001 - Para dúvidas: Ruby não sabe que o Percy namoraaaaaa

002 - No mínimo 16 comentários para o próximo cap.

RUBY FUDGE SABIA QUE tinha feito uma merda colossal quando abriu os olhos e não reconheceu o quarto em que estava. Ela sentou na cama com um pulo e olhou ao redor, demorou apenas alguns segundos para perceber que estava usando uma camiseta masculina.

— Ah, porra — sussurrou, levantando da cama — Por favor, que não seja o que eu estou pensando...

Seus maiores medos foram confirmados quando viu uma foto de Percy Weasley na mesinha ao lado da cama. Ruby fez uma careta, sem entender como infernos aquilo tinha acontecido.

Pequenos flashes começaram a surgir em sua mente, fazendo seu rosto corar.

Ela sentiu o cheiro de café da manhã, o que fez seu estômago roncar. Sem ter muitas opções, Ruby seguiu para onde imaginou que seria a cozinha, encontrando Percy Weasley ali, usando apenas uma calça enquanto preparava torradas, ovos e bacon para o café.

— Uhum... Bom dia?

Ruby viu o ruivo, que estava de costas para ela, congelar. Demorou alguns segundos para ele se recuperar, então ele se virou, dando um sorriso constrangido.

— Bom dia.

O clima era estranho e um pouco constrangedor, Ruby não tinha certeza do que fazer. Ela não era estranha a casos de uma noite, mas nenhum deles nunca tinha envolvido Percy Weasley.

— Tem café da manhã — ele disse, a surpreendendo — Espero que goste. Pode ser sentar na mesa que eu já te sirvo.

A garota sentou na bancada que dividia a cozinha e a sala, não demorou muito para Percy começar a colocar as coisas em cima da mesa. Ruby olhou ao redor, na noite anterior ela não tinha prestado muita atenção nos detalhes do apartamento.

Ela percebeu que no cantinho da sala, quase escondido, havia uma foto de Percy com sua família.

— Fiz ovos, bacon, tem pão e suco de laranja. Ou você prefere café? Ou chá?

— Suco está bom... — Ruby suspirou, se servindo — Isso é estranho.

— A comida?

Ruby o encarou, séria.

— Você sabe do que eu estou falando — ela retrucou, bufando — Nós dois transamos.

Percy desviou o olhar enquanto se sentava do outro lado da bancada, se servindo de um generoso copo de suco.

— Eu percebi quando acordei com você por cima de mim — o ruivo resmungou, revirando os olhos — Você é filha do Ministro... Seu pai vai me matar.

— Que sorte que meu pai não se importa.

Ele se endireitou na cadeira.

— Isso não vai acontecer de novo, certo? — Percy sussurrou, nervoso — Não me leve a mal, foi incrível, mas eu quero muito manter meu emprego. Não é certo um superior se envolver com a estagiária e...

Ruby arqueou a sobrancelha.

— Eu não estava prestes a pedir você em namoro — ela murmurou, então começou a rir — Você precisa relaxar mais, Weasley.

— Desculpe, não estou acostumado com isso.

Eles tomaram café em silêncio, Ruby estava louca para bisbilhotar o apartamento, mas não queria ser chata. Ela observou o jeito nervoso que Percy estava agindo, como seus olhares se encontravam e ele rapidamente desviava.

— Uhum... Não achei minhas roupas no quarto.

Percy arregalou os olhos.

— Ah! Eu lavei, está na lavanderia secando.

Isso foi fofo, ela pensou.

— Obrigada.

Depois de terminarem o café, Ruby foi atrás da sua roupa e acabou tomando um banho rápido após Percy insistir. Ela arrumou tudo e pegou a bolsa, se preparando para ir embora, antes de sair, acabou encontrando o ruivo sentado no sofá, olhando para o nada.

— Então é isso, eu vou indo...

Ele forçou um sorriso.

— Até segunda.

— Até...

Ruby usou o flú para ir para casa, ela tropeçou para dentro da sala da mansão, sendo surpreendida ao ver seu pai, o Ministro da Magia, sentado no sofá, com uma expressão julgadora no rosto.

— Onde você estava?

Ela bufou baixinho enquanto se endireitava, passando a mão pela roupa para tirar a fuligem.

— Ah, podemos pular o momento onde você finge que se importa? — Ruby resmungou, caminhando até as escadas — Sabe, é chato essa coisa de fingir que temos uma ótima relação de pai e filha.

Cornélio suspirou, cansado.

— Eu me importo com você.

— Você fica melhor em mentir a cada ano que passa.

Porque nunca foi meu

E eu posso nos ver enrolados nos lençóis

PERCY SE SENTIA TERRIVELMENTE ansioso desde o momento que chegou no Ministério da Magia naquela segunda-feira. Seu maior medo era que alguém descobrisse o que havia acontecido na noite de sexta-feira, onde ele acabou ficando com Ruby, a filha do Ministro.

Isso seria terrível para a carreira dele se alguém descobrisse.

O caminho até a sua sala parecia maior do que o normal, para piorar, todo mundo parecia querer parar para uma conversa de corredor. Percy sentia como se pudesse vomitar de ansiedade a qualquer segundo, o que seria um desastre.

— Percy!

Ele pulou de susto quando alguém agarrou seu pulso e rapidamente se virou, suspirando aliviado ao ver que era apenas Arthur Weasley, seu pai.

— Ah, é você.

Arthur franziu a testa, estranhando o comportamento do filho.

— Você não pode nos evitar para sempre, tudo isso está magoando a sua mãe, sabia? Ela chora toda a noite antes de dormir abraçada em uma foto sua — ele disse, se sentindo cansado por causa de toda a situação — Não precisa voltar para casa, apenas venha para um jantar, que tal?

Antes que Percy pudesse responder - negando o convite e deixando claro que aquilo nunca ia acontecer - Ruby Fudge surgiu ao seu lado, usando outro vestido florido com sandálias prateadas.

— Quando é o jantar?

Percy a encarou confuso, a quanto tempo ela estava por ali escutando a conversa e como ele não reparou antes?

— Hoje a noite — Arthur respondeu, sorrindo para a garota — Molly vai fazer de sobremesa o bolo de caldeirão com abóbora, é o favorito de Percy.

Ruby sorriu mais docemente que Percy já tinha visto, aquilo o transportou para aquela noite, os dois enrolados nos lençóis, os sons que ela fazia enquanto eles se perdiam no corpo um do outro...

— Nós vamos, obrigada pelo convite!

Ele arregalou os olhos, voltando ao momento presente quando percebeu o que Ruby tinha acabado de dizer.

— Primeiro que o convite não te incluía — Percy retrucou, ficando vermelho de indignação — Segundo: Não vou em jantar nenhum, quantas vezes vou ter que dizer...

A garota o encarou com uma expressão séria.

— Percy, você consegue parar de ser babaca com seus pais por cinco segundos? E tecnicamente eu fui convidada sim.

Percy franziu a testa.

— Não, não foi.

— Ela foi — Arthur concordou, se controlando para não sorrir com a interação dos dois — Posso esperar vocês para o jantar então?

Ruby voltou a ter aquela expressão suave que estava causando coisas na mente de Percy.

— Claro! Vai ser um prazer.

Arthur se despediu e se afastou dos dois, sorrindo consigo mesmo enquanto pensava o quão diferentes aqueles dois eram um do outro.

— Ruby, você não pode se meter desse jeito na minha vida — Percy resmungou, enquanto caminhava para sua sala — Eu não quero ter contato com eles, é um sacrifício necessário pela minha carreira.

Ela revirou os olhos enquanto o seguia.

— Se você se importasse tanto assim com a sua carreira, aquilo não teria acontecido — retrucou, sorrindo ao ver a forma como ele ficou tenso — Vamos no jantar sim, tem uma guerra surgindo e eu não quero que você se sinta culpado se algo acontecer com a sua família. Imagina se você tivesse que ficar, para o resto da sua vida, se culpando por ter os afastado e perdido milhares de momentos? Se ficar pensando "o que teria acontecido se eu estivesse lá mais cedo?".

Percy rapidamente percebeu que a garota tinha experiência no assunto, ela claramente se culpava por não ter conseguido ajudar a mãe. Perceber isso tocou fundo no ruivo, então ele suspirou.

— Nós vamos, mas é só dessa vez.

Um sorriso amplo surgiu no rosto de Ruby enquanto os dois entravam na sala.

— Eu sabia que você não era tão ruim.

Ele bufou.

— Você não estava reclamando que eu era ruim sexta-feira, na verdade, lembro de você dizer "Percy, por favor...".

Ruby tapou a boca dele antes que Percy pudesse completar a frase.

— Não use o que eu disse durante o sexo contra mim — ela resmungou, com o rosto em um forte tom de vermelho — Entendeu?

Percy conteve um sorriso.

— Claro.