Capítulo 1 August
Olá de novo!
Começando mais uma aventura, espero que acompanhem e gostem.
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August
A festa do casamento de Gabriel estava maravilhosa, muita comida boa, gente alegre, sorrindo, se divertindo, enfim... depois de todo o estresse e sofrimento que eles, por anos, tinham passado, por fim, estavam bem. Todos estavam felizes, porém minha ansiedade não me permitia aproveitá-la da forma como deveria. Todos tínhamos dormido no ponto, principalmente eu, e Gabriel deu a largada e saiu na frente, deixando-nos, os três babacas, para trás.
Eu sempre acreditei que Judith e eu seríamos os primeiros a formar uma família, mas, de repente, lá estava ele casando-se e já com filhos grandes. Quando se tratava de surpreender, ele não economizava. Ângela tinha crescido, se transformado em uma bela mulher, e Gabriel, contra tudo e todos, a arrebatara para si. Eu me sentia um pouco responsável e orgulhoso de ter contribuído para a felicidade do casal, não tinha como negar, eles eram perfeitos juntos.
A partir do momento em que eu soube que eles se casariam, eu passei quase todo o meu tempo visitando joalherias em busca de uma joia perfeita para a mulher que, para mim, não tinha defeitos. Judith era tudo em minha vida. Eu a conheci em um encontro de calouros da universidade. Era uma garota de gênio forte, absolutamente linda, inteligentíssima, e se transformou em uma médica brilhante, e eu era completamente apaixonado por ela. Eu era praticamente virgem, já que não tive muitos encontros, garotas ou namoradas antes dela, e depois não houve mais ninguém.
Por inúmeras vezes, eu fui obrigado a postergar o grande pedido, pois sempre havia alguma coisa acontecendo que impedia que meu desejo se realizasse. Hoje, no entanto, eu não deixaria passar. Levando minha mão ao bolso da calça, senti a suavidade do veludo acariciando meus dedos, fazendo meu coração disparar. Puxei rápido meus dedos de volta e afrouxei o nó da gravata, estava me sentindo ansioso, sufocado. Levei minha mão à dela, que a tomou de forma automática, enquanto continuava conversando com Stella ao seu lado.
— Não quero que façam nenhum alarde. — Voltei minha atenção a Kevin, que estava sentando-se em uma cadeira livre, ao lado de Cinthia. — Mas quero que aos poucos saiam, vão direto para suas suítes e não saiam de lá até que eu os libere. Os rapazes já os estão esperando perto do elevador.
Por mais que ele estivesse sorrindo, percebia-se a dissimulação em seu olhar, algo grave estava acontecendo. De onde estávamos, vi que Gabriel pegou a mão de Ângela e seguiu em direção ao corredor que dava acesso ao elevador e foi seguido de perto por Math. Fiz o mesmo que ele: pegando a mão de Judith, deixamos a mesa e nos dirigimos para o mesmo lugar.
— Ai, meu Deus! — exclamou Judith quando as portas já estavam se fechando. — Fiquei tão nervosa que esqueci minha clutch em cima da mesa. Preciso ir buscá-la.
— Não se preocupe, amor. — Coloquei a mão para impedir que as portas se fechassem. — Suba com as meninas e me espere no apartamento de Gabriel, não quero que fique sozinha.
Apressei meus passos e entrei novamente no salão, que no momento já estava vazio, apenas Kevin e seus rapazes permaneciam no local. Percebi que se aproximavam da mesa que, durante a recepção, esteve coberta com docinhos, mas que naquele momento não tinha nada, além da toalha. Tinha alguma coisa errada, corri para pegar a bolsa de Judith e seguir de volta para o corredor, não estava a fim de ver nada do que aconteceria ali. Se fosse algum bandido, aquilo seria trabalho para os seguranças, e não seria eu a atrapalhar.
Quando já estava entrando no corredor, ouvi o comando de Kevin para que quem quer que estivesse embaixo da mesa saísse. Naquele momento, me senti como a própria mulher de Ló, pois não me contive e eu olhei para trás. O que vi me surpreendeu de tal maneira que não pude continuar, um arco-íris iluminou o salão, quando uma garota vestida com jeans rasgado e uma câmera pendurada no pescoço se arrastou sob a barra da toalha, saindo de baixo da mesa, até ficar em pé. Levantando os braços acima da cabeça, encarou, furiosa, Kevin e seus rapazes.
O acontecido tomou-me de surpresa, esperava bandidos, com rostos encobertos portanto pistolas ou até — viajei — metralhadoras. Nunca me passou pela cabeça que daquele lugar sairia uma garota, com ar de adolescente, cabelos coloridos e usando como arma uma câmera. Fiquei parado, vendo como se desenrolaria aquela situação, mas ela, ao perceber minha presença, levantou o dedo do meio e sustentou meu olhar com desafio.
No susto, recuei rápido e, antes que Kevin pudesse perceber minha presença, tratei de seguir meu caminho, no entanto, no último segundo, pude perceber que seu ombro caía e seu olhar mudava do desafiador para o derrotado, ela sabia que tinha perdido. Segui adiante, balançando minha cabeça, decepcionado com sua atitude, se ela estava naquela situação, era porque tinha procurado por aquilo. Todavia, à medida que eu me afastava, um estranho sentimento foi se apossando de mim, e que eu reconhecia como uma sensação de tristeza.
Desci no andar onde Gabriel tinha reservado sua suíte e no instante em que adentrei no recinto, fui atropelado por uma centena de perguntas, todos curiosos querendo saber o que estava acontecendo no salão. E não quiseram acreditar quando respondi que era apenas uma garota tentando fotografar a festa.
— Como assim apenas uma garota? — Ângela repetiu, sem acreditar.
— Sim — eu respondi, tomando as mãos de Judith, querendo fugir dali. Eu tinha algo muito mais importante para fazer do que servir de espião para um grupo de mexeriqueiros. — Mas eu não ouvi o que eles diziam, esperem e perguntem a Kevin, ele poderá explicar melhor.
— Espere. — Math puxou-me pelo braço e afastou-me do grupo. — Essa garota tinha cara de bandida, ou era algum desses malditos paparazzi?
— Cara de bandida com certeza ela não tinha — respondi, relembrando parte do que eu tinha visto. — Parecia mais uma adolescente rebelde.
— Se é assim como você está dizendo — Ângela se aproximou para ouvir o que conversávamos e, ao ouvir a palavra adolescente rebelde, não escondeu sua preocupação —, acho melhor descermos para ver, não é, Gabriel? Talvez possamos ajudar Kevin a resolver esse problema.
— Eu sim, mas você não — ele disse, girando de frente para ela. — Eu desço e vejo, se estiver tudo tranquilo, eu a chamo.
— Sílvia está aqui, ela pode ficar com as crianças — ela discordou, se dirigindo para a porta. — Se é uma garota, não quero deixá-la sozinha no meio daquele bando de brutamontes mal-humorados. Não que eu desconfie que irão fazer algum mal a ela, mas ela deve estar aterrorizada.
— Melhor mesmo que fique aterrorizada. — Antônio se aproximou para participar da discussão. — Assim da próxima vez pensará duas vezes antes de se meter em encrenca.
— Ela não parecia nem um pouco aterrorizada — falei, relembrando o seu olhar de fúria para o nosso chefe de segurança. — Parecia mais a ponto de socar cada um deles.
— É por isso mesmo que acredito que eu deva descer. — Afastando Gabriel do seu caminho, Ângela dirigiu-se novamente à porta, porém mais uma vez foi detida e neste momento não foi apenas por Gabriel, mas por Math também.
Deixando o grupo especulando sobre quem deveria descer e o que estaria acontecendo no salão de festas, puxei a mão de Judith e seguimos para nossa suíte. Ao fechar a porta atrás de mim, eu estava trêmulo como um adolescente no momento do primeiro beijo. Tomei suas mãos entre as minhas e, enquanto as dela estavam geladas, as minhas suavam em profusão.
— Que horrível! — ela disse, enquanto desamarrava as sandálias. — Espero que possam resolver sem precisar chamar a polícia.
— Sim — eu tinha o mesmo pensamento que ela —, mas vamos deixá-los para lá porque eu preciso dizer algo a você.
— Do que se trata? — perguntou-me, séria.
— Amor, se trata das nossas vidas — eu disse, já me preparando para fazer o pedido da forma mais clichê que eu conhecia —, e, não, não dá para esperar.
Quando começamos nosso relacionamento, estávamos ainda na faculdade e nos preocupávamos mais com os estudos, do que com farras, ou em fazer parte de grupinhos de bebedeira. Nossos encontros eram almoços ou, nos feriados, visitando familiares. Depois da formatura, tínhamos novos planos para o futuro e que não incluíam casamento, nem filhos. Ainda que fossem meus sonhos.
Naqueles tempos, enquanto eu e os rapazes lutávamos para não deixar nossa recém-criada G.A.M.A. afundar, Judith, por sua vez, se dedicava aos seus cursos de especialização, dessa forma não sobrava muito tempo. Eu, no entanto, nunca deixei de sonhar que teríamos um futuro juntos, no qual formaríamos nossa família, esperava apenas as coisas se acomodarem.
Todavia, cada vez que eu pensava no assunto, aparecia algo que me impedia de levar adiante meus propósitos, porque, ou a G.A.M.A. tinha pela frente um projeto grandioso que ocuparia todo meu tempo por meses, ou ela aparecia com mais um curso. Desta forma, o tempo foi passando. Era por isso que eu não queria mais esperar, minha impressão era de que, se eu não falasse naquele instante, algo aconteceria e novamente meu pedido seria protelado.
Antes que ela abrisse novamente a boca, puxei a barra da calça e me ajoelhei em frente a ela. Fiz tudo rápido, pois temia que a coragem me faltasse. Estávamos juntos havia mais de dez anos, e em frente a ela eu ainda me comportava como um adolescente apaixonado. Deixando de lado minha insegurança, abri a caixinha e revelei a bela joia de noivado que eu tinha comprado para ela.
Mas, antes mesmo que eu abrisse minha boca, percebi que algo não estava certo. Sua reação não foi como eu previ que seria. Enquanto eu ansiava que ela me olhasse com felicidade, assombro ou até surpresa, vi horrorizado que, ao ver-me de joelhos, ela levava as mãos aos lábios e me encarava com os olhos arregalados de pavor.
— O que você está fazendo? — perguntou-me, balançando a cabeça negativamente, caminhando para trás, se afastando de mim. — Você não pode fazer isso.
— Como? — Olhei-a sem entender o porquê daquela reação tão fora de lugar.
— Não faça isso — implorou, dando-me as costas, e correu para o banheiro. — Não faça isso.
Depois de ouvir o barulho da porta sendo trancada, eu perdi a força para me levantar. E assim, fiquei ali, ajoelhado, sozinho, com o coração disparado, os lábios trêmulos, sem saber o que fazer com a estúpida caixinha de veludo aberta, exibindo o reluzente diamante em forma de pirâmide, adornado com dezenas de rubis. Quando pensei que amanheceria ali, ajoelhado como um idiota, ela saiu do banheiro e, de cabeça baixa, pude ouvir seus passos se aproximando. Ajoelhando-se na minha frente, Judith retirou a caixinha das minhas mãos e a deixou sobre o colchão.
— Por que você fez isso? — perguntou-me, como se fosse algo absurdo.
— Como? — questionei-a e, evitando encará-la, levantei-me de onde estava, chutei longe os sapatos, joguei o terno sobre uma das cadeiras e retirei a gravata, eu estava me sentindo um palhaço sendo sufocado. — Estamos juntos há tanto tempo, pensei que já estava na hora, não? Eu sempre deixei claro que tinha intenção de me casar com você. Formar uma família.
— Sim, eu sei. — Ela se aproximou e, cruzando os braços em frente ao corpo, baixou a cabeça, evitando meus olhos. — Mas eu nunca dei indícios de que essa também era minha intenção.
Respirei fundo, tentando me acalmar, sem saber de quem eu estava sentindo mais raiva, se dela ou de mim. Como eu não percebi? Depois de ouvir o que ela dizia, tentei puxar das minhas memórias todas as nossas conversas sobre família, casamento, filhos, e vi que ela tinha razão, eu tinha sido mesmo um estúpido iludido.
Percebi, naquele instante, que todas as vezes em que nossas conversas saíam do campo do trabalho e passavam para algo mais íntimo ou para a vida familiar, ela desconversava, e só eu, cego, não via.
— Logo deixarei a casa dos trinta e não pretendo ter filhos na idade de ser avô — respondi, saindo de perto dela, pois não estava conseguindo olhar para seus olhos. Eu me sentia não apenas ferido e humilhado, mas furioso também.
— Sobre isso — ela voltou a se dirigir ao banheiro, de onde voltou trazendo com ela seus produtos pessoais —, além de não querer me casar, eu também não pretendo ter filhos.
Fechei meus olhos e balancei minha cabeça, sem acreditar no que estava ouvindo. Era como se eu a estivesse vendo pela primeira vez. O pedido que, para mim, teria encerrado a festa com chave de ouro, transformou-se em um circo de horrores, essa não era a mulher que eu tinha escolhido para ser minha companheira de toda a vida. E, como se não fosse suficiente, ela prosseguiu:
— Você sempre soube, Tucho — ela disse, enquanto começava a guardar os produtos de volta na mala. — Minha vida é a medicina, sempre foi, eu ia justamente conversar com você sobre nosso relacionamento, só estava esperando toda essa loucura de casamento terminar.
— O que você quer dizer com conversar? — eu perguntei, mas, ao vê-la guardando suas coisas, não quis ouvir a resposta.
— Quero contar que algo com que vinha sonhando desde que me formei se tornou realidade. — Emitindo um suspiro pesado, continuou: — Fui selecionada, entre centenas de médicos, para participar de um grupo de pesquisa neurológica no Japão.
— Isso é maravilhoso, fico feliz por você — falei de forma sincera e tentei abraçá-la, ela, porém, se esquivou.
— Você não está me entendendo. — Voltando a cruzar os braços em frente ao corpo de forma defensiva, baixou o olhar e evitou me encarar. — Eu não pretendo voltar.
— O quê? — Engoli várias vezes, enquanto meu coração batia frenético, ao ver que meus piores medos de adolescente estavam se tornando realidade. Eu estava sendo chutado pela garota pela qual eu era apaixonado? — Não sei se estou entendendo, você está me dando um fora, Judith? É isso?
— Eu sei que, depois de tantos anos juntos, terminar dessa forma parece muito cruel e frio, mas com tudo o que vinha acontecendo nos últimos meses, eu não pude conversar com você da forma como eu havia planejado. — Ela tentou se desculpar, porém para mim não tinha desculpa. — O programa é de seis meses de curso, seguidos de um ano de pesquisa, prorrogável de acordo com os resultados, ou disponibilidade de cada um.
— Quer dizer que é o fim? — Eu ainda não sabia o que pensar, aquele era um golpe que eu não vi chegar, tomei-a pelos ombros e a forcei a me encarar, queria que me olhasse direto nos olhos, não que ficasse com a cabeça baixa. — Quando pretendia me contar?
— Depois do casamento, quando estivéssemos de volta a Boston, na segunda-feira, para ser exata. — Não suportando meu olhar, ela fechou os olhos, e a empurrei para longe de mim. — Não queria estragar seu dia, eu sabia que, se contasse antes, não seria apenas o seu que seria arruinado, mas o todos também.
— Eu não sei o que dizer, realmente eu não sei o que dizer — repeti. Afastando-me, apertei minha cabeça com força. Numa inútil tentativa de que aquele pesadelo tivesse um fim, desferi um golpe contra o pequeno quadrado de vidro de uma das portas francesas que estava na minha frente. — Sempre pensei que teríamos um futuro juntos, não que eu fosse apenas algo para passar o tempo.
— Não era apenas um passatempo. — Desesperada, ela veio até mim, tentando ver o estrago que eu tinha feito em minha mão. Nada do que tínhamos vivido era real. — Está ferido, Tucho?
— Não me chame assim — cortei-a, com raiva, puxando com força minha mão. Ao ouvir o apelido que ela me dera no início do nosso relacionamento e de que eu tanto gostava, senti o sabor amargo da bílis em minha boca.
— Você está sendo rude — ela rebateu, ofendida, tentando novamente tomar minha mão.
— Rude? Rude? — repeti, gargalhando, irônico. — Você me dá um belo chute e se ofende porque não quero que me toque? Está louca?
— Eu pensei que você sentia o mesmo. — Desistindo de examinar meu ferimento, ela prosseguiu: — Éramos bons juntos, não havia cobranças, o sexo era maravilhoso... mas esse sonho vem desde criança, eu sempre quis alcançar o topo em minha carreira.
— Eu nunca a proibi de lutar por seus sonhos. — Desafiei-a a discordar. — Ao contrário, sempre a incentivei.
— Eu sei. — Desviando seu olhar do meu, ficou observando a noite através das vidraças. — Mas essa é a oportunidade de ser reconhecida, pretendo ter meus artigos publicados em importantes revistas de ciência. E não vou conseguir com marido, bebês, filhos, escolas e tudo que acompanha um casamento.
— Tudo bem. — Coloquei meu dedo em sua cara. — Eu sabia que esse era seu sonho, só não sabia que eu não estava nele. Eu também sempre tive meus sonhos, Judith, a diferença é que eles sempre incluíam você, filhos e família — continuei, quase aos berros. — Você sabia muito bem disso, então deveria ter sido mais sincera e me dito com todas as letras que queria seguir sua vida, sua carreira, e não ficar me iludindo.
— Não é assim como você está dizendo — rebateu, empurrando para longe meu dedo da frente do seu nariz. — Com o passar do tempo, as coisas foram acontecendo, mudando. Mas no início eu realmente pensava que poderíamos formar uma família, só que fui vendo como a medicina me absorve e o que eu quero não é compatível com uma vida doméstica.
— E por que você não me avisou quando percebeu? — inquiri, colérico.
De repente, uma ideia louca me passou pela cabeça, eu sempre fui muito certinho, nunca a tinha traído, ela, no entanto, estava me dizendo que as coisas tinham mudado. O que tinha mudado? Era apenas em relação à carreira ou também ao nosso relacionamento, eu nunca tinha pisado fora da linha e sempre tive certeza de que ela também não, mas agora, olhando-a de frente, não pude evitar de fazer a pergunta.
— Você sabe que eu sempre fui correto com você, não sabe? — Colocando ambas as mãos ao lado dos seus ombros, a aprisionei contra a parede em minha frente. — Eu nunca a traí com ninguém, Judith, será que você pode dizer o mesmo olhando nos meus olhos? Traiu ou não?
— Tucho? — Em vez de me responder, ela me encarou, horrorizada. — Que pergunta mais absurda!
— Merda, responda à maldita pergunta! — rosnei ao ver que ficava muda. — Traiu ou não?
— Por que isso agora? — Baixou os olhos, porém eu a tomei pelo queixo e forcei-a a continuar me encarando, e neles eu pude ver a verdade que ela tentava me esconder. — Já acabou.
— Foda-se, sua maldita filha da puta! — Sem me controlar, tomei o belo arranjo de flores que estava sobre a mesa e o espatifei contra a porta da varanda, destruindo não só o vaso, mas todos os vidros da porta também. — Quantas vezes foram? Por quantos você foi comida? Eram médicos, enfermeiros, vagabundos, mulheres? Fale de uma vez, sua maldita vadia! — berrei, enlouquecido, socando a parede, pois caso não fizesse aquilo eu acabaria socando a cara dela.
— August, Judith? — Ouvi Math gritando desesperado do outro lado da porta. — Está tudo bem? O que está acontecendo aí dentro?
— Está sim, Matheus — ela respondeu por mim. — Foi apenas um vaso que caiu e August ficou nervoso.
Ao perceber que ela queria sair da história como santa, eu fui em direção à porta e, abrindo-a, deixei que Math e Fernando — meu segurança — entrassem e fizessem parte como espectadores do circo de horrores.
— Tome. — Deixei a joia nas mãos de Math. — Dê para uma dessas vadias que você come de vez em quando, pois acredito que mereça mais que essa puta.
Os olhos de Math se arregalaram, sem dar crédito às minhas palavras, porém antes que ele pudesse perguntar o motivo, meu rosto ardeu com uma violenta bofetada. Evitei o seguinte tapa e gargalhei alto, enquanto me dirigia ao armário, onde estavam guardadas minhas roupas.
— Vai dizer que estou mentindo? — Abri a mala e comecei a jogar tudo dentro dela. — Idiota aqui só tem um, e com certeza não é nenhum desses dois aí. — Apontei para a porta, onde eles continuavam parados como duas estátuas.
— Você não pode fazer isso comigo! — ela gritou, furiosa. — Isso é um problema nosso, não deles. Você está me humilhando.
— Pensa que me preocupo? — Fechei a mala. — Só agora percebo que é desse tipo de homem que vocês gostam, eu a tratei como uma princesa, fui amigo, companheiro e, o principal, eu fui fiel. E o que recebi em troca? Você se comportou como uma bela de uma rameira. Enfeitou minha cabeça não com um, mas com uma galhada de chifres.
— August. — Math tentou empurrar o segurança para fora, e ela mais uma vez veio para cima de mim, socando minhas costas. — Tentem resolver a situação entre vocês, nós estamos saindo.
— Saindo? — Ri na cara dele. — Por que não aproveitam que eu estou dando o fora, para fazerem uma festinha dessas que vocês gostam? Acredito que ela vai, não só aceitar, como gostar. Não é, Judith?
Ouvindo uma série de xingamentos e ameaças, os afastei do meu caminho e segui em frente. Bom moço? Nunca mais. Os rapazes tinham razão, nenhuma mulher valia nossa fidelidade, Ângela era uma joia rara, acreditava eu que a única. Eu iria me divertir, tentar recuperar o tempo que eu tinha perdido dando valor a uma filha da puta que, com certeza, ria de mim enquanto dava a bunda para quem quer que cruzasse seu caminho.
— Senhor Roiz? — Ouvi que Fernando me chamava. — Para onde está indo a essa hora?
— Aproveitar a vida — respondi, seco. — Quer vir?
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Meninas primeiro capítulo postado, espero que gostem
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Clutch é uma palavra em inglês que significa "agarrar". Elas são bolsas de mão, em sua maioria pequenas e médias.
Capítulo 19: 52-54 E destruiu essas cidades e toda a planície e todos os habitantes das cidades, e o que nascia da terra, e Ado, a mulher de Ló, olhou para trás para ver a destruição das cidades.
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