17.
Roy engatilhou sua arma antes de se virar.
Um dos seguranças de Halcón tentou socar seu rosto, o ex-contrabandista desviou rapidamente, chutou uma das pernas do homem que caiu no chão. Roy atirou duas vezes no peito dele, sendo assim, fatal.
O amarelo correu por entre as colunas, se escondia dos tiros graças a elas. Sentiu que alguém se aproximava dele, virou o corpo para conseguir ver, entretanto, alguém o segurou pelo pescoço começando a sufocá-lo. Era mais um dos seguranças de Halcón, o homem tentava fazer Roy sucumbir diante de seus olhos, porém, o ex-contrabandista reuniu forças para socar fortemente o abdômen do homem, devido a dor, afrouxou o pescoço de Roy que estava quase roxo. Roy socou o abdômen dele mais uma vez, do outro lado.
Desviou de uma tentativa do segurança de acertar um soco nele, que fosse. Desta vez, foi Roy que começou a sufocá-lo, vendo que o homem já não aguentava mais, empurrou seu corpo para o chão e atirou em seu rosto.
Shin teve que rolar pelo chão até parar próximo a escadaria, sorriu ao se lembrar que atirou em Halcón. O asiático respirou fundo e colocou sua arma para uma potência mais alta, se tivesse que morrer seria com estilo. Shin foi saindo de seu esconderijo lentamente, porém, sentiu o cano de uma arma em suas costas, o asiático sorriu. Essa é a hora.
Shin virou o corpo tão rápido que sua ameaça não teve tempo, o homem socou o rosto dele com muita força fazendo sangue escorrer de sua boca, Shin não esperou que seu inimigo atacasse, chutou seu abdômen duas vezes e o deu uma rasteira. O asiático tirou sua arma da cintura, atirando em sequência na testa do segurança.
Resolveu correr para a saída, se abaixou quando uma série de tiros foi em sua direção, Shin se levantou rapidamente e correu ainda mais para a saída, porém, levou um tiro no ombro esquerdo. A dor não o fez desistir de lutar. Shin viu Halcón atirando em Roy, o asiático precisava dar um fim nisso, correu na direção do velho, enquanto corria distribuiu tiros nos dois seguranças que estavam ao lado dele. Seus corpos caíram no chão. Halcón se abaixou pois Shin atirou na direção dele. O asiático tomado por fúria avançou sobre o velho, Shin queria matá-lo. Halcón o fez ser um assassino, um monstro. Alguém que gostaria de nunca ter nascido. O asiático distribuiu socos no rosto do velho, viu Halcón sangrar e ele gostou disso. Entretanto, o velho empurrou seu corpo usando as pernas, fazendo com que Shin caísse.
Depois de muito atirar e ver seus antigos companheiros de facção serem mortos por sua causa, Roy tratou de correr ao auxílio de Shin, pois temia que Halcón pudesse matar ele sem pensar duas vezes. O ex-contrabandista estava quase perto deles, porém, foi impedido por mais dois seguranças. Roy revirou os olhos, só queria acabar com isso. Rapidamente, os homens vieram em sua direção. O primeiro conseguiu socar seu rosto, mas ele mal sentiu. Desviou de uma outra tentativa e segurou o braço dele torcendo, enquanto o homem tentava se soltar porque sentia dor, Roy sacou sua arma e mirou na direção do outro segurança. Usando o corpo do primeiro como escudo, Roy avançou na direção do segundo, atirando nele repetidas vezes. Quando o homem caiu no chão já morto, Roy derrubou aquele que fazia de escudo e atirou em seu peito.
Nesse meio-tempo, Shin perdia para Halcón. O velho tinha conseguido subir em cima do asiático, estava apertando fortemente seu pescoço, o mataria com as próprias mãos e nem se importaria.
— Seu verme ingrato, você teve tudo. — Dizia Halcón enquanto sufocava Shin. O asiático sorriu.
— Eu te odeio. — Sussurrou quase sem ar nenhum, porém, Roy surgiu tirando o velho de cima de seu antigo parceiro e distribuiu socos no rosto de Halcón. Shin se levantou tossindo, seu olhar parou sobre a porta e viu os outros seguranças que estavam na outra rua entrar.
Isso não tem fim, pensou o asiático.
Consequentemente, teve que achar uma força que nem sabia que tinha para conseguir viver. E sim, ele queria viver.
Roy rolava no chão com Halcón. Finalmente conseguiu dominar o verme e levantou o puxando pelo cabelo, Roy o socou mais vezes, não apenas no rosto, seu abdômen também foi alvo. O agente se sentiu cansado de tanto descontar suas frustrações no velho, tinha que acabar com ele. Entretanto, alguém o puxou pela roupa e o jogou no chão. Era Lino, na época que Roy chegou na facção os dois se tornaram amigos. E agora estão tentando se matar. A vida é muito estranha.
Roy se levantou rapidamente, Lino correu na direção dele, o agente levou um soco forte, sentiu que machucou seu lábio. Revidou com outro soco igualando as forças, Roy chutou a virilha de Lino, em sequência, socou repetidas vezes seu abdômen, fazendo o homem pender. Antes que pudesse se levantar, Roy sacou sua arma, tentando não lembrar dos dois adolescentes andando pelas ruas daquela cidade violenta. Soltou o gatilho, finalizando seu oponente.
Shin, após derrubar mais um segurança, viu Halcón fugir assim que Lino atacou Roy. Ele não podia deixar ele escapar, a morte do velho seria como sua liberdade.
O asiático subiu as outras escadas rapidamente o seguindo, não havia nada ou ninguém que pudesse impedir isso.
Assim que o velho virou o corredor achando que estava sozinho, Shin pulou em cima dele, os dois rolaram alguns instantes e Shin apertou seu pescoço fortemente. Por anos, o homem sonhou com nesse momento. Porém, ele não contava que Halcón tinha uma faca dentro de seu casaco. O golpe foi rápido, e fundo sobre o abdômen de Shin, ele, por alguns segundos, ficou tentando entender o que estava sentindo. Halcón cravou a faca mais uma vez e se levantou, ria vendo o seu funcionário sucumbir aos braços frios da morte.
Roy gritou quando viu a cena.
Não sabia muito bem o que tinha gritado, porém, correu ao auxílio de seu parceiro. O agente segurou ele em seu colo, ou tentou, já que Shin era alto. Roy não aguentava ver ele morrendo, já o asiático sorriu para seu ex colega.
— Roy, eu estava errado... — Shin tossiu e sangue saiu de sua boca. Roy sentiu que uma lágrima escorreu pelo seu rosto.
— Sobre o que, Shin? — Questionou o agente, secou a lágrima antes que outras aparecessem.
— Eu tenho salvação, estou em paz. Acabou, Roy, acabou. — Ele sorriu fraco, Roy deixou mais uma lágrima escapar e, desta vez, não se importou em limpar.
— Homens bons encontram a paz no fim da vida. Adeus, amigo. — Roy o encarou e Shin lentamente começou a fechar os olhos, o agente o segurou até seu último suspiro, e antes de se levantar, chorou pela morte de seu amigo.
Quando se perde tanto na vida como Roy Queen já perdeu, tem sempre um momento decisivo. E é ele que define se finalmente vai começar a ganhar ou perder até o final de sua existência. Enquanto Roy caminhava rumo onde Halcón tinha ido, sentia que esse era seu momento. Se perdesse agora, seria o fim. Ele teria que fazer isso, por Shin, pelo garoto que seu amigo um dia foi. E aquele garoto merecia descansar.
Roy chutou a porta com tanta força que ela caiu. Seu olhar era mortal, ele já tinha sangue em suas mãos, e aquele sangue era de quem nunca imaginou que um dia estaria em suas mãos, é de seu amigo. No momento que seus olhos se encontram com os olhos do velho, foi ali que soube que só um sairia com vida.
O agente correu na direção do homem, esse, por sua vez, desviou no primeiro golpe, Roy não desistiu, voltou a tentar acertar o verme, porém, levou seu primeiro golpe de faca, o velho fez um corte profundo em seu braço. O amarelo franziu a testa com a dor, não demorou para dar uma rasteira no verme que caiu no chão, Roy chutou para longe a faca e chutou o rosto do homem. Entretanto, Halcón o puxou pelo tornozelo, derrubando Roy.
Em sequência, subiu sobre seu corpo e socou o rosto dele. Roy o empurrou com as pernas, rapidamente, bateu a cabeça dele no chão e o levantou do chão pelo pescoço.
Fez Halcón olhar pela janela, como se quisesse que ele visse a vida lá fora, as pessoas existindo, vivendo, tentando sobreviver. Roy queria que ele visse a vida antes da morte.
Apontou a arma para sua testa e sem hesitar, tirou. O corpo dele foi caindo e Roy terminou de soltar para cair no chão.
O agente respirou fundo vendo o cadáver do velho em sua frente, ele se foi, mas Roy não se sentia melhor, nem pior. Na verdade, não sentia nada.
Tentando ter forças para conseguir sair do prédio, ele caminhou lentamente, enquanto se arrastava pelo corredor o agente sentiu que a qualquer momento poderia desmaiar, seus olhos não conseguiam se manter abertos, e antes que caísse, braços delicados, porém, firmes rodearam sua cintura. Roy, por alguns segundos, achou que estava sonhando ou que era uma alucinação, entretanto, olhou na direção de quem estava o segurando. Era Rebecca, ele sorriu, não fazia a menor ideia de como ela o encontrou, mas ficou tão feliz por isso. A mulher se concentrou em ajudar Roy a sair daquele prédio, depois eles se entendessem.
O agente viu sua equipe abatendo os últimos funcionários de Halcón que devem ter ido atender o último chamado dele, Roy assentiu, não entendia o motivo de estar fazendo isso, uma lágrima escorreu pois se lembrou de Shin. Apoiou sua cabeça no ombro de Rebecca vendo a cena da morte dele se repetir em sua mente.
Rebecca abraçou o que conseguiu dele, sabia que Roy, provavelmente, não ia querer falar sobre nada do que viu ou fez nessa tarde. Então, só restava abraçá-lo.
Os dois seguiram para nave em silêncio. Rebecca o colocou em sua cadeira enquanto segurava sua mão, os outros agentes voltaram após terminar com os funcionários do falecido Halcón, e os cinco deixam o planeta Vicius-67.
☆☆☆
Roy abriu os olhos lentamente sentindo que seu corpo não doía tanto como antes, mas estranhamente, se sentia muito leve, como se estivesse chapado.
Notou Rebecca olhando pela janela do quarto hospitalar em que ele estava, tentou se mexer, mas não conseguiu. A capitã percebeu que ele acordou e se aproximou.
— Está se sentindo bem? — Questionou Bex e sentou na cama dele, Roy não estava sabendo racionar, então, apenas concordou com a cabeça. — Que bom, o doutor Paul disse que se você estiver se sentindo estranho é por causa do sedativo para sua dor. E não se preocupe, é mais forte do que parece.
Roy sorriu e segurou a mão dela. Ainda se sentia aéreo, mas queria ter certeza que Rebecca estava ali.
— Você estava pensando direito quando se meteu no meio dos criminosos sozinho? — Bex perguntou, ainda segurava a mão dele, entretanto, estava mais séria.
— Eu tinha que fazer sozinho, passei anos naquela facção, só eu podia dar um fim. — Roy explicou, sua voz saiu fraca, parecia que ia dormir de novo.
— Eu podia ter te ajudado, a equipe inteira podia ter te ajudado, era só ter falado. — Rebecca se levantou da pequena cama, não queria demonstrar, mas os minutos que ficou sem notícias de Roy foram assustadores.
— Não irei me desculpar, era o que eu tinha que fazer, uma hora ou outra eu enfrentaria o meu passado, só eu podia fazer aquilo. — A cada palavra dita, Roy sentia que dormiria, Rebecca negou com a cabeça.
— Eu pensei que tinha morrido, Roy, quando eu vi o estado que aquele prédio estava acreditei que você era um dos mortos que estavam no chão. — Bex fez uma pausa, lembrar do que sentiu naquela hora formou um nó em sua garganta. Antes que pudesse fazer qualquer coisa, Roy ergueu sua mão na direção dela, Bex tentou resistir, mas acabou por segurar.
— A pior parte foi achar que não veria você de novo. — Roy sorriu fraco ao dizer essas palavras, seu corpo parecia preso naquela cama, não conseguiria fazer mais nada, deixou-se levar pelos remédios e sedativos. Adormeceu enquanto Bex o encarava tímida e com o rosto quente.
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