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Capítulo 44


A manhã seguinte veio com certa alegria. A disposição de Draco estava boa como não esteve em meses, isso ele poderia garantir. Por bem ou por mal, Dumbledore era um bruxo inteligente que conseguia prever alguns acontecimentos, conseguindo reverter algumas situações, como foi agora. A poção era nada menos que uma Felicem Memoriam, uma poção de alto nível que é citada poucas vezes nos livros didáticos da escola. Com isso o Malfoy sabia que conseguiria aperfeiçoar o que lhe faltava, o que prometeu para o trio que conseguiria fazer.

Pela noite, na torre de astronomia, o quarteto estava reunido aos risos, treinando o feitiço do patrono. Com os ensinamentos de Harry no quinto ano, Ron e Mione já sabiam o conjurar, mas o aperfeiçoamento estava feito ali. Por outro lado, Draco não conseguia conjura-lo, pois para ele, as memórias – ainda que boas – estavam envoltas em trevas, dificultando a execução do feitiço.

A lua cintilava no céu negro, assim como a lontra prateada que corria do terrier que a caçava. Um peso se formou no coração de Draco, sabendo que o patrono de ambos se completavam, fazendo que a vontade de conjurar o feitiço ainda mais distante do que já estava. Um longo suspiro saiu de seus lábios pela frustração evidente, que apenas Harry percebera.

- Se continuar assim nunca vai conseguir conjura-lo.

- Sinceramente não acho que irei conseguir, Potter.

- Harry.

- Foi o que eu disse. – ambos sorriram.

- Eu acho que você consegue. – disse. – Só não achou a memória certa.

- E se eu não a achar?  - ele estava apreensivo.

O garoto mirou os olhos verdes na direção de Hermione que ria da brincadeira entre seu patrono e de Ron, mas mantinha seus olhos fixos em Draco, emanando um brilho que nunca vira sendo lançado a Ron.

- Tenho certeza que vai achar, Draco. – deu um tapa forte em seu ombro. – Agora pare de moleza e vai praticar! Como seu professor, não aceito menos que a perfeição.

- Oh, que prazer imenso é tê-lo como meu professor, o grande Harry Potter. – ironizou com um sorriso grato nos lábios.


⊹⊹⊹⊹⊹

Estavam no Chalé de conchas, o refúgio que tinham no momento, a casa de Gui e Fleur. A brisa marítima soprava enquanto Hermione observava as ondas quebrando, lembrando-se o episódio anterior, onde fora torturada e ficara extremamente confusa com as falas e atitudes de Draco Malfoy. Nada tirava de sua mente o jeito como ele a olhou. O desespero, como se quisesse a salvar mas estava sendo impedido por uma amarra invisível.

Os suspiros de frustração enquanto desenhava na areia mostravam a falta de respostas.

Dentro da casa, Harry, Ron e Gui falavam com Olivaras e Luna, que passaram dias na mansão como reféns. Ambos pareciam calmos, saudáveis e sem machucados aparentes, os impressionava, principalmente por estarem a tanto tempo em um local trancado e sem exposição ao sol e pessoas.

- Não tenho problemas em falar do tempo que passei na Mansão, meu jovem. Graças ao menino Draco, fui bem tratado, ele mesmo se certificava de levar minhas refeições e muitas vezes falava comigo. Apesar de suas palavras duras algumas vezes, ele demonstrava ser um bom garoto, se nenhuma maldade evidente.

- Como? - Harry o questionou incrédulo. – Você não pode estar falando sério. Senhor Olivaras, eu vi Draco o torturando.

- Ah sim, aquilo. – um sorriso terno formou em seus lábios. – Não sentir dor alguma. O feitiço que ele usou não é de meu conhecimento, mas, pelo que pude perceber, é uma cópia da maldição cruciatus, contudo, não faz com que a pessoa sinta dor, mas tenha uma reação tão parecida quanto. Muito inteligente da parte dele. Não vou negar que tive algumas complicações devido ao uso excessivo do feitiço, mas ele cuidou disso muito bem.

- Então realmente... – Ron começou, ainda pálido.

- Vi como os senhores se olharam, imagino que devem ser bons amigos.

- Ron e Draco amigos? Só pode estar de brincadeira. – apesar das palavras, havia uma hesitação em seu interior.

- Não se lembra de nada, Harry? – Ron perguntou com cautela.

O olhar de Harry para o Weasley mais novo era, no mínino, desesperado. Ele não conseguia se lembrar das coisas, mas ainda havia algo que o incomodava, principalmente depois da maneira que as coisas aconteceram no ninho de cobras. Não havia dúvidas que algo estava acontecendo, e isso o incomodava. Os olhos de Ron mostravam que haviam peças faltando, peças que ele havia perdido, pois todos ali pareciam saber de algo, menos ele.

- Acho que deveriam falar disso em outro momento, não há necessidade de saber agora. – Luna disse com a voz suave e doce.

Harry olhou ao redor e preferiu sair e ficar quieto, tendo em mente algo que não sabia o que significava, mas sentia que não deveria intervir na decisão que tomaram ao calarem-se sombre o assunto.

Quando o garoto se retirou da sala, o silêncio perdurou por mais algum tempo antes que Gui o quebrasse.

- Foi ele quem me avisou. Malfoy disse que precisariam de um lugar para ficar e que aqui seria ideal.

- Como ele sabia do lugar?

- Papai o contou antes do casamento. – sentou-se na cama de solteiro que havia no quarto. – Eu não entendo... Por qual motivo ele está fazendo isso?

- Ele é nosso amigo, Gui. É difícil de acreditar, ainda mais vindo de Draco, eu sei, mas ele se tornou parte do grupo.

- E por qual motivo Harry e Hermione não se lembram?

- Draco obliviou os três para proteger sua posição e protege-los de Você-sabe-quem. – explicou Luna.

- Se obliviou, como você se lembra?

- Se eu soubesse te daria a resposta. – cruzou os braços. – Ele me deu uma varinha quando estava longe de Harry e Hermione, disse para fugir antes que me pegassem. Acho que ali as coisas começaram a aparecer.

- Parece que a ligação entre vocês é forte a ponto de quebrar o feitiço por completo. – constatou o fabricante de varinhas.

- Ou a magia dele estava fraca. – todos olharam para Luna. – Ele usou o feitiço três vezes seguida em seus amigos, então se sua mente estivesse cansada ou com certa hesitação, o feitiço não surtiria tanto efeito como foi no primeiro a ser enfeitiçado, pois a mente reflete na magia.

- Eu fui o último e Hermione foi a primeira... Eu me lembro de tudo e ela parece não se lembrar de nada.

- E Harry parece estar confuso, caso contrário, teria ficado irritadiço com o que falamos.


⊹⊹⊹⊹⊹

Os dias calmos haviam passado como apenas algumas horas, quando deu-se por si, já estava aparatando em Gringotes junto ao Lorde das Trevas. O ofídico estava enfurecido, pois os relatos que ouvira não o deixaram nada feliz: Harry Potter e seus amigos no cofre de Bellatrix Lestrange; local esse onde uma de suas horcrux estava guardada.

Não foi necessário anúncio para sua chegada, apenas um movimento de sua varinha e as portas já danificadas do local se abriram com força. Os passos rápidos do bruxo faziam suas vestes negras esvoaçarem, deixando um rastro de fúria e cheiro de morte por onde passava. Draco apenas o acompanhava quieto, pois sabia que não havia necessidade de abrir a boca, sua vida dependia daquilo. Ela dependia de sua “neutralidade” em momentos como esse, pois tudo dependia de sua atuação.

Ele não estava perto o bastante para escutar as primeiras palavras trocadas entre Voldemort e o duende – que claramente estava temendo por sua vida naquele instante. O local estava destruído, com buracos desde o subsolo até o teto. Aquilo, pelo que constatavam os duendes e alguns bruxos que viram do lado de fora, era feito de Harry Potter, que pegara um dragão que protegia os cofres no piso mais profundo da construção.

- Pegue este, Draco. – ordenou o homem, apontando para o duende de vestes sociais e cabelos grisalhos.

- Vamos leva-lo conosco?

- Obviamente.

- Certo. – se curvou. Ao se aproximar da criatura pequena e trêmula, disse de maneira dura e baixa. – É melhor que coopere, senhor.

Dito isso, aparataram.

O novo cenário era em um quarto escuro, o mesmo em que o bruxo costumava levar suas vítimas quando decidia as torturar. A lareira estava com uma luz tão fraca que mal fazia diferença estar acesa, não emanava calor e a pouca luz deixava tudo mais assustador do que deveria. Se ele que já estava se acostumando com aquilo sentia calafrios, imagine uma criatura pequena e confusa como estava aquele duende.

Duendes não eram criaturas facilmente coagidas e também não gostavam de bruxos, o que ocasionou alguns momentos históricos dentro do mundo bruxo com suas revoltas bem organizadas em busca de seus direitos. Eles eram criaturas ariscas e com uma inteligência altíssima, capas de fazer objetos mágicos incapazes de ser destruídos. Mas olhando para aquele em específico, era difícil visualizar tudo aquilo que aprendera nas aulas de história da magia.

- Repita isso! – a voz fina do ofídico ecoou, fazendo o Malfoy sair de seus devaneios. – Repita!

- M-meu S-senhor... – a criatura tentava dizer, mas o medo o impedia de ser objetivo. – M-meu senhor... t-tentamos imp-pedir os imp-postores, Senhor. O-o c-cofre da f-família Lestrange...

- Impostores? – a fúria escurecia ainda mais os olhos escarlates do bruxo. – Quer me dizer que alguém realmente conseguiu engana-los se passando por Bellatrix!? Pensei que Gringotes tivesse meios para detectar impostores!

- E-e t-temos, meu Senhor. – o duende encolheu-se mais, tentando diminuir a proximidade entre eles. – Uma imp-perdoável. – engoliu seco. – E-eles usaram uma imperdoável.

- Eles? – a coloração acizentada da pele de Voldemort começara a tomar um tom avermelhado. – Eram eles? Foi Potter e seus amigos que fizeram isso!?

- E-e um duende c-como cúmplice.

A respiração do ofídico se tornou mais intensa, suas mãos abriam e fechavam na busca de conter sua raiva que crescia de maneira descontrolada dentro de si. Precisava de informações antes de mata-lo, não poderia fazer nada com a criatura antes disso.

Draco, vendo a situação ficar cada vez mais tensa, vendo o olhar assassino do Lorde para com o duende, decidiu seguir ele mesmo com o interrogatório, antes que fosse tarde. Assim como ele, também precisava de informações; precisava saber se haviam obtido êxito em sua missão.

- E o que levaram? – perguntou se aproximando,

O duende atônito não mexera um músculo, pelo menos não voluntariamente.

- Diga! – gritou o Lorde. – Diga o que levaram!

Com o susto, a criatura dera um passo desajeitado para trás, perdendo seu equilíbrio e caindo no chão gélido e escuro, deixando a visão contra plongée¹ ainda mais assustadora.

- U-uma peq-quena taça de ouro... apenas i-isso.

O grito agudo de Voldemort era capaz de ensurdecer. O ódio, a negação, o medo, tudo estava presente naquelas notas altas. Empunhando a varinha, sem pronunciar uma palavra sequer, um clarão verde jorrou da ponta do objeto feito pela própria morte. A vida saindo dos olhos negros e arregalados da criatura fez com que Draco se arrepiasse por completo, não tendo coragem de vômer um músculo, pensando que poderia ser a próxima vítima da fúria do bruxo. O loiro sabia que o Lorde não tinha ciência sobre as horcrux destruídas fora seu diário e agora a taça. O olhar vago do homem mostrava como estava perdido em seus pensamentos, sem ter ação alguma após matar a pobre criatura.

Voldemort não conseguia pensar em outra coisa que não fosse a possibilidade da ciência de Harry sobre suas horcrux, seus tesouros, suas ancoras, seus objetos da imortalidade. E se, só e se, ele soubesse? Que seria capaz de descobrir tal feito? Dumbledore? Dumbledore, sempre desconfiara dele, Dumbledore, morto por suas ordens, Dumbledore, cuja a varinha que agora empunhava a pertenceu um dia, e, mesmo depois da morte, ainda intervia em seus planos através do garoto, o garoto...

Ele, Lorde Voldemort, estaria ciente se o garoto Potter houvesse destruído alguma de suas horcruxes, não estaria? Era um fato que isso não acontecera quando o diário fora destruído, mas era diferente, diferente, já que antes não tinha um corpo, não passava de uma alma que vagava atrás de um servo leal, este era o motivo. Sim, este era o motivo. Era certo que sentiria se fosse mutilado, se perdesse uma parte de sua alma, seu pequeno ponto de imortalidade, um de seus sopros de vida. Como não saberia ele, Lorde Voldemort, o maior buxo de todos os tempos, se fosse atacado? Isso era impossível.

Contudo, uma inquietação crescia dentro do bruxo - ele precisava ter certeza que suas horcrux estavam realmente em segurança. Olhando para Draco, fez apenas um sinal para que ele se retirasse, precisava pensar. E logo quando o garoto se retirou, colou-se a andar pela sala, chutando o corpo sem vida que estava em seu caminho, e as imagens ficaram borradas e queimaram em sua mente: o lago, o casebre e Hogwarts...

A fúria o tomou novamente, queimando em seu peito como nunca. E como poderia saber o garoto sobre o anel de Gaunt? Ele jamais descobrira sobre seu parentesco com a família, escondera isso de todos, as mortes deles nunca foram ligadas a ele, dado a extensa lista de desafetos que haviam obtido em vida: o anel estava seguro.

O garoto também não seria capaz de romper a proteção da caverna, assim como qualquer outra pessoa, a reles hipótese de que o garoto havia conseguido chegar perto do medalhão era absurda...

E Hogwarts, ah, apenas ele saberia o esconderijo, não havia como achar, dentre tantos lugares, o local exato onde escondera a horcrux, apenas ele explorara os terrenos da escola tão profundamente.

E Naguini, que não ficaria em outro lugar que não fosse ao seu lado, não seria enviada para missão alguma, ela ficaria ao seu lado, sob sua proteção constante.

Para ter certeza, entretanto, para obter a certeza absoluta que buscara, ele precisaria ir a todos os locais onde estavam seus objetos preciosos, precisava, com urgência, reforçar a proteção dos locais, para que ninguém viesse a tocar em suas horcruxes. Essa era uma tarefa, que como a busca da varinha das varinhas, ele deveria empreender sozinho.

De todos os três locais, qual deveria ser o que correria maior perigo? Seu corpo se pôs em estado de alerta, uma velha inquietação passou gélida por si. Dumbledore conhecia seu nome do meio, Marvolo, ele, talvez, poderia ter feito a ligação com Gaunt... logo, a casa abandonada seria o local menos seguro, era ele o lugar que iria primeiro...

O lago estava fora de cogitação, embora houvesse um pequena, quase inexistente, possibilidade de Dumbledore ter visto algo em seus pouco manifestos quando ainda era jovem, quando ainda residia no orfanato.

E Hogwarts... ali ele tinha certeza que a horcrux que escondera no local estava segura, seria impossível Potter passar por Hogsmead ser detido, e, mais ainda, na própria escola. Tendo isso em mente, sabia que seria prudente de sua parte avisar Snape, não contando o motivo por trás, é claro, seria uma grande tolice de sua parte, assim como foi tolo o suficiente para confiar em Bellatrix e em Lucius Malfoy, que, diferente de seu filho, era um ser imprudente e desleixado. Quem sabe, apenas, quem sabe, não seria de tanta ignorância confiar seu segredo ao menino Malfoy, cujo o mérito está mais que estampado em suas missões e modo de pensar. Ah, sim, o jovem Malfoy era uma arma que, com muita dificuldade, fora moldada da maneira certa, sendo capaz, até, de prosseguir com um interrogatório tendo em vista o desequilíbrio momentâneo de seu superior. Seria ele responsável por guardar seu precioso fragmento de alma, lhe garantindo a imortalidade.

Ele visitaria, então, o casebre de Gaunt primeiro, e levaria Nagini consigo: não se separaria da cobra até que Potter estivesse morto em sua frente, morto por suas próprias mãos. Queria ter o prazer de fazer isso, o ato de tirar a vida do garoto era sua por direito desde o dia que a profecia fora entoada. Então, virando-se para a parte mais sombria do espaço que estava, em ofidioglossia, chamou a cobra para junto de si e logo desapareceram entre as trevas, seguindo para o local onde tudo começara.

⊹⊹⊹⊹⊹

Draco já estava de volta a Hogwarts quando viu uma agitação maior que o normal. Não havia a quem recorrer no momento para obter informações, então, com sua moeda encantada, enviou uma mensagem para que encontrasse com algum de se seus aliados na Torre de Astronomia. Estava de tarde, e o tempo estava ameno, apesar do vento gélido que soprava, o sol se escondia entre as nuvens levemente cinzentas que cobriam o céu naquele dia. Draco aproveitou para apreciar a paisagem enquanto esperava a pessoa que se dispusera a lhe encontrar de última hora.

Seus pensamentos rodavam entre a reação de Voldemort, o trio, a escola, seus amigos, as conversas e treinamentos que tivera com Snape nos últimos dias e a poção de Dumbledore, foram muitas coisas para poucos dias. Pelo que poderia imaginar, naquele exato momento o Lorde das Trevas deveria estar próximo a descobrir que Harry sabia da existência das horcrux, e, que para seu azar, já havia destruído três delas, restando apenas três de seu conhecimento; se Dubledore estiver certo, o que provavelmente estará, Harry é a sétima horcrux, aquela que Voldemort não previu.

O barulho metálico da escada caracol tirou o garoto de seus pensamentos, voltando ao foco externo e em sua missão. Virou-se com tranquilidade, vendo Neville surgir da escada com um sorriso no rosto – o que não poderia significar menos que um bom sinal.

- Uau, você está horrível. – disse Draco com ar cômico, disfarçando sua preocupação.

- Você não está muito melhor, Malfoy. O que houve? Resolveu passar um tempo com inferis?

Ambos sorriram e deram um curto abraço.

- O que houve com você? Como conseguiu seus novos adornos? – se referiu aos cortes, roxos e algumas ataduras.

- O mesmo de sempre, você sabe. – deu os ombros. – Me recusei a torturar alguns alunos, bati de frente com Crabbe, perguntei a Aleto qual a percentagem de sangue trouxa que ela e o irmão têm, depois dela fazer alusão a eles como porcos imundos...

- Adoraria ter visto isso.

- Iria mesmo, me rendeu dois dias inconsciente na enfermaria. Mas diz ai, o que houve com você? Passou dias sem dar notícias descentes, estávamos preocupados.

- O mesmo de sempre. – brincou. – Eles apareceram no covil... depois disso as coisas ficaram um pouco tensas.

- Eles...?

- Vivos, todos vivos.

- Se lembram?

- Ronald parece se lembrar, Harry eu não tenho certeza, mas Hermione... ela não se lembra de nada. Não a culpo.

- Poxa cara... Sinto muito.

- Eu também... – respirou fundo. – Mas não estou aqui para isso, o que está acontecendo? Qual o motivo da agitação?

O ar soprou mais frio, agitando algumas cortinas que estavam em um canto da torre aberta. Eles olharam ao redor se afastando do campo de visão da escada, não gostariam de correr riscos desnecessários naquela altura do campeonato.

- Imagino que ficou sabendo que prenderam minha avó e que Ginny não voltou para escola, não é?

- Na verdade não estava sabendo.

- Oh – disse surpreso. – Bom, depois do último feriado, Ginny não voltou mais, Luna fora levada como refém, e, sobrando apenas eu fazendo barulho na escola, resolveram prender a vovó, mas eles não imaginavam que ela é pior do que parece. – sorriu. – ela disse que está orgulhosa de mim, que sou filho do meus pais.

- É claro que é, não acreditaria em você do contrário. – piscou.

- É um ponto que devo lhe agradecer, mas farei isso se sobrevivermos. Enfim, Dawlish ainda está no St. Mungus e, vovó, foragida. Quando perceberam que não tinham como me pressionar, resolveram me apagar de Hogwarts, só não sei se queriam me matar ou me enviar para Azkaban; de uma forma ou de outra, decidi que era hora de sair do mapa.

- Então... Sala Precisa e o Cabeça de Javali?

- Isso! Muitos estão fazendo isso depois que as coisa ficaram mais violentas, então estamos abrigados lá, e como não conseguimos comida por lá, Alberforth nos dá uma forcinha com isso, ah, e monstro também. Ele diz que o senhor Malfoy e o senhor Potter sentiriam orgulho dele se fizesse isso, assim como um dos Black’s.

- Tio Régulos... sim, ele sentiria. – sorriu. – Ainda bem que conseguiu entender a sala.

- Você ajudou indiretamente.

- Ajudei?

- Quando veio do quadro para o bar, foi da sala precisa, não foi?

- Ah, sim.

- Bom, me lembrei disso e contei tudo a Alberforth, como já estava nos ajudando, não tive problemas. Agora estamos planejando derrubar Snape e os Carrow, queremos Hogwarts de volta.

- Então está ai a agitação. Bom, acho que toda a Armada fora contatada, pelo que posso entender.

- Sim, ainda falo com Ginny, Dino, Luna e todos os outros que tem a moeda encantada que Hermione nos dera. Você vai nos ajudar, não vai?

- É claro que sim, mas não vou me revelar, não agora... ainda não é o momento.

- E quando será o momento? – questionou o garoto.

- Quando eles voltarem para Hogwarts, sei que vão voltar. Dado isso, preciso fazer algo na minha sala comunal, me avise caso acontecer qualquer coisa hoje, entendeu? Eu preciso que aguente mais um pouco, estamos mais perto do final do que imagina.

Dito isso, Draco correu ao escritório de Snape, precisava atualizá-lo da situação para prepara-lo. Os corredores cheiravam a desespero. Ainda haviam marcas nas paredes do chamado para a Armada de Dumbledore, sentia orgulho do grupo e da evolução de Neville nesse meio tempo, só foi preciso de um empurrão um tanto brusco para isso.

Chegando a sala, subiu a curta escada às pressas para ter tempo suficiente de informar seu mentor.

- Eles estão vindo. -  disse ofegante. – Ele também virá, isso será ainda hoje.  Querem te tirar daqui, então esteja preparado.

O homem meneou a cabeça para o lado.

- Obrigado por antecipar a notícia, Draco. Não sabia que havia voltado para a escola.

- Foram ordens dele.

- Naturalmente.

- Escute, tome coisado.

- Sei me cuidar muito bem, obrigado.

No exato momento em que o garoto se pôs questiona-lo, a lareira crepitou, fazendo a imagem ofídica surgir entre as cinzas e o fogo baixo. Voldemort entrara em contato ainda mais cedo do que ele imaginara, não era para ser tão rápido, assim ele poderia chegar antes mesmo que o trio.

- Vejo que Draco já está ai, muito bem... – iniciou. – Quero que fiquem atento se Potter se aproximar de Hogwarts... me avisem imediatamente se ele chegar, entenderam? E Draco, meu garoto, tenho uma missão especial para você. – um brilho estranho surgiu em seu olhar. – Quero que proteja algo para mim, algo muito valioso, e, se o garoto Potter chegar perto, te dou permissão para feri-lo, mas não ouse o matar!

- C-certo...

- Saia da sala, Severus.

- Claro, Milorde. – fez um breve aceno e saiu sem hesitar.

- Ótimo, ótimo... Quero que proteja uma joia, ah, sim, uma joia. Conhece o Diadema perdido?

- Sim, Milorde, eu tenho ciência.

- O guardei na sala precisa, onde ninguém conseguiria encontrar. Preciso que cuide dele com sua vida, essa é sua missão.

- Certo, Milorde. A protegerei com minha vida.

- É claro que protegerá.

E da mesma maneira que surgiu, sua figura desapareceu em meio as cinzas que formara eu rosto.

- Então ele está preocupado com a horcrux? – disse Snape saindo de trás de uma das prateleiras.

- É o que parece.

- Isso significa que a batalha já se iniciou. Vá se preparar, Draco.

- Digo o mesmo para o senhor...

Ao se retirar da sala, Draco segue para torre onde encontraria a criatura que precisava falar de imediato. Os corredores pareciam mais sombrios, com a gravidade mais forte o puxando para baixo e dificultando sua respiração, ficando cada vez mais pesada. Seus olhos atentos certificavam que estava sozinho por onde passava, não tento risco algum de ser detido ou que alguém desconfie e o siga – isso seria inadmissível.

Estava no meio do caminho quando sentiu o medalhão em seu bolso começar a aquecer, havia chegado mensagem. Olhando rápido em meio as sombras, se surpreendeu ao ver de em quem era, não esperava mensagem tão cedo de Alberforth.

Eles estão aqui comigo e Neville chegará em breve para leva-los para a escola. Prepare-se, logo Hogwarts será o centro de um pandemônio.”

Suas costas grudaram na parede de pedra antiga como se tivessem uma atração oposta, feito um imã. Ele sabia, sabia que estava próximo, sabia, sim, mas não conseguia enxergar o quão próximo seria isso. Snape estava certo, ele sempre esteve certo. Severus, que sempre o ajudou abrindo seus olhos mediante ao caos que tomava forma bem em sua frente, ele, que enfrentou uma dor sem fim, carregando uma culpa só dele vendo o último fragmento de sua amada juntar-se a um todo do antagonista de sua própria história. Como poderia um garoto não crer em suas palavras? Ele, mais do que ninguém, esperava por este dia que fora planejado desde o nascimento de Potter.

Parado ali vendo a chama vermelha crepitar na tocha que iluminava o local a alguns metros, lembrou-se de cada coisa que passou até ali, lembrou-se de suas promessas, de suas angústias, de suas esperanças, vontades, mágoas; lembrou-se de sua luz e de suas trevas, de como ambas andavam lado a lado, e não seria diferente no dia de hoje. Como poderia ele ser o herói desta história? Um longo suspiro saiu de seus lábios já pálidos. Ele não estava pronto, não... Não estava pronto para o que viria a seguir, o sangue, torturas, os estrondos, gritos, a revelação, a morte. Era, de fato, um pandemônio, e ele estava preso a isso tão intensamente que nada o tiraria dali.

O som do primeiro agito ecoou pelos corredores e seu coração quase parou, seu corpo tremeu. Respirou fundo o suficiente para ter tempo de tomar a coragem necessária para se mover e sair de onde estava, para dar início a sua última ajuda indireta para o trio, pois depois disso as máscaras cairiam no chão e quebrariam em pequenos pedaços. Ninguém seria capaz de reconstruí-las.


⊹⊹⊹⊹⊹

O agito na escola estava cada vez maior por conta da chegada de Potter e seus amigos, a forma crescente que isso se espalhava chegou logo aos ouvidos de Severus Snape, mensagem por um dos quadros que ficavam em sua sala. Conforme era atualizado da posição atual de Potter, contava os segundos que faltavam para agir, tendo em mente que logo os Carrows agiriam contra aqueles que se voltavam contra suas palavras. A cada cinco minutos chegavam novas atualizações, sendo seu ápice Harry em busca da horcrux que faltava na torre da Corvinal.

Hora de agir.

Com a varinha em punho, o homem saiu de sua sala rumando a torre da Corvinal afim de encontrar com Potter e com os que estivessem o guiando naquelas circunstâncias. A forma em que seu coração batia descompassado se assemelhava à noite em que houve o ataque na casa dos Potters, o dia em que perdeu sua amada Lilian, o dia em que adquiriu sua maior culpa. De alguma maneira estava mais difícil conseguir manipular seus próprios pensamentos e sentimentos, não conseguia manter a farsa que se colocou durante tantos anos apenas para honrar com a palavra de cuidar do último resquício de Lili na terra – ele, Severus Snape, havia jurado proteger Potter até o final e era isso que faria.

As sombras dos corredores camuflavam sua própria frustração com sua postura, deixando o caminho cada vez mais longo. Seus passos ecoavam, sua mandíbula travada como seu punho cerrado envolvendo sua maior arma, seu meio de defesa e ataque. Severus atentou-se ao falatório vindo do corredor à frente, assim como os patronos de gato que passaram por si em alta velocidade, significando que Minerva se aproximava.

- Quem está ai?

Sentiu sem corpo gelar, mas manteve-se a seu papel. Ele se manteria ali até tudo acabar, seja com o fim da guerra ou o fim de sua vida, mas isso não lhe importava tanto.

- Sou eu. – disse em um tom marcante e baixo, saindo de trás da armadura.

Harry o olhou com ódio explicito no verde de sua íris, remetendo ao olhar de Lilian quando ainda eram jovens, no momento em que ele a chamara de sangue-ruim. Seu coração apertou ao se lembrar de algo tão doloroso em um momento tão drástico, mas ainda assim ele se perguntava se o garoto, assim como o pai, se lembraria apenas de seus erros.

- Onde estão os Carrow?

- Para onde os mandou ir, imagino. – a voz de Minerva soava ríspida.

Harry, que deveria estar sob a capa, não conseguia conter o ódio eminente, apontando a varinha para o homem.

- Tive a impressão de que eles haviam prendido o intruso, mas vejo que me enganei.

- O que te fez pensar isso, Severus?

- Além do garoto atrás de você, é claro... – ele levantou a manga negra de suas vestes, deixando visível a marca negra, sua marca de fidelidade ao Lorde.

- Potter! – repreendeu ela. – Havia me esquecido que vocês, comensais, tem seu próprio jeito particular de comunicação.

Seus olhos continuavam fixos em Harry, assim como aos poucos sua mão se erguia apontando a varinha em direção ao garoto.

- Não imaginava que se aliaria com tanta facilidade, Minerva.

- Alguma objeção?

- Imagino que não seja algo que deva opinar, já é uma adulta, afinal.

- Que bom que está ciente disso.

A mulher também se colocava em posição de ataque conforme via o olhar de Severus para com Harry. Estava pronta para acabar com ele.

A mão de Minerva cortou o ar em tamanha velocidade que os que viam de fora mal puderam acreditar, a habilidade de Severus era lago de se elogiar também, seu feitiço escudo veio tão rápido quanto o jorro de luz lilás da varinha da bruxa. Ali eles começaram um duelo jamais vistos pelos alunos, algo como uma rivalidade que anos explodindo em apenas um momento. McGonagall tinha seus motivo, ele sabia, mas isso não significava que ele facilitaria em algo, haviam coisas mais importantes.

Um jorro vermelho vivo saiu da varinha de Severus, transformando a luz em chamas vivas tendo sua forma inicial de um círculo, seguindo de uma grande cobra. Por sua vez, a bruxa não hesitou em momento algum, lançando um contra feitiço poderoso o suficiente para transmutar as chamas em sombras negras e morrem em cinzas. Comensais se aproximavam do local para entrar em combate, prontos para torturar e matar, Severus estava ciente, mas não deixaria que nada acontecesse; conforme a bruxa lançava feitiços, ele os desviava com tamanha maestria que eram capazes de atingir os homens das trevas.

Mais um movimento e o bruxo se viu sem a varinha, tendo ela lançado um feitiço em um curto espaço de tempo, rápido o suficiente para desarmá-lo. Seu olhar não saia de Harry apesar das circunstâncias, mas tudo mudou no momento em que Flitwick e Sprount se aproximaram correndo.

- Não! – gritou a voz aguda do professor de feitiços.

- Você não vai mais matar ninguém nesta escola, Severus! Não em Hogwarts!

Era seu momento de retirada.

Como tudo em sua vida, aquele momento havia sido planejado, não daquela maneira, mas ele já sabia o que estava por vir e sabia como enfrentar. Sua fama a partir daquele momento seria outra, ninguém nunca o veria com realmente era, salvo aqueles que o conheciam em verdade, que um dia passariam sua verdadeira história para frente. Era hora de se retirar e deixar que as coisas fluíssem da maneira certa, nas mãos da verdadeira Diretora daquele lugar.

Esquivando-se dos feitiços lançados contra si, seu corpo se tornou uma fumaça negra capaz de escapar ileso de tantos ataques, indo se abrigar em algum lugar até que fosse o momento em que o Lorde chegasse para o interrogar. Mas até lá, deixaria tudo nas mãos do único capaz de fazer seus planos tomarem vida, tomar um rumo positivo.

- Covarde! COVARDE! – gritou Minerva para Severus.

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