•Capítulo Doze•
Antonella andou comigo na direção do buffet, do outro lado do salão principal — e longe dos nossos homens.
Olhei para trás, Nicola sequer sentira a minha falta, ele e Simona continuavam entretidos com a tal da Cinzia.
— Temos que ficar por perto. — falei, me virando para olhar para Antonella.
Ela meneou a cabeça em negação, paramos em frente a mesa de buffet e ela pegou alguns canapés para comer.
— Não, eles estão fazendo o trabalho deles. — respondeu carrancuda. — Por mais ruim que seja, Cinzia será senadora um dia, e eles precisam do apoio dela para controlar a Sicília.
— Você não se preocupa que ela esteja tão perto de Simona? — apontei para trás, olhando sobre nossos ombros, Antonella e eu observamos enquanto Nicola e Simona riam de algo que Cinzia falava.
— Urgh! — rosnou Antonella, voltando sua atenção para os aperitivos na frente dela.
— Eu não vou ficar aqui parada!
Ela segurou o meu braço quando me virei, com a intuição de ir lá parar essa palhaçada.
— Você está maluca? — olhei para ela com o meu melhor olhar de “Eu, maluca? Duh! Se liga, tem uma periguete tentando seduzir os nossos homens!”.
Antonella suspirou e soltou o meu braço, se encostando contra a mesa do buffet.
— Eu confio em Simona, okay?
Ri, expelindo sarcasmo por cada poro do meu corpo.
— Mas eu não confio em Nicola! E nem nela.
Antonella estreitou os olhos para mim, séria de repente.
— Deixe eles.
Bufei, cruzando os braços na frente dos seios.
— Eu não vou ficar nada feliz se ela convencer eles a fazer um ménage...
Antonella riu abismada, balançando a cabeça de um lado para o outro.
— Não, Simona não faria isso. — ela ficou séria de novo. — Ele não é nem doido.
Olhei sobre o ombro de novo, mas dessa vez, encontrei o olhar de Nicola, sua expressão de aço. Estreitei os olhos para ele, um aviso explícito de que, se ele fizesse alguma merda eu arrancaria os cabelos da biscate e depois as bolas dele.
Ele me lançou um breve sorriso antes de voltar a atenção para Cinzia.
— Por que não nos divertimos um pouco? — Antonella perguntou sorridente.
Voltei o meu olhar para ela.
— Se divertir? Em uma festa chata como essa?
Ela meneou a cabeça e apontou para o lado oposto do salão. Me virei e encontrei um grupo de três rapazes olhando para nós, não deviam ter mais que vinte e cinco anos.
— Uh, boa idéia. — entrelaçei nossos braços. — Você vem?
Ela olhou para onde Simona a estava olhando, sério, sua expressão mortal. Pelo jeito, ele percebera a atenção sobre nós.
— Não acho que seja uma boa idéia. — ela disse, absorta no olhar de Simona.
A puxei comigo mais para o centro do salão, mas ela e Simona permaneciam se olhando.
— Venha, ele está ocupado, aliás, está “muito” ocupado. — ela olhou para mim e sorriu, uma olhada sobre o meu ombro e pude ver Simona soltando fogos pelas ventas enquanto nós nos aproximavámos cada vez mais dos rapazes.
O homem do meio, lindamente loiro e alto, os cabelos cortados rentes a cabeça, a barba rala e bem feita em seu maxilar, se endireitou, os lindos olhos verde jade brilhando enquanto nós nos aproximavámos.
Antonella dirigiu sua atenção ao homem a esquerda do loiro, sua pele era morena, chamativa, parecia suave, o que me deu uma súbita vontade de tocá-lo. Sabia bem porque Antonella fora atraída de primeira para o mulato de cabelos cortados e olhos escuros agora, ele era simplesmente de tirar o fôlego.
Voltei a minha atenção para o loiro na minha frente, sorrindo, e parei perto dele.
— Uma dança? — perguntei, estendendo a mão para ele.
Um lindo sorriso de dentes perfeitamente brancos iluminou o rosto bonito, — não tão bonito quanto o de Nicola, — pensei.
— Uma senhora tão bonita pedindo uma dança? — perguntou, colocando a mão na minha.
Ri, o puxando para o meio da pista de dança improvisada. Antonella estava em uma conversa acalorada com os dois amigos do homem que eu acabara de tirar para dançar.
— As vezes, as mulheres têm que dar o primeiro passo. — concluí, respirando fundo quando ele me puxou para ele com um aperto firme e começamos a dançar.
Fiquei alegre quando ele não ultrapassou nenhuma barreira, sempre com respeito enquanto dançávamos.
— Decidida, gostei. — comentou. — Posso saber o nome dessa mulher estonteante?
Gargalhei, lançando a cabeça para trás. Podia sentir alguém me olhando, e sabia bem quem devia ser. Nicola.
— Verônica Marini. — giramos em círculos rápidos pelo salão, desviando de eventuais casais que também dançavam ali. — E você, como se chama?
— Steve Russell. — ele deu um último giro comigo e paramos juntos, ofegantes quando no final da música.
— Um belo nome. — concluí, lhe dando um sorriso.
Ele se afastou e soltou a minha mão, e assim, andamos juntos lado a lado até o canto em que seus amigos estavam com Antonella, que ria histérica de algo que eles falavam. Eles nem sequer estavam dando em cima dela, assim como Steve não o fizera.
— Verônica, esses são meus amigos, Patrick Williams... — ele apontou o lindo mulato. — ...e Kevin Hall. — o moreno de olhos castanhos claros se abaixou, em uma saudação antiga, me fazendo sorrir.
— Eu sou Verônica Marini. — me apresentei, juntando as mãos na frente do corpo.
— É um prazer, Verônica. — Patrick disse com um forte sotaque.
— Oh! Não são da Itália? — olhei para Steve e para Kevin surpresa.
— Não, não. Somos do Estados Unidos, estamos aqui por alguns meses resolvendo coisas de trabalho.
— Que legal, e vão ficar por mais tempo? — Antonella se intrometeu.
— Mais alguns meses antes de voltarmos. — olhei sobre o meu ombro e congelei quando encontrei o olhar de Nicola, sério, pura raiva contida.
— E vocês, suponho que são daqui. — Patrick comentou.
— Eu sou, nascida e criada na Itália. — Antonella disse com um sorriso doce, seus olhos brilhando para nós.
— Bom, eu também nasci aqui. — dei de ombros. — Embora me sinta diferente quanto a isso.
Não tinha como explicar, ainda mais para entramos, que eu sentia como se não fosse desse lugar, desde que sei diferenciar cocô de xixi.
— Ah. — os três rapazes se entrolharam.
Um braço forte circulou a minha cintura e me puxou para um corpo duro, uma olhada para o lado e para cima e pude ver os olhos incomuns de Nicola me fitando com seriedade.
Voltei a olhar para frente, para os rapazes, e para o lado onde encontrei Simona agarrado a Antonella, como se fosse o fodido dono dela.
— Steve... — comecei, mas Nicola me interrompeu.
— Steve? — ele olhou para o loiro rapaz que tinha quase a sua altura.
Revirei os olhos e sorri para Steve.
— Esse idiota, troglodita aqui do meu lado é Nicola, um amigo. — a mão de Nicola apertou a minha cintura com força, me fazendo rir.
— Amigo? — perguntou, carrancudo.
— Sim, amigo. — sorri docemente para ele e voltei a olhar para os rapazes. — E aquele ali é o marido de Antonella, sabe, aquele que a está segurando como se fosse o dono dela.
Simona me fulminou com seus olhos azuis intensos, mas desviei do mesmo com um sorriso no rosto. Não era como se ele pudesse me jogar em um calabouço e me deixar lá pelo resto da minha vida.
(...)
A festa passou rapidamente, no fim, Nicola e Simona se deram bem com os rapazes, que foram embora algumas horas depois.
Antonella, eu e Simona estávamos esperando por Nicola, que dissera para esperarmos por ele, já que tinha que resolver algo rapidamente.
Bati o salto no chão com impaciência, todos já estavam indo embora e o salão estava quase vazio, mas nenhum sinal de Nicola.
— Quer saber, eu vou atrás dele.
— Espere Verônica! — Antonella disse quando comecei a andar. — Deixe que eu vou com você.
Dei de ombros, entrando na sala de estar da mansão. Por que tudo estava malditamente em silêncio? Nem mesmo os passos dos convidados dava para ouvir.
Virei na primeira porta que achei e entrei, parando abruptamente com a cena na minha frente. Nicola e Cinzia, se beijando.
Pisquei várias vezes, a minha boca aberta enquanto o via beijá-la... Não, ela o estava beijando? Porra!
A raiva e aquela sensação indescritível de traição cortou pela minha coluna enquanto o via segurar os cabelos dela, para, no próximo segundo, afastá-la. Talvez, se eu não estivesse com tanta raiva e pronta para colocar essa maldita mansão abaixo, teria dado credibilidade a expressão de repulsa no rosto de Nicola e a forma como ele a afastou, atordoado.
Mas eu estava vendo tudo vermelho, e no lugar da cara da fodida biscate, estava um alvo.
Os olhos azuis de Cinzia encontraram os meus, e meio segundo depois Nicola se virou para trás, os olhos arregalados enquanto ele colocava as mãos na frente do corpo.
— Verônica... — olhei para ele, estreitando os olhos. Resolveria com ele depois, se não o tivesse visto a afastando e o jeito como ficou, teria realmente pensado que ele estava me traindo.
Empurrei a bolsa que segurava para Antonella no peito da mesma, que a segurou com os olhos arregalados.
— Segure isso, eu vou acabar com a raça dessa biscate!
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