Ulric, O Martelo de Ferro, ele era o Lorde do Norte da Corte, famoso por sua habilidade como ferreiro e forjador de armas lendárias, ele usava um Martelo de Ferro como arma de batalha.
Ulric, segundo Apolo, era um líder que valorizava a força física e a destreza na batalha. Sua fortaleza no Norte era também uma forja gigante, onde os sons do martelo ecoavam dia e noite.
Ele parecia um lorde justo, mas firme, que acredita que o poder e a proteção do povo estavam nas mãos daqueles que podiam brandir uma espada.
Havia Lorde Thorne, O Gélido, ele era conhecido por sua natureza fria e calculista, refletindo a dureza das terras geladas do Leste, onde ele era lorde.
Segundo Oryas, ele era um estrategista brilhante, hábil em planejar táticas de guerra e gerenciar recursos escassos. Sua família era cheia de guerreiros valentes que defenderam a Corte contra invasores e perigos.
Lorde Thorne era respeitado por sua força de vontade e determinação, mas também era temido por sua implacabilidade ao lidar com traidores.
Lorde Thorne foi um dos que começou as revoltas, contra os três irmãos, tantos anos antes.
Oryas disse que se ela conseguisse conquistar Thorne sem usar sua voz como Grã Senhora, os outros a seguiriam sem pestanejar.
Era irônico que ela precisasse conquistar seus próprios súditos, os mostrar que ela não era a inimiga.
Mas Aurora entendia, ela era a estranha, que nasceu naquela Corte e não voltou por cem anos.
Que os abandonou.
Ela nem poderia contar toda a verdade para seu povo, porque eles se virariam contra os tios dela.
Ruby, sentada em um lugar de honra ao lado de Aurora, usava um vestido preto naquele dia. Ela sorriu para Aurora, tentando a passar tranquilidade.
Havia lady Rowena, conhecida como a Guardiã dos Ventos.
Rowena era lady do Oeste da Corte, onde as águas azuis e as brisas salgadas do oceano se misturavam com a presença da fortaleza de Rowena, que se erguia majestosamente sobre os penhascos à beira-mar.
Lady Rowena era a lady da Cidade mais comercial da Corte Boreal, era da fortuna dela que eles precisavam para financiar a guerra, sem usar os próprios cofres da Grã Senhora.
Apolo disse que Rowena, com seu poder sobre os ventos e língua afiada, era tão imprevisível quanto o mar que batia nos penhascos de sua Fortaleza.
Havia, por último, lady Isolde, conhecida como A Harmoniosa.
Ela era lady do Sul da Corte, suas terras fazendo divisa com a Corte Noturna, as Cortes separadas apenas por altas Montanhas e as proteções da Corte Boreal.
A cidade de Isolde era um refúgio para artistas, músicos e escritores. Assim como curandeiros e outros estudiosos.
Oryas disse que Isolde, com seu coração generoso, seria a mais fácil de convencer, principalmente pela proximidade que ela teve com Artemys.
Havia apenas três generais, quatro, contando com Apolo.
Havia a General Elara, o General Adrik e o General Eric.
Os três se reportavam á Apolo, que ainda era o Comandante Supremo dos exércitos da Corte Boreal.
Todos na sala de reuniões olhavam para Aurora agora, eles estavam alí.
O vestido que Aurora escolheu para a reunião possuía um corpete justo, delicadamente adornado com bordados prateados que imitavam os padrões espirais das auroras boreais.
A saia era esvoaçante, com camadas de tecido transparente que pareciam capturar a luz, criando uma sensação de movimento constante. Brilhos suaves costurados nas dobras do vestido, evocando o brilho sutil das auroras boreais.
Ruby havia escolhido a coroa que Aurora usava na cabeça naquele dia.
Ela era feita de prata e pedras preciosas, com fios finos de prata formando a estrutura que lembrava os padrões ondulantes das luzes dançantes que iluminavam o céu da Corte.
Gemas coloridas, como opalas, ametistas e safiras, estrategicamente colocadas ao longo da coroa para capturar a magia das cores das luzes coloridas.
Ela não usava outras joias além da coroa em sua cabeça.
Respirando fundo, Aurora se levantou de sua cadeira para receber os lordes e ladys, assim como os generais.
A reunião ia começar.
I. Oie pessoas. O que acharam do capítulo? Gostaram?
II. Antes que venham reclamar do Kylian ter caído no papo do Kay, saibam que o Kay sabe ser muito convincente. Além disso, apesar de tudo, o Kylian se tornou bom, e ele queria, ele PRECISAVA, acreditar que o Kay dizia a verdade. Kylian amava imensamente o irmão. Então não o julguem, ele acertou o coração do irmão e defendeu a Artemys, mesmo que a praga do Kay não tenha morrido né. Enfim, defenderei o Kylian pra sempre aqui. Ele e Artemys são um dos casais mais incríveis que eu já escrevi sobre.
III. Órion sendo declarado pela Aurora como emissário dela é uma das melhores coisas que eu poderia pensar como cargo pra ele. Ele é o momento, o maior que temos. Ele chamando o pai da Mor de servo kkkk, amo ele demais. Tenho pra mim que todo emissário é uma beleza, Lucien e Órion contribuem muito com esse pensamento.
IV. Espero que tenham gostado de ver um pouquinho sobre a política da Corte Boreal também. As coisas na Corte Boreal são bem diferentes do resto de Prythian. Principalmente porque as mulheres tem muito mais participação, além da Grã Senhora da Corte sempre evitar usar seu poder para fazer o povo obedecer. Porque diferente da maioria das Cortes, na Corte Boreal as pessoas obedecem porque respeitam, confiam e amam sua Grã Senhora, não por medo ou obrigação.
V. Por hoje é só, mas quem sabe se vocês interagem bastante eu não poste outro capítulo amanhã. Eu ouvi alguém pedindo atualização três dias seguidos? Kkkk.
VI. Obrigada por tudo, e até breve.
Byee ♡
18.08.2023
Duda.
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