Takemichi gargalhou enquanto via a base explodir, Ace gritando em comemoração à medida que o navio deles se afastava.

Eles haviam ido até a ilha onde disseram existir um Barba Negra, enquanto Takemichi abastecia o navio Ace foi procurar informações o que se mostrou um grande erro. Dr. Barba Negra era o médico da cidade e o Portgas o atacou sem nem mesmo conferir se era o cara certo.

Sendo bem querido por todos, os moradores se revoltaram contra Ace e o lançaram no rio, na altura em que Takemichi encontrou o maior, ele, por sorte, havia sido resgatado por uma garotinha e prometido levar aos pais dela uma carta.

Assim os dois se infiltraram na base marinha onde os pais de Mocha trabalhavam e acabaram arrumando confusão tentando entregar a carta, por sorte conseguiram e agora zarpavam para longe disso tudo.

– Eles tiraram uma foto sua - Ace comentou bem humorado fazendo o Hanagaki corar - Em breve você também terá uma recompensa!

– Acha mesmo?! Oyaji vai ficar tão animado quando ver!

Isso fez os dois rir, decidindo comemorar tal feito, afinal não era todo dia que você queimava uma base marinha!

– O que será que Luffy está fazendo? - Ace murmurou enquanto servia as bebidas fazendo Takemichi inclinar a cabeça pensativo.

– Bem... existe uma lenda que, logo após deixarem Alabasta, os Mugiwara foram até uma ilha no céu atrás da cidade dourada de Shandia.

– Uma ilha no céu? É a cara do Luffy! - O Portgas riu seus olhos indo para Takemichi.

Ace ainda não estava bêbado, não havia virado nem mesmo um copo, além disso suas chamas queimavam qualquer resquício de álcool então ele nunca ficou bêbado de fato, só era tão imprudente que todos achavam que estava, sempre falando sem filtros sobre o que vinha em sua mente.

– No que pensa, Ace? - O Hanagaki o encarou ainda sorrindo.

– Em como você é bonito...

– Eh?!

Ace riu.

– Você é bonito, Mithy, acreditando nisso ou não, além disso é uma das pessoas mais fortes que conheço - O mais jovem confessou - Você, apesar de tudo, continua lutando, mesmo quando tudo parece desabar lá está você de pé, lutando pelo que acredita, eu realmente admiro isso.

– V-você já está bêbado, Ace? Mal começamos a beber! - Takemichi riu nervoso.

– Eu não fico bêbado - O Hiken deu de ombros ainda encarando o menor - E eu diria isso sem estarmos bebendo sem problemas, gosto de sua companhia.

– T-também gosto de sua companhia, Ace, mas por que dizer essas coisas do nada?

Ace deu de ombros não tendo uma resposta para isso, ele só quis dizer mesmo.

– Acho que contando sobre minha infância já te fiz perceber como odeio conhecer pessoas novas - Ace pareceu ter mudado de assunto enchendo seu copo - Por isso era completamente compreensível quando algo acontecia e Marco achava que eu tinha te feito mal, eu já fiz isso antes com novos homens na minha divisão. Mas com você foi tão natural me aproximar, Mithy, quando vi já tinha te dado um apelido e adorava tê-lo por perto, fiz questão de ser eu a te ensinar tudo ao invés de delegar alguém, fiz questão de te acompanhar porque, por algum motivo, sempre quis estar perto de você.

– A-Ace... - Provavelmente era a bebida, Takemichi sempre foi fraco para bebidas, mas ele sentia-se a ponto de chorar.

– Não me orgulho disso, mas foi Teach que me fez perceber a verdade sobre meus sentimentos.

– Não, Ace...

O Portgas respirou fundo deixando a própria bebida de lado enquanto se aproximava mais do menor.

– Eu estou apaixonado por você, Hanagaki Takemichi.

– N-não diga isso! Isso é tão injusto! - Takemichi fungou tentando conter as lágrimas - E-era pra ser um sentimento unilateral! Eu não pertenço a esse lugar, Ace! U-um dia terei que voltar para o futuro e aí como farei?! Era para ser platônico! E um dia eu iria embora e você nunca saberia de meus sentimentos, como pode simplesmente se confessar assim?!

Ace piscou levando um tempo para processar as palavras do menor, mas quando o fez, não o deixou continuar, puxando-o para um beijo.

– Dizem que piratas são crueis, que eles pegam o que querem sem se importar com nada - Ace sussurrou - Então deixe-me ser cruel e ter seu coração para mim, Takemichi, mesmo que eu não o mereça, mesmo que eu seja filho de quem sou, você nunca se importou com isso, então me deixe saqueá-lo.

– Você já fez isso - Takemichi sussurrou de volta tocando a bochecha cheia de sardas do maior - Você já roubou meu coração e eu não penso em tê-lo de volta, Portgas D. Ace.

Os dois voltaram a se beijar, as bebidas sendo esquecidas enquanto simplesmente aproveitavam o momento.

Ace puxou o menor para seu colo, sorrindo enquanto apertava a cintura fina de Takemichi que suspirou quebrando o beijo para encarar o maior nos olhos.

– T-tem certeza disso, Ace? - O Hanagaki tocou os cabelos do Hiken que sorriu.

– Jurei viver sem arrependimentos e eu com certeza não me arrependerei de estar com você.

Takemichi riu voltando a beijar Ace, os dois simplesmente aproveitando o momento.

Ace suspirou enquanto começava a levantar a camisa do menor quando foi parado pelo mesmo.

– Eu... é melhor não, Ace - O Hanagaki suspirou fazendo Ace querer se dar um soco, claro que Takemichi não iria querer! Não depois do que Teach fez!

– Não se preocupe, Mithy, vamos no seu tempo - Garantiu beijando a testa do menor querendo o manter perto por algum tempo ainda – Então... eu beijo melhor que Manjiro?

– O que? - O mais velho riu - Do que está falando, Ace?

– Manjiro, vocês estavam juntos, certo? - O Portgas inclinou a cabeça - O jeito que fala dele, certamente o amou.

– Eu amo incondicionalmente meus amigos, Ace - Takemichi garantiu beijando o ombro do maior - Isso não quer dizer que eu vá namorá-los e, mesmo que tenha pensado romanticamente em Manjiro, jamais cogitei estar com ele dessa forma.

– Oh... - Ace sorriu, um enorme sorriso que fazia jus ao D. em seu nome - Eu gostei mais assim...

– Está com ciúmes de alguém que nem mesmo conhece? - Takemichi gargalhou.

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Diário de Bordo de Hanagaki Takemichi

Ace e eu estamos namorando, ele se confessou pra mim noite passada e hoje de manhã me pediu em namoro, foi a coisa mais fofa do mundo! Sei que esse relacionamento não tem futuro, sei que um dia voltarei para casa, mas, enquanto estiver aqui, quero estar com ele.