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Capítulo 2 Liza

E aí minhas lindas? 
Vamos acompanhar mais um pouco das peripécias da nossa mocinha?

❤️❤️❤️❤️

Mandy tinha razão, se tivéssemos deixado para o dia do casamento, eu jamais teria conseguido entrar no hotel. Tinha tantos seguranças perambulando pelo local, que eu fui obrigada a passar toda a semana escondida dentro do seu quartinho. Sequer saí para aproveitar a vista, tal era o nosso medo de sermos descobertas. No dia da festa, ela tinha me escondido embaixo de um dos carrinhos e me levado até o salão; enquanto fingia fiscalizar a disposição da comida, eu, de forma dissimulada, passei para debaixo de uma das mesas. E tinha permanecido ali com o coração aos pulos, esperando e rezando para que tudo valesse a pena, que nada desse errado.

Fazia horas que eu estava escondida embaixo da mesa preparada com doces, eu a tinha escolhido porque em frente a ela estava a do bolo, que era a foto que eu pretendia fazer e vender por uma bela grana, que — acreditava eu — me tiraria por um bom tempo da miséria. O calor estava me fazendo suar litros, no entanto, eu sabia que não era esse o principal motivo do meu suor, e sim o medo de ser pega.

Tentei ignorar meu medo e continuar com meu trabalho. Ajustando o foco da câmera, procurei no salão algo interessante para registrar. Encantei-me com a garotinha que, parecendo uma pequena princesa, corria de um lado para o outro, rindo gargalhadas soltas, ela era a cara da mãe. Meu coração se apertou ao me recordar de Hope, e mais uma vez desejei que desse certo, eu estava fazendo tudo por ela, pela minha menina eu faria qualquer loucura ou sacrifício.

Desviei meu olhar dela para o menino, ele era uma cópia fiel do pai. Sem me conter, registrei várias cenas deles, queria mostrar para a senhora Tedesco e para Hope, contar como tudo era lindo. Feito isso, puxei meu celular e anotei: pequenos príncipes brincando, negativos vinte ao trinta e dois, ao lado, fiz uma nova anotação: NV (não vender). Por mais que me pagassem uma grande quantia, eu jamais venderia uma imagem daquelas crianças, eu sabia que tinham passado por muitas coisas ruins, não seria eu a expô-las ainda mais.

Por fim, depois de tanta espera, o momento pelo qual eu estava ali iria acontecer. Preparei-me para o grande momento, os noivos na cena do corte do bolo, a prova cabal do casamento de Gabriel e Ângela, a imagem que eu venderia por uma pequena fortuna. Ao terminar e com um sorriso de felicidade, eu fiz minha última anotação: corte do bolo, Ângela e Gabriel, negativo cinquenta e seis.

Só depois disso, pude relaxar. A festa, naquele momento, estava em seu ápice, com a música alta, gente falando, dançando, risos e gargalhadas, enfim... pessoas felizes comemorando momentos ainda mais felizes. Eu teria que esperar que todos se retirassem para que Mandy viesse inspecionar as sobras e me levasse da mesma forma que tinha me trazido.

Cansada, porém feliz com o resultado, deitei-me e fiquei olhando para a madeira do fundo da mesa sobre minha cabeça. Ouvi que a música mudou para um ritmo lento, suave, agradável. Não sei em que momento eu cochilei, mas acordei com um pressentimento horrível, um silêncio mórbido, angustiante, e quando tentei olhar para o pequeno espaço que eu tinha usado para as fotos, ouvi uma ordem agressiva.

— Saia com as mãos para cima ou estouraremos seus miolos. — Desesperada, olhei para os lados, em busca de uma rota de fuga, e o imbecil do outro lado pareceu ler meus pensamentos. — Você não tem para onde fugir.

— Não atirem, eu não estou armada, já estou saindo — avisei, enquanto me arrastava devagar.

Ao me levantar, dei de cara com o chefe da equipe de segurança da G.AM.A. Eu o conhecia muito bem, já o tinha visto em vários sites de fofoca. Segundo diziam, o cara era o demônio em pessoa, ninguém conseguia escapar dele, e também não era de perdoar, eu estava duplamente fodida. Tinha caído justo nas mãos do imbecil.

Com os braços cruzados e um olhar demoníaco em cima de mim, avaliou-me da cabeça aos pés. Enquanto eu continuava recebendo olhares de raio-x sobre mim, percebi que, um pouco mais distante, August, um dos sócios, estava parado assistindo à cena como se eu fosse um bicho a ser analisado, ou talvez fosse pena.

No mesmo instante, senti um ódio mortal, não apenas de todos ali, sentia-me humilhada, mas também muito estúpida por me deixar ser pega. Em uma atitude infantil, mostrei a ele meu dedo do meio, enquanto o fuzilava com o olhar. Felizmente, ele entendeu meu recado e desapareceu do alcance do meu olhar.

— Eu pretendia perguntar o que você estava fazendo — voltei minha atenção ao chefe da segurança —, mas agora sei que não preciso fazer tal pergunta, mas sim como conseguiu chegar aqui.

— Eu entrei sozinha — respondi, mesmo sabendo que eles não acreditariam.

— Nem sei por que perguntei. — Ele balançou a cabeça, enquanto tirava do meu pescoço minha câmera e afanava meu celular.

— Devolva-me isso, seu filho da puta! — Tentei pegá-los de volta, mas um deles prendeu meu antebraço e forçou-me a segui-los. — Para onde estão me levando? Vocês não podem fazer isso! — berrei, desesperada e furiosa, enquanto esperneava e chutava.

— Devia ter se preocupado com isso quando entrou em uma festa particular sem ser convidada e fazendo fotos não autorizadas. — Empurrando-me para uma sala, forçou-me a sentar, enquanto fazia o mesmo em outra cadeira na minha frente. — Adam, dê uma olhadinha nesses brinquedinhos, por favor.

Vi que entregava minha câmera e meu celular para um cara magrelo, com aspecto de quem nunca tinha tido um dia de sol em sua vida.

— Tudo bem, eu sei que fiz errado — aceitei, se eles estragassem minha máquina, eu estaria ainda mais perdida, ela não era apenas meu ganha-pão, mas tinha sido um presente único e valioso, se a perdesse, jamais conseguiria outra, nem pelo preço, nem pelo valor sentimental —, mas você não pode me prender aqui. Devolva meu celular e minha câmera, prometo apagar tudo.

— Não, enquanto você não me disser quem a colocou embaixo daquela mesa — rosnou, quase cuspindo em minha cara. — Como você chegou lá? Responda ou terei que usar outros métodos para tirar essa informação de você.

Tremi ao ouvir aquilo, porém o encarei com frieza, não iria demonstrar meu pavor. Se eles quisessem apagar todas as fotos da minha máquina, eu não me importaria, a única coisa que me preocupava eram as minhas conversas com Mandy, mas ao mesmo tempo me tranquilizava saber que meu celular tinha uma boa chave de segurança.

— Não vai falar, não é? — Ele cruzou os braços em frente ao corpo e ficou me encarando, eu fiz o mesmo que ele e o encarei de volta.

— Não, não vou. — Parecia que estávamos em um jogo de quem piscava primeiro. — Pode chamar a polícia, pode me mandar presa, se quiser, mas eu não vou falar nada, entendeu?

— Sério? — Seu lábio se levantou com um esboço de sorriso cínico, e aquilo pela primeira vez me fez temer. — Bom, se você não falar, o seu telefone falará por você.

Depois do aviso, ele ficou mudo e, quando eu pensei em perguntar até quando aquilo iria durar, o rapaz magrelo voltou trazendo com ele minha máquina e meu celular. Sem poder acreditar, vi que, depois de tê-lo em mãos, ele começou a rolar minha lista de contatos, procurando por minhas últimas mensagens. O idiota tinha destravado minha senha?

— Maldito! O que você pensa que está fazendo, seu imbecil? — berrei, partindo para cima dele. Se descobrissem minhas mensagens com Mandy, ela estaria na rua, e eu não me perdoaria por isso. — Isso é propriedade privada, devolva-me!

Ele não se mexeu, e eu senti duas garras prendendo-me com força contra a cadeira, impedindo que eu continuasse o atacando.

— Tragam aqui uma tal de Mandy. — Ao ouvir o nome da minha amiga, senti meus ombros caírem, minha cabeça pesou, despencando entre as pernas, e minha garganta travou com as primeiras lágrimas caindo.

— Deixem-na em paz, ela não tem culpa — implorei. — Fui eu que a obriguei.

— Pode não ter culpa, mas é responsável — ele se levantou, apontando para mim, eu me senti como uma formiga em frente a um elefante —, ela sabia que não podia colocar ninguém aqui, eu mesmo estive nessa reunião e fiz com que assinassem um termo de confidencialidade.

— Por favor — supliquei, quando vi que um deles se dirigia à porta para ir atrás de Mandy.

Porém, antes que ele tivesse a chance de tocar a maçaneta, a porta foi aberta por Ângela, a noiva, agora esposa, de Gabriel. Suspirei fundo, imaginando que ela estava vindo para cima de mim, furiosa por eu ter estragado a sua festa de casamento. Ela, no entanto, fez o contrário. Foi para cima do chefe de segurança, encarando-o como se fosse um garotinho fazendo uma coisa errada.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou, encarando não só ele, mas todo o grupo na sala e, um a um, eles foram baixando a cabeça, menos o chefe. — Por que ela está chorando? O que vocês fizeram?

— Como o que eu estou fazendo aqui? — Ele a enfrentou. — Essa pilantra estava fotografando a festa, até imagens das nossas crianças ela fez.

— Sim, foi o que o August nos contou. — Ela continuou encarando-o, sem se permitir ser intimidada. — Mesmo assim, acredito que deveriam tê-la tratado melhor, vocês a estão assustando. Quando viram que era apenas uma garota, por que não me chamaram?

— Porque esse é o trabalho deles, amor. — Gabriel colocou a mão sobre seus ombros e a afastou gentilmente da frente do chefe de segurança. — Não sabemos quem está por trás dela, não sabemos para que ela queria essas fotos e, principalmente, por que imagens dos nossos filhos. Não pretendo passar pelo mesmo inferno que já passamos.

— Desculpe — falei baixo, limpando meus olhos. — Eu só queria uma foto, eu sei que não foi correto, mas uma foto desse casamento renderia um bom dinheiro. E sobre a foto dos filhos de vocês, eu fiz porque os achei lindos, mas não pretendia vender, podem ver no meu celular, eu marquei que não era para venda.

— Dê-me aqui — ela pediu, estendendo a mão para o celular que o chefe tinha nas dele.

— Não! — rosnou, negando-se a devolver. — Essa é uma prova, se ela pegar o aparelho de volta, com certeza irá apagar tudo, não podemos arriscar.

— Será que só eu vejo que essa menina não tem índole de bandida, nem de assassina? — Levantou as mãos para cima, em um gesto de incredulidade. — Dê-me aqui a porcaria desse celular.

— Não vou devolver. — Ele colocou o celular no bolso traseiro da calça. — Gabriel, leve sua esposa daqui e deixe-me terminar meu trabalho.

— Vamos, amor, Kevin tem razão. — Ele colocou carinhosamente a mão em seus ombros, tentando levá-la para fora da sala. — Esse é o trabalho dele, deixe-o resolver.

— Eu sei que é trabalho dele, e eu não estaria interferindo se fosse um bandido, mas ela é apenas uma garota. — Retirando a mão dele dos seus ombros, voltou a encarar o chefe de segurança, pedindo novamente o celular.

Enquanto eles discutiam, eu fiquei ali observando, tentando encontrar uma saída, não só para mim, mas principalmente para Mandy, que estava prestes a perder o serviço, por culpa da minha irresponsabilidade.

— Olhe — tentei chamar a atenção da noiva para mim. Se existia uma chance de eu me livrar da enrascada, era com ela do meu lado —, sei que o que eu fiz não foi legal, mas eu realmente não pretendia vender as fotos das crianças, apenas as achei lindas e não resisti a fotografá-las.

— Será que vocês podem me deixar um pouco para conversar com ela? — pediu ela ao grupo de marmanjos. — Só uma palavrinha, dez minutos no máximo.

— Não. — Gabriel veio até ela e a afastou de perto de mim. — Não vou deixá-la com uma estranha que invadiu nossa festa e fotografou nossos filhos e nosso casamento sem autorização, não vou correr esse risco, não sabemos quem ela é.

— Tudo bem — ela aceitou. — Fique você comigo então.

— Nada disso — o chefe da segurança discordou. — Não podem ficar sozinhos com ela.

— Bom — revirando os olhos, ela foi até a porta e a abriu —, saiam todos. Kevin, Gabriel e eu ficaremos com ela. — Depois que todos saíram, perguntou: — Pronto, satisfeitos?

— Nem um pouco — resmungou o chefe —, mas o que eu posso fazer? Se eu continuar contrariando, ficaremos aqui até amanhecer.

— Fico feliz que tenha entendido. — Ela sorriu para ele e, fazendo pouco caso da sua indignação, sentou-se na cadeira, onde pouco antes ele estava sentado. — Agora quero que você me conte como veio parar na minha festa.

Ouvi o que ela dizia e tomei o celular que ela me devolvia, minhas mãos estavam frias e suadas ao mesmo tempo. Mordi meus lábios, nervosa, meu destino dependeria de como eu iria explicar a ela tudo o que tinha acontecido. E naquele momento, olhando-a sentada, tranquila na minha frente, sem medo, arrogância ou maldade, percebi que a única forma de agradecer o que ela estava fazendo por mim seria contar a verdade, e foi o que eu fiz.

— Olhe, eu já tinha combinado de leiloar todas as fotos do meu casamento — ela disse, levantando-se e passeando pelo espaço, pensativa —, mas depois de ouvi-la, eu estou tendo uma ideia.

— E que ideia é essa? — perguntou Gabriel, que tinha pegado uma cadeira e sentado ao lado dela, da mesma forma que o chefe. — Vai deixar que ela faça o leilão das nossas fotos?

— Não — ela sorriu como uma criança que iria fazer uma travessura —, mas acredito que uma só não fará diferença. Se o que ela disse for verdade, não posso julgá-la pelo que fez. Eu também teria coragem de fazer qualquer loucura para não ver meus filhos passando necessidade.

— Bem, pelo menos boa parte do que ela disse eu sei que é verdade — Kevin disse, mexendo no seu celular —, mas o resto não será difícil descobrir e, se você estiver mentindo, irá se arrepender.

— Não, eu não estou mentindo, não faria isso. — Tentei fazer com que ele visse meu desespero. — Como já expliquei, foi uma ideia estúpida, uma loucura da minha parte, por isso não acho justo que outros paguem pelos meus erros.

— Se isso já está resolvido — Gabriel voltou a falar —, qual foi a solução que você encontrou, amor?

— Como você sabe, nós tínhamos combinado de reunir uma coletiva de imprensa para anunciar nosso casamento e, dessa forma, fazer o leilão — ela continuava sorrindo —, então pensei que não haveria problema se ela divulgasse uma única imagem. Acredito que nosso leilão teria ainda mais interessados.

Ao ouvir o que ela dizia, eu não conseguia dar crédito aos meus ouvidos. Ela estava dando-me de presente uma das fotos para que eu pudesse vender? Engoli várias vezes, tentando não gritar um gol antes do tempo.

— Será que eu ouvi direito? — perguntei, segurando o ar.

— Sim, mas apenas uma — confirmou. — Porém uma na qual não esteja nenhuma das minhas crianças.

— Claro, claro — aceitei, rápido. — Eu não pretendia mesmo fazer uso de nenhuma delas, obrigada. — Sem pensar, levantei-me para que não vissem as lágrimas que já começavam a cair, eu odiava expor minhas fraquezas.

— Bem — disse ela, olhando para o marido e para o segurança ao mesmo tempo —, agora que vocês já sabem que eu não corro nenhum risco perto dela, será que podem nos deixar um pouco a sós?

— Para quê? — rosnou novamente o chefe dos seguranças. — Ela já disse tudo o que tinha que dizer, só falta pegar suas coisas, agradecer por você ter o coração tão mole e dar o fora. Qualquer outra já teria chamado a polícia, por ela não só ter invadido a sua festa, mas estragado também.

— Deixe de ser ranzinza, Kevin — Rindo da sua cara de bravo, se levantou para abrir a porta e assim expulsar os dois do quarto. — Quero ter com ela apenas uma conversa de mulher, nada de mais, será que posso? Além do que, ela não estragou nada, a festa já tinha terminado, estávamos apenas conversando, quando você percebeu que tinha alguma coisa errada.

— Eu estou indo — Kevin avisou, olhando para mim com um ar ameaçador —, mas, como ela disse, você tem direito apenas a uma imagem, que deverá sair amanhã. Ou seja, hoje, domingo. Se eu souber que qualquer outra foi lançada e, pior ainda, se for uma das minhas crianças, eu acabo com você e essa sua amiga Mandy. Já sei o seu endereço e o dela também, então não brinque comigo.

Pisquei várias vezes, sem dar crédito ao que tinha acabado de ouvir, talvez fosse verdade o que diziam sobre ele, afinal como o infeliz sabia o meu endereço e o de Mandy, se eu não tinha dito e ele não tinha saído da sala? Ainda tentando entender o que tinha ouvido, vi que ambos saíam, porém foi o imbecil que bateu a porta, e eu não sabia se era o barulho dela ou do meu coração que continuava fazendo eco dentro da sala.

Se antes eu já não pretendia usar nada que pudesse piorar minha situação, depois daquela ameaça, eu tentaria nunca mais me aproximar dele novamente. O grupo de malditos tinha destravado a minha senha em menos de um minuto, e eu tinha certeza de que ele tinha baixado minha vida inteira em seu computador. Eu não ia jogar para saber se ele cumpriria ou não as ameaças, já estava mais do que agradecida por sair daquela situação livre, sem ter que dar explicação a nenhum policial.

— Sei que é pedir demais — eu disse, depois que ficamos sozinhas —, mas, como você ouviu, foi Mandy, a chefe da cozinha, quem me contou sobre o casamento e me colocou aqui dentro. Mas ela só fez isso porque eu insisti muito. Não gostaria que ela fosse despedida por minha culpa.

— Não se preocupe. — Ela se levantou e se dirigiu à janela. Abrindo-a, ficou admirando as espumas da praia refletindo a luz do luar. — Eu não ouvi Kevin dizer nada sobre quem a colocou aqui e vou dizer a ele que, caso perguntem, diga que também não sabe, ou que você entrou por conta própria. Assim ela não será repreendida e não haverá consequências.

— Obrigada! — Quase derrubei a cadeira ao levantar-me, tal era a minha felicidade. Corri para ela, tentando abraçá-la, e no último segundo me contive, ela estava me fazendo um favor, não era minha amiga para que eu tivesse aquele tipo de intimidade, então baixei meus braços. — Você não sabe o que fez por mim essa noite, obrigada mesmo. Serei eternamente grata.

— Eu sei — ela disse, terminando o abraço que eu tinha evitado. — Eu sei o que é precisar de alguém que nos defenda e não ter, foi por isso que a ajudei, já estive em situações parecidas ou até piores, como a em que você esteve hoje aqui.

Suspirei, tentando imaginar quando ela não teve alguém para pedir ajuda. Ela parecia uma princesa rodeada de príncipes dispostos a tornar realidade seus mínimos desejos. Ainda assim, eu agradecia, sentido um verdadeiro alívio pela primeira vez depois de horas.

— Olhe — ela disse, indo até a mesa de escritório que estava no lugar. Pegando uma caneta, escreveu algo em um pequeno bloquinho e, destacando a folha escrita, entregou-me —, esse é o meu número, se tiver algum problema ou precisar de alguma ajuda, não hesite em me chamar.

Peguei o pequeno bilhete das suas mãos, sem conseguir evitar o balançar frenético das minhas pestanas, era aquilo mesmo? A garota rica estava me dando seu número de telefone? Quem era eu para ela? Ninguém, a não ser uma maluca que estragou sua festa de casamento, ainda assim ela estava disposta a me ajudar.

Para mim, apenas não me entregar para a polícia já tinha sido muito. Neste momento, eu não evitei abraço, ao contrário, envolvi seu corpo com meus braços e agradeci mil vezes, não recordava a última vez que alguém tinha feito algo assim por mim, que não fosse Mandy ou a senhora Tedesco. Todos sempre queriam algo em troca.

Voltei a agradecê-la e perguntei se estava livre para ir embora, ela sorriu de forma afirmativa, e, ainda desconfiada, abri a porta para sair. Fora dela estava um segurança e, ao vê-la ao meu lado, perguntou se estava tudo bem, pergunta que ela respondeu, com um suspiro seguido de um revirar de olhos. Um pouco mais distante, encostado contra a parede, estava Kevin e o seu marido. Com um último abraço, ela se despediu de mim e seguiu na direção dos dois homens que a esperavam, olhei a cena e soube que não era apenas sua beleza que conquistava, mas sua bondade também.

Depois que eles se foram, eu, escoltada pelo segurança, desci as escadas levando comigo, em uma das mãos, meu maior tesouro: minha câmera. No bolso do meu jeans, meu celular, e dentro do bojo do sutiã, o bilhetinho que ela tinha me entregado com seu número de telefone.

Infelizmente, não pude voltar ao quartinho de Mandy, pois, caso o fizesse, aquilo a entregaria como minha cúmplice. Desta forma, enviei apenas uma mensagem dizendo que estava tudo bem e que eu já estava de partida, da mesma forma, pedi que ela me ligasse assim que pudesse.

Segui o segurança até o estacionamento e subi no banco traseiro. Quando ele estava manobrando para sair, vi que August, sozinho, também deixava o hotel na companhia de outros seguranças. Fiquei tentando entender a cena, já que eu sabia que ele tinha uma namorada e que estavam juntos na festa, será que tinham brigado? Imaginei. Minha mão coçou para fazer uma foto, porém meus olhos cruzaram com o do segurança e, pelo retrovisor, eu, de forma simpática, sorri para ele e não fiz nenhum movimento que pudesse irritá-lo mais do que já parecia estar.

Durante o trajeto de volta até a cidade, mandei mensagens para vários dos meus contatos dizendo que tinha uma bomba nas mãos e que venderia a imagem para quem pagasse mais. Todos começaram a especular o que poderia ser, chutando ideias absurdas, no entanto, quando eu disse que tinha uma exclusiva do casamento de Gabriel LeBlanc com Ângela Rufinelli, não pensei que a briga pudesse chegar tão longe. Quando o carro estacionou em frente ao velho prédio do bairro onde eu morava, a foto já tinha sido vendida e minha conta negativa agora estava novamente positiva, com uma pequena fortuna depositada nela.

Sorrisos e lágrimas de felicidade se misturaram, imaginando tudo que eu poderia fazer com aquele dinheiro. Minha primeira providência seria colocar em dia o aluguel atrasado, afinal eu tinha que manter Hope segura, e um lar era o mínimo. Segundo, levá-la para se consultar com um bom especialista, e aquilo não tinha preço, eu gastaria o que fosse. Passeios, livros, brinquedos, minha mente viajou, eu tinha mais dinheiro do que jamais tinha visto na minha frente. Diziam que dinheiro não comprava felicidade, e eu conseguia aceitar, mas somente em parte, naquele momento, sim, ele estava comprando nossa felicidade.

❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

E aí meninas, estão gostando?

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