Capítulo 37
O entusiasmo nos olhos de Malfoy era vivido no reflexo prateado em contraste com o azul suave, ele parecia realmente acreditar naquelas palavras; parecia acreditar naquele plano maluco e possivelmente suicida, se levar em conta as circunstancias atuais. Explicou cada parte daquilo, o motivo e como aquilo ajudaria o trio de alguma maneira. Essa era sua maior contribuição para o trio desde que havia os obliviado.
Os três garotos o olhavam sem saber se era viável acreditar nas palavras do loiro, que viera de supetão com um plano tão bem arquitetada, ainda exigindo a presença do casal – que sequer havia trocado duas palavras civilizadas na vida -. Weasley e Lovegood pareciam tão ansiosas e esperançosas quando o garoto, ouviam com atenção cada palavra sobre o assunto, o interrompendo em partes questionando pela pequena dúvida, até mesmo acrescentando observações.
- Você realmente acha que vou entrar nessa, Malfoy? – questionou Dino, indignado com a veemência que ele colocava Simas e ele no plano.
- Acho, Thomas. Na verdade eu tenho certeza. – sorriu pretencioso. – Creio que quer ajudar seus amigos e todo mundo bruxo, não?
- Não acredito que está fazendo algo assim. – Longbottom dá um passo à frente. - Acho que sua família tem mais a ganhar com as trevas, não é mesmo Malfoy?
Ele sentiu a farpa, ela havia o atingido com tudo. Era óbvio que alguém como Neville não acreditaria nele tão facilmente. Seus pais estão debilitados há anos por conta de Bellatrix, tia do garoto, assim como ele mesmo havia caçoado e humilhado Longbottom diversas vezes durante os anos em Hogwarts. Se Draco quisesse mesmo a confiança dele, teria que trabalhar muito, pois nem de longe seria algo fácil.
- Veja bem, Neville...
- Não me chame como se fossemos íntimos!
Ele engoliu seco. Conseguir se comunicar com o grifinório seria ainda pior do que foi com Ronald, o que foi muito complicado devido a seu temperamento e constante negação sobre a verdade.
Respirou fundo.
- Desculpe. - olhou nos olhos do garoto. – Entenda, o que eu fui e fiz no passado não deve interferir no presente. Estou tentando ajudar, quer aceite, quer não. Só me poupe o trabalho de ficar repetindo as mesmas coisas sempre que nos virmos, Longbottom. – deu ênfase ao pronunciar o nome. – Tenho tanto a perder nesta guerra quanto vocês.
Enquanto sua boca dizia aquilo, sua mente estava visualizando claramente como ele gostaria de voar no pescoço de Neville e enfiar na cabeça dele que suas intenções eram genuínas e que não deveria fazer menção a família dele daquela forma agressiva – mesmo que as vezes ele mesmo fizesse isso de maneira inconsciente. Era sua família, só ele poderia falar dela testa forma -. Hermione se orgulharia do autocontrole que ele estava tendo, era quase um milagre.
- E para vocês dois – disse olhando para Dino e simas. -, vejam isso como uma partida de quadribol, onde nós somos do mesmo time. Você não precisa gostar de mim, apenas confiar o bastante para conseguimos entrar em sintonia e ganharmos o jogo. Precisamos pegar aquela espada e coloca-la em um lugar seguro até chegar o momento que for preciso usa-la. Só ela é capaz de destruir o que eles estão caçando, entenderam?
Os olhos atento dos quatro o encaravam. Era claro haviam coisas que Draco que não poderia explicar – sequer mencionar – para eles, uma delas era sobre Snape. Ninguém poderia imaginar que o Diretor era um agente duplo assim como ele, isso poderia gerar problemas futuros, e se caso eles fossem pegos, não colocariam a vida do homem em risco. Malfoy prometeu a si mesmo que protegeria aqueles que estavam lhe ajudando de alguma maneira, que acreditavam nele e em sua essência recém descoberta.
Conseguir que todos ali presentes trabalhassem lado a lado com ele era algo difícil de se conseguir, mas necessário. Ele precisava da força da AD e sabia que aqueles eram os únicos dentro do colégio que poderia contar, sabia que eles acreditavam e dariam suas vidas por Harry e o futuro do mundo bruxo – mesmo que ainda desconfiasse que Finnigan não faria tal coisa por Harry se a mãe dele disse o contrário -, por este motivo havia feito deles seus aliados dentro do castelo.
- E quando executaremos o plano? – perguntou Luna, no mesmo tom neutro de sempre.
- E estiver tudo bem para vocês, amanhã mesmo.
- Você está louco? – Simas se pronunciou. – E o que faremos com Snape e os Carrow!?
- Eu cuidarei deles. Se seguirem o plano perfeitamente, tudo ocorrerá sem problemas.
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Já era noite quando foi até a sala de Severus informar sobre sua descoberta e o plano que montara. Citou também Dino e Simas e a forma como eles o negavam, assim como Longbottom, mas que apesar de tudo, parecia que haveria grandes chances de obter sucesso. Por sua vez o homem não dissera uma palavra até Draco estar calado e esperando por uma resposta, ele estava um tanto eufórico com tudo aquilo, tinha certeza do que estava fazendo.
- E eles sabem sobre mim?
- Não, é claro que não.
- E se um deles falhar com você?
- Nunca saberei se não tentar, não é? Passei meses pesquisando sobre e essa é a coisa mais útil que posso fazer no momento.
- Não deveria deixar isso para depois que ter certeza que nenhum falhará?
- Os três já estavam a ponto de pegar a horcrux, perdi muito tempo desde que cheguei. Tempo é algo precioso aqui, ele custa vidas.
Os olhos ônix observavam atentamente cada expressão e movimento que o garoto fazia, da mesma forma que seus ouvidos estavam atentos as suas justificativas. Sabia que havia lógica e um certo de desespero por trás dos argumentos de seu aprendiz, mas sua maior preocupação eram Simas e Longbottom. Não haviam garantias que eles seguiriam o plano de maneira correta, sem tentarem colocar um obstáculo para Malfoy ser prejudicado, era muito arriscado.
- Se tem certeza, faça. Mas arque com as consequências, assim como os outros.
Essas foram suas palavras antes de se retirar e deixar o mais novo sozinho na sala. Uma sensação estranha correu por seu interior, deixando- apreensivo, mas já havia chegado até ali, não poderia recuar. Draco mostraria para si mesmo e para Snape que poderia fazer aquilo, mesmo que arriscado. Tudo que precisava era manter a calma e concentração.
Aquela noite havia passado lenta, deixando Draco afoito e repassando o plano todo em sua mente, tentando achar alguma falha de percurso – o que não era admissível naquela situação -. Seus olhos ficaram fixos no teto de seus cama durante horas até que as primeiras ondas de sono batessem contra ele e o levasse para o único momento de paz que conseguia ter.
Não havia se passado duas horas desde de o início de seu sono quando os primeiros raios de sol invadiram os dormitórios da sonserina, acordando-o precocemente, mas ainda disposto e cheio de energia. Era um grande dia. Se levantou disposto a encarar o mundo, mas antes de tudo, foi para um banho longo e relaxante, onde repassou o que aconteceria em sua mente. Se tudo corresse da maneira certa, seria um sucesso.
No café da manhã, deu dois galeões encantados para Ginny, um para Dino e outro para Simas, assim poderiam se comunicar melhor. A mesa da Sonserina estava um caos naquela manhã, mas ele não prestava atenção em nada, se mantinha concertado em sua refeição, apenas trocando poucas palavras sobre as matérias com Blasio e Pansy. Apesar de ter se afastado consideravelmente dos colegas, ainda havia a afinidade de sempre nos assuntos acadêmicos e, as vezes, nos políticos.
Suas aulas passaram tão rápidas que sequer percebera que já estava no horário de almoço, o que significava que era horário de agir. Ele correu para o local onde marcara com os outros, como era horário de almoço, os corredores estariam vazios e os professores estariam no salão principal juntamente com os alunos – era o momento perfeito para conseguir invadir a sala de Snape sem serem pegos.
Não fazia muito tempo que estava ali e os cinco chegaram a seu encontro. Luna, Ginny, Neville, Dino e Simas estavam ali em sua frente, esperando as instruções para seguirem com o plano. Draco ficaria responsável pela distração dos professores, juntamente com Neville; Luna e Ginny entrariam na sala para pegar a espada; Dino e Simas ficariam de guarda no corredor, assim podendo alertar as duas garotas se algo acontecesse.
Eles seguiram para suas posições sob estado de alerta, mesmo com os corredores vazios e silenciosos. Não passou mais de dez minutos e as garotas conseguiram entrar na sala, mas não havia tempo para comemorar, precisavam ser rápidos, tudo era imprevisível com os Carrows na escola. Draco estava na escadaria que levava ao corredor da sala do diretor, Neville estava logo a frente por garantia. O Longbottom olhava para o loiro com muitas dúvidas em sua mente, não sabia o que pensar a aquela altura sobre o garoto.
Para Neville, era difícil associar Malfoy com qualquer coisa que fosse boa ou certa, mas em certos pontos sua desconfiança era compreensível. Mas ao mesmo tempo, tudo que tem feito pelos seus amigos e as histórias que havia contato, parecia que haviam trocado o garoto por outro, apenas deixando um com a mesma aparência física. Quanto mais tempo passava com o garoto, ou ouvindo os relatos de Ginny sobre ele e as coisas que havia vivido com o trio de ouro, surgiam mais dúvidas em sua mente, o fazendo duvidar de seu próprio julgamento.
Passos ecoaram no início das escadas, assim como as vozes graves de Snape, Amico e a voz rouca de Aleto. O corpo de Longbottom congelou ali mesmo e seu olhar desesperado foi de encontro com o olhar estável de Draco. Não havia o que dizer, ele estava atonino, sequer poderia se mexer, deixando toda a responsabilidade da distração passa cima do loiro, que apenas fez um gesto se mostrando indiferente, mas ainda assim, o ajudando de certa forma.
- Vá, eu cuido disso.
E simplesmente ficou o vendo desces as escada numa calmaria, como se nada estivesse acontecendo. Aquele ato era o momento exato onde sua desconfiança oscilava com mais força – como ele poderia manter tamanha tranquilidade em um momento como aquele? -, ele precisava avisar Finnigan e Thomas sobre o que estava acontecendo, mas não deixaria de observar o loiro. Se havia algo de errado com ele, esse era o momento que ele descobriria.
Com rapidez ele conjurou seu patrono, que apesar de não corpóreo, era eficiente; e o mandou para onde estava os dois, com o objetivo de avisar sobre o imprevisto que estava se adiantando, indo bem onde eles se encontravam. Era arriscado, nunca havia usado seu patrono desta maneira, mas de acordo com seus estudos, era possível enviar mensagens através de um patrono, independentemente de sua forma. Agarrou-se com todas as formas naquela possibilidade e seguiu os passos do loiro de maneira cautelosa.
- Ora, olá Draco. O que está fazendo aqui? – disse a mulher.
- O que faço de melhor, Senhorita Aleto. Procurar por insolentes e puni-los. – sorriu.
- Veja como o jovem Malfoy cresceu. Sua mãe deve se orgulhar de você, garoto.
- É claro. – Snape disse, ainda sério.
- Por que não nos acompanha até a sala de Severus, Draco? Estávamos agora mesmo falando sobre as penalidades que gostaríamos de aplicar nos nascidos trouxas como o Diretor.
- Seria uma honra. – sorriu, se colocando lado a lado com Amico.
A cada degrau que eles subiam, o sangue de Nivelle fervia. Para ele, era difícil fazer aquilo como uma associação da masca que o Malfoy deveria ter na frente dos outros, como se fosse um deles e concordasse com suas diretrizes. Se corpo agiu antes que sua mente e foi logo de encontro ao grupo de comensais que dominavam a Hogwarts. Sua querida Hogwarts. Mas não contava com o fato de que quando chegasse até eles, não conseguiria raciocinar nada. Sua mente estava em um turbilhão de coisas e só conseguia ficar olhando para as quatro figuras de vestes negras, sem mexer um músculo.
- Olha se não é o pequeno Longbottom! – disse Amico, empunhando a varinha. – Veio para a segunda rodada de diversão?
Ele deu um passo hesitante para trás, olhando novamente para Draco, que tinha uma expressão de desgosto na face. Seus passos para trás seguiam conforme o comensal se aproximava, logo os passos se tornaram rápidos, indo para uma corrida perdida apara o final do corredor, onde havia uma saída para um escadaria. A medida que se aproximava da sala do diretor, podia ver as figuras do casal se tornando visíveis; eles não se mexiam, estavam parados como se nada estivesse acontecendo. O coração do grifinório entrou em desespero.
Ambos os garotos se colocaram em posição de ataque, não sabiam o que estava acontecendo, mas Snape e os irmãos Carrow estavam indo em sua direção, com Neville a sua frente correndo e Draco atrás de todos fazendo sinal e fazendo algo com sua varinha. O bolso de ambos começara a esquentar e assim que retiraram o galeão, nele havia uma mensagem explicita do loiro avisando que era para tirar as duas de dentro da sala de alguma maneira e fugir o mais rápido possível. Algo havia dado errado. Os olhos do casal subiram na direção do loiro e Simas correu para dentro, tentando alertar Ginny e Luna, mas já era tarde. Os comensais já estavam as portas com Neville e Dino presos.
A ruiva estava com a espada de Godric Gryffindor em suas mãos, com Lovegood em sua resguarda e Finnigan com a varinha empunhada na direção dos de vestes negras. Não houve tempo para batalhar, era o que Longbottom se lembrava. Isso e Draco tentando tomar conta da situação, tentando se culpar por não ter feito um bom trabalho e tentando puni-los ele mesmo, mas depois de seu protesto negado, tudo havia ficado escuro.
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Haviam comensais por todos os cantos, trouxas petrificados como um monumento mostrando seu devido lugar, homens e mulheres vagando como se tudo estivesse na maior e plena paz. Esse era o cenário atual do atual Ministério da Magia. Mesmo disfarçados, parecia que todos ali os observavam, estavam longe de seu local de conforto, mas isso era necessário – hoje eles pegariam a horcrux que estava com Umbridge.
Na metade do caminho eles se separaram, deixando Ron em um andar alheio para resolver o estado chuvoso que estava a sala de um dos funcionários. Hermione seguia juntamente a mulher ardilosa, Dolores estava solicitando seus trabalhos para o julgamento e Harry seguiria para o mesmo lugar assim que possível. Estavam fazendo julgamentos com os bruxos de sangue duvidoso, tomando sua varinha e os colocando contra parede, afim de fazerem admitir coisas que não eram verdade, tudo isso como uma distração para sociedade bruxa, deixando sua atenção focada nisso e não nos problemas maiores.
O tribunal estava vazio, mas ainda havia alguns bruxos ali observando cada movimento dado. A mulher recatada no centro da corte que a julgava como se tivesse torturado e matado alguém, sua voz sequer saia direito. Era inofensiva. A presença de Ron havia sido solicitada, pois a forma que assumira era do marido da ré. Ele estava ali, tão alheio quanto Harry que observava o decorrer do julgamento a alguns metros de distância. Hermione estava sentada ao lado de Umbridge, anotando cada palavra e coisa que acontecia na corte, se segurando para não socar a acara daquela vaca rosa.
Haviam dementadores ali, sua presença era assustadora, fazendo qualquer coisa ruim ficara ainda pior. As acusações contra a mulher só cresciam, se tornando cada vez mais agressivas e tudo que ela podia fazer, era lutar para se defender, mas seu estado psicológico não eram mais tão firmes. Talvez ela mesma duvidasse da magia que fluía em suas veias, colocando suas afirmações para o suposto marido inerte.
Harry já estava em seu limite, aquilo estava o encodando de uma maneira indescritível. O patrono de Umbridge estava a seu lado, observando as coisas a seu redor, mesmo assim, a varinha de Harry escorregou para sua mão no momento em que ele se aproximava fixando seu olhar na horcrux pendurada no pescoço da mulher que profana. Os olhos de sapo da mulher se fixaram nele, e seu patrono se colocou em modo de ataque.
- O que pensa que está fazendo, Albert?
- Você está mentindo, Dolores. – disse, com seu rosto começando a voltar ao normal. – E não se deve contar mentiras. Estupefaça!
O feitiço a atingiu no peito, a deixando inconsciente no mesmo momento. Os poucos bruxos que estavam espalhados pela sala começaram a ir na direção dele, mas Ronald e ele foram mais rápidos, os deixando no chão. Hermione pegou o medalhão, guardando consigo no mesmo momento em que a barreira que detia os dementadores se esvaia. Sem patrono, sem proteção. Eles saíram o mais rápido possível do local, carregando consigo a mulher que estava sob o julgamento da ex professora de defesa contra as artes das trevas. As criaturas negras os perseguiram até o elevador, tentando os pegar, mas assim que as grades foram fechadas, Potter conjurou seu patrono.
Um sinal de alerta estava soando, a esse ponto sabiam que Harry Potter e seus amigos estavam à solta dentro do Ministério. Precisavam correr. Passando por funcionários, aurores e sabe-se lá mais o que estava os atacando, eles chegaram a saída. Estavam cercados, movidos a pura adrenalina. Os “aurores” estavam chegando, prestes a atacar o trio para os capturar, eles estavam dando seu peso em ouro – ou algo equivalente a isso -, para quem capturasse Harry Potter. Hermione aparatou no momento quem os três se reuniram, mas um comensal havia se agarrado a ela, visualizando o destino que iriam. Não poderiam mais ficar na casa Black, teriam que arranjar outro local para se refugiar.
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