A xícara jazia em cima da mesa branca e delicada do comodo juntamente delicado, em tons de branco e rosa bebê. Escorreguei meus dedos pela página áspera do livro que estava em minhas mãos e logo os dedos que passaram a página vão em busca da xícara, encostando a borda em meus lábios tomando um longo gole do café quente, perpasso a língua por meus lábios apreciando o sabor amargo que insistia em ficar em minha boca.

"Terei sorte se encontrar alguém que fique ao meu lado pelo resto da minha vida. E se já mandei a moça certa para casa por não sentir nenhuma química? E se a escolhida me abandonar na primeira contrariedade? E se eu não encontrar ninguém? O que farei, America?"

Depois de ler aquela pequena frase, fechei meu livro e o apertei contra o peito, era minha terceira vez lendo aquele livro e não podia negar que estava amando. Olho ao redor e inspiro o ar sentindo o cheiro dos muffins de banana da tia que cuidava da biblioteca, esse é com certeza meu lugar favorito em todo mundo.

Me senti um pouco envergonhado quando algumas garotas me olhavam estranhamente, enquanto sorriam para mim e percebi que ainda estava apertando o livro contra meu peito, uma atitude um pouco — muito — estranha para um homem de 25 anos.

Senti minhas orelhas esquentarem, eu estava muito envergonhado, o que aquelas garotas estavam olhando?

Me levantei rapidamente e fui em direção do balcão.

— Olá tia Kim. — Sorri abertamente quando a vi saindo com a forma de muffins da cozinha da biblioteca. — São muffins de banana?

— São sim, quer provar? — Ela sorri já sabendo que eu queria. — Cuidado está quente.

Ignoro sua fala e dou uma mordida generosa, logo reprovando, realmente estava muito quente.

— Ai minha língua. — Falo após engolir tudo e sentir descer queimando por minha garganta. —Realmente está quente. — Rio um pouco.

— Não faça mais isso, menino! — Ela deixa uma tapa em minha nuca e eu sorrio mais abertamente. — Agora vá para casa, sua mãe deve estar preocupada, já viu a hora?

Abaixo meu olhar e vejo o ecrã de meu celular cheio de ligações da minha mãe, droga, já eram 22:18 da noite e meu horário era as 22:00 em ponto. Início uma ligação para ela, temendo a bronca que iria levar quando ela atendesse o telefone.

— Mingi?! Você está bem, meu filho? Oh graças a Deus você me ligou, estava quase ligando para a policia. — Alguns segundos se passam e ela respira fundo. — Agora vem cá garoto, onde você esteve esse tempo todo que não atendeu as minha ligações e nem avisou nada? — Ela fala tudo apressadamente, me pergunto se ela ao menos respirou para falar isso tudo.

— Omma, perdi a noção do tempo completamente enquanto lia, me desculpe, eu apenas coloquei o celular em silencioso para nada atrapalhar minha leitura e sim, eu estou bem, na biblioteca da ajumma Ana. — Falo e a escuto bufar do outro lado da chamada, ela com certeza estava com raiva, eu amo ler e escrever, mas minha mãe diz que ler e escrever são coisas de mulher e as vezes até acha que eu sou homossexual, não que exista problema nisso, mas eu não sou. — Não se preocupe, omma, já estou saindo, espere alguns minutos e vou chegar.

— Venha rápido, temos que conversar. — Oh não, isso de conversar nunca dava certo com ela, sempre acabava em gritos.

— Ajumma, até amanhã, não esqueça de guardar aquele lugar para mim. — Aponto para o lugar em que estava sentado antes. — Boa noite!

— Boa noite, menino, não se irrite com sua mãe, ela te ama e só quer o seu bem. — Seu sorriso me acalmou muito, ela sempre me ajudava nas brigas com a omma.

— Pode deixar, ajumma.

Saí pela porta de vidro da biblioteca, mas não sem antes mandar um coração para ajumma, andei pela calçada desviando das pessoas ao meu redor, por algum motivo que desconheço os coreanos tem uma mania feia de ficar empurrando as pessoas.

Depois de alguns minutos de pé e de ônibus, cheguei em frente do apartamento em que moro, respirei fundo antes de entrar na recepção.

— Fighting, Mingi, vai sair tudo bem. — Tento acreditar nisso, mas é difícil — Boa noite, hyung —Cumprimento nosso porteiro que estava sentado lendo um jornal, talvez ele não tenha tempo de dia.

Parei em frente a nossa porta e respirei fundo, abri a porta com o cartão de acesso e vi minha mãe sentada no sofá com as pernas cruzadas e uma mão em cima do braço do sofá e a outra sobre seu colo, ela encarava algum ponto em especifico atrás de mim, era a verdadeira definição de "Se olhar matasse".

— Omma... — Tento falar, mas ela me interrompe.

— Sabe o quanto eu fiquei preocupada? — Seu sermão começa. — Você só faz ler e trabalhar... — A partir desse momento todos meus pensamento preencheram minha mente me impedindo de escutar o que ela falava, tudo ao meu redor sumiu e deu lugar a pensamentos sobre o livro que eu estou escrevendo.

Será que o Minho vai perdoar a Hani? Acho que posso deixar eles separados mais um tempinho, o drama sempre deixa os meus leitores loucos de raiva e eu amo isso.

É quando eles interagem mais. Vejo sua boca se mover rapidamente, levanto minhas sobrancelhas como se tivesse entendendo algo, mas na verdade não estava entendendo nada.

— E você passa muito mais tempo com essa tia Ana, eu também me sinto mal sabia? E... — Antes que ela falasse algo mais, minha irmã mais velha a interrompe encostada no batente da porta, como se estivesse observando tudo desde o começo.

— Omma, deixe o menino, ele ama escrever e ler, nunca namorou nem teve ficante, é delicado e ajuda em casa, ele é perfeito. — Ela fala e toca em meus ombros largos — E olha só esses ombros.

— Tudo bem, dessa vez eu vou deixar passar, mas você deveria passar mais tempo comigo. — Ela faz um bico fofo e a abraço — Já está tarde, vá tomar banho e se trocar.

— Tudo bem, omma. — Me separo dela e vou em direção ao meu quarto — Te amo.

— Vai logo, moleque. — Ela faz como se estivesse vindo em minha direção para me bater, mas eu saio correndo. — Te amo também.

Escuto seu sussurro e sorrio abertamente, fico feliz que a minha irmã nos ajudou a não causar uma terceira guerra mundial.

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Olá, nenéns, como estão? Espero que bem.

Postei e o prólogo está bem grande né? Não sei para vocês, mas para mim está bem grande kkk. Deu para perceber um pouco da personalidade do Mingi na fic né? Ele é bem tímido e delicado, muito fofo.

To sad porque nunca li A seleção, eu sou louquinha pra ler, mas não tenho dinheiro pra comprar e nem gosto de ler pelo celular.

O que acharam? Querem que eu mude algo? Se sim, me avisem.

Até o próximo capítulo, amo vocês.

Olha a estrelinha, lembre que ela ajuda a mostrar que você está gostando da estória.

- Ass. Rayssa.