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Aurora observou as cadeiras da sala de jantar e se lembrou por um momento de como uma vez Apolo a disse como era ruim espremer as asas contra a madeira.
ㅡ Com licença. ㅡ ela elevou o tom de voz e correu para a sala ao lado, pegando dois banquinhos de madeira. Um em cada mão.
Olhares surpresos a encararam quando ela voltou carregando os bancos. Cassian os pegou das mãos dela assim que a viu com eles.
Ela sorriu o agradecendo, os bancos não eram lá muito leves.
ㅡ Que diabos Aurora? ㅡ Nestha a repreendeu.
ㅡ As asas. ㅡ Aurora murmurou enquanto se aproximava planejando se sentar ao lado de Feyre. ㅡ Se eu tivesse asas, eu não gostaria de esmagar elas contra a madeira. ㅡ a mais jovem explicou porque pegou os banquinhos. ㅡ Eu teria os pegado mais cedo, mas não sabia que os convidados teriam asas.
Cassian, que arrastava as cadeiras para o lado as substituindo pelos bancos sorriu para ela.
ㅡ Obrigado, Aurora. ㅡ o macho de cabelos cacheados disse.
ㅡ Obrigado. ㅡ o outro, Azriel, agradeceu. Sua voz bonita e melodiosa trazendo um arrepio na espinha de Aurora.
ㅡ Sim, você é muito gentil. ㅡ Rhysand sorriu para ela e Feyre a beijou no topo da cabeça.
ㅡ Estou apenas tentando ser uma boa anfitriã. ㅡ ela deu de ombros como se não fosse nada demais e se sentou, Feyre se sentando ao lado dela.
Elain do lado vago ao lado de Aurora, Nestha ao lado de Elain, na ponta da mesa.
Rhysand estava na outra ponta da mesa, Feyre ao seu lado e Cassian ao lado vago de frente para Feyre, Azriel ao seu lado, por coincidência, de frente para Aurora.
Aurora suspirou pelo nariz e tirou as tampas de várias travessas e panelas, Feyre fez o mesmo.
Salmão cozido com aneto e limão da estufa, purê de batatas, frango assado com beterraba e nabo, e um guisado de ovos, carne de caça e alho-poró.
Comida da estação, o que tinha sobrado no fim do inverno.
Feyre colocou comida no prato, e os sons de suas irmãs e seus convidados
fazendo o mesmo preencheram o silêncio.
Feyre deu uma mordida e Aurora observou ela tentar conter sua reação.
Nestha pareceu observar a irmã também.
ㅡ Tem algo errado com nossa comida? ㅡ perguntou a mais velha, simplesmente.
Aurora arregalou levemente os olhos e olhou para Feyre.
ㅡ Eu posso preparar outra coisa se quiser, Fey. ㅡ a mais jovem disse com simplicidade, percebendo que foi Aurora que havia preparado a comida, Feyre se obrigou a dar outra mordida, cada movimento de seu maxilar parecia um esforço.
ㅡ Não, doce irmã. ㅡ Feyre respondeu a irmã mais nova e bebeu um belo gole d’água.
ㅡ Então não pode mais comer comida normal, ou é boa demais para ela? ㅡ a mais velha disse. Uma pergunta e um desafio.
Aurora soltou os talheres, fazendo barulho, sua mente se lembrando de Órion comentando que comida humana tinha gosto de cinzas para os fae.
ㅡ Pare com isso, Nestha. ㅡ Aurora pediu e o olhar de superioridade de Nestha recaiu nela.
ㅡ Eu não estava falando com você. ㅡa mais velha disse. Parecendo ainda com raiva pela discussão de mais cedo.
A sala de jantar ficou em silêncio. As mãos de Aurora se fecharam em punhos.
Ela não entendia como Nestha podia tratar as próprias irmãs assim. Sua família. Nenhum trauma era o suficiente para usar como desculpa para fazer algo assim.
O traumatizado não deveria querer se tornar o tramautizador.
O garfo de Rhys tilintou no prato. Elain emitiu um ruído baixo de nervosismo.
Aurora queria se levantar, gritar com Nestha até que seus pulmões ficassem cansados e sua garganta doesse.
O tom de Nestha, o nojo e a reprovação.
Aurora estava com raiva, como nunca antes esteve. Feyre era irmã delas. Ela poderia tolerar o ódio de Nestha pelos convidados. Mas por Feyre? Nunca. Não era certo.
Aurora estava pronta para se levantar quando Feyre segurou sua mão com a sua, a apertando encima da mesa, a impedindo de se levantar.
ㅡ Posso comer, beber, trepar e lutar tão bem quanto antes. Até melhor.
Aurora piscou por um momento, a tenção levemente deixando seu corpo, ela deu uma risadinha e entrelaçou sua mão com a mão de Feyre.
Cassian engasgou com a água. Azriel se moveu no banco, posicionando-se para se colocar entre as irmãs se fosse preciso.
Nestha soltou uma risada baixa.
Rhysand olhou para Nestha.
ㅡ Se algum dia vier à Prythian, vai descobrir por que nossa comida tem um gosto tão diferente.
Nestha olhou para ele com superioridade.
ㅡ Tenho pouco interesse em algum dia pôr os pés em suas terras, então, vou acreditar em sua palavra.
Aurora suspirou, suas mão livre se fechando novamente.
Ela estava sentindo tanta raiva. Quase não parecia ela mesma.
Com um flash de luz, os olhos vermelhos da bruxa vieram à mente dela, e Aurora se certificou de não deixar as paredes de sua mente, criadas por Órion, desmoronarem.
ㅡ Nestha, por favor. ㅡ pediu Elain.
Cassian observava Nestha, e havia um brilho em seus olhos que eu só podia se interpretar como um guerreiro se vendo diante de um novo e interessante oponente.
Aurora quase prendeu a respiração pensando no que poderia se seguir.
Então, Nestha voltou a atenção para Cassian, reparando naquele brilho e no que significava.
ㅡ O que está olhando? ㅡ perguntou ela, grunhindo.
ㅡ Alguém que deixou as irmãs mais novas arriscarem a vida todos os dias no bosque enquanto não fazia nada. ㅡ ele começou a dizer e Aurora piscou, surpresa. ㅡ Alguém que deixou que uma criança de 14 anos e outra de 13 entrassem naquela floresta tão perto da muralha.
Aurora abriu a boca, mas ele continuou antes que ela pudesse dizer algo:
ㅡ Sua irmã morreu. Feyre morreu para salvar meu povo. Ela está disposta a fazer isso de novo para proteger você da guerra. Então, não espere que eu fique sentado aqui de boca fechada enquanto você a despreza por uma escolha que sua irmã não pôde fazer e ainda insulta meu povo no processo.
Aquele foi o ponto de ruptura de Aurora.
Ela poderia discutir e criticar Nestha, porque ela era sua irmã. Sua família, ela não deixaria um completo desconhecido fazer algo assim, mesmo que no ponto de vista dele e de muitos, ele estivesse certo.
Aurora se levantou, a cadeira fazendo um barulho alto.
Cassian olhou para ela.
A pequena Archeron o encarou, raiva em seu olhar, sua feição gentil e bondosa se foi, dando lugar a uma determinação de aço.
ㅡ Minha irmã cometeu erros como qualquer outra pessoa. Não concordo com muitas das coisas que ela fez e faz, mas ela é minha irmã, e apenas nós podemos nos criticar. E eu não vou permitir que você a insulte em nossa casa, na casa que permitimos que vocês usassem. ㅡ nem mesmo um gaguejar, um encolher, Aurora Archeron o encarou com olhos gelados e Cassian ficou absurdamente surpreso, assim como o resto da mesa.
Aurora continuou.
ㅡ Somos humanas. Não fae como vocês. Aposto que quando tinham nossa idade cometeram muitos erros. Nem todos tem a sorte de poder viver por centenas de anos para consertá-los. ㅡ ela alfinetou. ㅡ Eu vou falar uma única vez, porque não gosto de ter que me repetir, não ouse falar sobre nosso passado ou o que você acha que pode saber sobre nós, ou então arranje outra casa.
A jovem Archeron terminou. Voltando a se sentar e bebendo um gole de água parecendo imperturbável. Nada abalada.
Nestha quase deixou sua máscara de superioridade cair, um olhar de amor foi visto sendo dirigido para a irmã mais nova, que a defendeu mesmo quando Nestha não merecia, mesmo quando Nestha a havia ofendido.
O coração quebrado de Nestha ficou quente e cheio de amor.
Aurora.
Sua irmãzinha.
Ela era boa demais.
Cassian sorriu para Aurora, não parecendo ofendido com as palavras que ela jogou para ele. Ele assentiu em entendimento e Aurora retribuiu o aceno.
A voz de Elain gaguejou quando ela disse à Cassian:
ㅡ É... é muito difícil, entende, aceitar.
Feyre pareceu perceber que o metal escuro do anel de Elain era ferro.
Embora Aurora soubesse que Feyre havia dito a elas que ferro era inútil, ali estava.
O presente da família odiadora de feéricos do futuro marido de Elain.
Elain lançou um olhar de súplica para Rhysand, e depois para Azriel, com um medo tão mortal envolvendo suas feições, seu cheiro.
ㅡ Somos criados assim. Ouvimos histórias de seu povo cruzando a muralha para nos ferir. Nossa
própria vizinha, Clare Beddor, foi levada, a família foi assassinada. ㅡ a mais jovem disse.
Aurora suspirou.
A corrente e o vestido ficaram mais pesados. Presentes de feéricos.
Seus feéricos.
Seus amigos.
Sua segunda família.
ㅡ Eu particularmente não tenho nada contra feéricos. ㅡ ela se lembrou de Órion dizendo algo parecido anos atrás e conteve a vontade de sorrir. ㅡ O mundo não é definido entre humanos bons e feéricos ruins, Elain. Existe bondade e maldade em qualquer espécie. ㅡ a mais jovem Archeron falou. Havia um carinho e amor escondido em sua voz, sua mão segurando a corrente de ouro em seu pescoço.
Aquele amor chamou a atenção de Rhysand, e ele observou a mente dela.
Ele não pôde entrar, porque paredes enormes e fortes o impediram. Um trabalho poderoso.
Uma humana não poderia fazer algo assim. Apenas um Daemanti.
Aurora Archeron havia se tornado um mistério bastante singular agora.
ㅡ É tudo muito confuso. ㅡ continuou Elain enquanto olhava para Aurora.
ㅡ Posso imaginar. ㅡ disse Azriel.
Rhysand e Cassian arquearam as sobrancelhas para o irmão, as bocas se contraindo no processo.
Aurora o observou e ele a olhou de volta, o Mestre Espião da Corte Noturna, o segundo Encantador de Sombras existente.
O personagem da maioria dos sonhos de Aurora.
Por que ela teria sonhado com ele por tanto tempo?
Quem ele era para ela?
Elain se sentou um pouco mais ereta quando disse a Cassian:
ㅡ E quanto à caça de Feyre e Aurora durante aqueles anos, não é só a negligência de Nestha a culpada.
ㅡ devagar, Aurora observou Feyre levantar os olhos. Aquilo lhe afetou de uma forma que ninguém pôde
ver. ㅡ Estávamos com medo e não tínhamos recebido nenhum treinamento, e tudo tinha sido levado, e falhamos com elas. Nós duas. E sentimos muito por isso.
Nestha não disse nada, ela se manteve rígida.
Aurora segurou a mão de Elain e a apertou enquanto sorria para sua doce e alheia irmã.
Aurora não a culpava. Assim como não culpava Nestha. Aurora as amava, e seu amor muitas vezes afetava seu julgamento sobre o certo e o errado. Sobre as responsabilidades das mais velhas para com as mais novas.
ㅡ Podemos simplesmente, começar de novo? ㅡ Elain pediu.
Aurora quase conseguia sentir o gosto do orgulho se acumulando nas veias, gritando para que Nestha não cedesse.
Cassian, deu um sorriso provocador para a mais velha Archeron.
Azriel deu um olhar de descrença ao guerreiro.
Mas Nestha apenas sibilou:
ㅡ Tudo bem. ㅡ e voltou a comer.
Cassian observou cada mordida que Nestha deu, cada movimento da garganta dela conforme ela engolia.
Feyre começou a se obrigar a limpar o prato, ciente da atenção de Nestha para a comida dela.
Aurora se aproximou da orelha pontuda da irmã.
ㅡ Não coma, eu odiaria que sua memória sobre minha comida fosse substituída pelo gosto de cinzas da comida agora. ㅡ a mais jovem sussurrou e segurou a mão da irmã negando com a cabeça.
Os feéricos ouviram, e ficaram imaginando como Aurora Archeron saberia de algo assim.
Elain falou para Azriel, talvez os dois mais civilizados ali:
ㅡ Pode mesmo voar?
Azriel soltou o garfo, piscando.
Aurora deu uma risadinha, trazendo atenção para si. E ela acabou falando sem pensar:
ㅡ Eles são ilyrianos Elain, claro que podem voar.
Os três convidados e Feyre olharam para a mais jovem Archeron com surpresa.
ㅡ Rora, como sabe disso? ㅡ Feyre perguntou confusa.
ㅡ Eu...ㅡ Aurora suspirou percebendo o deslize gigantesco que deu.
ㅡ E também, já que estamos nesse assunto, seria bastante gentil se você pudesse dizer por que sua mente está sendo protegida por um Daemanti poderoso. ㅡ Rhysand disse.
Feyre arregalou os olhos e Aurora soltou os talheres.
ㅡ Isso não é da sua conta. ㅡ ela sibilou para o Grão Senhor, e havia algo nos olhos dela. Algo frio e brilhante.
ㅡ Mas é da nossa. ㅡ Nestha murmurou. ㅡ O que é tudo isso, Aurora?
Aurora começou a respirar mais rápido. Ela segurou seu talher, a faca, enquanto tentava controlar os batimentos cardíacos.
Todos os ensinamentos de Oryas fugiram de sua mente. Ela não podia os delatar.
Não eles.
ㅡ Aurora, o que foi? ㅡ Feyre perguntou preocupada, sua mão no ombro da mais jovem. ㅡ Sabe que pode me contar qualquer coisa não é?
ㅡ Posso? Posso mesmo? ㅡ Aurora olhou para as próprias mãos, a lembrança do sangue daquele homem nunca a abandonando.
ㅡ Claro que sim. ㅡ Feyre murmurou preocupada, nunca imaginado que o jantar seguiria naquela direção.
Olhos vermelhos brilharam na mente de Aurora outra vez.
Um sussurro foi trazido até o vento para ela:
"Venha, venha até mim criança, e você terá suas respostas"
Aurora começou a respirar com certa dificuldade.
ㅡ Onde você realmente vai quando cavalga na floresta, Aurora? ㅡ Nestha perguntou com certa raiva.
Aurora levantou o olhar para a irmã mais velha.
Um ódio e uma raiva que não eram dela.
Órion. Oryas. Apolo.
Ela precisava deles.
Qualquer um deles.
Olhos vermelhos olharam para ela da escuridão.
A voz da bruxa ecoou o mesmo sussurro outra e outra vez.
Ela não deveria ser capaz de perturbar apenas seus sonhos?
O que estava acontecendo? Como aquilo era possível?
ㅡ Aurora! Diga a verdade! ㅡ Nestha gritou com ela agora de pé.
Aurora teve outro ponto de ruptura.
Ela cravou seu talher, a faca, na mesa de madeira.
ㅡ Não é da sua maldita conta. ㅡ quando ela falou, sua voz não parecia dela.
A cadeira caiu ao chão quando Aurora se levantou.
E ninguém pôde a parar quando ela correu pelas portas no encontro da escuridão.
I. Oie pessoas. O que acharam do capítulo? Gostaram ?
II. Aurora cometeu um deslize e agora todo mundo tá desconfiado de algo. Coitada, não tem um momento de paz.
III. E a história da bruxa em? O que será que ela vai fazer com a Aurora? E onde será que a Aurora está indo?
IV. Pequeno spoiler pra deixar vocês ansiosos, provavelmente no próximo capítulo o Azriel vai perceber a parceria.
V. Por hoje é só, mas nos vemos em breve.
Byee♡.
22.01.2022
Duda
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