•Capítulo Dez•
Abri os olhos, sentindo o meu corpo leve como uma pluma, cercada de calor e por braços e pernas pesadas.
Olhei sobre o ombro e vi Nicola adormecido, os cabelos loiros e espessos cobrindo o rosto. Ele ressonava baixinho, sua perna em cima das minhas me mantendo presa, o cobertor grosso cobrindo nossos corpos com seu calor.
Sorri, nada melhor do que acordar cercada pelo cheiro de homem, — e pelo dono desse cheiro.
Era hilário a forma como Nicola e eu chegamos a esse ponto, era loucura pura, já que mais brigávamos do que nos dávamos bem. Mas como diz o ditado, os opostos se atraem, e eu estava imensamente atraída por Nicola, estava me sentindo bem com ele. Irritá-lo era um dos meus passa-tempos preferidos e eu não me importaria de passar o resto da vida fazendo isso.
Toquei a mão dele que repousava na minha barriga, sentindo aquela avalanche de emoções dentro de mim.
Era tão bom ter alguém, certo, eu tinha papai, que não era um pai ruim, desde sempre cuidara de mim e me dera amor quando a minha própria mãe tinha nos abandonado.
Ele fez o possível para me manter fora das das suas jogatinas, mas agora tinha sumido, desaparecido e me deixado. Isso não era do feitio do papai, ele nunca fugia de nada, era medroso, sim, mas encarava as coisas de frente, sempre me protegendo.
Nicola se mexeu atrás de mim, permaneci quieta, não querendo acordá-lo e fazer aquele momento acabar.
Suspirei derrotada quando senti vontade de fazer xixi. Não podia segurar, tinha que me levantar e ir no banheiro, aproveitaria e tomaria um banho, a minha pele estava com aquela sensação pesada de suor e sujeira.
Tirei a mão de Nicola da minha barriga devagar e me sentei na beirada da cama, olhando para ele de remexer na cama, o seu braço deslizando onde eu estava deitada a poucos segundos atrás, antes de relaxar de novo e começar a ressonar baixinho.
Balancei a cabeça, sorrindo, e me levantei, não me preocupando em pegar nada para me cobrir. Fui para o banheiro e, depois de fazer as minhas necessidades, tomei um banho demorado e quente, aliviando os músculos tensos do meu corpo.
Espalhei o sabonete líquido na minha mão e esfreguei sobre a minha pele, sentindo aquele palpitar insistente entre as minhas pernas.
Estava viciada em Nicola, em sexo com Nicola, e isso parecia o certo, um homem lindo como ele merecia ser amado, digo, “desejado”.
Começava a me empolgar com a idéia de ficar aqui com Nicola, se papai aparecesse, provavelmente, ele morreria e eu seria lançada no olho da rua. Tinha perdido mais de uma semana da faculdade e a essa altura eles já deviam ter acionado o conselho estudantil para decidirem o que fazer com a minha bolsa.
Gemi frustrada. Trabalhei tanto para conseguir aquela bolsa, garçonete em clube de strip-tease, vendedora de planfetos na rua, faxineira. Estremeci ao me lembrar das privadas nojentas que tive que limpar ao longo da minha vida, papai sempre insistia para que eu pegasse o dinheiro que ele conseguia nas suas jogatinas para pagar a metade da bolsa, mas eu não aceitara.
Agora, tudo tinha ido por água abaixo.
Talvez se eu chegasse na faculdade depois do meu período — Pós-sequestro — eles me entenderiam e me deixariam entrar. Não, zero possibilidade Verônica.
Desliguei o chuveiro, gemendo de pura frustração. Isso não podia estar acontecendo. Não, podia sim, mas não desse jeito. De todo modo, a única coisa boa até agora nisso tudo fora Nicola, quer dizer, “o sexo com Nicola.”
Me enrolei em uma das toalhas que tinha pendurada ali no banheiro e fui para o quarto, os meus cabelos molhados pingando pelo chão. Nicola provavelmente me mataria, mas ele podia fazer isso depois que eu aproveitasse bastante daquele corpo pecaminoso.
Nicola ainda dormia, o cobertor cobrindo todo o seu corpo, — uma pena, — os cabelos loiros emaranhados sobre e ao redor do seu rosto.
Soltei a toalha e passei sobre ela, sentindo os meus mamilos endurecendo a cada passo que eu dava em direção a cama. Subi na mesma e fiquei sobre as minhas mãos e joelhos, antes de engatinhar sobre o corpo de Nicola. Afastei os cabelos de seu rosto com a mão e enfiei o rosto na curva do seu pescoço, inspirando profundamente. Ele cheirava como um homem, mas um homem de verdade, aquele cheiro viril de suor e sexo grudado na sua pele bronzeada.
Afastei o rosto e me sentei em cima dele, vendo como ele franziu o cenho, ainda dormindo. Afastei o cobertor de cima dele e o joguei para o lado, me maravilhando com o corpo nu de Nicola, o pau duro — ereção matinal — contra a barriga definida.
— É lindo demais para manter as minhas mãos longe. — murmurei com um sorrisinho, mexendo os dedos na frente do rosto.
Sentei em sua barriga, sentindo aquele arrepio de excitação percorrendo o meu corpo quando sua pele quente entrou em contato com a minha carne.
— Isso é demais... — murmurei, perdida completamente em pensamentos libidinosos.
Me abaixei de novo, pressionando os seios contra o peitoral de Nicola e lambi a sua clavícula, sentindo a aspereza dos pêlos loiros na minha língua.
Fechei a boca em seu maxilar e deixei um beijo molhado e estalado. Como era sexy, me aproveitar de um homem enquanto ele estava “indefeso”. Ia estuprar Nicola, ou isso não era estupro? Bom, de todo modo, não tinha o consentimento dele.
Ri com os meus pensamentos malucos, mas continuei a minha inspeção.
Deixei beijos molhados pela sua bochecha, estava quase na linda boca quando ele abriu os olhos, aqueles olhos anormais, intensos, me fitando como se pudesse ver a minha alma.
Sorri quando eles se moveram para a minha boca, passei a língua pelo lábio interior e pude ver quando o desejo cruzou o seu rosto.
— Bom dia, meu príncipe adormecido. — murmurei perto dos seus lábios, antes de pressioná-los contra os dele.
As mãos de Nicola subiram pelas minhas coxas, massageando o meu bumbum até a minha cintura, que ele agarrou com força e virou de uma vez, separando os nossos lábios e me fazendo ofegar quando fiquei de costas contra o colchão, o corpo forte em cima de mim, o quadril estreito e o pau melado pressionando a minha intimidade.
— Uau! — exclamei, rindo, e subi as mãos pelos seus braços, contornando os músculos até os seus ombros. — Isso é que eu chamo de grande reviravolta!
Ele revirou os olhos, sério.
— Você fala demais, sabia? — estremeci, dos pés a cabeça, quando ouvi a voz rouca, ainda embargada pelo sono.
Balancei as sombrancelhas, mordendo o lábio inferior.
— E isso é ruim, Sir. Nicola? — zombei, pressionando o quadril contra o dele.
— Não. — ele abaixou a cabeça para o meu pescoço, lambendo a minha pele com aquela língua devassa. Agarrei os cabelos longos entre os dedos e arqueei o corpo, me esfregando contra ele com avidez. — É excitante.
Sorri, sentindo o meu coração apertar, aquela sensação de novo.
— Acordei querendo que você me mostre mais dos seus dotes. — sussurrei em seu ouvido.
Nicola afastou o rosto para olhar para mim, seus lábios tão belos e macios me chamando.
— Temos muito tempo para aproveitar. — ele enfiou a mão entre os nossos corpos, descendo até a minha boceta, agora molhada.
— Então vamos começar agora. — exclamei, erguendo o corpo para sentir o seu toque.
Ele sorriu e me beijou, invadindo a minha boca com a sua língua pecaminosa.
O beijei de volta, apertando os dedos em seus cabelos, esfregando os seios duros contra o seu peitoral.
Nicola enfiou dois dedos pelas minhas dobras, me fazendo arquear o corpo contra a sua mão, a palma pressionou o meu clitóris, e nesse momento vi estrelas.
— Humm...uh...uh...hummm... — gemi em sua boca, sentindo um dedo entrar em mim.
Afastei a boca da dele e joguei a cabeça contra o travesseiro, sentindo as minhas paredes apertarem ao redor do seu dedo com as carícias que a sua palma fazia no meu clitóris.
— E você... Quer me fazer gozar apenas com os dedos? — perguntei com sorrisinho, franzi o cenho e gemi alto quando ele curvou os dedos dentro de mim, acariciando aquele ponto doce na minha vagina.
— É quando você diz algo assim que eu sinto que tenho que calar a sua boca. — ele vocíferou, pressionando a palma no meu clitóris com mais força.
— Nossa...! — exclamei, meu corpo todo arrepiando. — E é quando você está nervoso e com essa voz, que eu não aguento me segurar.
Nicola sorriu, finalmente, um sorriso.
— Mas agora, eu só quero que você me foda. — incitei, apertando seus dedos dentro de mim.
Nicola grunhiu, tirando os dedos de mim, e agarrou a minhas coxas, as levantando contra o meu peito.
— Segure. — ordenou, e não esperei duas vezes antes de circular as minhas coxas com os braços, as mantendo afastadas.
Nicola massageou a minha carne, segurando o membro duro na mão.
— Anda rápido! — exclamei, sentindo os primeiros tremores percorrerem o meu corpo, ia gozar rápido.
Nicola riu, olhando para mim com os olhos nublados pela paixão. Ele era tão lindo, tão maravilhoso, que eu me derretia quando estava perto dele.
Merda, não podia me apaixonar, não por ele!
Nicola entrou em mim com um único impulso, de surpresa, pois sequer o senti se alinhando na minha entrada.
Não consegui segurar as pernas, acabei as soltando quando gozei forte.
— Nicola! — gritei, sentindo seu membro me arreganhando.
— Merda...! — ele vocíferou, segurando as minhas coxas abertas.
Ele recuou e entrou de novo, e de novo, e de novo. Mais forte, mais rápido, nada da ternura da noite anterior.
Minhas paredes internas se abriam e se agarravam a ele a cada invasão, a cabeça polpuda acariciando aquele mesmo ponto doce dentro de mim, estimulando mais, me fazendo tremer de antecipação.
— Ah, meu deus! — joguei a cabeça para trás, erguendo o quadril de encontro ao dele, o levando mais fundo. — Isso! Você é tão gostoso, oh meu deus, Nicola!
O orgasmo chegou como uma bomba dentro de mim, senti seus dedos pressionando o meu clitóris com força, fazendo círculos rápidos enquanto ele se afundava mais e mais forte em mim. O segundo orgasmo veio em poucos segundos, me fazendo gritar e agarrar o lençol da cama ao meu redor.
— Caralho, isso, delícia! — gemi, ouvindo Nicola apertar as minhas coxas com força.
Ele se enterrou fundo em mim e gozou com um urro alto, os dedos escavando na minha pele.
Fechei os olhos, tentando relaxar enquanto o meu corpo todo tremia.
— Você é muito bom nisso... — elogiei com um sorriso, e abri um olho para encará-lo.
Nicola se abaixou em cima de mim, me beijando. Enfiei a minha língua na boca dele, querendo agarrá-lo e segurá-lo para sempre.
— Quero de novo. — murmurei quando ele separou os nossos lábios.
Nicola sorriu, olhando nos meus olhos.
— Você é demais mulher.
— Humm, apenas a mulher certa para você.
Capítulo dedicado a EMY_900
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