Capítulo 11
Uma barreira. Ele estava visualizando uma barreira em sua mente, em suas memorias preciosas. Não podia deixar que ninguém à ultrapassasse, não podia deixar Snape sentir o gostinho e ver por cada momento que havia passado, cada fragmento precioso perdido no precipício que era sua mente.
Ele se concentrava e se forçava não distrair por um segundo sequer. Snape era poderoso, não havia como contradizer isso. A pressão estava aumentando rapidamente, ele não estava conseguindo acompanhar tanta força. A barreira começou a rachar. Pânico passou por pelo seu corpo e sua concentração foi diminuindo conforme as rachaduras cresciam até tudo estilhaçar sobre o garoto. Era isso.
Draco olhou para trás e via suas memórias passando como um filme perante ele, Snape ali, junto à ele como um espectador do início de tudo o que o levou até ali. Hermione.
Hermione estava entrando no banheiro dos monitores e ouviu algo quebrar. Seus passos foram diminuindo até finalmente cessarem.
- Você está sangrando agora!
- É isso que acontece quando pessoas se cortam, fantasma idiota!
- Eu não sou idiota! É isso que você acha de mim?! Deixe só as pessoas saberem que você vem todas as noites aqui chorar porque tem medo do seu pai que admira tanto! Ou sequer conseguir fazer algo sozinho sem ajuda de um professor!
- Murta, volte aqui!
Murta atravessou o garoto e em seguida uma parede, assim desaparecendo do banheiro.
Draco olhou para seu punho sangrando, com alguns pequenos fragmentos de vidro e suspirou. Estava ali sozinho, sem poder falar com alguém sobre as coisas que vem lhe afligindo, sendo pressionado pela família, sem conseguir comer direito, sem conseguir dormir e agora com a mão machucada. Como ele iria explicar isso para madame Ponfrey? Se pelo menos ele se lembrasse do feitiço que Snape havia usado em sua tia aquela vez...
- Merda.
Draco ouviu passos vindo em sua direção. Olhou ao seu redor e viu que dia varinha estava longe demais para conseguir pegá-la a tempo. Será que aquela fantasma maldita já tinha falado pra alguém? Não, ela não se atreveria. Sempre foi muito submissa.
- Malfoy? você está bem?
Ele conhecia essa voz. Essa voz suave que ao mesmo tempo o irritava, em algum lugar o fazia arrepiar levemente; provavelmente era nojo.
- Só o que me faltava. Sangue-ruim numa hora dessas. - ele virou o rosto na direção da menina e virou os olhos.
Seu coração bateu mais forte ao ver a expressão no rosto da garota. Seus olhos vermelhos, meio inchados e marejados, agora semicerrados contrastando com a força que ela mordia o lábio inferior. Malfoy estava vidrado.
- Eu só queria ajudar, está bem?! - ela largou a toalha que estava em seus braços - você é como todos os outros! Seu ignorante, nojento, trasgo, idiota, mesquinho, arrogante - ela parou quando sentiu uma lágrima escorrer por seu rosto.
- Uau. Que show, Granger - ele foi bater palmas, mas a dor vinda de sua mão direita o impediu e ele soltou um gemido baixo - que houve? Brigou com o Potter? Ele te deu um fora? - ele riu ao se levantar indo em sua direção - caramba, nem mesmo ele quer uma sangue-ruim como você. Não o culpo, principalmente com essa aparência horrível que está.
- Seu... - ela sacou a varinha - estupefaça!
Uma rajada de luz branca foi em sua direção arremessando Draco contra parede. A garota se abaixou para pegar sua toalha e viu o sangue escorrendo pelo chão. "Idiota", pensou ao respirar fundo. Ela se levantou e foi em direção ao espelho quebrado.
- Reparo - acenou com a varinha e o espelho voltou ao seu estado normal.
Olhando para Draco no chão desacordado, ela pensou que se ele não fosse o babaca que era, quem sabe não tivesse uma queda por ele, afinal, Draco era inteligente e tinha uma boa aparência... Mas o que ela estava pensando? "Por Merlin, Hermione", disse para si mesma. Ela não estava bem, sabia disso. Ver o garoto que gostava com outra aos beijos não era fácil, mas isso era loucura.
- Ennervate.
Draco respirou fundo e abriu os olhos piscando algumas vezes até recobrar a consciência.
- Como você ousa me estuporar?! - gritou fazendo menção a se levantar.
- Cale a boca, Malfoy.
Ela agachou ao lado da mão que estava machucada, a pegou com uma de suas mãos e com a outra fez o aceno com a varinha.
- Cicatriccio.
A mão do loiro ficara novinha em folha. Ele olhou surpreso pela ação inesperado da garota e começou a encara-la tentado descifrar o que ela queria com aquilo.
- Obrigado, Granger. - ele disse abrindo e fechando a mão - mas não precisava, eu poderia ter feito sozinho. Não preciso de ajuda de gente como você.
- Não precisa mas estava sentado no chão de um banheiro sangrando e olhando para o teto. Entendi.
- O que você quer?
- Como assim o que eu quero?
- Como assim "o que você quer"? - o garoto cruzou os braços - você me ajudou, não? O que quer em troca? - a garota o olhou boquiaberta - eu não gosto de gentinha como você mas, nós, Malfoys, sempre retribuímos quem nós ajuda. Só não me peça beijos ou algo do tipo. - ele arqueou a sobrancelha - muitas garotas me pedem isso, mas eu nunca encostaria um dedo numa sangue-ruim.
- Ah, pelas barbas de Merlin! Só o que me faltava. - ela se levantou - nem por mil galeões eu iria querer isso, pode ficar tranquilo. Nojo. - ela o mediu - eu não quero nada de você, Draco.
- Draco?
- É o seu nome, não? - ela cruzou os braços - sinceramente eu cansei dessa briga sem sentido. Não apenas disso que aconteceu, mas de modo geral. - ele olhou confuso - temos aulas juntos e sempre nos esbarramos nas monitorias, não? Só vamos ter em respeito mútuo, ok? Não sei qual sua situação em casa e sinceramente não tenho interesse em saber, mas não venha descontar seus problemas em mim ou meus amigos. - ela deu as coisas indo para a porta - e meu nome é Hermione Granger e não "sangue-ruim". - a porta se fechou.
Draco ficou ali por mais alguns minutos pensando nas palavras ditas pela garota. Ele olhou novamente para sua mão e se levantou. "Que ela pensa que é? Essa sujeitinha de sangue-ruim", pensou. O loiro se vestiu, foi até o espelho que ela havia consertado, olhou para o local onde tudo aconteceu e saiu em direção a porta com um sorriso.
- Hermione Granger, é? Interessante.
- Já chega! – gritou Draco ofegante conseguido se libertar do feitiço após muita relutância.
Ele olhou para Snape que parecia estar com um brilho naqueles olhos negros sempre sem vida. Era impressionante aquela visão, Draco sabia que ele havia achado uma mina de outro, mas não poderia deixar mais nada escapar, ele precisava agir, precisava se recuperar. O garoto estava suando, com sua respiração irregular, foi apenas por alguns minutos mas aquilo havia o esgotado.
- Então foi assim que a Srta. Granger em sua mente, Draco? Muito interessante como algo tão simples o afetou dessa maneira. – ele olhou nos olhos do garoto – Agora você tem sentimentos por ela, não é? Está estampado em seu rosto, enquanto a observa durante as aulas, nas refeições, como seu olhar a acompanha nos corredores. Sabe o quanto está arriscando? Acha que tudo o que está fazendo vale a pena por uma garota, ou melhor, uma sangue-ruim?
As palavras o atravessaram como uma flecha. “Sangue-ruim”. Essas eram as palavras que ele jurara para ele mesmo que jamais a chamaria novamente. Como ele ousava a chamar de tal insulto? Ele estava certo, sempre esteve. Snape não era aliado de Dumbledore, não podia ser, não pronunciando aquelas palavras de forma tão ríspidas. Ele sabia do que sentia pela garota e sabia o que estava fazendo, mas ele também sabia que aquilo não era por causa dela – ele fazia aquilo por ele mesmo.
- Legilimens!
Draco foi pego de surpresa, sequer teve tempo de tentar impedir qualquer coisa ali. Ele estava novamente à mercê das vontades do Professor olhando seus momentos tão valiosos.
Seu pai aparecendo diversas vezes no decorrer das cenas o fazia lembrar da angústia que estava enraizada em seu peito há anos por cada erro que ele cometera com o filho e nunca tentou consertar. As torturas, o desprezo, as ordens, seu olhar frio, a maneira com que ofereceu seu único filho como pedido de desculpas para um assassino sádico.
Agora sua mão ganhava o foco. Seu olhar gentil, a forma com que ela o acolhia em seus braços todas as vezes que ele chorava assustado, com dor; seu olhar sem vida ao lado do esposo que a obrigava fazer coisas que não era de sua natureza gentil, a máscara que usava para se encaixar naquela sociedade nojenta que a fazia sofrer, a maneira com que ela dia que iria ficar tudo bem mesmo sabendo que não iria.
Mamãe...
- Draco, querido, vai ficar tudo bem. – Narcisa o abraçava com força – Papai só faz isso para o nosso bem, ele não é um homem mau, está bem? Ele só está nos protegendo do homem mau.
Draco, tão pequeno e assustado, aninhado nos braços da mãe, se solta mostrando os olhos inchados e vermelhos depois de horas chorando sozinho prezo no armário de seu pai. Aquilo era como um soco na boca do estômago da mulher, afinal, ele era seu filho precioso.
- Mas se é para o nosso bem, por que dói tanto, mamãe? Está doendo muito aqui dentro. – ele apontou para seu peito.
A dor era dilacerante. Narcisa não pode conter as lagrimas que desciam quente no seu rosto. Draco tinha apenas 4 anos e já estava passando por coisas assim. Não era essa vida que ela queria para ele, mas o que poderia fazer? Inútil era a palavra que mais a definia naquele momento.
- Então seja um bom garoto e faça igual a mamãe, esteja sempre de cabeça erguida e com um leve sorriso no rosto, assim ninguém irá incomodá-lo e logo essa dor que está sentindo se dissipará.
Ela passou a mão sobre os cabelos quase brancos do filho, descendo até seu queixo e o erguendo. Para sua surpresa ele forçou um breve sorriso em meio as lágrimas.
- Isso mesmo, querido, essa é a postura correta para um Malfoy. Estou orgulhosa. – e voltou a abraça-lo.
A memória foi sumindo conforme outra chegava, juntamente com outro sentimento, agora um reconfortante. Era Hermione e ele em uma caverna perto de Hogsmead em um piquenique. As risadas da garota ecoavam na sua cabeça, o fazendo esquecer dos momentos ruins.
Potter veio também. Lembranças de alguns jogos, como eles competiam sobre a vassoura no ar, pequenos flashs da conversa que tiveram sobre a infância de cada um, até mesmo os conselhos e frases que o garoto lhe dera.
“Agora você é um completo homem de Dumbledore”.
Ronald também teve seu espaço ali. Momentos de provocação entre eles, algumas risadas compartilhadas entre as reuniões com o trio, a maneira que Draco admirava a força de espírito que o garoto tinha e a pouca inveja que sentia por ter uma família tão unida apesar das divergências que tinham.
E então Dumbledore. Apesar de ter pouco contato com o homem, ele vinha se mostrado uma pessoa sábia e de grande ajuda através de seus enigmas, conselhos e frases soltas.
“Há bondade em você, Draco."
Ao presenciar tudo aquilo com seus próprios olhos, Snape deixou um pequeno sorriso escapar de seus lábios finos. “Ele está pronto”, pensou ao diminuir a intensidade do feitiço sobre o garoto.
Draco despertou confuso, pois já não estava lutando contra nada que Snape lançara sobre ele, não tinha como, não depois de ver tudo aquilo. Ele se levantou ainda trêmulo e ofegante, o suor escorria sobre seu rosto. Ele estava cansado daquele jogo.
- Legilimens! – conjurou com suas últimas forças.
Não houve relutância alguma da parte de Snape quando ele lançou o feitiço, isso surpreendeu Draco. Parecia que ele queria que o garoto acessasse suas memórias. Estranho. Severus estava ao lado do garoto quando suas memórias começaram a passas diante seus olhos.
Um menino franzino, pálido e de cabelos negros como mogno antigo apareceu juntamente à uma garota que parecia ter a mesma idade, com cabelos longos castanhos avermelhados; estavam deitados sobre a grama verde do que parecia um jardim.
Draco olhou parra Snape que observava a cena com um olhar que ele nunca havia visto no homem. Ternura.
Grande salão de Hogwarts, seleção das casas. A mesma garota da outra memória estava sentada no banquinho com o chapéu seletor sobre a cabeça. “Grifinória”, bradou o chapéu. Houve uma salva de aplausos mesa da casa vermelha e dourada. Ela se levantou e antes de se dirigir à mesa de sua casa disse ao garoto “Te vejo depois, Sev”, e seguiu para onde os alunos do primeiro ano estavam se sentando.
- Oi, sou James. – disse o garoto de cabelos bagunçados e óculos redondos.
- Oi, sou Lilian – apertou a mão do garoto.
Então aquele menino realmente era Severus, mas quem era aquela garota? Seu nome lhe era familiar.
Suas memórias iam novamente mudando.
A área externa de Hogwarts estava repleta de alunos que se divertiam na tarde ensolarada. Sob a sombra de uma árvore estava um estudante que parecia ser Severus na adolescência, onde estava lendo um livro surrado até ser importunado por um grupo de cinco garotos, um deles muito parecido com Potter e outro se parecia com o antigo professor de Defesa contra as Artes das Trevas, Lupim.
- Estudando de novo, Ranhoso? – disse o que se parecia com Harry.
A figura mais nova de Snape abaixou a cabeça e voltou novamente sua atenção para o livro. O garoto, o mais bonito do grupo, de cabelos longos e boas feições se aproximou de Snape e pegou o livro de suas mãos.
- Olha isso, James. – disse rindo.
- Poções? Não tem outra coisa que não seja isso para ler? – disse debochado.
- Me deixe em paz, Potter. – replicou a figura adolescente de Severus.
Irritado, James jogou o livro de poções no chão que logo foi pego por uma linda garota que parecia ser a versão mais velha de Lilian.
- Você não o escutou, James? Deixe-o em paz.
- Só se sair comigo. – o garoto sorriu maroto.
- Só no seus sonhos. Vamos, Sev.
- Não sabe se defender sozinho, Ranhoso? Sempre está na barra da saia de Lilian, parece um bebê.
Snape sentiu a fúria crescer em seu interior. Ele não sabia como reagir às provocações de Potter, sempre ficava quieto, e antes tivesse ficado naquele momento. As palavras simplesmente saíram da sua boca sem pensar.
- Eu não preciso da ajuda de uma sangue-ruim!
Todos pararam com as palavras ditas pelo garoto. O tempo ficou mais lento após a visão do rosto de Lilian. Ele havia a decepcionado, ele havia a magoado profundamente. O que faria? Era de Lilian que ele estava falando. O sorriso no rosto de Potter cresceu ao ver a cena.
- Está bem, Severus. – ela a entregou o livro e saiu caminhando na direção do castelo seguida pelo grupo de garotos.
O homem ao seu lado parecia triste. Então ele já havia amado alguém em algum momento de sua vida. Isso era loucura. Quem imaginaria algo assim vindo de Snape?
Os sentimentos, as atitudes defensivas, ser alguém tão vulnerável à provocações.
Sentado no corredor vazio ao lado de um grande quadro de uma mulher gorda, era assim que se encontrava Snape após o episódio anterior. Olhando para cima e perdido em pensamentos que provavelmente nem ele mesmo estivesse prestando atenção; se não fosse algo relacionado à Lilian, ele sequer se dava ao trabalho de tentar entender.
O quadro se abriu e Lilian saiu de dentro do que parecia ser o salão comunal de sua casa. Ela estava com a cara abatida mas nada comparada com a de Severus, que ao vê-la, levantou imediatamente com um sorriso esperançoso.
- As garotas disseram que você não sairia daqui até falar comigo.
- Elas estavam absolutamente certas.
- Não acha que foi o bastante me chamar de uma forma tão baixa mais cedo? Veio terminar o trabalho?
- Eu não queria ter falado aquilo, Lil... Potter me deixou tão irritado com suas atitudes e aquela presunção – ele foi interrompido.
- Não culpe James por seus erros, Sev. Sabemos muito bem o que você pensa sobre a relação de sangue entre os bruxos e seus valores, como todos de sua casa.
- Eu não queria dizer aquilo de você, Lil! Como poderia? Eu a amo – ele pareceu surpreso com suas palavras – você é minha amiga. – completo.
Lilian parecia prestes a chorar. Seus olhos estavam marejados e havia formado um sorriso tristonho em seus lábios. Ela pegou as mão do garoto a sua frente e olhou em seus olhos.
- E para que isso não mude, Sev, é melhor que volte para seu salão comunal.
E voltou para dentro da passagem escondida pelo grande quadro, deixando Snape ali sozinho no corredor escuro.
As memórias iam girando em tordo da garota, momentos onde Snape a observava de longe enquanto ela interagia com James Potter. Imagens de um baile no salão principal do castelo, em que Lilian e James estavam juntos dançando, sorrindo, beijando-se. Era possível sentir a dor crescendo no peio do garoto. – Era daí que vinha seu ódio por Harry, aqueles eram seus pais, James e Lilian Potter.
As imagens continuavam a passar por seus olhos. Snape se aliando à Voldemort, tortura, a angustia acumulada, solidão, as trevas o consumindo aos poucos. Tudo tão rápido e familiar para Draco.
Snape parecia desesperado, estava tremulo, com os olhos desfocados, e falando com um homem de longas barbar tão brancas quanto leite, este era Dumbledore.
- Ele acha que é o filho dela! A intensão dele é caça-los e mata-los! Os esconda. – seus olhos estavam prestes a transbordar em lágrimas.
- O que me dará em troca, Severus?
- Qualquer coisa.
E novamente memórias iam passando de maneira veloz diante de seus olhos.
O céu estava sombrio. À frente de Snape havia uma casa cuja a porta estava aberta, um vento frio passou por seu peito. Ele adentrou a porta seguindo para seu interior olhando para os lados como se estivesse procurando por algo ou alguém. Quando olhou para a a escada que levava para o andar superior da casa, lá estava James, agora adulto e sem vida. O homem com vestes pretas subiu as escadas deixando o corpo do mesmo jeito que encontrou – ele não era prioridade, nunca foi.
Passando pelos cômodos com portas fechadas, finalmente avistou uma porta aberta e ouviu o choro de um bebê. O choro era ensurdecedor, nele ele mesmo entendeu como não havia o escutado antes aquelas suplicas vindo de uma criança em desespero.
Seu coração apertou, ele sabia o que iria encontrar ao passar por aquela porta mas não estava preparado e não queria que daquilo se concretizasse. Snape respirou fundo, passou os olhos brevemente pelo cômodo destroçado até que seus olhos deram foco à imagem de Lilian, sua miga preciosa, seu amor, jogada no chão frio sem vida. Suas pernas fraquejaram, seu corpo tremia e de seus olhos saiam lágrimas quentes e pesadas. Era sua culpa. Lilian estavam morta por sua culpa. Com muito pesar, o homem foi até o corpo de sua amada e aninhou seu corpo gélido em seus braços enquanto o som cortante do choro da criança no berço ecoava pelo quarto. Lilian se fora e levou parte de Snape junto à ela.
O cenário havia mudado, mas o peso dos sentimentos exalados pelas lágrimas do homem ao seu lado ainda presente.
A sala de Dumbledore parecia estar mais sombria que de costume, Snape estava no canto da janela com os olhos turvos, enquanto o Diretor estava com a postura de sempre atrás de musa mesa.
- Você disse que a manteria segura!
- Você depositou sua confiança na pessoa errada, assim como Lilian e James. O filho dela sobreviveu.
- Ele não precisa de proteção, o Lorde das Trevas se foi.
- Ele retornará e assim que o fizer, o menino correrá um grande perigo. – Snape franziu o cenho – Ele tem os olhos dela.
Naquele momento seu coração parou. Lhe faltavam condições psicológicas para digerir aquela informação. – Parte de Lilian ainda vivia.
Quando abriu os olhos, Draco estava sentado na cadeira na sala de Snape. Havia desfeito o feitiço. O garoto passou a mão no rosto e percebeu que havia uma lagrima ali. Ele olhou para Snape, que parecia estra aliviado mesmo depois de ver tanta coisa sobre seu passado.
- Você... a mãe de Potter... como?
- Agora que sabe a verdade, já pode dizer que sou de sua confiança, Draco?
Seu corpo gelou. Então ele sabia desde o começa quais eram suas intenções. Ele havia permitido a entrada em sua mente.
- Como soube?
- Não precisa ser um gênio para entender o que queria vindo aqui hoje.
- Você deu sua lealdade à Dumbledore em troca da proteção de Lilian?
- Exato.
A cabeça de Draco parecia que ia explodir. Nunca havia pensado nas coisas que trouxeram o Professor até aqui, e se tivesse imaginado, nunca chegaria a algo parecido com isso. Nunca imaginaria a profundidade doa sentimentos de Snape.
- A partir de hoje eu o guiarei. – Ele olhou para o loiro – A luz veio para você através do amor, Draco. Agora estamos todos lutando contra o maior bruxo das Trevas da atualidade, e isso pode custar o mais ama. Quero que tenha isso em mente e aproveite cada momento com cautela, para que não se arrependa no futuro. Isso é tudo que tenho a dizer como seu mentor. – fez uma pausa – A aula de hoje acabou. Espero que os outros três apareçam nas próximas, meu tempo é precioso.
⊹ฺ
É a primeira vez que falo com vocês, não é? Bom, gostaria de sabem o que estão achando sobre a história. Esse capítulo especificamente, pois ele é carregado de sentimentos e muitas referências do filme e do livro.
Estou muito ansiosa para saber o que vocês estão achando e o que esperam para o futuro! Obrigada por acompanharem! ♥️
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