Capitulo 10
Zayn se revirou na cama, completamente insone, já havia passado diversas vezes pelo quarto de Lauren, visto a mesma dormir tranquilamente entre os lençóis, no entanto sua mente não parava de funcionar. A frase da mesma há meses atrás não sumia de sua mente. Ali era razão e orgulho brigando.
Então enquanto eu me reviro em meus lençóis
E mais uma vez não consigo dormir
Saio pela porta e subo a rua.
Não se arrependeu de não tê-la obrigado a se casar com ele, sentia-se terrivelmente atraído por ela desde o momento em que a viu. Queria-a e não descansaria até tê-la para si. Provavelmente perderia todo o encanto quando conseguisse o que tanto queria, e finalmente poderia dar a ela o divorcio, diria a sua família que não dera certo o casamento e todos parariam de tentar casá-lo por um bom tempo até que ele realmente quisesse isso. Tudo seria uma questão de tempo.
Olha as estrelas debaixo dos meus pés
Lembro de coisas certas que fiz erradas
Então aqui vou eu.
Revirou na cama, mais uma vez desistindo de dormir levantando-se, tirou a roupa abrindo o chuveiro no frio e entrando de cabeça embaixo da água. Seu corpo reagiu com a ofensa da água gelada em contato com a sua pele quente. Ele fechou o chuveiro enrolando uma toalha na cintura, e dirigiu-se a cozinha, parando no quarto de Lauren respirou fundo, sentindo um desejo descomunal ao olhá-la. Ela dormia, os fios negros caídos pelo rosto, os lençóis enrolados na perna e o corpo coberto por uma minúscula lingerie azul.
E assim eu mandei alguns homens à luta, e um deles voltou na calada da noite.
Disse que ele tinha visto o meu inimigo
Disse que ele se parecia comigo
Então eu sai fora para me cortar e aqui vou eu.
Ele respirou fundo, a testa encostada no batente da porta, lutando contra o desejo de entrar naquele quarto e acordá-la, fazê-la sua de uma vez por todas. Fechou a porta do quarto da mesma seguindo seu rumo até a cozinha.
— Merda Lauren Jauregui. — Murmurou, socando o balcão da cozinha inconformado com esse desejo que sentia. Pegou um copo enchendo-o de água e bebendo um longo gole.
— Zayn? — A voz sonolenta de Lauren atrás de si o fez soltar um gemido de frustração.
— Hm? — Murmurou, sem olhá-la, mirando seu copo de água.
— Ta tudo bem? — Sondou ainda da porta da cozinha, viu quando ele saiu da porta de seu quarto a fechando-a e resolveu checar o que aconteceu. O mesmo assentiu, ela o observou, os músculos das costas tencionados, o corpo masculino coberto apenas por uma toalha branca e respirou fundo. — Ok. — Ela murmurou em um suspiro, dando meia volta.
— Lauren. — Ela chamou, vendo a mesma virar-se para olhá-lo, no entanto ele manteve-se calado apenas a observando, o desejo estampado em seus olhos, ela abriu os lábios para dizer algo fechando a boca em seguida. — Merda. — Ele grunhiu a puxando para si, o corpo dela chocando-se com o dele os lábios se buscando com ganas, ela paralisou alguns segundos, sem corresponder o beijo, ainda se encontrava sonolenta, porém emitiu um leve gemido correspondendo aquele beijo intenso.
Eu não estou pedindo uma segunda chance
Eu estou gritando com toda a minha voz
Me dê razão, mas não me dê escolha
Porque eu apenas vou cometer o mesmo erro de novo.
Os lábios buscavam-se com urgência, as mãos dela puxavam-lhe o cabelo para si, as bocas buscando-se. Ela gemeu entre beijo sentindo o mesmo a sentar sobre a bancada, ele ficando entre as suas pernas, ela o empurrou pelo peito, arfando. O corpo contrariado com a ofensa de afastá-lo, tentava lutar contra aquilo, ainda sonolenta, não conseguia pensar direito, seu corpo implorava por ele, porém sua razão gritava para que ela o empurrasse.
***
Os olhares se encontraram, ela respirava ainda as arfadas, sentada sobre o balcão, o mesmo passou as mãos pelos cabelos molhados virando-se de costa para a mesma enquanto respirava fundo.
— Por... Por que me beijou? — Ela perguntou tentando raciocinar seu corpo ainda pedia por ele, desceu da bancada da pia normalizando a respiração.
— Porque você está me enlouquecendo. — A voz alterada dele fez com que ela recuasse um passo. — Merda Lauren vá se vestir. — Ordenou ainda de costas para ela, o seu corpo quente de desejos por ela.
E talvez um dia nos encontremos
E talvez possamos conversar e não apenas falar.
Ela o olhou e seguiu para o quarto, indo direto para debaixo das cobertas, sua cabeça confusa, em um minuto o odiava e no outro estava completamente entregue aos beijos dele. A cabeça rodando, ódio e desejo se misturavam, queria que o mesmo a tocasse e a tornasse dele ali mesmo sobre a bancada, e ao mesmo tempo em que o queria, sentia vontade de nunca ter o conhecido. Era complicado.
Deitou-se a cabeça perdida em pensamentos, arrependendo-se do momento em que havia levantado para ver o que havia acontecido. Lembrava-se da filha, as imagens de sua pequena causava um verdadeiro ódio por ele, no entanto ao lembrar-se daquele beijo queria que ele a beijasse novamente.
Zayn bebeu uma dose de uísque sentindo a garganta arder quando o álcool foi ingerido em um único gole. Seguiu para o quarto o álcool lhe dando uma sensação de relaxamento, após três doses ingeridas. Deitou na cama começando a sentir-se sonolento. E sem demorar muito acabou dormindo, ainda apenas de toalha na cintura.
Na manhã seguinte o mesmo acordou com a claridade em seu rosto, grunhiu irritado com a interrupção de seu sono, lembrava-se perfeitamente de fechar a janela e ligar o ar-condicionado na noite anterior.
Abriu os olhos tentando acostumar com a claridade. Gemeu se espreguiçando sua cabeça doía o incomodando. Abriu os olhos vendo uma Lauren parada em frente a sua cama. Vestia um biquíni preto, com uma canga branca com detalhes em roxo enrolada na cintura, os cabelos soltos caindo em cascata pelas costas e os braços cruzados.
— Que diabos...? — Franziu o cenho, ainda sentindo-se zonzo.
— Pensei que não acordaria. — Reclamou fazendo um biquinho, e ele teve uma enorme vontade de puxá-la e beijar aquele biquinho. — São uma hora da tarde, achei que estava em coma. — Brincou.
— Me deixa dormir. — Resmungou, cobrindo o rosto com o travesseiro.
— Não. —Ela murmurou manhosa, puxando a colcha e deu um gritinho agudo ao notar que o mesmo se encontrava nu. Ao longo da noite a toalha havia se desenrolado da cintura dele. Ele sorriu ao vê-la de costas, parecendo uma criança e levantou-se parando atrás dela, sentindo a mesma ofegar sentindo seu membro semiereto encostado em sua bun/da.
— Que foi querida esposa? Nunca viu um homem pelado não? — Murmurou, a voz rouca no ouvido dela.
— É obvio que já. — Murmurou ainda de costas e virou para olhá-lo no rosto, porém seu olhar desceu arrancando uma risada dele. — Hm... Não me impressionou nadinha. — Sorriu, debochada levando um dedo a boca quase inocentemente. Ele a olhou, antes de pegar uma cueca vestindo.
— Hm... Isso é porque você ainda não o sentiu dentro de você. — Sorriu ao ver a mesma arfar, com a voz dele sussurrando roucamente em seu ouvido. Ela estremeceu com quando ele mordiscou chupando o lóbulo da orelha dela. — Mas o que a minha adorável esposa deseja? — Perguntou o tom irônico evidente em sua voz.
— A chave. — Ela falou se afastando dele. — Quero ir à piscina mais ainda não tenho a chave. — Explicou cruzando os braços.
— Você não vai. — Seguiu para o banheiro sem nem olhá-la. Ela piscou três vezes parada no mesmo lugar.
—O que está querendo dizer com o "você não vai"? — Franziu o cenho, seguindo para o banheiro, encostou-se a porta vendo o mesmo escovar os dentes.
— Que você não vai. — Repetiu, enquanto secava o rosto. — Você só sairá daqui quando for comigo a eventos ou coisas do gênero. — Explicou. — Mais alguma dúvida ? — Perguntou sarcástico.
— Você não pode me manter aqui. Isso é contra lei. — Falou a voz alterada ele riu. A irritando ainda mais.
— Posso. Está no contrato que você assinou, deveria ler melhor as coisas que você assina. — Debochou. — Mais alguma coisa ou posso tomar meu banho? Ou você ficará aí assistindo eu tomando banho? — Ela grunhiu andando em passos largos até o quarto, aquele era um sinal claro. A guerra estava declarada.
Ela trancou a porta, colocou um vestido fresquinho de verão e pegou o contrato o releria minuciosamente, ele tinha que ter dado alguma brecha para ela poder atacar. Lia tão compenetrada que nem notou as horas passarem. Deu uma pausa, quando seu estômago roncou e seguiu para cozinha ignorando a presença dele seguindo-a com o olhar na hora que ela passou pela sala e voltou com uma taça enorme de sorvete na mão. Ele riu.
— Vai ficar gorda assim querida. — Debochou.
— Para que se preocupar com isso amor? Você não irá transar comigo mesmo. — Sorriu um sorriso quase meigo, falso. Ele riu.
— Será que não? — Testou, fazendo com que ela risse levando uma colherada do sorvete, que estava coberto de caldas e amendoim, a boca.
— Definitivamente não. — Mandou um beijo no ar para o mesmo e ele riu.
Ela entrou novamente no quarto trancando-se, tinha o contrato na mão enquanto lia e na cama uma agenda com algumas anotações, anotava tudo aquilo que considerava importante.
As horas se passaram enquanto a taça de sorvete acabava e ela anotava as coisas necessárias. O contrato não havia muitas brechas, ele podia usar muitas coisas ao seu favor, sabia o que o contrato o encobria. Ela estava em um campo minado, no entanto agora saberia onde poderia pisar.
Pegou anotando em outra folha na principal alvo que poderia fazê-lo cair: A família. No pouco tempo de convivência com Zayn notara que tudo o que ele mais prezava em sua vida era a família. Derrubava-se um Malik todos cairiam como um dominó. Anotou os nomes dele e as características de cada um que ela pode observar durante o jantar e o casamento.
Olhou o caderninho. Atacá-lo a principio era suicídio. Ele tinha todas as armas em sua mão, ela tinha que atacar indiretamente a família dele. Se manteria na retaguarda esperaria, observaria e planejaria cada passo que desse. Não podia deixar brechas, lembrava-se exatamente da sua família que estavam nas mãos de Zayn.
Lembrou-se do jeito que Zayn olhava o seu irmão antes de quase matá-lo, os olhos frios nãos demonstravam pena nem arrependimento, aquilo fora o empurrão que ela precisava para começar a planejar algo, apenas um esboço do que poderia ser feito.
— Vamos lá Lauren, pense.
Ordenou-se, nunca esteve em seus planos destruir uma família. Mas aquilo era o necessário para que ela pudesse estar com a sua família novamente e ela estava disposta a tudo.
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