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22.

 

  Rebecca tossiu devido a fumaça, quando abriu os olhos novamente o lugar estava em chamas. Correu tentando achar as escadas, desviou de um destroço que caiu em sua frente. Nesse momento, ouviu a voz de Jordan pedindo por ajuda, a única coisa que fez foi correr para seu auxílio e, realmente, ela conseguiu, mesmo com muita dificuldade, tirar o garoto do prédio. Entretanto, não contava com a explosão que aconteceu enquanto eles atravessavam a rua, fizesse o garoto bater a cabeça na calçada, o que fez ele morrer lentamente.

Bex, depois de longos minutos chorando sobre o asfalto frio e molhado devido a chuva, cambaleou tentando se aproximar dele novamente, a chuva só piorou e ela se abaixou segurando no rosto de seu amigo.

— Jordan... — Seu choro veio rápido, se misturava com as gotas de chuva, ela abaixou a cabeça não conseguindo olhar para ele. — Me desculpe. — Finalmente conseguiu encará-lo, Jordan assentiu fraco, mal mexeu a cabeça, deixou seu olhar vagar por outro lugar, precisamente, Niki que vinha junto com Talia, onde se segurava nela para não cair. As duas estavam machucadas, exaustas e profundamente tristes. Quando seus olhos se encontram com os olhos da mulher que amava, Jordan se permitiu sorrir, pois segundo ele, morreria tendo a visão mais linda do universo. Niki o encarou, já sabia que ia acontecer, começou a chorar e mesmo quase não conseguindo ficar em pé sozinha, correu na direção dele.

Rebecca se afastou para que eles tivesse um último momento.

— Não me deixe, Jordan, por favor, não me faça viver sem você. — Niki o segurava pela camisa, o sangue que corria pelo seu rosto se misturou com lágrimas e chuva. Jordan sorriu.

— Eu te amo. — Ele segurou levemente o rosto dela, Niki fechou os olhos por alguns instantes antes de conseguir falar novamente.

— Eu também te amo. — Ela sussurrou em seu ouvido, porém, ele já não podia ouvir, Jordan estava morto.

A garota chorou sobre ele por tanto tempo que ninguém se atreveu a contar ou tentar impedir. Foi a noite mais triste de toda a sua vida.

Rebecca seguiu sozinha e acompanhou o resgate tirar o corpo de Richard dos destroços que restou do prédio, não apenas dele, mas dos outros doze membros do esquadrão que morreram. E nas horas daquela terrível noite, Rebecca não parecia ter uma alma. Suas ações e respostas para qualquer pergunta era de alguém que há muito tempo, só tinha corpo, um corpo onde nada habitava além de vazio e tristeza. Se já era traumatizada o suficiente, foi naquela noite que sucumbiu totalmente ao seus traumas, usando cigarro compulsivamente para aplacar sua dor. Foi naquela noite que surgiu a Bex que todos conhecem.

☆☆☆

A verdade muita das vezes ignorada pelos seres vivos, é a de que, independente do rumo que a vida tomou depois de certo acontecimento, um dia, irão se deparar com aquilo novamente.

E mesmo não querendo, essa será a única chance de resolver isso, deixando finalmente no passado, ou não.

Era assim que os tripulantes da nave 000789 se sentiam.

Sendo sugados e jogados contra quem um dia foram, presos em suas histórias, perdidos em memórias e sufocados por pensamentos de seus problemas ignorados.

Era cansativo viver assim.

Krent Call apertou o volante da nave e encostou a cabeça sobre ele. Sentia uma vontade crescente de consumir álcool, porém, se conteve. Ligou os motores da nave após concluir que não teria escapatória, e seguiu para seu planeta natal.

Enquanto a nave percorria pela galáxia o agente  tentou permanecer sério. Ou calmo.
Não sabia ao certo como deveria se sentir, de fato, ele e seu pai tinham, de certa forma, voltado a se falar mesmo que por poucas horas, ele não voltou novamente no hospital, porém, a doutora Anita sempre mandava notícias e o mantinha informado sobre o velho. Agora, Krent seguia para a possível despedida do pai, pois o velho não reagiu aos procedimentos e nem a cirurgia. Seu corpo já não aguentava mais.
No momento que pousou no planeta Titã-12, franziu a testa confuso sobre o que devia sentir. E ele realmente estava nadando em um mar de emoções estranhas e obscuras. Uma parte queria que ele estivesse saudável só que o mais longe possível dele, e a outra, por sua vez, o queria perto, mas sabia que isso só aconteceria se o velho estivesse doente. A cabeça de Krent estava dando um nó.

Assim que a doutora Anita surgiu, ele a mostrou um sorriso fraco, e eles se aproximaram calmamente.

— Krent, desculpe por te tirar do trabalho no meio da semana, mas ele piorou nessas últimas horas. — Anita colocou as mãos sobre seu jaleco branco, Krent assentiu.

— Está tudo bem. Nós já esperávamos que algo assim pudesse acontecer, ele já não estava reagindo. — Krent deu de ombros, Anita concorda balançando a cabeça devagar. — Ele está acordado?

— Sim, não quis tomar os sedativos e sem eles, seria impossível dormir com a dor que sei que está sentindo... — Anita explicou, lentamente se virou na direção da entrada, Krent suspirou.

— Eu deveria entrar agora. Me despedir, ouvir suas desculpas, e talvez algo que nunca me contou sobre a minha mãe. É isso que me assusta. O que ele vai dizer em seu leito. — Krent confessou, Anita o encarou por alguns segundos, tentando entender os sentimentos daquele homem.

— Ele pode apenas dizer que te ama. — Ela sorriu. Krent soltou uma risada.

— Ele não seria tão cruel. — O agente a encarou e, por breves segundos, eles se olharam. — Doutora Anita, obrigado por estar ao meu lado nessas últimas semanas, e por seu cuidado com ele também.

— Não precisa agradecer, Krent, e não precisamos de formalidade. Me chame de Anita, sinto que já somos amigos.

— Sim, nós já somos amigos. E mais uma vez, obrigado. — Krent estendeu a mão e Anita apertou firmemente. — É melhor eu ir vê-lo. — Os dois se afastaram, e Anita assentiu.

— Faça isso, Krent.

O agente seguiu adentrando o hospital com uma palpitação no peito.
Era difícil de respirar.
Passou pela recepção mais rápido do que da primeira vez, tendo em vista que seus dados já estavam no sistema do hospital, bastou apenas dizer seu nome e instantes depois seguia para o quarto de seu pai. A cada passo dado, Krent sentia que o caminho estava mais longo. Seria possível?
Notou que era apenas o medo e seguiu em frente.

Lembranças de quando era criança e rezava para que aquele homem estivesse de bom humor passeavam por sua mente.
A vida mudou. Ele é um adulto agora, porém, sua memória o fazia se sentir aquele garoto de novo.

Krent entrou no quarto e diferente da outra vez, a aparelho televisor estava desligado. O velho estava acordado, entretanto, seus olhos estavam fechados. O agente se aproximou lentamente da cama, e seu pai, sentindo sua presença, abriu os olhos.

— Você está bem? — Questionou Krent, o velho assentiu. Era mentira, ele se sentia mais fraco, inclusive, Krent já sabia disso.

— Não precisava deixar o trabalho para vir aqui.

— O trabalho pode esperar, e não se preocupe. — Krent sentou na cadeira ao lado da cama, ultimamente, se sentia mais abatido que o comum. — Eu sei que está pior, a doutora Anita me falou, só pude vir hoje porque o trabalho está consumindo todo o meu tempo.

— É bom que tenha algo nobre para fazer... — O velho se endireitou na cama. — Nós precisamos dar sentido a nossa vida para que não fique vazia.

— Por anos, acreditei que estava fadado a ser só um ladrão, a vida mudou naquela época e agora mudou de novo. — Krent indagou.  — Porque eu não imaginava que falaria com você de novo.

— Eu não te julgo. E sinto muito, sei que estou me repetindo, mas eu realmente sinto muito. — O velho o encarou, Krent assentiu.

— Sei que sente.

Silêncio.

O quarto parecia ter aumentado de tamanho, e os dois não falaram nada por alguns minutos.

Krent se levantou da cadeira e foi em direção a janela, gostava de admirar a vista, cruzou os braços na altura do peito e encarou a movimentação dos que passavam rapidamente indo de um lado para o outro. Ainda era cedo nesse planeta, ou seja, os habitantes tentavam sobreviver se levantando pela manhã e seguindo para mais um dia. Krent suspirou os vendo existir.

— Você tem o jeito dela. — O velho falou e Krent se virou para ele.

— Você nunca fala dela. — O agente colocou as mãos no bolso da calça, não sabia se queria ouvir sobre sua mãe nessa altura do campeonato. Entretanto, não pediria para o velho parar.

— Você nunca me perguntou. — Afirmou, Krent revirou os olhos. — E não achei que quisesse falar sobre ela.

— Ela é a minha mãe. Como eu poderia não querer saber sobre ela? Não me lembro de muita coisa, eu era bem pequeno quando ela foi embora. — Krent lembrou e voltou a olhar a janela.

— Foi minha culpa ela ter ido embora. Eu nunca fui bom. Ela sofreu muito ao meu lado. — O velho admitiu, encarou o teto do quarto.

— Realmente. Você foi péssimo com ela, e depois comigo. — Krent falou de uma maneira tão ríspida que até se surpreendeu. Os dois ficaram em silêncio novamente.

— Sinto muito.

Krent respirou fundo, o homem estava nas últimas, era melhor que o deixasse morrer em paz.

O agente seguiu para cama de seu pai e sentou na cadeira.

— Como você a conheceu? — Questionou Krent, era melhor que conversassem sobre momentos bons, e não sobre os ruins.

— Em Vênus. Nós estamos em uma festa. 

— Você nunca me pareceu ser alguém que goste de ir em festas.

— Naquela época, sim. Passei a noite toda tentando me aproximar dela sem parecer estranho, ela foi o amor da minha vida, não devia ter deixado ela ir. — Se arrumou sobre a cama, em peito, a angústia por perder seu grande e único amor, o velho quis chorar, mas se conteve.

— Já ouviu a história do homem que não tinha ninguém na hora da morte? — Krent mudará de assunto tão rápido que seu pai se assustou, e negou com a cabeça. — Bom, anos atrás, um homem caminhou sobre terras distantes procurando por algo que o fizesse se sentir vivo... — O agente começou a contar a história que ouviu de um amigo. — Durante toda a sua vida, ele buscou por algo impossível, o que ele queria estava além de seu alcance. Sendo assim, o homem nunca estava satisfeito, precisava demais, porém, nem ele sabia o que era isso que tanto precisava. Teve momentos em sua vida que ele conseguiu o que acreditava que o faria feliz, mas mesmo assim, o homem sentia que faltava alguma coisa, por isso, passou sua vida andando sozinho, e quando sentiu que seu corpo já não aguentava mais o peso de estar vivo, no momento que começou a fechar os olhos, lembrou do que ele perdeu, lembrou do que o fez feliz, e foi aquele tempo, aquele curto tempo há tantos anos, que fez tudo ter sentido.

— É uma história triste, filho. — O velho fechou os olhos.

— É a história de muitas pessoas, pai. — Krent o encarou.

— Acho que minha vida fez sentido porque eu tive você, e é essa minha história. O homem que morreu ao lado da única coisa boa de sua vida. — O barulho dos aparelhos que marcavam seus batimentos cardíacos foram aumentando, Krent engoliu em seco, seus olhos ficaram marejados rapidamente. Aos poucos, o único barulho era um estridente apito, frio e vazio, sem esperança. E, diante de seus olhos, o agente testemunhou o fim da história de seu pai.

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