Capítulo 14 - ᘏ ƲєямєƖнσ თ
Embora a penetração estivesse apenas no início, ela almejava que jamais tivesse fim, suplicando para si mesma que aquele momento se eternizasse, impedindo o curso do tempo e o fluxo do espaço, apenas para que ela pudesse estar junto dele para sempre. Nadando em sua própria seiva, Dafne gemia e se contorcia, dominada pela impetuosidade exorbitante do macho, que golpeava cada vez mais rápido e profundo.
Dafne não estava satisfeita; precisou tomar a situação, girando seu corpo sobre o dele, até que ela estivesse por cima, cavalgando o macho, subindo e descendo em desatino, sentindo o membro entrar e sair de dentro de si, provocando mais uma sucessão de prazer sem limite.
Apolo aproveitou a nova posição para sugar e lamber os mamilos intumescidos da fada de fogo e cada vez que assim agia, ouvia um gemido longo em retribuição. E com um prazer em espiral crescente, juntos o casal gritou ao atingirem o orgasmo pleno ao mesmo tempo, com Dafne sentindo a onda de sêmen quente inundar suas entranhas.
Ficaram quietos, imóveis, inertes sobre a cama, com suas respirações ofegantes e os corpos suados; saboreando as sensações que ambos compartilharam... embora aquele primeiro embate tivesse chegado ao seu fim, o desejo de Dafne ainda não estava devidamente satisfeito, e por esse motivo ela aguardou apenas o necessário para que ele pudesse ser açoitado por sua língua, fustigando o parceiro até que o apêndice, antes inerte, mostrasse sinais de revitalização.
Após muitos beijos e carícias, ela sussurrou no ouvido dele, seu desejo mais inconfessável; ele fitou seu olhar como tentando certificar-se de que era exatamente isso que ela queria; não havia sombra de dúvida. A fada lhe sorriu, dando-lhe as costas exibindo seu traseiro de formas sinuosas e tentadoras; tomado por uma impetuosidade insana, Apolo subiu sobre ela e passou a esfregar o membro no rego entre as nádegas suculentas.
A invasão ansiada deu-se de forma surpreendente, fazendo a criatura mística soltar um gritinho histérico, deliciando-se com a cumplicidade provocada; o macho passou a golpear com a mesma intensidade de antes, porém com mais ardor, sussurrando palavras obscenas em seu ouvido e mordiscando seu pescoço; Dafne gemia e usava as próprias mãos para facilitar que o intruso se opusesse com mais profundidade, rasgando a menor resistência e fazendo dela uma fêmea atraente a satisfazer seu macho adorado.
Apolo estava no auge de sua tarefa abusada sem demonstrar um sinal sequer de perda do entusiasmo, o que para ela era uma prova inegável de que não era ele que a dominava, mas sim que era dominado pela vontade mágica que Dafne conjurara e que a fazia soberana da situação e dos eventos seguintes. E os golpes prosseguiram ainda mais veementes e frenéticos, envolvidos por gemidos, gritos, suspiros e palavras repletas de obscenidade.
No momento em que o gozo viril sobreveio, apenas um grunhido rouco anunciou sua chegada, e mais uma vez, a fada de fogo viu-se preenchida pelo sêmen do macho que contraía seus músculos em um esforço final para sagrar-se vitorioso no doce e sensual embate a que fora submetido muito mais por desejo carnal, mas não menos que por anseio emocional. Derrotado em todas as instâncias, o humano arquejou, desabando sobre a fêmea que por sua vez, também mostrava-se esgotada. Dominados pela exaustão, o casal acabou por adormecer, com Dafne segurando a mão do amado sentindo o contorno do anel que pendia em seu dedo anelar..., o anel da consagração.
Um sopro frio de ar lambeu o corpo e o rosto dela que viu-se retornando do transe proporcionado pela entidade conjurada, que não tardou em surgir, envolto em uma nuvem de fumaça rosa.
— Então, fada sem juízo, estás satisfeita? Perguntou ele com certa impaciência na voz.
— Não tanto quanto eu mereceria, mas, sim..., serviu aos meus propósitos. Respondeu ela com tom de ironia.
— Então, liberte-me, agora! Disse ele em tom ameaçador. — Se não o fizeres, pagarás caro por tua teimosia e inconsequência! Jamais deveria ir ao mundo humano em busca dele.
— Talvez mais tarde... Respondeu ela com desdém e fingindo não houver nenhuma de suas argumentações. — Ainda vou precisar de teus serviços. E claro, de sua magia angelical.
Com os olhos enegrecidos faiscando de ódio, a entidade desapareceu em meio à fumaça, deixando Dafne a sós com suas doces e recentes memórias..., subitamente alguém bateu à porta; ela procurou recompor-se escondendo sua nudez e abrindo a porta.
— "Meu soberano! Que grata surpresa!" Exclamou ela, curvando-se em reverência ao Sumo Sacerdote, que por sua vez, estendeu-lhe a mão com o anel da consagração para que ela o beijasse. Ele era um humano na casa de seus quase cem anos.
Feliz ao ver o anel, Dafne tomou a mão do sacerdote e beijou-a com sofreguidão, sentindo um enorme prazer que transcendia ao momento, viajando por uma saborosa memória recentíssima.
— "O prazer é meu em ver minha dileta discípula e adorada filha adotiva!", respondeu o homem com sorrisos. Conversaram por alguns minutos, sem que Dafne conseguisse conter a vontade de entregar-se àquele homem charmoso, sensual e desejável. Apesar de envelhecido pelo tempo...
— Espero-te para o jantar, como sempre..., E não se atrase..., Sabes que tua mamãe a soberana dos cinco reinos detesta atrasos. Disse ele ensaiando um tom de censura prévia, seguida de um sorriso.
Assim que a porta do quarto se fechou, outra lufada de vento frio soprou pelo ambiente; Dafne olhou para trás em viu uma ave exuberante de lindas penas negras voar pela janela, pousando sobre a cabeceira da cama.
Em seguida a ave passou por uma transmutação, tomando a forma bruxa, uma linda fêmea de longos cabelos negros com o corpo coberto por uma túnica negra e tendo parte do rosto coberta por uma máscara de prata e ouro.
Era Avalon, a feiticeira. A soberana de todas as magias, rainhas das bruxas.
— Evelyn Zocc! Estás abusando da entidade que conjuraste! Trate de libertá-la imediatamente. Ordenou Avalon em tom solene e impositivo. — Tuas ações precisam chegar ao fim, em definitivo!
— Mas, minha soberana..., eu não posso! Respondeu Ela com tom amargurado. — Sem ele não posso me reencontrar com meu homem em outra esfera dimensional!
— Esse outro homem, agora, é teu pai nesta vida! E na outra ele não deveria ter contado com seres místicos. Você deveria aguardar o tempo de ambos chegar. Não se deve mexer com o destino, coisas ruins podem surgir disso... Profetizou a poderosa feiticeira, apontando o dedo em riste para sua protegida e aprendiz.
— Não posso e não vou lhe obedecer jamais!
— Se é assim, conforme-se em pagar o preço por teu abuso! Está além de meus domínios agora... Só te aviso, perdeste a chance de viver uma felicidade plena ao lado de sua alma gêmea.
Assim com surgiu, Avalon desapareceu, retomando a forma de ave e voando para fora do quarto de Evelyn, que atirou-se sobre a cama com as lágrimas escorrendo por seu rosto e soluços abafados em sua garganta.
Do alto de uma torre, uma figura em forma de morcego contorcia-se até tomar a forma de um ser humano, um Anjo da Morte; ele olhou para a janela do quarto, enquanto ouvia o sussurro das entidades divinas ressoando em seus ouvidos, a lhe dizer.
— É ela! É ela! Precisas me libertar dessa fada maldita! Ela me aprisionou apenas para satisfazer seu desejo proibido por ti! Liberta-me imediatamente!
O Anjo Caído não respondeu, limitando-se a suspirar profundamente.
— Mas uma vez ela não esperou por mim!
Dafne acordou molhada de suor e assustada olhando a sua volta. Os olhos negros de um Nefilins ainda queimavam a sua pele. Tinha sido apenas um sonho... Um pesadelo ruim... E nada mais que isso!
É assustador. Dafne não consegue se mexer da cama, está congelada no lugar de tanto medo.
No mesmo instante se lembrou do que o Decaído lhe havia dito dias antes, que o encontro de ambos, eram um encontro de almas gêmeas.
Por mais alguns dias as fadas mantiveram diversas conversas tanto com Apolo, como com os demais soberanos. Até a anciã participou, o Decaído me manteve longe das suas reuniões ele não queria se estressar e nem provocar um mal estar nos demais com minha presença. A conversa entre os demais seres era que o líder deles estava de envolvimento com uma da do reino do fogo ou do Ar. De qualquer maneira ou Apolo poderia estar traindo a aliança deles ou sendo enganado por mim. Só sei que por fim as fadas que vieram obtiveram a permissão para iniciar o plantio de seus alimentos na ilha secundária. A poucos quilômetros desta, onde a terra era mais prospera e poderia fazer seus frutos se desenvolver mais rapidamente.
Apolo deu ordens para que elas cultivassem o pomo dourado e os distribuíssem para todos. O que era uma das leis contrarias da rainha Ariadne.
O fruto da maçã dourada mais uma vez seria o fruto da discórdia. Acredito que esse era um dos planos dele na realidade.
Assim, todas as noites eles caminhavam pelos jardins selvagens que rodeavam a torre; depois, atravessando alamedas sombrias, iam até o leito seco do rio de lágrimas obscuras. Dafne começou a esperar ansiosa por esses passeios. No início, lamentava apenas a eterna presença dele, mas, aos poucos, estranhamente, começou a achar que os passeios não seriam tão agradáveis se o Decaído não a acompanhasse. Dafne ficou profundamente irritada quando percebeu isso; era como se aquela criatura rude pudesse exercer alguma força inexplicável sobre ela. Mas acabou admitindo que ele a atraía com seu magnetismo. Os sonhos estranhos haviam desaparecido assim como tinham surgido, ela mesmo ficou se indagando se não era obra de sua eterna irritação. Muitas vezes a mente é completamente enganosa.
Pensava nisso quando passaram por um tritão muito moreno que dava chicotadas em um servo.
— Pobre criatura! Dafne murmurou. — Por que precisam viver dessa maneira?
— Tem pena desse animal? O Decaído lhe perguntou com um ar de espanto.
— É claro que sim! A vida dele é tão miserável e triste; ao menos se morresse, teria um pouco de paz. Ser tratado como um escravo e viver o resto de sua vida sendo forçado a trabalhos forçados é muito injusto.
Não havia dúvidas de que o olhar dele demonstrava uma profunda admiração; observava o rosto muito bonito da fada do fogo, e depois de alguns minutos, acabou comentando.
— Compaixão... e em uma descendente do povo do fogo... Isso sim é muito raro!
— O sangue deles não é tão forte em mim, você sabe disso. Ficou pensativa por uns instantes e então lhe perguntou o parando com um toque leve em seu braço. — Como era os meus ancestrais no passado? Eles eram muito violentos?
— Muito. Seus crimes são legendários. E a violência contra seus inimigos era implacável. Seu povo não media esforços para conquistar o que desejam. Mesmo que significava destruir outros pelo caminho!
— E vocês... quero dizer, seu clã?
— Eles também praticavam barbarismos. Nenhum clã está isento de seus pecados.
— Não entendo como um ser sobrenatural pode causar tanta dor a outro. Dafne franziu a sobrancelha.
— Deve ter ficado chocada com nossa matriarca, então?
— É claro que sim; ela não é um ser nada civilizado!
Ficou surpresa com o fato dele não responder à sua afirmação; ele simplesmente ficou parado e imóvel, olhando na direção do rio de lágrimas. Finalmente perguntou-lhe como se pensasse em outra coisa na verdade.
— Vamos caminhar mais um pouco ou está cansada?
— Não fiz nada hoje para estar cansada. Nem ao menos treinei meu arco...
— Todos os dias e as noites você diz isso; talvez eu deva lhe arrumar alguma coisa para fazer e passar o tempo.
— Por exemplo...
— Quer uma ocupação? Ele lhe perguntou curioso pela calma e gentileza dela esses dias.
— Não me agrada ficar sem fazer nada; não estou acostumada com isso.
— Talvez possa ajudar aos nossos caçadores?! Apolo pensou rapidamente e acabou lhe falando o que veio em sua mente. Dafne sorriu analisando a proposta.
— Mas agora me fale um pouco a seu respeito. Sei tão pouco sobre sua existência...Ele lhe apontou uma grande pedra ao lado do rio e propôs: — Vamos nos sentar ali e conversar um pouco.
Dafne ficou parada por alguns instantes, mas depois achou que ficar um pouco ali seria melhor do que retornar para a torre escura e fria. Caminhou até a pedra e se sentou; Apolo a acompanhou e ficou a seu lado olhando o horizonte pensativo. Ele tinha essa mania de ficar imóvel por um tempo e em silêncio, vendo a escuridão se aproximar da ilha lentamente.
— Não tenho muitas coisas para contar-lhe...
Ele a interrompeu e, com sua maneira impulsiva, disse-lhe para que começasse do princípio. Então ela lhe contou um pouco a respeito de sua infância e de como seu genitor havia cuidado dela depois da morte de sua genitora.
— Você tinha me dito que foi seu genitor quem lhe contou as histórias da ilha dos exilados. Ele interrompeu de repente.
— Sim; ele as aprendeu com minha genitora. Ambos eram exploradores... Estiveram somente uma vez aqui... Calou-se e deu um sorriso suave. — E nunca mais quiseram voltar para cá.
Apolo deu uma gargalhada; ela olhou para o Decaído e ficou observando seu perfil. Ficou surpresa ao admitir que era um ser bonito e atraente.
— Conte-me mais... Seus pais fugiram e...
— Ele me treinou para que eu me tornasse uma guerreira e então resolvi trabalhar pelos arredores do reino.
Apolo deu um leve sorriso e olhou em seus olhos e depois continuou perguntando. Sua curiosidade era bem latente e visível.
— E agora se arrepende de ter escolhido isso? Pois se tivesse se tornado outra coisa, talvez jamais acabaria em minhas mãos.
Dafne achou melhor não comentar. Ficou quieta algum tempo e depois mudou de assunto, perguntando a ele como era sua vida.
— Bem, faço muitas coisas... Ele respondeu. — Tenho vários seres para cuidar e algumas plantações de oliveiras e frutas cítricas. Além de tentar nos manter longe da tirania de sua soberana.
— Seres? Plantações? Perguntou, interessada. — E onde eles ficam? Pois nesta ilha eu poucos moradores.
— Fundei uma cidade na ilha ao norte, a qual se chama Sindria, duas pequenas vilas em Saluja e um povoado na ilha de Ria. Por causa de sua intermináveis perguntas acabei me informando com os líderes que deixei em cada localidade e eles me disseram que pela última contagem, as ilhas Marsias contam com mais de 370 mil habitantes, o que faz dela uma das grandes metrópoles do mundo sobrenatural. Acredito que nem imaginava isso...
Os olhos alaranjados de Dafne faiscaram. Sindria é o porto comercial mais luxuoso e perigoso dos cinco reinos... o lugar onde a embarcação estava ancorada comprando e vendendo suprimentos. Ela havia ouvido uma conversa entre eles dias atrás.
Sindria, uma das ilhas mais encantadoras dos cinco reinos, um lugar onde qualquer ser gostaria de viver. A ilha era um local onde residiam os seres mais sábios e místicos, e dizem que até os deuses residiam lá. Esses seres haviam adquirido sua sabedoria através dos tempos; seus antepassados eram os deuses lendários e os grandes heróis nas Eras passadas, quando os mais valentes e corajosos aventureiros saiam de seus reinos era uma parada obrigatória passar por uma temporada treinando nessa ilha, além disso, quem saíam de Sindria alcançavam os portais para o mundo humano. Assim eram o que se falavam pelas tavernas.
Era uma pequena ilha que ficava aos pés do monte inativo, aliás; rege a lenda que uma fênix fez ali o seu local de descanso, por isso, as águas dentro das caverna subterrâneas são quentes. Vários aventureiros costumavam passar o verão e a primavera ali, caçando e treinando esponjas.
— Você costuma... Bem... ficar na ilha Sindria frequentemente?
— Às vezes vou para lá. Ele respondeu depois de algum tempo de silêncio, mas Dafne sentiu que não estava falando a verdade.
— Pelo que noto tem interesse nas pequenas ilhas a nossa volta. Pois bem, vou lhe dar mas algumas informações sobre isso. Disse ele se sentando ao seu lado. — Temos o templo dedicado a Deusa Tríplice; a mais antiga dentre os demais templos dedicados aos deuses antigos dos cinco reinos. Muito conhecida pelos enormes torres de cristais feitas por algum renovado sábio ou sábia. E antes que me pergunte, ninguém tem certeza de sua origem. Completou ele fazendo movimentos com sua mão direita e diante deles surgiu uma nevoa onde surgiu o templo. — O Grande templo; com suas torres gêmeas, foi a primeira morada da rainha Fênix, a mesma que enlouqueceu por amar demais, a fundadora dessas outras ilhas. Contam que de suas lágrimas negras surgiram essa região toda, as ilhas Marsias. Hoje em dia funciona como centro de aprendizagem das bruxas negras, nossa matriarca é a líder de lá.
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