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Capítulo 6

Caminho pelo pequeno corredor que liga a grande sala central ao centro de cuidados de saúde. Hoje não precisei que a Analu me acordasse. Queria chegar cedo à enfermaria, para poder estar lá quando a Maria chegasse.

Não sei o quão cedo é, não olhei para o marcador de tempo presente na grande sala central. Mas julgo que seja cedo o suficiente, visto não estar ninguém a pé. Talvez até cedo de mais.

Entro no centro de cuidados de saúde, que não me parece o mesmo de ontem. De luzes apagadas e vazio, parece tudo menos um centro de saúde. As máquinas por que passo todos os dias parecem agora ter ganho vida. Falam uma língua que não entendo. Barulhos suaves e estranhos que ecoam no vazio. Será que sempre fizeram este barulho, e eu nunca notei? Um arrepio percorre-me a pele gelada. A ver se me lembro de nunca mais cá voltar a estas horas, penso.

Continuo a avançar, agora com passos mais lentos e cautelosos. A cada passo que dou, o desejo de que cheguem as 8 da manhã, para que as luzes automáticas do centro de saúde se liguem, vai crescendo dentro de mim. Eu podia ligar as luzes manualmente, mas não há necessidade de estar a gastar a energia da nave. Terei que aguentar até chegar ao meu posto de trabalho, para que o meu coração se acalme assim que eu ligue as luzes da enfermaria.

Estou cada vez mais perto. Já vejo a enfermaria.

Como assim, já vejo a enfermaria, pergunto-me. As luzes da enfermaria estão ligadas? Talvez tenha havido uma falha no sistema automático. Mas porquê só terem ficado as da enfermaria ligadas? O sistema é o mesmo, ou não é? Talvez não seja, convenço-me a mim mesma.

Aproximo-me, ainda um pouco receosa. Talvez esteja a ter uma reação irracional, mas algo me diz que alguma coisa aqui não está bem.

O batimento do meu coração atinge uma velocidade nunca antes experienciada, quando me apercebo de que a porta está entreaberta.

Oiço sons vindos de dentro da enfermaria. Alguém está lá dentro.

É apenas a Teresa, penso. Mas a Teresa não tem as chaves. Só existem umas chaves, e sou eu que as tenho. Então como é que alguém está lá dentro?

Respiro fundo e ergo a cabeça. Seja o que for, estou pronta para o enfrentar. Na comunidade, todos sabemos o que podemos e o que não podemos fazer. O que devemos e o que não devemos fazer. O que é certo e o que é errado. Aqui há regras, e nunca, em 49 anos, estas foram desrespeitadas. Pelo menos que eu saiba.

Abro a porta num movimento rápido e decidido.

‒ Tu?! ‒ pergunto admirada ao perceber que quem se encontra à minha frente é o Salvador.

Fixo os meus olhos nos dele, na tentativa de obter a resposta que parece não sair dos seus lábios. Vejo apenas raiva, confusão e... e um vestígio de medo, diria, a deambular pelos seus olhos azuis eletrizantes. Talvez a típica expressão de quem foi apanhado a fazer o que não devia. Mas o que é que ele estava a fazer que não devia? O que é que ele estava a fazer aqui antes de eu entrar?

Desço os meus olhos à procura das mãos dele. Tem-nas atrás das costas, o que significa que está a esconder algo. Não muito eficazmente, já que consigo ver que agarra firmemente uma mochila preta. Uma mochila preta que está aberta, revelando algum do seu conteúdo. São pequenas caixas, caixas que parecem... que parecem...

Olho para o armário que está ao lado do Salvador, tentando montar as peças de um puzzle que desde o início parece impossível de formar qualquer imagem coerente. Está aberto! Ele estava a roubar medicamentos! Mas porquê? Qual é a necessidade disso? Se ele se sente mal, é só dizer que nós damos os medicamentos. Mas porque é que ele não o fez? E porque é que ele precisa de tantos medicamentos?

‒ Como é que entraste aqui? ‒ Pergunto fechando num movimento demasiado brusco e defensivo o armário dos medicamentos.

‒ A sério?! No meio de tantas possíveis perguntas é essa que escolhes?! ‒ Pergunta-me admirado trazendo a mochila preta para a frente dele, ao ver que já não adianta de nada continuar a esconde-la de mim.

‒ Limita-te a responder à pergunta.

‒ Calma. Eu vou responder, ‒ diz tranquilamente fechando a mochila. ‒ Foi fácil. Estas portas são mesmo muito frágeis, e muito pouco seguras. É demasiado fácil entrar com um simples gancho. Na verdade, alguém devia de ver isso ‒ profere com um tom sarcástico na voz que me dá a volta ao estômago.

‒ As portas são assim, porque não é suposto haver ninguém aqui na comunidade que queira ou que seja capaz de entrar nos sítios onde não deve ‒ grito irritada em resposta. ‒ Porque é que estás aqui? Para que é que queres esses medicamentos todos?

‒ Não é preciso exaltares-te.

‒ Porque é que gostas tanto de fugir às minhas perguntas, hã?

‒ E porque é que tu gostas tanto de me fazer perguntas? – Fulmino-o com o olhar. Nunca antes me tinham testado a paciência como agora. − Ok... Ok... ‒ diz o Salvador, rendendo-se. ‒ Eu vim buscar medicamentos que o 1º Comandante me pediu.

‒ Porque é que o 1º Comandante quer tantos medicamentos? E porque é que não esperaste para que a enfermaria abrisse? Isso não faz sentido nenhum. Estás a mentir.

‒ Não, estou a dizer a mais pura verdade, ok? ‒ defende-se o Salvador, passando nervosamente a mão pelo seu cabelo castanho curto. Um gesto que me apanha de surpresa. Algo me diz que ele está realmente a mentir. ‒ Eu sou mensageiro e fazer bem o meu trabalho significa fazer o que me mandam sem fazer perguntas e fazê-lo o mais rápido possível. Quando cheguei aqui e vi que a enfermaria estava fechada, decidi entrar de qualquer forma.

‒ Tudo bem. Quando a Teresa chegar eu aviso-lhe...

‒ Não! ‒ Grita apressado interrompendo-me. ‒ Não podes dizer a ninguém que eu estive aqui, muito menos que entrei na enfermaria quando não estava cá ninguém.

‒ Eu percebo a tua preocupação com a segunda parte, mas não percebo porque é que não posso dizer a ninguém que cá estiveste. Se tu tivesses vindo quando a enfermaria estava aberta, como era a tua intenção inicial, eu, a Teresa ou até ambas iriamos ficar a saber que tinhas estado cá e para o quê. Ou não era essa a tua intenção inicial?

‒ Era, claro que era. Mas o 1º Comandante pediu-me para que o mínimo possível de pessoas ficasse a saber, por isso...

‒ Claro, eu entendo, ‒ minto. ‒ Fica descansado. Mas da próxima vez tenta não entrar em sítios que estão fechados e para os quais não tens a chave.

O Salvador lança-me um último olhar desconfiado e, depois, sai da enfermaria com a mochila preta às costas.

Eu sei que ele me está a mentir, mas não vou dizer a ninguém o que se passou. Pelo menos, não antes de descobrir o verdadeiro motivo que o levou a roubar a nossa comunidade.

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