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Artemys era uma guerreira.
E isso não era sobre as armas que ela sabia manejar, ou sobre sua luta corpo a corpo.
Não.
Artemys era uma guerreira de muitas outras maneiras além da batalha.
ㅡ Eu sabia que você era um maldito, mas ainda tinha esperanças de que não seria um traidor. ㅡ Artemys disse olhando para Kay. O aperto em seu violino aumentando.
ㅡ Traidor? Seu marido é o verdadeiro traidor. ㅡ Kay rebateu. ㅡ Quando caímos nesse mundo, tínhamos um objetivo, o dominar. O fazer nosso. Como fizemos com tantos outros mundos. Então ele conheceu você e de repente resolveu brincar de casinha.
Artemys rosnou, os dentes a mostra.
ㅡ Você é um maldito ganancioso. Que não aceita ver o próprio irmão feliz. ㅡ Artemys exclamou.
Kay rosnou e deu um passo à frente.
ㅡ Vamos Artemys, não precisa ser da maneira difícil, se junte a nós, para governar toda Prithyan e as terras humanas. ㅡ o Rei de Hybern disse se aproximando. ㅡ Nos apoie e os polparei.
Os guardas de Artemys ficaram um em cada lado dela, armas em Pinho, brilhando com o poder brilhante das auroras boreais.
ㅡ Nunca ficarei do seu lado. ㅡ a Grã Senhora da Corte Boreal esbravejou.
O Rei de Hybern riu, Kay junto a ele.
Os dois guardas de Artemys se moveram para atacar.
O rei de Hybern estalou os dedos e uma caixa apareceu. Ele a entregou para Kay.
Kay deixou seu próprio poder vingativo e escuro se apossar do objeto.
Os guardas foram puxados para dentro da caixa.
Presos. Brilhando lá dentro, a mercê de Kay.
ㅡ Kylian, Apolo e Órion se foram. Oryas está ocupado demais. Acho melhor você aceitar nossos termos. Pense na sua piralha. ㅡ Kay debochou olhando para a barriga da Grã Senhora.
Artemys rosnou novamente, as mãos doendo de como ela apertava fortemente o violino.
ㅡ Você armou isso. O deixou passar pelas defesas, garantiu que escolheria um dia onde todos estavam ocupados.
ㅡ a Grã Senhora acusou com ódio.
Ela estava sozinha. Ela e sua bebê estavam sozinhas.
Kay riu.
ㅡ Sim. E foi absurdamente fácil. Vocês nunca desconfiaram de mim. ㅡ ele confessou. ㅡ Agora, você está em uma encruzilhada, Artemys. E eu entendo de encruzilhadas. Então, decida: se curvar ou morrer, levando sua filha junto?
Artemys sabia que eles a matariam de qualquer jeito. Ou a usariam como refém para colocar Kylian e os irmãos dela na linha.
Ela não podia ceder.
Ela deu outro puxão desesperado no vínculo. Naquele vínculo brilhante que a ligava a Kylian. Ela gritou por ele, como fez a partir do momento que viu o Rei de Hybern.
"Aguente firme, amor. Estamos chegando."
Uma resposta.
O parceiro dela estava vindo. Seus irmãos com ele.
Ela só precisava ganhar tempo.
ㅡ Eu prefiro a terceira opção. ㅡ ela sorriu enquanto largava o violino.
Ela olhou para o Rei de Hybern e para o cunhado traidor.
Então, a sala de música explodiu em luz colorida.
Azriel quase não conseguia sentir ela.
A parceira dele.
Era como se ela estivesse longe, parecia até que ela estava dormindo.
Aurora.
Aquela que ele pensou que perderia quando ela caiu no Caldeirão.
Ele podia sentir isso em Hybern, a vida dela se esvaindo, o laço se partindo assim que ela adentrou a água escura.
Então ele segurou o laço. Puxou aquele vínculo brilhante e se recusou a soltá-lo.
Então ela emergiu. Brilhando em poder. Puxando o vínculo de volta.
Onde ela estava agora? Ele imaginou que ela provavelmente estaria na Corte Boreal. Com os tios. Com a bruxa.
Onde ela pertencia.
ㅡ Azriel? ㅡ Rhysand chamou, o Grão Senhor parecia impaciente.
Talvez ter a parceira com Tamlin fosse uma ideia que o deixava mais louco do que ele deixava transparecer para o Círculo Íntimo.
ㅡ Sim? ㅡ a voz de Azriel estava rouca, por ter gritado tanto horas atrás.
Azriel não conseguia se lembrar da última vez que gritou daquela maneira, com tanto pavor e desespero. Nem mesmo quando suas mãos foram queimadas.
ㅡ Poderia nos esclarecer se o que Aurora disse é verdade? ㅡ a voz de Rhysand ecoou.
A barganha já havia sido cumprida. A própria Aurora disse a verdade em Hybern.
ㅡ Az? ㅡ Mor chamou antes que o Cantor de Sombras pudesse responder. ㅡ A forma como você gritou o nome dela, ela é s-
ㅡ Aurora é quem ela disse ser. ㅡ ele murmurou interrompendo Mor. ㅡ É a Grã Senhora da Corte Boreal.
Amren pareceu interessada nisso.
ㅡ Como isso é possível?
Azriel suspirou.
Então contou tudo que sabia para o Círculo Íntimo.
Era estranho.
Andar por aqueles corredores desconhecidos e ao mesmo tempo, de alguma forma, familiares.
Os soldados feéricos se curvavam, a chamavam de Grã Senhora.
Ainda parecia tão estranho.
E ela imaginou que seria assim por um bom tempo.
Ruby ainda estava ao lado dela, mesmo quando os três irmãos a guiaram até os aposentos da Grã Senhora.
ㅡ Quero que todos os lordes de nosso território sejam avisados de minha chegada. ㅡ Aurora murmurou parando na porta do quarto que uma vez pertenceu à mãe dela. O quarto que ela dividia com Kylian. O quarto da Grã Senhora da Corte Boreal.
ㅡ Eles serão avisados, Grã Senhora. ㅡ Oryas garantiu, ainda evitando olhar para os olhos dela.
ㅡ Avise que espero todos em, o mais tardar, uma semana, para discutirmos sobre a guerra. ㅡ ela avisou para o Cantor de Sombras. ㅡ Apolo, como eles respondem a você, vá atrás dos generais dos exércitos também, precisamos reunir nossas tropas, se ainda temos alguma, além de treinar novos guerreiros. A guerra está muito próxima.
Apolo curvou a cabeça em respeito.
ㅡ Farei isso imediatamente, Grã Senhora.
Aurora suspirou e olhou para Órion.
ㅡ Vou escrever uma carta, para o Grão Senhor da Corte Noturna. Você partiria para a entregar amanhã?
ㅡ Aurora perguntou olhando para ele como olhou para os outros dois irmãos, com olhos frios.
Órion se encolheu levemente.
ㅡ Sim, Grã Senhora.
ㅡ Ótimo. ㅡ Aurora suspirou outra vez. ㅡ Vou entrar para escrever a carta e planejar meus próximos passos.
Ela se virou para a bruxa de cabelos vermelhos.
ㅡ Ruby, escolha qualquer quarto que seja do seu agrado e o torne seu. ㅡ ela se virou para o ser em forma feérica, que ainda brilhava com luz colorida. ㅡ O mesmo vale pra você, Lux.
Lux sorriu em agradecimento enquanto fazia uma reverência.
ㅡ E Ruby, contrate pessoas para trabalhar no Castelo assim que tiver tempo, durma um pouco primeiro, você precisa descansar. ㅡ Aurora pediu e Ruby assentiu, sorrindo.
ㅡ Você está dispensada para ir.
Com isso, Ruby fez uma reverência e se afastou pelo corredor, para encontrar um quarto para si, descansar e cumprir as ordens de Aurora.
ㅡ Vocês três também. ㅡ ela ainda falava friamente enquanto olhava para os irmãos da mãe dela. ㅡ Podem voltar para seus antigos aposentos ou arranjarem novos, não importa.
Eles assentiram, se curvavam e se viraram para partir.
ㅡ Órion. ㅡ ela chamou. O feérico se virou para olhar para ela. Havia esperança em seu olhar. ㅡ Venha buscar a carta ao anoitecer, quero que você parta amanhã bem cedo.
A esperança se esvaiu dos olhos azuis de Órion. Ele se curvou.
ㅡ Como deseja, Grã Senhora.
Então ele se foi pelo corredor atrás dos dois irmãos.
ㅡ Lux, poderia designar dois dos soldados de luz para guardarem minha porta? ㅡ Aurora pediu e Lux assentiu.
ㅡ Avise para eles que não desejo ser perturbada em meus aposentos por ninguém nas próximas horas, a menos que seja algo importante, como Órion vindo buscar a carta.
Lux assentiu e se curvou.
ㅡ Claro, Grã Senhora.
ㅡ Está dispensada Lux. E mais uma vez obrigada.
Lux sorriu e pareceu brilhar ainda mais.
ㅡ É uma honra, Aurora.
Com isso o ser de luz se afastou e Aurora finalmente adentrou o quarto.
O quarto da mãe dela.
Seus sentimentos a atingiram em cheio.
Com um soluço estrangulado, ela trancou a porta e escorregou nela até se sentar no chão. Ela segurou mais as lágrimas.
Ela chorou.
Seus soluços abafados pelas mãos, enquanto ela finalmente tirava a máscara de Grã Senhora fria e inabalável.
Aurora chorou e chorou.
A dificuldade de cumprir seu papel a estrangulava. Ela não se sentia pronta.
Não estava pronta para reencontrar e conviver com os tios, não estava pronta para liderar seu povo para guerra.
Ela chorou até que o cheiro do quarto finalmente a envolveu.
Ainda cheirava como a mãe dela, mesmo após todo aquele tempo.
Havia outro cheiro também, ela percebeu. O cheiro do pai dela.
As lágrimas ainda escorriam enquanto Aurora se levantava, escutando os guardas se colocarem em sua porta.
Ela finalmente olhou para o quarto.
O quarto era uma visão de beleza e elegância, com uma atmosfera que mesclava a majestade e o aconchego.
As paredes era revestidas com um papel de parede adornado com padrões sutis que remetiam a natureza e a magia da Corte.
No teto, pinturas retratam cenas míticas da história da Corte, repletas de outras Grã Senhoras e seus soldados lendários. A mobília é refinada e feita com madeira escura, esculpida com intrincados detalhes.
As grandes janelas, que ofereciam uma vista dos vastos bosques e montanhas cobertas de neve ao redor da Corte, chamaram a atenção de Aurora, e ela caminhou de maneira hesitante até estar próxima delas.
As cortinas pareciam pesadas, feitas de um tecido luxuoso e azul, elas estavam abertas para permitir a
entrada da luz do sol, sol esse que daqui poucas horas começaria a se por.
Em um dos cantos do quarto, uma magnífica cama com dossel dominava o espaço. A cama era feita de madeira esculpida à mão, com colunas altas e entalhes detalhados que representam a natureza selvagem do reino. A roupa de cama parece ser de seda, em tons suaves de azul e prata.
Ao redor do quarto, há móveis como uma penteadeira com espelhos emoldurados, mesas de cabeceira e uma mesa de trabalho com uma cadeira confortável.
Um majestoso espelho de corpo inteiro repousa próximo à uma porta que leva, provavelmente, para onde estão as roupas. As molduras do espelho são decoradas com flores e folhas, assim como auroras boreais, representando a magia e a harmonia da Corte.
Há também outra porta, meio escondida do outro lado do quarto, longe dela.
Aurora, sente uma mistura de emoções ao ver o quarto de sua mãe praticamente inalterado, agora destinado a ser dela.
Não era justo.
Não era justo que a mãe não estivesse lá, que Aurora tivesse que assumir um papel tão grande.
Ela ainda era tão jovem, ela ainda sabia tão pouco.
Sua mãe deveria estar alí, a guiando, a dizendo o que fazer, o que não fazer, ou apenas estando lá, para abraçar Aurora quando as coisas estivessem difíceis, como agora.
As lágrimas escorriam pela pele de porcelana de Aurora, ela não se importou. Ela deixou o cheiro dos pais a envolver, se ela fechasse os olhos, quase poderia mentir para si mesma, se fazer acreditar que eles estavam alí com ela.
A sensação de ocupar um espaço tão significativo e repleto de sentimentos era quase agridoce para ela.
Por um lado, havia o senso de responsabilidade e a honra, uma honra como nenhuma outra por seguir os passos de sua mãe e assumir o papel de Grã Senhora, mas, ao mesmo tempo, o vazio deixado pela ausência de Artemys e Kylian pesava no coração de Aurora, entrelaçados com uma profunda tristeza por tudo que aconteceu.
Aurora se aproxima da porta próxima à ela.
A grande porta se abre lentamente, revelando uma sala espaçosa e ricamente decorada.
Os vestidos de Artemys estão cuidadosamente pendurados em cabides de veludo, alinhados de acordo com a cor e o estilo.
Aurora pode ver os deslumbrantes vestidos, provavelmente usados em bailes e cerimônias importantes, cada um deles contendo uma história única e especial, histórias que Aurora não conhece.
Aurora toca um dos vestidos, sentindo o cheiro da mãe a envolver.
A seda suave, os bordados delicados e os detalhes exuberantes.
Há roupas de montaria também, e muitas calças, como se a mãe dela se sentisse a vontade em qualquer coisa.
Assim como Aurora.
Ao lado das roupas, estão as joias, organizadas em belas bandejas de veludo. Brilhantes colares, pulseiras deslumbrantes e broches elegantes contam a história do gosto requintado de Artemys.
Algumas joias parecem carregar um significado especial, passadas de geração em geração, enquanto outras são criações únicas, feitas para a mãe dela.
Em seguida, Aurora encontra a coleção de sapatos cuidadosamente alinhados em prateleiras de madeira. Eles variam de sapatos de salto alto luxuosos a botas de inverno. Cada par tem sua utilidade e ocasião específica.
Em uma vitrine especial, estão dispostas as coroas e diademas usados por Artemys durante os eventos oficiais. Cada uma é uma obra-prima em si, cravejadas de gemas e detalhes intricados, representando a realeza da Corte Boreal.
Aurora se pergunta como a mãe pareceria em cada uma daquelas roupas. Usando aquelas coroas.
Além das roupas e pertences de sua mãe, Aurora também encontra algumas peças pertencentes a seu pai. Algumas roupas escuras imponentes e de corte nobre, armaduras e até mesmo espadas e adagas estão dispostas na outra parte da sala. Há armas que pareciam brilhantes demais para serem do pai dela, o que provavelmente significava que eram de Artemys.
Cada item é um lembrete dos dias em que os pais dela caminhavam juntos, A Grã Senhora da Corte Boreal e seu Consorte, e a saudade do que ela poderia ter tido a faz suspirar enquanto seca as lágrimas.
Ela saí do closet no instante seguinte e caminha para a porta oposta.
Aurora, com o coração cheio de emoções, abre a outra porta do quarto e se depara com um cenário delicado e encantador.
Ela quase cai ao chão com o que vê.
O quarto de bebê é um espaço afetivo, decorado com carinho e repleto de detalhes que a conectam ao seu passado e à vida que poderia ter tido.
As paredes são pintadas em tons suaves de azul, verde e rosa, criando uma atmosfera serena e acolhedora.
Pinturas de auroras boreais adornam os cantos do quarto, o símbolo da magia da Corte Boreal. Essas auroras místicas têm um significado especial para ela, já que seu nome, Aurora, foi escolhido por sua mãe em homenagem a esses fenômenos.
Aurora caminha pela sala.
No centro do quarto, há um berço adornado com rendas e enfeites lindos. A cama é coberta por um delicado dossel, e ao redor dele, há ursinhos de pelúcia e outros brinquedos cuidadosamente dispostos.
Uma cômoda elegante abriga as roupas de bebê que ela teria vestido, todas mantidas em perfeito estado, como se estivessem esperando por ela o tempo todo.
Ao ver esse quarto, a saudade aperta o coração de Aurora. Ela imaginou como teria sido crescer neste castelo, cercada pelo amor de seus pais, e como teria sido aconchegante adormecer sob as auroras boreais, que a deram seu nome, pintadas nas paredes.
Ela sente a dor da perda que nunca poderá ser reparada, o vazio da ausência de seus pais, que se foram no mesmo dia em que ela veio a esse mundo.
Aurora deixa escapar as lágrimas enquanto segura um dos brinquedos de pelúcia, sentindo um misto de carinho, dor e tristeza profunda.
Ela sabe que a história dela foi marcada por eventos trágicos e circunstâncias difíceis, mas ela percebe naquele instante que é uma sobrevivente, uma prova viva do amor que seus pais tinham por ela. Um amor capaz de ultrapassar barreiras.
A sensação de pertencimento e identidade se mistura à nostalgia do que poderia ter sido. Ela se pergunta como teria sido a vida se tivesse crescido aqui, com a magia e a nobreza de sua linhagem.
Mas ela também entende, pela primeira vez, que a vida é cheia de caminhos imprevisíveis.
ㅡ Vou deixar vocês orgulhosos. ㅡ ela sussurra para o vento, desejando que por algum milagre, seu sussurro possa encontrar os pais dela onde quer que eles estejam.
Com o coração apertado, mas com um tipo de coragem recém descoberta, Aurora decide que é hora de olhar para o futuro, honrando a memória de seus pais, mas também abraçando sua própria jornada.
Ela fecha a porta do quarto de bebê, do quarto que teria sido dela, levando consigo a força que seus pais lhe deixaram, pronta para enfrentar os desafios que a esperam, pronta para enfrentar a guerra, honrando Artemys e Kylian.
E os deixando orgulhosos.
I. Oie pessoas. Finalmente apareci. O que acharam do capítulo? Gostaram?
II. Esse capítulo foi paradinho porque não tem muito o que a Aurora fazer, além de começar a planejar. O próximo vai ser mais movimentado, porque teremos a reunião dela com os lordes e generais pra colocar a Corte nos trilhos pra guerra que tá chegando.
III. O que será que ela vai escrever pro Rhys? Curiosos pra saber?
IV. Confesso que me emocionei com a Aurora vendo o quarto de bebê que teria sido dela, assim como todo o quarto em si. Mas foi importante, pra Aurora ter esse sentimento de pertencimento. De ver que ela era muito amada, que ela poderia ter tido uma vida incrível. Que ela é uma sobrevivente. Mas e vocês? O que acharam?
V. Saibam que o reencontro da Aurora com o povo da Corte Noturna está mais próximo do que vocês imaginam.
VI. Postei outra fanfic de Acotar, dessa vez com o Cassian. Vão lá ver se gostam
VII. Por hoje é só, mas nos vemos em breve.
Byee ♡.
05.08.2023
Duda.
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