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Capítulo 10

‒ Não queres saber como correu o meu primeiro diagnóstico?

‒ Não lhe chamaria propriamente do teu primeiro diagnóstico, Maria. Afinal de contas, foste só assistir ‒ comento distraidamente procurando o ficheiro médico do Salvador no computador.

Agora que penso nisso, tenho a certeza que ele não veio fazer os três últimos check-ups mensais. Mas isso não é possível, ninguém pode faltar. O sistema avisaria.

‒ Sim, mas senti-me como se tivesse sido eu a analisar o paciente. A decifrar o significado de todos aqueles sintomas em conjunto e a chegar a uma conclusão bem pensada, excluindo possíveis doenças e acabando com aquela que só pode ser a que assombra o nosso paciente ‒ diz a Maria dramaticamente, pintando o cenário pelo qual já passei com palavras que são claramente exageradas.

‒ Ainda bem que gostaste... ‒ sorrio entredentes. É bom ver tal entusiasmo, apesar de ligeiramente excessivo.

Aqui está, digo para mim mesma abrindo o ficheiro médico do Salvador.

Não pode ser, penso.

Fui eu que realizei TODOS os check-ups dos três últimos meses. Faz parte do nosso aprendizado começar a realizar check-ups, sem qualquer assistência da nossa mentora, assim que concluímos o nosso primeiro ano na enfermaria. E, no entanto, podia jurar que nunca analisei o Salvador. Eu não me esqueceria disso, ou esqueceria?

Não, respondo convicta à minha própria pergunta. Tenho a certeza que ele não os realizou. Mas então porque é que o sistema diz que os fez? Algo aqui não bate certo.

Olho para a descrição dos registos. Parece estar tudo em ordem. Exatamente como eu o escreveria. Mas acontece que não me lembro de o ter feito. Eu sei que analiso agora, todos os meses, muitas pessoas, todas as pessoas da nave para ser mais precisa, exceto, claro, o 1º Comandante que é analisado no seu quarto pela Teresa. Mas eu lembro-me de todos os pequenos detalhes de cada check-up que realizei no primeiro mês, sem qualquer assistência. Eu estava extremamente nervosa. Por isso, não é propriamente algo que se esqueça assim tão facilmente.

Lembro-me das que correram bem, das que correram menos bem e daquelas, raras, que estava tão atrapalhada que meti as mãos pelos pés (mas nada que comprometesse a qualidade da análise, é claro). Contudo, não consigo dizer se o primeiro check-up que fiz ao Salvador correu bem, menos bem ou se foi uma total trapalhada. Por isso, sei que não o fiz. E se não o fiz, isso significa que o sistema está errado e é por isso que não nos alertou para o caso.

Mas o sistema não está simplesmente errado, alguém inseriu os dados de registos mensais que nunca aconteceram. E só pode existir uma pessoa interessada em fazê-lo. A mesma pessoa que faltou aos check-ups sem se preocupar com as consequências disso. A mesma pessoa que invadiu a enfermaria sem que ninguém cá estivesse. A pessoa que já anda a passar por cima de demasiadas regras da nave para o meu gosto.



‒ Agora que estamos sozinhas, podes dizer-me o que raio é que se passou pela tua cabeça para dizeres aquilo ao Salvador? ‒ interrogo a Analu, depois de me certificar que o nosso quarto está mesmo vazio. As outras ainda devem estar a aproveitar o resto de tempo que lhes sobra antes de se virem deitar.

‒ Ele foi falar contigo, não foi?! Pensava que era isso que querias ‒ diz a Analu fingindo-se de ingénua. ‒ Tu e o Salvador...

Nem acredito que ela está mesmo a insinuar aquilo que eu penso que ela está a insinuar!

‒ Não existe nenhum "eu e o Salvador" ‒ apresso-me a clarificar. ‒ Analu... eu não te posso dizer muito, mas... ‒ hesito. O que é que eu lhe posso contar? O mínimo possível, decido. Acho que é mais seguro para ela, se ela não souber. ‒ Apenas precisas de saber que o que eu ando a fazer é pelo bem da comunidade. ‒ Não sei se é inteiramente verdade, mas gosto de pensar que sim.

‒ Tudo bem, Aurora. Eu confio em ti e nestes teus súbitos recentes mistérios. Mas só gostava que tu confiasses mais em mim.

‒ Eu confio. É só que eu não te quero envolver numa coisa que eu ainda nem sei o que é. ‒ Sei que o Salvador anda a invadir a enfermaria pelo menos há 3 meses e que anda a faltar aos check-ups mensais, mas não sei o que isso pode significar. ‒ Acredita, eu preferia estar no teu lugar, mas agora que sei o que sei, é tarde de mais para voltar atrás.

Parece que estou a reviver o momento da conversa com o meu pai sobre a descoberta que ele escondeu de mim. Só que agora, sou eu que estou a defender-me pelo facto de estar a esconder da Analu um segredo.

Agora compreendo-o, penso. O que não o torna algo justificável. Tanto eu como o meu pai estamos a fazer algo de errado ao esconder das pessoas que amamos informação.

‒ Estás a assustar-me, Aurora. Mas não vou insistir mais. Quando quiseres desabafar com alguém, vou estar aqui. ‒ Vejo-a a abrir a cama dela e a aconchegar-se nos seus cobertores. ‒ Apenas... Tem cuidado, ok?

Hesito por uns breves momentos. Cuidado é aquilo que eu menos tenho tido nos últimos dias, a seguir e a encurralar alguém que eu não conheço e que, pelos vistos, é capaz de enganar um sistema, que até agora eu julgava não ter qualquer falha. E fazê-lo vezes e vezes sem conta. Mas, pelos vistos, tem, e o Salvador soube muito bem aproveitar-se desse facto. Talvez tenha de começar a ter mais cuidado, e passar a usar mais a razão e menos o instinto.

Anuo por fim, sem ser capaz de colocar em palavras aquilo que não tenho a certeza de vir a conseguir fazer.

‒ Fico mais descansada ‒ murmura a Analu ao fechar os olhos.

Deito-me também na minha cama, preciso de dormir bem. Acho que já sei o que o Salvador anda a fazer e por isso vou confrontá-lo mais uma vez. Mas desta vez ele não me vai conseguir enganar.

Sei que havia decidido deixá-lo em paz, mas depois de ter percebido que aquela não foi a única vez que entrou na enfermaria sem que ninguém lá estivesse, uma chama de raiva acendeu-se dentro de mim. Como é que eu me deixei levar nas cantigas dele? Brilho incaracterístico?! Por amor de deus! Ele é... é um grandessíssimo mentiroso. Mas a mim, não me engana mais!

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