✵ EPISÓDIO (3/3): 𝐋𝐎𝐕𝐄𝐑𝐒 ✵
𝙳𝚎𝚍𝚒𝚌𝚊𝚍𝚘: miss294 ❤️
❝𝑁𝑢𝑛𝑐𝑎 𝑓𝑢𝑖 𝑏𝑜𝑎 𝑐𝑜𝑚 𝑝𝑎𝑙𝑎𝑣𝑟𝑎𝑠, 𝑚𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑐̧𝑜̃𝑒𝑠. 𝑇𝑎𝑙𝑣𝑒𝑧 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑖𝑠𝑠𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑊𝑒𝑛𝑑𝑦 𝑚𝑒 𝑎𝑚𝑒 𝑡𝑎𝑛𝑡𝑜, 𝑒 𝑎𝑡𝑖𝑐𝑒 𝐴𝑢𝑑𝑟𝑒𝑦.❞ Megumi.
O BAR ESTREOU UMA nova diversão. Wendy, e outros bartender, ficaram encarregados de administrar o jogo de karaokê no estabelecimento, mas o que não esperavam era ter uma ótima recepção por parte de crianças e jovens abaixo da legalização de bebidas. Muitos pais vinham por causa daquele jogo, na maioria são divorciados ou apenas namorados que abrem exceções de suas rotinas para se divertirem ali, junto de barman ou barwoman.
— Hoje está lotado. — bufou a morena. Seu turno havia mal começado, mas parecia ter sido há horas. — Acho que daqui sairei só o pó.
Sua namorada, sentada rente ao balcão, a observava silenciosa. Os fregueses vinham aos montes pelas portas da frente e os funcionários pelo fundo, alguns dos clientes vieram para beber até cair ou passar vergonha nas músicas. Megumi, por outro lado, estava ali apenas por sua amada, já que não era nenhum pouco fã de bares.
— Não vá além de seu limite, sabe que suas costas serão as primeiras vítimas disso. — aconselhou cutucando os dedos entre si.
Wendy suspirou confirmando, mas não pôde ficar tanto tempo de papo quando vira um senhor a chamando. Sem pensar duas vezes, a morena foi lá com o cardápio. Ela sabia que quanto mais clientes servisse mais gorjetas ganharia. O tal senhor trazia consigo uma acompanhante mais nova, seu rosto jovial foi uma surpresa às garotas que a analisava de longe.
Era ela.
— Bem-vindos… — disse a barwoman surpresa ao encontrar novamente com aquela moça de seus sonhos. — Aqui tem todas as bebidas, — aponta o menu — é só pedir.
— Que ótimo, não é verdade Audrey? — falou o homem à mulher ao seu lado.
— É sim, nada melhor do que uma variedade em mãos. — dizia, enfática, com um olhar penetrante na moça uniformizada. Seus olhos azul-esverdeados eram tão intensos quanto Wendy podia se lembrar.
— É claro... — a morena balbucia. — Vão pedir agora?
— Não, minha querida. — disse a tal Audrey. — Estamos em dúvida de qual escolher, depois a chamamos.
Wendy assentiu, quase sem respirar, voltando ao balcão onde sua namorada estava a observando. Megumi também ficou estática, ouviu e olhou bastante a mulher de suas fantasias e praticamente desfaleceu no banquinho. Seu rosto beirava ao azul-cinzento, enquanto a outra um verde-limão. Elas não podiam acreditar que passado apenas alguns meses ela continuasse na cidade.
E há uns dias você estava gemendo por ela, suas mentes a denunciaram. A loira nem havia notado a ausência da amada que ao retornar teve um mal-estar e foi direto ao banheiro.
— Me espera um minutinho. — Audrey pede ao seu acompanhante, que ao contrário das suposições das duas mulheres é apenas o padrasto dela.
— Claro. — ele sorriu com amabilidade se ocupando no cardápio logo depois dela seguir a morena aos sanitários.
Megumi permaneceu observando. Viu quando a morena de curtas mechas adentrou com a feição desconfiada, a loira nem pensou duas vezes e a perseguiu até lá também. Nem imaginando que sua Wendy estivesse ali numa situação totalmente diferente.
— Droga... — Wendy praguejou ao vomitar pela segunda vez no vaso, só que dessa vez seu estômago estava vazio e vinham resquícios de saliva nos lábios em vez do tom amarelado costumeiro. — Devia ter tomado o remédio antes de vir.
— Intestino frágil? — supõe a mulher, seu corpo está encostado na pia com os braços cruzados mostrando com maestria seus bíceps cheios de tatuagens. — Imaginei que estivesse assim, sei como é alguém prestes a vomitar.
Ela sorriu, mesmo não sendo uma piada, mas sentiu que a outra queria descontrair. Audrey enfiou a mão no bolso e entregou-a uma cartela de remédios, por sorte – e muita coincidência – são os mesmos que toma em casa.
— Obrigada. — diz de forma arrastada, quase como se não quisesse dar o braço a torcer.
— Disponha. Me chamo Audrey, mas você já deve ter ouvido o meu padrasto dizer isso. — fala esboçando um sorriso gentil, aliviando inconscientemente a morena em sua frente.
— Oh, seu padrasto... — balbucia pensando alto.
— Sim, ele é meu... Ai meu Deus, você achou que ele fosse...! — ela exclama arregalando os olhos.
Wendy não sabia aonde enterrar a cara, mas com certeza faria no momento em que saísse dali.
— Tudo bem, relaxa. Na verdade, é bem normal confundirem. Hoje em dia é popular as jovens terem um Sugar Daddy não é?
— Sim, algumas das minhas amigas aderiram a essa tendência. Mas, já faz tanto tempo que não as vejo que nem sei se continuam nisso. — dizia, incerta se estava falando algo com sentido ou apenas palavras ao vento.
Acabava que, toda vez que Audrey desviava o olhar, ela fazia uma careta atrás da outra pela vergonha que sentia estar passando.
— Bem, mas certamente você e sua namorada não estão nesse ramo.
Wendy estava tão entretida e como dois lábios carnudos pudessem transformar palavras tão simples em algo sedutor que mal ouvira direito o que a mulher lhe dizia. Podia contá-la que matou o presidente e ela sorriria acenando a cabeça.
— O quê?
— A sua namorada. — repete franzindo o cenho. — Ou era só um lance de uma noite?
Audrey não era boba. Se houvesse alguma mísera chance de estar com aquela moça ela agarraria ali mesmo, mas Wendy não ligava esses pontinhos e se deslocou da cabine à pia, lavou o rosto molhado de suor com ambas as mãos em formato de concha e suspirou.
Não estava sendo fácil.
Ela não queria voltar com o hálito fedendo a vômito, tinha que recepcionar vários outros clientes, então ligou a torneira e gargarejou a água contida na garganta. Nem percebera a aproximação repentina da moça, Audrey se virou observando a barwoman de frente para o espelho retangular.
Megumi, que já estava bem perto da porta, ouviu ser citada e esperou na soleira sem que aquelas duas a vissem. Ela não entendia como Wendy chegara lá antes dela, mas não iria interromper a conversa quando se estava falando dela.
— Ela é minha namorada, Megumi. Nós faremos aniversário de namoro nesse mês.
Aquilo foi o bastante para a outra se afastar um pouquinho da morena.
— Megumi, é um lindo nome. — comenta umedecendo os lábios vermelhos. — E o seu? Você falou dela e eu falei o meu nome, mas não sei nada de você.
Wendy sentiu seu ventre latejar. Não sabia como aquela situação chegou a esse nível, mas só de olhar para aqueles olhos oceânicos já se sentia nas nuvens antes mesmo de alguém tocá-la.
— Eu… eu tenho que ir. — disse, saindo do transe e lembrando-se que era uma funcionária ali e tinha que trabalhar antes que seu chefe lhe cortasse a cabeça. — Vou trazer seu pedido em poucos minutos e...
No entanto, antes que ela pudesse terminar o raciocínio, Megumi apareceu ali. Estava fitando a mulher de sua vida e a moça de suas fantasias sexuais lado a lado, sentia-se suja por pensar que tudo o que fez seria intitulado como traição. Embora não tivesse acontecido.
— O que aconteceu? Por que você está verde, Wendy?
— Wendy. — Audrey balbucia, conforme via as duas garotas discutirem sobre o estado de saúde de uma delas.
Audrey é uma andarilha. Não fica por muito tempo num só lugar, por vezes ficou uns meses numa cidade ali outra acolá, mas nunca por quase um ano. Ela mesma ficou surpresa, ainda mais o motivo de ter ficado. Por elas. Por essa tal de Megumi e Wendy, duas mulheres completamente diferentes, mas que pareciam se encaixar tão bem nas fantasias dela.
O clima naquele banheiro tinha esfriado, ou qualquer que seja a tensão sexual que Wendy sentia ter iniciado antes de Megumi aparecer. As três, sem nem querer disfarçar, foram em fila indiana de volta para a frente do bar movimentado e cheio, bastante cheio.
A morena só notou que estavam fechando quando escutou os familiares sons de grade descendo, a noite viera sem piedade. Nem mesmo a lua fazia-se presente, nem as estrelas. Megumi ficou calada por um bom tempo, sentada num cantinho bebendo de uma boa garrafa de água. Wendy, por outro lado, aproveitou que iria fechar o estabelecimento e abriu uma garrafa de tequila.
— Devia terminar de fechar o bar, porque depois quem vai se ferrar é você. — aconselhou a namorada com o biquinho emburrado.
Wendy sorriu anasalado, não queria rir, mas o efeito do álcool já tinha entrado em seu organismo a deixando engraçadinha. Até do vento ela riria.
— Você é séria demais, Megumi. Vem, vem se divertir comigo. — pediu se erguendo no balcão, mesmo com os protestos da namorada, Wendy podia ser bem persistente quando queria. — Anda, você vai gostar dessa vista.
Então, aproveitando que estavam sozinhas, a loira cedeu se levantando no banco e subindo no balcão gelado. Apesar da intolerância para bebidas, Wendy estava ciente de tudo a sua volta e até mesmo das mãos bobas de sua namorada em sua cintura.
Megumi estava chateada por ela não tê-la contado sobre o mal-estar, teria dado pessoalmente o remédio que guardava na bolsa, mas reprimiu esse instinto ao ter visto aquela moça entregando um idêntico para sua namorada. Queria puni-la, e o que melhor do que em cima de um balcão num bar fechado?
— Que belo pornô grátis. — sussurrou uma voz conhecida. Como na última vez que se viram Audrey estava saindo do banheiro, mas agora era diferente, ela estava sem o acompanhante de antes ou a sua bolsa. — Será que poderia participar disso também?
Que cara de pau, seu lado racional pensou, mas Megumi também tinha seu lado mais emocional e ele dizia o que sentia em todos os seus poros: Nunca fui boa com palavras, mas com ações. Talvez seja por isso que Wendy me ame tanto, e atice Audrey.
Em vez de espernear, gritar milhares xingamentos ou simplesmente expulsá-la daquele lugar fechado, Wendy esboçou um largo sorriso. Megumi a encarou completamente surpresa e afundou-se naqueles olhos à procura de alguma resposta plausível. E tinha.
Elas estavam no mesmo barco.
Com apenas um toque, um simples olhar de relance, e Audrey abriu o zíper do colete de couro, tirou a calça preta colada ao corpo curvilíneo e jogou os coturnos escuros em algum canto desconhecido. Megumi usava um vestido florado e Wendy o seu uniforme padrão do lugar, ambos tiveram o mesmo destino.
De portões fechados e as luzes quase todas desligadas, as três mulheres consumaram de seus prazeres lentamente, quase que numa tortura, para depois se deliciarem com a euforia dos orgasmos que viriam depois. Multiorgasmos.
Wendy sabia que seria algo passageiro, talvez fosse por isso que aceitou a oferta de um sexo a três, talvez fosse por isso que Megumi sentia-se tão bem naquela situação. Mas, as duas sabiam, mesmo que não admitindo abertamente, que era isso que queriam, que ansiavam por todas às vezes que viam a porta abrir e um cliente entrar.
Elas esperavam por Audrey, a desejavam tanto que só pelo toque dos lábios já sentiam o paraíso mais próximo. Um último beijo antes do amanhecer. Ao menos, era tudo o que podiam ter com a misteriosa andarilha que no fim daquela madrugada deixou ambas extasiadas debaixo do balcão, peladas.
F I M
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