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Capítulo Final

Notas da Autora

Ué? Vai colocar aqui no começo?  Vou! kkkkkkk
Primeiramente perdão a demora, mas eu estava em um bloqueio terrível e como bônus fique doente - iha. Mas cá estou eu com o último capítulo. 
O aviso ser aqui é por um motivo: por favor, mostrem o que estão achando conformem leem, comentem! Isso é de suma importância para a pessoa a vos escreve. 
Boa leitura!
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Parecia que iria chover, o lampejo no céu deu seu sinal, ou seria apenas uma boa recepção que os espíritos conformados fizeram a Harry assim que ele chegou seja lá onde ele estivesse. Foi o que se passou na mente de Malfoy ao avistar a luz entre as nuvens cinzentas no céu negro. Ele poderia jurar que estava chovendo dentro da capa - que o amigo lhe entregara antes de se entregar para Voldemort -, e, para ele, realmente chovia; quentes e grossas lágrimas choviam de seus olhos tão nublados, com íris azul-prateada refletindo as sombras assemelhando-se a uma supernova.

O quanto havia perdido apenas aquele dia? O quanto ainda perderia nas próximas horas?

Seu peito doída, sangrava, se desfazia. Era apenas isso naqueles poucos segundos após a maldição da morte tocar Harry e deixando seu corpo sobre o chão gélido com o ar ocaso. Tão inerte, tão sem vida. A cor sumira de seus lábios e sua alma já não estava neste plano, não, não poderia. Draco torcia para que seus parentes, os de Harry, houvesse lhe levado para o lugar onde pudessem passar a eternidade juntos e felizes. Talvez eles o recebessem, um dia.

Dor, dor, dor.

Vestir a capa e sair sem dizer uma palavra foi necessário, assim ninguém, nem mesmo Voldemort notaria seu semblante tão abatido. Primeiro tentou levar Snape, seus homens levaram Lupin e sua esposa, agora ele havia levado Harry. Seu amigo. Ele sentiria oprazer em ver a vida de Voldemort esvair de seus olhos, ver o rubi luminoso se tornar opaco assim que a morte o ceifasse. Um pequeno sorriso de escárnio surgiu entre os lábios úmidos pelas lágrimas salgadas.

Havia tomado seu rumo em passadas largar, rápidas. Mão perderia tempo, tinha pessoas a avisar, palavras de suma importância a ser proferidas a aqueles que o ajudaram neste meio tempo. Era sua última tarefa antes de seguir para os passos finais, onde seria ele, Lorde Voldemort e a morte em seu encalço. O destino estava selado desde o momento em que propôs q fazer aquilo e se analisasse cada coisa, cada pequena e mísera escolha livre e não influenciada que tivera nesse últimos meses, ele não se arrependia.

Havia muita coisa a se colocar no lugar entretanto, em sua mente. O equilíbrio que precisaria dali em diante estava bem longe, então ele correu. Correu mediante a tudo o que estava acontecendo, correu em meio ao silêncio mortífero do gramado da escola, em meio ao sangue fétido espalhado no saguão, correu para deixar aquela sensação angustiante, raivosa e medonha se esvaísse. Correu até avistar Neville e Ginny em um canto do castelo, cuidando do corpo do pequeno Collin Creevey, o grifinório que tanto idolatrava Potter. Até mesmo ele, um pequeno aluno menor de idade, um garoto que não conhecia o mundo mágico antes dos onze anos de idade, havia negado se abrigar e foi a luta. Uma morte sobre tudo honrosa.

- Se Potter estivesse vivo, tenho certeza que ele lhe daria um autógrafo. – falou em um tom baixo, deixando que apenas os dois amigos escutassem suas palavras. – Você honrou sua família e sua posição no mundo mágico.

Sua voz não falhou, mas aranhava sua garganta conforme saia. Ginny percebeu e apenas pegou em sua oculta, chocando o calor de sua pele com o frio mármore da de Malfoy. O olhar tristonho da garota olhou para a direção do loiro, apesar de não poder visualiza-lo.

Seus pensamentos vagaram agora pela questão delicada de avisar ou não sobre a morte de Harry. Seria difícil, talvez pior que enfrentar o homem ofídico cara a cara. Sua respiração oscilou e sua mente ficou em silêncio por alguns instantes ante de chegar à conclusão que aquilo acarretaria um certa histeria da parte de Ginny, e ela certamente iria para a floresta e não sairia mais de lá - pelo menos não com vida.

Um longo suspiro saiu de seus lábios e ele se sentou entre os dois, com o corpo do menino a sua frente, tão sereno quanto poderia. Se não soubesse das circunstâncias, diária que estava apenas em um sono profundo.

- Abaffiato. – sua voz saiu em um sussurro, conjurando o feitiço ali uma última vez antes de ir para a guerra. – Preciso que me escutem bem, ok? – eles assentiram apenas com um movimento leve. – Conhecem a cobra de Voldemort, Nagini?

- Já ouvi falar. – disse Neville sério. – O que tem ela?

- Se a virem, matem. Cortem em pedacinhos e taquem no fogo maldito se for necessário, não me importo. Apenas a matem.

- Ela é uma horcrux? – a voz de Ginny dançava entre a brisa. – É por isso que está nos pedindo isso?

Engoliu seco.

- Sim. É exatamente por este motivo. Eu... eu estarei ocupado.

- Ainda brincando de agente duplo? – o sorriso cansado do grifiório se fez presente.

- Ah, esse é meu maior passa tempo, você sabe bem. – um meio sorriso se formou. – Obrigado pelo que fizeram. Colocaram suas vidas em risco me ajudando, apesar das merdas passadas. Só tenho a agradecer.

Os lábios da Weasley se comprimiram em uma linha fina e o olhar da garota o fulminou, podia sentir o fogo invisível o queimando ali mesmo, ainda vivo.

- Não faça disso uma despedida, idiota!

Os olhos de Draco recaíram para o corpo do de Collin logo a sua frente, sua mão saiu da capa e tocaram os cabelos castanhos-dourados do garoto e sua boca secou instantaneamente. Sua pele tão branca quanto a dele, as pequenas sardas no rosto jovial, a mão inerte onde costumava ficar a câmera que carregava para cima e para baixo, a pele já sem vida, sem algum resquício de brilho.

Os dois também pararam um tempo para olhar o garoto, o ar quase escapou de seus pulmões.

- Diante de tudo isso não sabemos como serão os próximos passos dados, quando será o último adeus e o momento em que não haverá mais ar para respirarmos. Cada minuto pode ser o último e devemos valoriza-los.

- Você... falou com Hermione? Se resolveram?

Sua mão parou antes de voltar para a capa.

Hermione.

- Isso não importa agora. Desse que ela se lembre o quanto a amo, tudo terá valido a pena. – a mão sumiu novamente. – Se houver um amanhã, as coisas se acertarão no devido tempo, sei disso.

- Assim com Harry... – a voz da ruiva soou pesarosa, olhando para a pulseira.

Aquilo foi como um soco no estômago de Draco. Seus olhos se fecharam com força, seus punhos fizeram o mesmo.

- Sim. Assim como com Harry.

A bile queimou sua garganta ao se lembrar do corpo do amigo no chão, sem vida. Não deveria ter sido daquela maneira, eles mereciam um futuro juntos, um feliz.

Porra. Não perca seu foco. Faça essa merda ter valido a pena.
Não se permita falhar.

Passando os olhos pelo grande salão, as lembranças felizes pelos cafés da manhã, as pequenas discussões entre as mesas das quatro casas de Hogwarts, os discursos tediosos de Dumbledore e a cantoria do chapéu seletor foram tomadas por corpos, feridas, lágrimas, múrmuros, soluços e luto. Sem sorrisos, risadas, brigas ou balburdia, apenas choro e morte. Não era assim que ele ou qualquer outro ali gostaria de se lembrar de Hogwarts.

O Malfoy estava distraído o suficiente para não perceber de imediato o toque de Ginny sobre a capa, o chamando para um local mais reservado do castelo – antes que o tempo, a uma hora dada por Voldemort, se estendesse. E mesmo que ela soubesse do fato de que Harry havia se entregado, ainda saberia que o Lorde impiedoso voltaria para buscar mais aliados e exterminar aqueles que continuassem o rejeitando.

O banheiro das garotas, o da Murta que geme, era o melhor local no momento para terem aquela conversa. Ginny verificou se alguém a seguia antes de entrar no local abandonado aos trapos e se voltar para a movimentação esvoaçante da capa. Ela olhou bem para Draco e o objeto antes de dirigir a palavra.

- O que vocês estão planejando?

A sobrancelha do homem arqueou e o musculo da mandíbula contraiu.

- Sabe o que vamos fazer.

O olhar sério e o punho fechado da garota indicavam que ela estava disposta a lhe desferir socos a qualquer momento por uma resposta errada, mas ele não estava respondendo errado, ela realmente sabia.

- Detalhes, Doninha. Trabalho com detalhes. – seus lábios crisparam, seus dentes rangeram.

- Já disse o que vamos fazer e você sabe que não temos muito tempo antes de chegarem.

Seu rosto estava pálido desse que saíra da floresta proibida, seus lábios arroxeados e secos, as olheiras tão presentes quase brilhavam contra sua pele. Seu cabelo... o estresse que havia sofrido até ali... ela não havia reparado tão profundamente em sua aparência horas atrás, mesmo percebendo que não estava bem.

- Você... há algo que não está contando. – a mão calejada treinos de quadribol segurou o pulso com força, deixando a sensação áspera em sua pele lisa. – Sabe que pode falar comigo, não tem que carregar tudo sozinho.

- Eu sei. – sentiu como se houvesse chumbo em seu estômago. – Há coisas que vai saber no momento certo, Ginny... todos irão.

O olhar impassível da garota era claro: não iria deixa-lo sair dali enquanto não contasse para ela. O suspiro soou alto entre os lábios do loiro e um feche de luz brilhou e os olhos da garota foram a seu encontro. Um passo para trás, ela havia desvencilhado seu toque do pulso do garoto e levou sua mão a boca, o olhando trêmula, balançando a cabeça e transparecendo o que sentia.

Ela soube exatamente o que significava ao olhar, sabia o estava por trás e não duvidaria de seus instintos nem por um segundo.

- Você não... O que você... Não pode ir... – seus olhos marejados partiram o coração já estilhaçado de Draco.

- Não há alternativas. – uma sensação fria passou por sua coluna, um pressentimento. – Preciso ir, Ginny.

Ele se virou em direção a porta e quando deu o segundo passo a mão da garota o puxou pelas vestes. Ele podia ouvir a respiração descompassada, os suspiros e as súplicas que vinham de sua mente, mas ele não poderia fazer nada.

- Draco... não ouse fazer isso, ou eu te mato, ouviu? Eu te mato seu desgraçado, babaca, projeto de veela! – um soluço, um soco e muitas lágrimas.

Ele riu. Riu de verdade e as lágrimas se contiveram em apenas lubrificar seus olhos e os mantê-los brilhando de maneira lupina. O Malfoy se virou para ver a imagem da ruiva, marcando seus traços em sua mente assim como fizera com Neville, Harry e Creevey. As lágrimas manchavam seu rosto, grudando alguns fios ruivos tão intensos e brilhosos quanto o gloss que usava no casamento de seu irmão. Ele a abraçou forte, apoiando seu queixo no topo da cabeça da menor, mantendo seu choro abafado contra seu peito. Ela retribuiu o abraço tão forte quanto conseguia.

- Vai ficar tudo bem, vai me ver em breve.

- Você jura?

- Farei o possível.

Suas mãos acariciaram os fios grossos ante de afastá-la e depositar um beijo em sua testa, um sinal de afeto, mostrando o quanto a amizade e o apoio que ela avia lhe dado naquele tempo significava pare ele. A melhor irmã que nunca tivera. Saiu vestindo a capa e sorriu com o pensamento anterior... Dois Weasleys em seu ciclo íntimo, já havia dado a cota em sua vida.

Não se passaram muitos minutos desde que Draco havia passado pelas portas do banheiro, no caminho do Salão Principal uma voz ecoou tão fria e triunfoa quanto poderia. Um arrepio passou por sua espinha o fazendo parar de súbito no meio do caminho, ainda sem a proteção da capa.

"Harry Potter está morto. Abatido em plena fuga, tentando uma chance de se salvar enquanto ofereciam suas vidas a ele. Levaremos então o cadáver como prova da morte de seu herói, o que deixou de existir."

O arrepio que o percorria te tornou um tremor intenso. Tudo aquilo que havia visto anteriormente se tornou ainda mais real com aquelas palavras, tão crível. Algo arranhava sua garganta com força, quase podia sentir o gosto metálico de sangue e a sensação do líquido quente escorrendo pelas paredes, mas o que escorria em si eram apenas o suor frio e uma única gota solitária que saíra de seu olho.

Seus punhos se fecharam com força, a varinha empunhada, os dentes trincados, lábios cerrados em uma linha pálida e fina, e seus olhos... ah, eles estavam com um brilho obscuro, uma raiva explicita, o ódio transbordando. Como poderia dar continuidade aquilo sem ao menos conseguir mascarar seus sentimentos naquele momento?

"A batalha está ganha."

Não pra você. Nunca pra você.

"Vocês perderam metade de seus homens."

E este sacrifício não vai ser em vão!

"Meus Comensais da Morte são mais numerosos que vocês, e O-Menino-Que-Sobreviveu está liquidado."

Outro sacrifício que não passará em branco.

"A guerra deve cessar."

Sim, e será com sua morte!

"Quem continuar a resistir será exterminado. Homem, mulher, criança, não me importa. Saiam do castelo agora, ajoelhem-se diante do Lorde Voldemort e suas vidas serão poupadas. Suas famílias continuaram vivendo, cada membro de suas famílias que permaneceram de pé. Vamos juntos construir um novo futuro onde nós, bruxos e bruxas, estaremos em nossos devidos lugares, em nossa posição de glória e supremacia. Juntem-se a nós e vivam o futuro glorioso."

Não!

Seus peito subia e descia em uma respiração curta e pesada, sentia a adrenalina correr por seu corpo. A sensação de agir por impulso queria lhe dominar, sim, ele queria mais do que nunca recair na tentação e agir por impulso ao menos uma vez, mas não poderia. O que um ato não calculado poderia fazer com todos que estavam ali? Levar a uma destruição em massa de vidas trouxas e bruxas, a devastação do mundo que conhecem. Não valia a pena.

Foco.

O toque de seus dedos na parede fria de pedra o ajudou a despertar, lembrar de seu foco, o que deveria ser feito afinal. O plano estava orquestrado há muito pelo próprio Dumbledore – outro que ele gostaria de tirar satisfações ele mesmo, talvez tenha sido ingênuo na época ou estava agindo de maneira certa. Mas nada lhe tirava aquela raiva encubada em seu interior desde o dia em que soube o que ele havia planejado para Harry. O favoritismo visível para todos os alunos de Hogwarts tinha um preço muito algo a ser pago, e ele não conseguiu fazer nada a não ser seguir com aquilo e ver a vida deixar o verde intenso e brilhante dos olhos do amigo.

Ele pegou ar suficiente para preencher seu pulmão até sentir um desconforto e soltou tudo: o ar, a frustração, a raiva, um pouco da dor e angustia que habitava em seu interior. Ele precisava fazer aquilo por cada um que estava lutando naquela guerra. Como será que Snape se sentiria ao acordar depois que tudo estivesse resolvido? Será que sentiria orgulho dele como sua mãe disse que sentia? Não sabia se deveria deixar esse tipo de pensamento tolo passar sua mente em um momento de tanta tensão, mas não poderia evitar, queria a aprovação de seu tutor, do pai que ele abraçou como seu.

Com isso em mente, ele caminhou lentamente para onde a multidão seguia, sentido a mescla do calor humano com o vento gélido, fétido. Tudo ali lhe remetia à morte. Será que ele estaria preparado para seguir em frente?

Estava amanhecendo, mas as belas cores da aurora não pintavam os céus, apenas a cor pálida e sem vida de uma paleta de cinza em degardê estavam presentes. Algumas nuvens estavam pairando ali, ocultando o resquício de provas que minutos atrás o céu mais parecia uma densa camada de nanquim denso, ocultando as provas do assassinato de Harry. Ele vira tudo, ouvira tudo. Uma testemunha ocular que buscaria pela vingança da morte de um ente querido. Alguns poderiam chamar de justiça, mas ele sabia muito bem o que aquilo significava para si, como aquilo pesava como chumbo em seu interior.

Haviam comensais porta parte. O mar negro e rostos com sorrisos cínicos sedentos por sangue. Alguns pareciam comovidos ao olharem para a situação daqueles que estavam em lados opostos, mas eram tão poucos que não acrescentariam muito em uma rebelião. Os olhos devoravam a massa de estudantes, professores e membros da Ordem que se opunham contra eles, deixando o aviso claro do que poderia vir a seguir.

Voldemort estava entre os dois lados, no centro, exibindo um grande sorriso que esbanjava satisfação. Foram dezessete anos lutando contra o garoto e finalmente o matara com as próprias mãos, fazendo o símbolo de resistência e esperança que era Potter em um covarde. Mentiras e mais mentiras, era disso que se tratava seu legado. As orbes vermelho rubi brilhavam como os de uma criança ao ganhar um brinquedo novo, e não era para menos, estava a um passo de conseguir o domínio do mundo bruxo. Mas a que custo?

Draco observava com atenção a feição do Lorde das trevas. Seus traços deformados pelos procedimentos de artes das trevas, pela busca da imortalidade e o poder eram irreversíveis, mas ele não parecia se importar. Tom Riddle era um psicopata, um bom orquestrador de planos, ótimo líder e um exímio manipulador, um combo que se somava a beleza natural que puxara do pai trouxa. Mas Voldemort era um monstro poderoso e que reinava a partir do medo e nunca de algum tipo de respeito, não, ninguém o respeitava de verdade.

Sua atenção mudou quando a mão ossuda de Voldemort fez um leve aceno indicando o gigante que caminhava atrás dele. Todos prenderam a respiração, alguém grunhiu de dor e um soluço ecoou pelo ar aberto. O loiro quase caiu ao ver o corpo pálido de Harry nos braços de Hagrid, que o levava com facilidade, como se fosse um bebê. As lágrimas brilhavam com o reflexo dos primeiros raios de sol, seus olhos inchados de tanto chorar pelo menino que ele ajudava com tanta alegria. Fora Rúbeo que o carregou no começo e ele quem o carregou no final. Poderia ser poético se não fosse absolutamente trágico.

- NÃO!

Foi a primeira palavra dita, e para surpresa de todos, seu emissor fora ninguém menos que a professora McGonagall. A dor lhe bateu com força, pois ninguém poderia imaginar que a mulher conseguiria emitir um grito naquela tonalidade, com aquele nível de desespero. Sua máscara impassível havia ruído, seu olhar aflito fitava Harry, um passo na direção do garoto quase foi dado se alguém não a impedisse.

- Não...

- Não!

- Harry!! Harry!!

Ouvir a voz de Ron, Hermione e Ginny daquela maneira foi ainda pior do que ele havia previsto. A culpa o tomou ao ver os cabelos ruivos balançando de um lado para o outro enquanto não parava de repetir o nome de Potter com tamanho desespero enquanto Hermione a segurava em um abraço firme. Seus punhos estavam serrados.

Camuflado entre a multidão ele observava a cena de horror. Se sentia impotente, tanto quanto poderia se sentir naquela situação, só precisava esperara a hora certa para dar o golpe final. Calma, era só do que ele precisava.

- Calados! – gritou o ofídico olhando na direção da Weasley. – Coloque ele no chão, Hagrid, mostre como o cadáver do Eleito permanece inerte no chão.

O meio gigante apertou mais Harry contra o corpo. Confuso, estava tão confuso, não sabendo como reagir a situação, com o corpo do garoto sem vida em seus braços o lembrando da noite em que o deixou na porta de seus únicos parentes, na rua dos Alfeneiros. Tantas coisas haviam acontecido desde então e o nome do menino-que-sobreviveu nunca havia saído da boca das pessoas, o único que sobreviveu a maldição da morte.

Com cuidado, Hagrid fez menção a colocar Harry no gramado e um dos braços do garoto pendeu para o lado, todos observavam atônitos. Voldemort umedeceu os lábios com um regozijo no olhar, absorvendo a reação de cada um, observando a esperança sair dos olhos lustrosos do bruxos, agora sem brilho. Valeu cada ano de espera para conseguir seu poder.

- Estão vendo! Harry Potter está morto! – a risada dos comensais ecoavam com o sobro do vento. – E morreu fugindo! Foram ludibriados pelos boatos que corriam. Morreu como um covarde e não como o herói que vocês o denominavam! Tolos, todos vocês que creram que um garoto poderia derrotar o Lorde das Trevas, o maior bruxo vivo!

Um burburinho rolava entre os comensais, os outros bruxos que rodeavam Draco pareciam agitados, todos com suas varinhas em mãos, todos com a respiração pesada e lábios comprimidos. A indignação, a raiva, a frustração, o medo, a dor. O turbilhão de sentimentos era claro em seus rostos, em seus olhares tão diferentes do que eram a horas atrás, quando lutavam com afinco contra os bruxos das trevas, dispostos a perderem suas vidas em campo.

- Ele te derrotou! – rugiu Ron para Voldemort.

Um lampejo vermelho voou pelo ar, iluminando o cenário. O Lorde se defendeu e olhou para o garoto com um sorriso cínico, podia sentir a vontade de Voldemort de mata-lo e tortura-lo. O corpo de Draco estremeceu. Não era o momento, ainda não era o momento de fazer algo.

Porra Ronald!

- Quem irá se voluntariar para se juntar a nós, o futuro da comunidade bruxa? – questionou a multidão.

O Malfoy engoliu seco. Seus passos eram contidos, sua postura estava ereta e sua face, ah, ela impunha um prazer e ar de supremacia digno dos boatos espalhados pela escola. Para eles ele era Draco Lucius Malfoy, um dos comensais da morte, o bichinho de Lucius e o novo preferido de Voldemort, que roubara a posição de sua própria tia, a tão temida Bellatrix Lestrange. Ele mostraria ali que cada um daqueles boatos era verdade. Faria isso pelo bem daqueles que precisam de sua proteção.

Voldemort sorriu largamente ao ver seu pupilo, o jovem Draco, que mostrou-se digno de confiança, tão frio e calculista quanto ele quando jovem. Um prodígio em meio a tantos bruxos inúteis que o apoiavam apenas por medo das consequências. O pequeno Malfoy tinha gosto pelo que fazia, como sua tua tia sempre teve, mas diferente dela, ele pensava muito em seus atos. Focado, analítico, cruel.

- Ah, meu querido Draco! – bradou. – Venha, venha se juntar ao seu verdadeiro lado, chega de ficar em meio aos que não são dignos de sua presença. Você tem seu posto ao lado do Lorde Voldemort desde o momento quem que se mostrou capaz e superou qualquer expectativa criada.

O homem estendeu os braços para o garoto, o envolvendo levemente, quase sem o tocar realmente, e depositou alguns tapinhas em suas costas, o parabenizando pelo ato e por todo o resto que havia feito naquele campo de batalha.

- É sempre uma honra, Milorde. – fez reverencia e caminhou em direção a sua família.

Sua mãe fazia um gesto sutil para que ele se aproximasse e o abraçou forte quando ele parou a seu lado. O olhar de Lucius vinha junto com um sorriso de aprovação e uma ponta de orgulho. Draco sabia o que aquilo significava para ele, para seus antecessores, um trunfo para a família. Seu estômago revirava só de lembrar as coisas que passou e que poderia ter passado se não tivesse tomado as rédeas de sua própria vida.

Ele respirou fundo e olhou de soslaio, uma onde elétrica passou por si e o ar pareceu rarefeito. Mancando, um garoto alto de cabelos castanhos se aproximou do ofídico. Seu suéter o denunciava, o Malfoy o conhecia muito bem, mais do que poderia imaginar que conheceria um dia. Neville avançou com certa dificuldade deixando apenas três metros de distância entre ele e o bruxo que o olhava com curiosidade de certo desprezo.

- Não era bem o que eu estava esperando. – uma onda de risadas veio do lado dos de Voldemort. – E que é você, meu jovem? Quem é que se voluntaria para demonstrar o que acontece com que se prontifica a lutar uma batalha perdida?

- Logbottom. – disse ofegante. – Neville Logbottom.

Bellatrix soltou uma rizada estridente, cheia de malicia, tão lasciva perdida em suas memórias. O punho de Neville se fechou com força, o brilho vermelho da garra e da cede de justiça pelo que aconteceu com seus pais e amigos era visível.

- É o garoto que veio dando tanto trabalho para os Carrow, Milorde. – disse Bella. – Como vão seus pais, querido?

- Talvez eu te conte quando nos encontrarmos no inferno! – gritou, puxando a varinha.

A bruxa se colocou em guarda, assim como os outros comensais. Voldemort observava tudo com curiosidade, alisando sua varinha enquanto via até onde poderia ir aquela cena. Seu queixo se ergueu ao ver o movimento com a varinha e com um movimento furtivo, o bloqueou sem esforço. Lestrange parecia ainda mais raivosa após a proteção recebida.

- Me lembro de você. – disse com a voz mansa. Os comensais voltaram sua atenção para o Lorde que caminhava de um lado para o outro estudando o garoto a sua frente. – Tem sangue puro, não tem?

- E se tiver? – respondeu ríspido.

- Um jovem cheio de garra, tão vivido e cheio de coragem, ainda tendo sua linhagem nobre, uma das família cujo o sangue não fora corrompido. Você, meu jovem, seria um ótimo Comensal da Morte, honrado, valioso. Precisamos de pessoas como você, Neville Longbottom.

O garoto lançou um meio sorriso para o ofídico que estendia a mão para ele. Um olhar para a multidão que o encarava calados, ele viu os rostos conhecidos de Ron, Hermione, Ginny e Luna, que o olhava curiosa como sempre. Uma breve risada aspirada saiu de seus lábios e se virou encontrando os olhos enevoados de Draco. Seu sorriso aumentou. O loiro prendeu o ar.

Neville avançou para Voldemort e os três metros se tornaram dois e meio, o deixando quase a frente a Harry e Hagrid. O bruxo das trevas o olhava presunçoso, tendo em mente que conseguira angariar mais uma joia pura para sua pequena caixinha de preciosidades, todavia o Longbottom mirou seu olhar para o céu, de onde a fênix voava, deixando o chapéu seletor cair a seus pés. O som da canção da ave o agraciou com um calor agradável.

- Vou me juntar a você no dia em que o inferno congelar! – cuspiu as palavras no rosto do Lorde, pasmo, enraivecido. – Armada de Dumbledore! – gritou para que os quatro cantos do mundo o ouvissem e no momento seguinte já estava desembainhando a espada de Godric Gryffindor do chapéu, mostrando o motivo pelo qual foi selecionado para sua respectiva casa, o lar dos corajosos.

Os momentos seguistes foram uma sequência de grandes acontecimentos, todos tão rápidos que nem mesmo Voldemort conseguira processar tão rápido.

Com o grito de Neville, a multidão de estava de seu lado avançou, o corpo de Potter, ainda nos braços de Hagrid, escorregou para o chão; Draco, mesmo confuso e pasmo com a suposta ressureição de Harry, avançou na direção do garoto tão rápido que ninguém pode detê-lo, ele jogou uma varinha para O Eleito e ambos correram na direção do grande corredor aberto que levava para o saguão do castelo, onde os alunos costumavam se reunir na pausa das aulas.

Nagini avançou para Neville, protegendo seu mestre enquanto os outros o mantinham ocupado. Para a supra surpresa de todos, com a espada bem empunhada, a lâmina resplandeceu em uma luz prateada contra os feixes de raios de sol que apareceram entre as brechas das nuvens cinzentas, e no momento seguinte a cabeça da cobra rolava no chão ainda com os olhos esbugalhados e o sangue escuro escorrendo. Um uivo de dor saiu de Voldemort.

Grope surgiu entre as arvores com outros gigantes, estremecendo o chão junto aos galopes dos centauros que vinham em bando com seus arco e flechas e já posicionados, mirando no inimigo iminente. Os gritos cresceram, o caos se estabeleceu novamente. Então nuvens de fumaças negras invadiram o céu, os seguidores de Voldemort se sentiam ameaçados, fugiam da batalha ao ver a cobra do Lorde morta, Potter vivo depois de mais uma maldição da morte.

- Onde estão indo!? – gritou Bellatrix. – Covardes! Covardes!

Testrálios sobrevoavam em meio aos gigantes, Bicuço, o hipogrifo também se juntara a eles, derrubando os comensais que ficaram para a batalha que resultaria em um grande massacre para as forças das trevas. Indignado, Voldemort corria dando ordens para os comensais, procurando por algo com um olhar assassino.

- Onde está Potter!? – gritava enquanto corria para os lados buscando pela face do garoto. A sensação de ódio lhe dominou ao olhar para a cena que acontecia, o poder que os apoiadores de seu inimigo conseguira reunir. Estava perdendo seus homens.

A multidão seguia para dentro castelo, indo todos para o saguão. Harry estava coberto por sua capa da invisibilidade, Draco havia lhe devolvido assim que conseguiram se perder dos olhos dos comensais. O loiro estava invisível a olhos nus, protegido por seu feitiço desilusório, mas o Potter sabia que ele continuava a seu lado, escutava a respiração ofegante pela fuga. Eles seguiram para onde havia menos movimento, mas parecia impossível achar um local assim naquele caos.

Voldemort estava do lado oposto ao deles, deferindo diversos feitiços em pessoas aleatórias antes de avistar dois alvos que sentiria prazer em matar: Simas Finnigan e Hanna Abbout, ambos membros ativos na Armada de Dumbledo, ele sabia. Em conjunto, Draco e Harry lançaram feitiços escudos, um reforçando o outro, para que nada os acontecessem. Não houve tempo para respirar com alívio quando o feitiço falhou a atingir os alvos, continuaram correndo pela extensão do saguão.

Conseguiram ver a figura de Gui correndo para alcançar Horácio que permanecia com seu pijama esmeralda cintilante, ambos lutavam com bravura, assim como todos os outro. Haviam muitos mais do que no primeiro momento, o professor Slunghorn havia se certificado disso após o conselho do jovem Malfoy. Comerciantes, estrangeiros, homens e mulheres de todos os tipos estavam ali batalhando por Hogwarts e pelo mundo bruxo.

Como se nada mais pudesse os surpreender, uma enxurrada de elfos domésticos passaram derrubando comensais com sua magia, os dois que comandavam esse pequeno exército não poderiam ser ninguém menos que Dobby e Monstro, que carregava o medalhão de R.A.B em seu pescoço. A surpresa tocou ambos os garotos, arrepiando os pelinhos de seus rostos de uma maneira boa.

- À luta! À luta! – gritava monstro.

- À luta por Harry Potter e seus amigos, defensores dos elfos domésticos! – bradou Dobby.

- À luta contra o Lorde das Trevas, por meu senhor e em nome do corajoso Regulus! À luta!

Os elfos juntos a eles rugiam em aprovação, avançando para cima dos bruxos das trevas que os olhavam com nojo e indignação. Draco se deu ao luxo de rir com o pensamento de como sua tia Bella reagiria ao ver Monstro no meio de uma revolução élfica. Mas a batalha ainda não havia terminado.

O Lorde estava no centro da batalha, matando tantos quanto conseguia apenas para mostrar do que era capaz quando interferem em seus planos. Harry não achou um posto de mira para conseguir atingi-lo, então fez o que lhe era mais óbvio.

- Eu vou entrar. – disse ele para a direção de Malfoy. – Preciso derrota-lo. Te vejo depois.

O loiro parou por um momento tentando entender o que acontecera, mas já era tarde demais para ir atrás de Harry àquela altura. Enquanto Potter fazia o trabalho sujo, ele ajudaria quem precisava, não poderia ficar parado, e de qualquer maneira saberia onde está Harry se acompanhasse os passos de Voldemort.

Ele não iria se desesperar.

Em meio a sua busca viu Yaxley se nocauteado pelos gêmeos Weasley, Dolohov com um grito às mãos de Flitwick, viu Walden Mcnair ser atirado do outro lado do salão por Hagrid, caindo todo ensanguentado e certamente morto. Viu Ron e Neville batendo no Lobo Greyback, Alberforth estuporar alguns comensais, Arthur e Percy derrubarem um homem com o dobro do tamanho deles, e viu seus pais zanzando em meio ao caos buscando por ele. Aquilo lhe partiu o coração. Narcisa parecia estar tranquila, mas Lucius não, Lucius estava desesperado e buscando por seu único filho no olho da guerra, podendo morrer na tentativa.

Um passo foi dado na direção deles, mas seu foco mudou quando escutou a risada aguda e esganiçada de Bellatrix. A bruxa lutava com Ginny, Luna e Hermione, todas dando tudo de si, mas a mulher valia por todas elas, seu coração pareceu parar quando uma maldição da morte passou tão perto de Ginny e Mione que por milímetros elas não são atingidas.

Ele correu como nunca havia corrido na vida. Sentiu tanto ódio que poderia rasgar a pele da mulher que era de sua própria família pelo o que quase havia feito com sua amiga e seu amor. Ninguém tocaria nelas, ninguém tocaria na família que ele tomou como sua.

Quando chegou no centro entre elas, seu feitiço havia desaparecido, todos o viam em seu resplendor de ódio e proteção. Seus olhos poderiam matar qualquer um que os olhasse diretamente.

- Mudando de lado, Draquinho? – seu sorriso era largo, satisfeito. Ela sabia desde o início que ele era um farsa. – O que será que seus pais vão achar quando lhes contar que matei meu querido sobrinho por traição?

Sua varinha estava em punho, firme, apontando para a mulher.

- Se tem algo que eles me ensinaram, tia Bella, é proteger a família a todo custo!

Sem hesitar, o loiro lançou um feitiço, mas Bellatrix não era a favorita de Voldemort sem motivo, ela era boa, muito boa. Um, dois, três ataques e ela se defendeu. A mandíbula de ambos estava trincada, a seriedade no olhar, o ódio, desgosto. Lestrange olhou para Ginny e um lampejo verde saiu de sua varinha. Draco o deteve.

- MINHA FILHA NÃO, SUA VADIA!

Molly veio como um furação lançando feitiços sem pausa, um após o outro. Bella defendia todos e logo atacou e um sorriso perverso pintou seus lábios, o loiro viu a oportunidade exata enquanto ela e Molly se encaravam como se fosse se matar apenas com aquilo. Talvez conseguissem, não era ele quem ia fuvidar.

- Petrificus totalus! – conjurou o garoto.

Enquanto o corpo de Bellatrix ficava rígido como mármore, sua feição de espanto era eternizada na mente dos que assistiam a pequena luta com satisfação e surpresa – ninguém esperava realmente que ele atacasse um membro de sua família, era o que pensavam os que estavam ignorantes da realidade.

Molly apenas o olhou com um sorriso complacente e ele apenas fez um sinal com a cabeça, como quem dizia "faça as honras".

- Reducto!

A bruxa explodiu em milhões de pedacinhos minúsculos, cirando poeira que era varrida pelo vento que soprava em fracas correntes de ar. Ele ousou olhar para Hermione tão perto de si e ao menos tempo tão longe. Um longo suspiro saiu de seus lábios antes de conjurar novamente o feitiço desilusório e sumir para o mundo novamente. Não pode evitar olhar novamente para a garota que continuava a olhar fixamente na direção dele, seus olhos marejados e um sorriso singelo estava em seus lábios.

Um passo, dois, e ele estava diante dela, perto o suficiente para sentir seu hálito quente, a respiração irregular. Tão nostálgico. Passou a mão delicadamente pelos cabelos que cobriam a testa da garota e depositou um beijo ali, aproveitando para reunir a energia que lhe foi tirada até ali. Sua mão desceu na linha de seu rosto contornando-o. um arrepio passou pela coluna de Hermione, um calor que outrora avia se apagado voltara a arder em seu peito.

- Me desculpe não ter lhe contado antes. – disse ele baixo o suficiente para que apenas ela escutasse.

- Não, você... não se culpe, não se desculpe... – as lágrimas começaram a rolar quentes. – Draco, eu te...

Mas o calor de sua mão invisível não estava mais ali, assim como a sensação de sua presença.

Draco caminhou em direção ao pequeno tumulto que havia se formado no local onde estava Harry, dessa vez não olhou para trás, não hesitou. Quanto mais se aproximava, mais sentia que algo estava muito errado, pois todos haviam parado de batalhar. Todos. A voz de Harry e Voldemort ecoavam pelo local conforme ele se aproximava, a conversa parecia mais uma troca de farpas.

As pessoas abriam mais e mais uma roda enorme entre o Lorde das Trevas e O-menino-que-sobreviveu, deixando-os com espaço o suficiente para se enfrentarem sem causar danos e conseguissem ouvir e ver tudo o que acontecia naquele momento.

- É o amor de novo? – a voz de Voldemort soou com desprezo e zombaria, cada vez mais alta conforme o loiro chegava a primeira fila. – A solução preferida de Dumbledore era isso, o amor. O mesmo amor que não o salvou quando despencou morto da torre? – riu com escárnio. – O mesmo amor que não me impediu de matar sua mãe sague-ruim como se fosse nada além de um inseto desprezível, Potter. E se me lembro bem não há mais ninguém que o ame o suficiente para tomar para si a maldição da morte ao em vez de você... Quem exatamente vai salva-lo de mim agora?

- Apenas uma coisa.

- Então há duas possibilidades. – retrucou. – É tolo o suficiente para acreditar que possui mais magia, mais conhecimento que eu, ou, então, uma arma mais poderosa que a minha.

- Um pouco dos dois, imagino. – replicou o garoto com um sorriso.

A risada de Voldemort ecoa por todo o saguão, fica como gelo, alta como se estivesse a aumentado com magia. Os olhos vermelhos encaravam Harry com curiosidade, as pessoas que assistiam permaneciam em silêncio, atônitas.

- Acha que tem mais sabedoria do que eu? Eu, o Lorde Voldemort, capaz de uma magia e conhecimento que foram capaz de derrotar o próprio Dumbledore?

- Ah, não se engane com tanta facilidade. Dumbledore sabia de tudo, você não o derrotou, do mesmo jeito que não tem mais sabedoria que ele. A diferença e a prova disso, Tom, é que ele não faria o que você faria o que você fez.

- Então quer dizer que ele era fraco! Fraco demais para ousar, para conseguir chegar onde eu cheguei! – berrou. – Eu causei a morte de Dumbledore!

- Você adoraria isso, não adoraria? – Draco podia jurar que via o veneno escorrendo no canto da boca de Harry, ele o ensinara muito bem. – Você pensa que causou, mas está enganado.

As pessoas ao redor pareciam ter perdido o fôlego após a afirmação, surpresos ou apenas aliviados. O Malfoy apenas observava atento aos passos dos dois que se rodeavam com olhares fixos.

- Ele está morto! O corpo de Albus Dumbledore está putrificando em seu túmulo nos jardins de Hogwarts! Eu mesmo vi quando lhe tomei a varinha. – um sorriso sádico se formou mostrando os dentes pontiagudos. – Ele não retornará.

A dor cintilava no verde nos olhos de Harry.

- Realmente, Voldemort, ele está morto. – admitiu. – Mas não foi você que o matou, longe disso. Ele escolheu seu próprio destino, ele abraçou a morte após montar um plano meses antes de acontecer. – um meio sorriso surgiu. – fez tudo isso com um homem que você acreditava ser seu servo.

A visão de Snape há três horas atrás veio na mente de Draco, quando ele o salvou apesar das circunstancias críticas, ele o salvou. Severus Snape estava vivo.

- Agora você proclama contos, Potter!?

- Ah, seria sim um ótimo conto, imagino que está em livros de história mais para frente; as páginas contando como Snape, o leal servo, na verdade era leal a outro alguém. – o rosto do ofídico pareceu ficar mais pálido. – Contando que, na verdade, Severus Snape era por completo um homem de Dumbledore. Você nunca chegou a ver o patrono dele, chegou, Riddle?

O choque o mantel calado, apenas avaliando se as palavras de Harry eram verdadeiras ou apenas um conto de fadas para distraí-lo e conseguir derrota-lo.

- Uma corça. O patrono dele, como de minha mãe, era uma corça. O amor que ele sentia desde criança por Lililan Evans o levou a isso, levou a se juntar a Dumbledore sem hesitar quando você a ameaçou, quando a matou. Mas você não entende isso. Ele pediu a você que a poupasse, não pediu?

- Não passava apenas de desejo carnal. – cuspiu. – Ele concordou que haviam outras mulheres, mulheres dignas, de sangue puro...

- É claro, naturalmente ele lhe disse isso, era o obvio a ser dito naquelas condições como espião que se tornou.

Podia jurar de Voldemort iria cuspir fogo em Harry para acabar com a enxurrada de verdades. Aquilo estava saindo melhor do que o pedido, de fato.

- Não faz diferença a quem ele servia verdadeiramente, eu ou Dubledore, pois ele morreu pelas mãos daquele que considerava como filho. – aquilo ecoou no ar e atingiu Draco como um soco. – Poderia eu mesmo tê-lo feito, mas Draco se ofereceu e no final eu o esmaguei como fiz com sua mãe, tudo veio por meus comando ou próprios meus atos. Mas me certifiquei de desarma-lo antes, então o plano de Dumbledore foi em vão, a varinha é minha! A varinha da morte, a varinha mais poderosa!

O vento silvou.

- É, falhou de certo modo. Mas antes de me matar, Riddle, você deveria dar lugar ao remorso, pensar seriamente no que fez... deixar que sinta o remorso.

- O que é isso?

Suas orbes rubis brilhavam em chamas intermináveis, impossíveis de apagar. As pessoas recuaram, mas Draco se manteve ali esperando próximo passo.

- É sua última chance. Vi o que acontece com você se não aproveitá-la. Seja homem, Tom... dê lugar ao remorso...

- Você ousa...

- Ah, sim, eu ouso pois o plano de Dumbledore não se voltou contra mim, mas para você.

Voldemort apertava a varinha com tanta força que a qualquer hora ela quebraria em sua mão. Ele estava tremendo de ódio, tentando o conter para ver até onde aquilo iria. Mal sabia ele o que lhe custaria sua curiosidade.

- A varinha não está funcionando de maneira correta com você, está? – ele fez uma pausa para observar Voldemort. – Você não está se atendo aos detalhes, Tom, Snape nunca derrotou Dumbledore! Ele o matou, é claro, mas nunca o derrotou. Lembra o que Olivaras disse? A varinha escolhe o bruxo... E naquela noite não fora Snape quem tomou a varinha de Dumbledore, não fora ele a desarma-lo contar sua vontade, a deixa-lo indefeso, fora outro bruxo...

O Peito dele descia e subia freneticamente, estava a ponto de um colapso ao juntar peça por peça, conforme Harry as entregava para ele. Não poderia ser o que ele pensava, não, não seria isso. Os olhos atentos vasculhavam a multidão em busca do novo senhor, daquele quem ele precisava matar.

Os passos que iam em direção a ele e Potter quase não foram ouvidos pelo frenesi em que estava, o Lorde mantinha seu foco do lado oposto, procurando o rosto suspeito. Quando se voltou para Harry, a imagem de Draco Malfoy estava a seu lado com um sorriso pretencioso e um olhar tão terrível quanto.

- O que isso significa?! – disse entre os dentes.

Os dedos finos e pálidos de Draco passaram por seus cabelos prateados enquanto se ajeitava casualmente, com uma postura que nunca teve em frente ao Lorde, muito menos depois do que se tornou, depois da posição que adquiriu.

- Surpresa, Milorde.

- Draco, o que você...

- Como Severus eu tomei minha decisão, Milorde. Por anos você torturou minha família, nos ameaçou, tornou minha vida em um inferno enquanto manipulava meu pai e os que o rodeavam. Minha linhagem pode tê-lo seguido, meu antepassado pode ter andado lado a lado com você e torturado enquanto ainda frequentavam Hogwarts, mas isso acabou aqui comigo. Ninguém além de mim mesmo faz as minhas escolhas.

A risada forçada fez com que os burburinhos dos espectadores cessassem e que se afastassem ainda mais. Harry permanecia firme ao lado do amigo, encarando Voldemort com um olhar severo.

- Fui leviano, mas isso não se repetirá. – meneou a cabeça. – Sabe o que sua aventura heroica custará não sabe, Draco? Independente do resultado, menino, você cai.

- Será um prazer. – replicou.

- Deveria ter escutado Bella, mas é muito tarde para arrependimentos. Bellatrix! – gritou a convocando.

Draco riu com escárnio ao ouvir a tentativa vã do homem. Balançando a cabeça em sinal negativo, o loiro se ajoelhou para pegar um punhado de pó de escombros que cobria o chão e o soltou, deixando o vento o levar na direção do Lorde que olhava com os olhos arregalados.

- Com sorte, alguns destes grãos seja parte de sua preciosa serva.

- Você se atreveu...

- Foi ótimo trabalho em conjunto, admito. Uma pena não poder repeti-lo futuramente.

Harry pareceu surpreso com a fala do amigo, mas não deixou transparecer por muito tempo, tinham coisa mais importante para lidar no momento. Ambos estava ali, lado a lado, contra o maior bruxo vivo. Quem diria que seria Draco Malfoy a seu lado em um momento como este? Talvez estivesse sozinho e sequer conseguisse chegar perto de uma vitória de o loiro não estivesse a seu lado. Talvez o mundo estivesse ruindo aos pés de Voldemort há meses se sua ajuda não fosse tão ativa. Muitos mais poderiam estar mortos.

- Então a questão se resume a isso, não é? – disse o Potter colocando a mão no ombro de Draco. – Sua varinha já tem a quem servir em sua totalidade.

- O que me torna o senhor da Varinha da Varinhas. – o loiro sorri.

Um forte vento soprou no céu e sobre eles e as nuvens se abriram, dando lugar aos raios dourados de sol. Os três foram iluminados no momento em que os raios tocaram suas pelos, mostrando seus hematomas, arranhões e transparecendo seus rostos em sua totalidade. Estavam sérios, ofegantes, rígidos e com olhares fixados. O mundo pareceu parar ao redor deles naqueles segundo em que juravam a morte de seu oponente, e quando o ar voltou a fluir em seus pulmões, a adrenalina explodiu.

- Expelliarmus! – gritou Harry.

- Avada Kedrava! – gritaram Voldemort e Malfoy uníssonos.

O vermelho e o verde dos feitiços de Harry de se fundiram em um poder que nenhum jamais havia visto; o estampido que soou no momento em que os feitiços se colidiram com o de Voldemort foi como um tiro de canhão, chamas azuis e vermelhas dançavam nos segundo em que os feitiços eram mantidos em uma briga, o clarão quase os cegou. Um círculo desenhava o chão marcando o local exato onde os três feitiços se encontraram, deixando a marca moldada por puro poder da magia, trevas e luz.

A varinha das varinhas irrompeu o céu, girando e girando na direção dos garotos, que, como bons apanhadores que eram, a agarram em conjunto, respirando com um alívio que não cabia no peito. Harry soltou a varinha, deixando-a na posse de seu senhor, o único que poderia manipular a varinha com a maestria e o poder certos.

Eles se viraram para frente vendo o findar a vida de Voldemort. Os olhos vermelhos ofídicos reviravam para cima enquanto ele caia de braços e boca abertos, era o fim de Tom Riddle. Seu corpo se desfazia em pequenas partes como papel queimado, desprendendo-se de sua pele e tomando o céu para si, em uma dança fúnebre e sombria. Quando terminou, ele voltaram a se olhar e o silêncio se fez presente por alguns minutos antes dos gritos de alívio e choro de alegria tomarem o loca.

Quando as pessoas começaram a se aproximar de seus heróis, Hermione correu em lágrimas para cima de Draco, assim como Ginny fez com Harry. O loiro olhou confuso, surpreso, mas não questionou o ato, apenas a acolheu em seus braços e a apertou aproveitando o tempo que lhe restava a partir dali. Ele sentia as lágrimas umedecerem sua roupa, não conseguia entender o choro, não parecia ser apena alivio.

- Mione, não têm porque chorar. – acariciou os cabelos volumosos.

- Você é um completo idiota! – ela o bateu com o punho fechado. – Por que não deixou Harry cuidar disso sozinho? Ele conseguiria! Você... – ela soluçou. – Era para ficarmos juntos, Draco...

- Então você ouviu. – um longo suspiro saiu de seus lábios.

- É claro que ouvi!

Draco a abraçou ainda mais forte, tentando fazer com que não existisse lei física que impedisse que dois corpos ocupassem o mesmo espaço. Queria senti-la, queria mudar o futuro. Ela os afastou com a mão espalmada em seu peito e o olhou como há muito não o olhava, com um sentimento cálido transbordando junto as lágrimas que escorriam de seus olhos castanhos avelãs. Ele se permitiu chorar também. Se permitiu cortar a distância entre eles e beija-la intensamente, sentindo seu sabor, aquele que sentia tanta falta. Ela sorria contra seus lábios. Como ele sentia falta daquele sorriso.

Eu disse que voltaria.

O mundo externo não existia mais, apenas eles dois e suas memórias. Eles podiam senti o laço que os unia, sentia como se completavam em alma e magia. Ele era dela e ela era dele. Parceiros, amantes, cumplices nos estudos e na arte de fugir durante a monitoria. Um sentimento que surgiu de maneira tão improvável, tão singular, se tornara algo forte como diamante – tão precioso e belo quanto.

Uma pontada aguda atingiu Draco no peito, o fazendo grunhir e se encolher no mesmo instante. Hermione o puxou contra si, impedindo que ele caísse no chão. Seus olho transmitiam o desespero que ela sentia, a dor que não fora nela parecia que ela sofrera tanto quanto ele. Ele tossiu e com os respingos de saliva veio as pequenas esferas rubras. Sangue. Hermione gritou por ajuda, Harry e Ginny já estavam a seu encalço e Ron, Neville, Dino Simas e Luna, que trazia Snape consigo, chegavam.

Draco estava pálido, mais do que jamais esteve, seus olhos brilhavam um azul-prateado lindo, não haviam sinais das sombras que outrora habitavam ali. As olheiras pareciam ter sumido e o prata de seus frios brilhavam contra a luz do sol.

Os olhos pareciam inquietos ao ver Granger se sentar no chão morno com Malfoy em seus braços. Snape pediu para que Luna o posicionasse ao lado dele, o ônix de suas orbes brilhavam ao olhar para o garoto. Um sorriu para o outro quando seus olhares se encontraram.

- Foi mais rápido que imaginei. – disse o mais novo.

Snape sorriu com tristeza e em seus olhos brilhavam as lágrimas que começavam a surgir. Ele pegou a mão de Hermione e a juntou com a mão de Draco, todos o olharam curiosos com o ato, mas o loiro entendeu.

- Algum arrependimento? – sussurrou Sev.

- Meu único arrependimento é não ter tido mais tempo, apenas isso. – ele olhou para Hermione. – Me desculpe por isso...

Hermione apenas balançou a cabeça quase frenética em sinal negativo, suas lágrimas voavam de um lado para outro em meio ao emaranhado de cabelo. Ela acariciou sua mão em um sinal de infinito e ele se lembrou do dia em que tudo havia mudado de fato, quando Potter o atingira com o feitiço de Snape e eles o levaram para a sala precisa. Quase sentia o calos da lareira e ouvia a discussão entre Ron e Harry. Ele sorriu com a lembrança.

Hermione pereceu perceber e conteve o soluço ao se lembrar da mesma cena. Fazia tanto tempo e ao mesmo tempo não.

- DRACO! – a voz irrompeu a multidão.

Lucius corria até o filho que mostrava os sinais da consequência de um ato que ele era o responsável, ele sentia na pele a consequência dele. Narcisa apenas se sentou ao lado de Snape e colocou a cabeça sobre o peito do filho e deixou as lágrimas dançarem em seu rosto. Ela esboçou o melhor sorriso que pode em um momento como aquele.

- Eu estou tão orgulhosa de você... – ela passou a mão pelo cabelo do filho e admira a beleza elegante que ele transmitia. – Você sempre vai ser meu bebê, Draco, meu precioso filho perfeito.

Ele sorriu com a declaração da mãe, aquilo afastava o resto de sombras que havia em seu peito, deixando apenas a luz cálida ficar ali. Era tão reconfortante. Tão calmo e cheio de paz.

- Não dói mais, mamãe. – ele fala calmo, quase em um sussurro colocando a mão dela sobre seu peito. – Está tudo bem agora.

O chora a dominou, assim como Lucius, que soluçava observando a cena lembrando-se do filho pequeno nos braços de Ciça, chorando e questionando a mãe os motivos de seu pai, ele fazer o que fazia. O olhar que o pequeno lhe lançava algumas vezes com a mão sobre o peito... Ele estava destruído. Seu filho, seu único filho e ele fez o que fez. Nunca desfrutou verdadeiramente seus momentos com ele e agora ele estava ali.

- Me desculpe, Draco... – Lucius agarrava as vestes do filho com força. – A culpa é minha, eu não deveria... estava cego... por favor... não vá... – soluços sofridos dançavam com o vento que cantava em meio as pessoas. – Se eu não o tivesse feito fazer o voto você...

Todos prenderam o ar. Voto perpétuo, cujo a consequência é a morte. As pessoas pareciam entender a gravidade da situação, nenhum deixava escapar o olhar de repreensão para Lucius, Harry parecia que iria arrasta-lo até ver o sangue escorrer de seu rosto.

- Que tipo de voto? – a voz de Ginny falhava.

- Enquanto estava infiltrado no ninho de cobras – disse Draco com a voz fraca. -, começaram a questionar minha fidelidade, e para se defender disso, meu pai propôs um voto perpétuo onde eu não poderia ajudar a derrotar Voldemort.

- E você aceitou...? – Neville olhava atônito, com um nó na garganta.

- Era algo necessário. – respondeu com suavidade. – Não poderia deixar que desconfiassem, isso era maior do que eu.

Aqueles cujo Draco havia ajudado, os que sabiam da verdade, os que, em algum momento, souberam do que ele estava fazendo antes de serem obliviados se lembraram. Os passos em sua direção eram impossíveis de serem evitados, assim como a angústia que sentiam ao ver um garoto que tanto havia sacrificado perder sua vida. Alguns tiraram seus chapéus, outros deixaram suas lágrimas escorrerem. Arthur chorava como se estivesse vendo um de seus filhos, Ron como se estivesse perdendo um irmão, assim como Ginny. Harry estava relutante, olhava atônito, não sabia como reagir a mais uma morte, mais alguém que ele tinha como família morrer por conta de Voldemort. Ele havia levado muitos, Draco não poderia ser mais um deles.

- Deve haver um jeito. – disse ele se recusando a acreditar naquilo. – Deve haver um jeito de reverter.

- Eu procurei, Potter. – a voz grave de Snape ecoou. –, procurei durante meses. Poções, objetos, feitiços, nada parece reverter um voto.

Harry abriu aboca novamente para tentar replicar Snape, mas a mão de Luna tocou seu ombro e Draco apenas sorriu.

- Está tudo bem, Potter. Você não é o único que pode se sacrificar por aqui. – ironizou.

- Você é um babaca. – disse ele com os olhos marejados.

- Sou muitas coisas. Incomodado por roubar um pouco de sua glória?

Um sorriso maroto surgiu em meio a dor que ambos sentiam.

- Só nos seus sonhos, Malfoy.

Ron parecia inclinado a dizer algo, mas não sabia o que. Ele estava vermelho como pimentão, manchado pelo choro e soluçando como uma criança que perdeu o doce. Seus olhos azuis claros estavam fixos em Draco.

- Estou morrendo e não ganho sequer um beijo de despedida, Ronald? – brinca. – Não vai realizar o último pedido de um apaixonado moribundo?

Narcisa se afasta ao perceber a interação com os amigos que Draco nunca mencionara, mas que ela sabia que eram a razão por sua mudança, por sua felicidade eminente e pela coragem que ele demonstrou.

- Você, projeto de Veela, doninha idiota, é um grande idiota! – disse entre os soluços. – Já disse para esquecer isso.

- Como poderia? – riu em meio a tosse.

Ron soltou um chiado e se jogou em Draco, no lugar em que sua mãe havia deixado vago. Ronald era como um bebê que estava perdendo seu brinquedo favorito e esperneava, e se negava a desgrudava dele. Draco apenas riu e deu tapinhas em suas costas.

Quando sentiu sua pressão cair, o mundo começou a rodar e viu o universo roubar seus últimos momentos. Ele respirou fundo e olhou para Hermione, sua Hermione. Ela tentava sorrir, mas a dor que percorria seu interior a impedia de fazer isso com a fluidez necessária, então Draco apertou sua mão e sorriu com toda a sinceridade do mundo.

- Eu voltei, pequeno corvo.

Foi como tacar uma bolinha de plástico em um vidro trincado, algo em Mione se estilhaçou ao ouvir aquelas palavras da boca dele. Ela sabia que tudo o que ele fez era para salvá-los, que queria o bem para todos e ver a mudança real ocorrer com a derrota da supremacia dos puristas. Ele tentou dar a todos um mundo bom, e muito provavelmente havia conseguido. Ela se orgulhava do homem que havia escolhido amar.

Ela se aproximou e o beijou. Um beijo calmo, cálido, cheio de sentimentos, verdades e certezas. Ela sentiu seu sorriso contra seus lábios e se permitiu sorrir para ele também. Os batimentos cada vez mais fracos, mas ele não se importava pois estava com sua família, a de sangue e a que o destino havia lhe dado.

Hermione sentiu as palavras abafadas por seus lábios. Eu te amo, elas diziam. Eu também te amo, respondeu ela. E o beijo durou mais alguns momentos, não sabia definir em tempo. Poderia ser apenas alguns segundos ou uma hora, ela não saberia responder, apenas aproveitou o tempo que lhe restava com Draco e só se afastou quando sentiu a mão de Draco cair. Sua varinha rolou para os pés de Harry.

Ela se perguntava se ele estava realmente feliz, se realmente estava tudo bem após tanta dor e tanto tempo em meio as sombras. Suas lágrimas escorriam como uma cachoeira, sua respiração estava descompassada, mas quando olhou para o céu, obteve sua resposta: Um patrono cortava o céu, brilhando junto ao sol à pino. Um corvo. Então ela tocou seu medalhão. "Queria lago que simbolizasse nós dois, mesmo que em partes." A lembrança sussurrou em seu ouvido.

Você disse que conseguiria conjura-lo.

Então ela viu o sorriso singelo nos lábios inertes do loiro e pela primeira vez em algum tempo, pôde sorrir de verdade.

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Notas da Autora

Primeiramente, deixe aqui seu xingamento. Este parágrafo é especial para vocês despejarem seu ódio por mim.

Segundamente, esse capítulo enorme e esse final ficou totalmente diferente do que eu havia planejado inicialmente. Tipo, a base é a mesma mas não exatamente como foi escrito. O que acharam?

O motivo de eu pedir para comentarem é o seguinte: Em uma outra plataforma que eu posto, uma das leitoras me pediu um capítulo bônus e eu só vou escrevê-lo se souber como vocês se sentiram durante a leitura dos últimos capítulos - especialmente esse. Sim, estou chantageando. Vou esperara duas semanas, caso não aconteça, o próximo capítulo será o ultimo com os agradecimentos.

Amo vocês <3

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