10.
Frankie olhou em volta, estava cercada por agentes e talvez não tivesse como escapar.
A loira continuou de mãos rendidas, porém, as naves cápsulas de sua gangue se aproximaram, fazendo uma ventania surgir.
Rebecca franziu a sobrancelha, isso ia virar uma grande confusão.
Os homens que desceram das naves dispararam tiros na direção da equipe. Eram um grupo de seis homens, três deles atiravam em Zia, Krent e Vox, que assim que viu a confusão se aproximou dando de cara com o caos, os agentes atiravam em sequência se afastando e se abaixando quando os tiros iam na direção deles. Zia conseguiu abater um deles, mirando em sua garganta, sangue jorrou e o homem caiu no chão. Krent se jogou sob o asfalto quando os tiros do seu adversário eram demais para que pudesse desviar. O agente, mesmo no chão, conseguiu mirar na testa do homem, dando o tiro fatal. Vox teve que ser mais rápido, sua ameaça era veloz, se aproximava cada vez mais, o ex-governante precisou correr enquanto atirava, desviou de um tiro que quase o acertou, se abaixou, apoiando em um dos joelhos, rapidamente, atirou no peito dele, finalizando.
Roy chegou na confusão um tanto apressado, disparou um tiro certeiro em dos homens que nem teve tempo para reagir, o agente correu mais adiante até que dois deles impediram seu caminho, Roy sorriu. Os tiros vindo dos homens fizeram o ex-contrabandista se jogar no chão e rolar um pouco, parando próximo a um prédio velho, Roy foi se levantando conforme desviava dos tiros, entrou no prédio quase se jogando para dentro, havia uma grande janela com um vidro quase totalmente quebrado, Roy ficou encostado na parede, respirou fundo antes de virar seu corpo na direção do vidro podendo ver um dos homens que já estava quase entrando onde ele estava. Mirou no seu rosto, sendo irremediável. Já com o outro, Roy esperou que seu oponente entrasse no prédio, assim que isso aconteceu, o agente o deu uma rasteira, chutou suas costelas e atirou em peito duas vezes.
Rebecca viu Frankie correr para longe quando sua gangue apareceu, a capitã se adiantou, apressando os passos atrás dela, a loira entrou no meio de uma multidão, que seguiam para pegar o elevador para o grande trem-bala, Rebecca teve que correr, já que, se a mulher pegasse o transporte público, seria complicado a encontrar novamente, ela foi esbarrando em todo mundo, pedia desculpas, mas seguia rapidamente. Frankie sorriu, pensava que despistara Rebecca, entretanto, não contava que a mulher apareceria encostando sua arma bem na nuca dela, fazendo seus cabelos loiros se levantarem levemente.
— É melhor vir comigo, tem muita gente aqui. — Rebecca praticamente sussurrou em seu ouvido, Frankie assentiu, a capitã segurou o braço da loira, até mesmo, apertou.
Bex praticamente a empurrou para fora da fila de extraterrestres, Frankie parecia quieta demais para seu gosto. — Se tentar alguma coisa, eu não vou recuar em acabar com você.
— Não vou tentar nada, capitã. — Frankie soltou uma risada abafada, Rebecca apertou ainda mais seu braço, sua arma agora estava pressionando a barriga da loira. As duas seguiram até um beco, Bex a empurrou para a parede de um antigo bar, a mão que antes segurava o braço da loira, agora, estava em seu pescoço e a arma apontava para seu rosto.
— Quem contratou os seus serviços? — Rebecca perguntou, Frankie sorriu e alisou o cano da arma com seu dedo, se divertia com a situação.
— Pergunte a sua antiga família. — Frankie sugeriu, ergueu a sobrancelha levemente.
— Está me dizendo que foi alguém da O.R? — Bex engoliu em seco, pensar em um conflito com essa organização fazia seu corpo tremer.
— Desculpe, não posso dizer mais nada. — Frankie acertou uma joelhada no abdômen de Rebecca, a capitã se contraiu, tentando suportar a dor, sendo que soltou a mulher, Frankie aproveitou essa deixa e socou o rosto de Bex. A capitã se virou, sentiu sua bochecha arder, porém, ficou tão nervosa que segurou dos cabelos da loira, batendo sua cabeça na parede atrás dela. Rebecca a jogou no chão com força, mirou sua arma na direção da loira, entretanto, se conteve. Precisava saber quem a contratou.
Respirou fundo, contando três segundos e atirou na perna dela. Frankie gritou, tentou se levantar, mas o ferimento doía tanto que não teve o que fazer.
Rebecca se aproximou, guardou a arma na cintura e segurou o rosto da mulher, apertou suas bochechas cravando as unhas na pele.
— Eu vou perguntar de novo, Frankie, quem contratou você? — Bex a encarou, a loira riu alto, desviou o olhar por alguns segundos e voltou a encarar a capitã.
— Mesmo se me matar, Rebecca, os ataques vão continuar — Frankie indagou, viu Bex franzir a testa de nervoso, sorriu. — Pode atirar, me bater, até mesmo, me torturar. Eu não falo. — Sua última frase saiu como um sussurro, Rebecca a levantou pelo colarinho, Frankie continuava sorrindo, não fazia ideia dos planos da capitã, Rebecca socou seu rosto tão forte que a mulher desmaiou.
☆☆☆
Roy caminhou pelo antigo bar com as mãos no sobretudo, depois daquela missão agitada, resolveu acalmar os ânimos nesse lugar que sempre frequentou quando estava triste, confuso ou com algum problema. Já tinha mais de uma década que fazia isso.
Sentou no fundo, as mesas e cadeiras eram todas vermelhas, quase desbotando. Olhou para a janela, podia ver os anéis de Saturno. Suspirou, era estranho estar nessa cápsula novamente.
O segundo maior planeta do sistema solar da Via-Láctea não possui um solo, assim como Júpiter, desse modo, existe uma grande base ao redor do planeta, onde os extraterrestres vivem, trabalham e constroem suas vidas. Roy sorriu se imaginando tendo a vida simples e calma dos que vivem desse lado, era engraçado pensar que poderia ser um homem de família, com sua idade, 32, muitos já tem esposa e filhos. Deixou esses pensamentos de lado quando foi servido por uma bela garçonete.
Por pouco, o amarelo pediu para a garota deixar a garrafa, mas achou melhor estar sóbrio para essa conversa.
Resolveu agir como alguém maduro, já que, Ravenna continuou tentando contato com ele. Agora a esperava sentado na última cadeira do velho bar.
Não demorou muito para que a mulher entrasse pela porta.
Sorriu para ele um tanto tímida, Roy assentiu, esboçando um meio sorriso, em passos calmos, Ravenna se aproximou.
Sentou na cadeira a sua frente, por alguns segundos, os dois não falaram nada.
— Me desculpe. — O pedido saiu em coro, eles riram vendo que queriam dizer o mesmo.
— Pode falar. — Roy sugeriu, ergueu as sobrancelhas, Ravenna concordou com a cabeça.
— Me desculpe por te forçar a dizer se está ou não com a Rebecca, não faço mais parte da sua vida para te exigir qualquer explicação. — Ravenna colocou o cabelo para trás da orelha, realmente envergonhada.
— Está desculpada, e me perdoe por ser tão rude e grosseiro quando nos encontramos. — Roy a encarou, esperou que a garçonete também a servisse para começar a beber. Assim que isso aconteceu, o agente deu um gole.
— Está tudo bem, e se eu te ofendi de alguma forma — Ravenna tentou falar algo, porém, não conseguiu. Roy deu de ombros.
— Não me ofendeu. — Roy levantou o olhar na direção dela. — Ravenna, eu te conheço, você não costumava retroceder em suas decisões, por que me procurou? — Questionou o amarelo, a mulher respirou fundo.
— Porque eu senti falta de você. — Um silêncio predominou por alguns instantes, Roy acabou virando o copo todo de uma vez. Ravenna negou com a cabeça algumas vezes, se culpando por falar algo assim e acabou se levantando, não encarou o homem na sua frente e começou a deixar o lugar.
— Ravenna?! —Roy se levantou rapidamente, deixando dinheiro na mesa e indo na direção dela, do lado de fora, ele a segurou pelo braço.
— Desculpa, eu só queria saber como você estava, não devia ter falado daquele jeito, eu... — Ravenna abaixou a cabeça, estar perto assim de Roy doía. O agente pode não saber, mas também partiu o coração dela. Ambos tiveram seus corações despedaçados durante seu relacionamento.
Há três anos, os dois tiveram a última conversa.
Estavam noivos, era para ser o momento mais feliz de suas vidas, porém, não era assim que eles se sentiam.
— Por que você está tão na defensiva hoje? — Roy perguntou, procurando sua camisa pelo quarto, Ravenna fumava olhando a vista. Os dois estavam distantes.
— Foi o trabalho, tive que ser simpática hoje, acredita? Dá pra me imaginar assim? — Ravenna tragou o cigarro mais uma vez, soltando a fumaça lentamente.
— Deve ter sido horrível, querida, sinto muito. — Roy achou a camisa, estava na cadeira, a vestiu rapidamente. Ravenna se virou para ele, seus olhos estavam vermelhos, chorara enquanto ele estava no banho. — O que aconteceu?
— Você ainda me ama? — Ravenna perguntou rápido, Roy, por alguns segundos não teve expressão, parecia que tentava dizer que a amava. E será que ainda amava?
— Roy, nós vamos nos casar e você trava para me dizer um eu te amo? — Ravenna voltou a janela, sentia lágrimas escorrendo pelo rosto, tentou secar antes que seu noivo se aproximasse, em vão, o homem notou e a abraçou.
— Eu amo, sabe disso. — Roy falou, enquanto apoiou sua cabeça no ombro dela. Ravenna sorriu de maneira triste, já não aguentava mais essa incerteza sobre os sentimentos dele. Parecia que vivia o relacionamento sozinha, Roy sempre foi ausente. E, ultimamente, eles se viam poucas vezes na semana, entretanto, o que mais pesava era o fato dele nunca ter tentado ser alguém melhor por ela. Já que Ravenna tinha mudado quase tudo na vida para estar ao lado dele.
— Nunca soa verdadeiro quando você diz. — A mulher se soltou do abraço e seguiu para o banheiro. Essas palavras ecoaram pela mente de Roy, será que ele realmente a amava? Será que eles realmente deveriam se casar? Ravenna ainda era o seu amor?
— Você ainda quer casar comigo? — Roy se aproximou da porta do banheiro, sabia que ela deveria estar fumando no vaso sanitário enquanto chorava. Ravenna se negou a acreditar que, por mais que o amasse, não queria passar a vida ao lado dele.
— Roy, eu amo você, com todo meu coração, mas... — Ela tentou, porém, ele a impediu.
— Não deveria ter um mas nessa frase.
Silêncio.
Mais silêncio.
Ravenna saiu do banheiro dando de cara com seu noivo, ela o abraçou apertado, passando os braços ao redor do corpo dele e o puxando para si. Roy retribuiu, afundou seu rosto na curva do pescoço dela. Queriam que aquele abraço durasse para sempre.
— Sei que você tem que sair agora, então, pode ir. Amanhã nós conversamos melhor. — Ela sussurrou, ele assentiu.
Entretanto, no dia seguinte, quando Roy voltou à noite, Ravenna não estava mais lá.
Em cima da cama deles, um bilhete escrito em um pedaço de papel qualquer.
"Querido Roy,
Adeus. Sinto muito.
Ravenna."
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