Capítulo 29 - ᘏ Rσѕα თ
O interior do palacete parecia mais uma mansão de tão requintada e luxuosa, até mesmo os castelos dos cinco reinos juntos não se comparavam com a beleza desse. Estantes repletas de livros e inúmeras poções, poltronas elegantes feitas de prata e outro cravejadas de pedras preciosas, livros com capas do mesmo material, lustres de cristais, tudo era tão deslumbrante e... brilhante. Era inacreditável encontrar uma deusa-fada naquele lugar, mas continuou a observar e estudar onde estava até que alguém a chamou. O santuário era bem mais luxuoso do que o jardim onde nossa deusa ficava.
— Acredito que não esteja aqui para discutir a decoração do nosso santuário fada do fogo! Disse uma voz serena vinda detrás de uma mesa de ouro maciço.
— Perdão! Preciso falar com a deusa-fada e... Disse trêmula pele energia feroz que a fada sacerdotisa emanava.
— Prossiga. Ou melhor, me poupe de todos os mesmos detalhes repetitivos. Você precisa de ajuda contra a falsa rainha Ariadne e suas forças, certo? Questionou-a de forma fria e objetiva.
— Sim! O que pode fazer por mim?
— Já recebi ordens sobre esse caso e mandei mensageiros a elas. Elas requereram um cálice cheio do seu sangue para cada uma. Vai aceitar a proposta? Perguntou sem demonstrar muito interesse no seu caso.
— Duvido muito que aja alternativa. Como vamos encher esses cálices? Indagou demonstrando coragem, mas não estava tão segura assim de si mesma.
— Em nosso mundo, faremos uma cerimônia e você entregará seu sangue em troca da liberação da perseguição das deusas que apoiam a rainha tola. Fique despreocupada. Dando o que elas querem, nunca mais vão te atormentar. Explicou complacente e mostrando alguma clemência por todo seu sofrimento.
— O que faram com o meu sangue? Indagou Dafne curiosa.
— Elas acreditam que podem gerar vida através de seu sangue. Mas estão completamente enganadas. Mas isso será um segredo guardado a sete chaves pelas suas atuais protetoras. Todas desejam um ser como vocês dois. Sorriu de um modo misterioso.
O oráculo aceitou as condições das deusas, mas a surpresa vira no tempo certo para cada um.
No mundo das deusas. No templo da deusa-fada Aine. De um lado as deusas a favor de Ariadne e do outro as protetoras dos amantes do fogo. Aine surgiu vestida como as demais deusas: uma vestimenta branca simples adornado com fios de ouro, com flores de cores variadas na cabeça. Uma Nefilin branca carregava uma balança sagrada e outra estava com uma ampulheta que simbolizava o tempo em sua mão. Como a sacerdotisa toda vestida da cabeça aos pés de vermelho carregava a sua espada justiceira na mão direita e um punhal na esquerda.
— Hora de começar a cerimônia! Programou Aine e todas assentiram com suas cabeças em completo silêncio.
Dafne se dirigiu ao altar no centro do templo. Ajoelhou-se nele, enquanto Aine colocava os cálices abaixo da posição dos seus pulsos, que estava com seus braços estendidos. Sua espada tocou em cada um dos seus pulsos e, instantaneamente, duas cisões foram abertas.
O sangue escorria pelo seu pulso junto com labaredas de fogo vivo e caía diretamente dentro dos cálices, as chamas circundavam as taças e todo o seu corpo. Seus olhos ficaram vermelhos e todo o templo tremeu, foi sacudido intensamente por terra, vento, água e fogo. Nisso uma neblina rosada adentro por todo o santuário.
— Que todas fiquem cientes que Apolo não concorda com esse sacrifício imposto a sua amada. E rogou aos deuses por justiça, por isso, cada uma aqui neste santuário terá que prestar contas de seus atos ao pai e mãe dos deuses, Zeus e Hera nós aguarda daqui a três luas no Olimpo. Anunciou a sacerdotisa brandindo sua espada e punhal numa dança furiosa.
Dafne sentia alguma dor, mas sabia que era necessário. Ela precisava suportar aquele tormento, pois seria a única forma de salvar o seu futuro e daquele que tanto aprendeu a amar. As feridas ardiam e ela estava se sentindo enfraquecida.
Os cálices estavam prestes a transbordar, quando sentiu duas mãos agarrarem seus pulsos. Um calor intenso passou a percorrer seu corpo. Apenas pode ver dois olhos enegrecidos em sua frente antes de sentir uma dor aguda na cabeça.
— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
— Dafne?! Dafne! Amor, fala comigo! Airy dizia desesperado.
— Airy?! Onde estou?! O que aconteceu comigo? Ela estava muito desorientada e assustada.
— Amor, seus pulsos abriram do nada na floresta e começou a sangrar muito. As bruxas sombrias e eu tentamos conter o sangramento, mas ele não estancava. Por isso eu tive que usar os meus poderes o mais rápido que pude para fechar os cortes. Você se sente melhor? Contou-me amorosamente, enquanto brincava com algumas mechas desalinhadas do seu cabelo.
— Nossa! Que noite! Acho que vou precisar de férias em uma bem distante disso tudo para me recuperar. Falou com um sorrisinho tímido no rosto.
— Acho que posso providenciar umas duas semanas de descanso, mas o que você vai fazer com relação a minha humilde existência? Perguntou roçando seu nariz no dela.
— Como assim o que vou fazer com você? Confessou intrigada.
— Nós não estamos namorando oficialmente e... Seu clã foi reduzida a somente uma existência. Acho que teremos que resolver logo como as coisas ficaram entre nós. Afirmou decidido.
— Oh! Sim, claro. Enquanto eu estava tentando resolver os "meus problemas", só conseguia pensar em você. Se você estava bem. Se ficaria bem. No momento mais difícil da busca, a única coisa que me motivava era você. Não queria te deixar sozinho outra vez, mas também não queria que nada de ruim acontecesse com você. Confidenciou alisando seu rosto e ele beijou sua mão como resposta.
Alguém bate na porta do aposento e Airy permitiu a entrada. Uma mulher alta, cabelos negros, pele morena, olhos castanhos claros adentrou. Ela tinha uma bolsa com escrito e alguns símbolos desconhecidos. Pelas roupas que usava, supomos que era uma bruxa, seu nome era Ava, a uma fada bruxa que foi enviada para cuidar de nós dois daqui por diante.
— Como está o nossa fadinha? Perguntou sorridente sem tirar os olhos de Airy, o que foi muito estranho.
— Acho que vou superar esse clima esquisito! Falou rindo da careta que ela fez.
Ficamos conversando por cerca de uma hora. Aqueles olhos não me eram estranhos. A conversa não era estranha. Parecia que ela estava me contando coisas em código. Demorou um pouco, mas a minha ficha finalmente pareceu ter caído. O verdadeiro nome dela não era Ava e sim Avalon, a bruxa que havia sido minha guia a vidas passadas. Airy estava com uma cara estranha. Parecia ter percebido algo de suspeito na conversa, mas só tocou no assunto quando a "bruxa" decidiu ir embora e nos deixando a sós.
— Puxa! Que bruxa esquisita! Você entendeu o que ela disse? Perguntou com uma linda carinha de confuso.
— Amor, se eu te contar uma coisa você me promete que não vai ficar irritado? Sorri ao notar a cara de espanto que ele fez.
— Tudo bem. Prometo não matar e nem quebrar nada pelo menos nos próximos segundos. Disse fazendo o sinal com as suas sobrancelhas o que fez Dafne revirar os olhos.
— Ela não é uma bruxa comum. Aquela era Avalon, a bruxa que me acompanhou em outras vidas que eu tive!
— O que?! Eu estava do lado de uma bruxa do tempo e não sabia?! Gritou quase surtando na frente dela que abriu um sorriso.
— Airy, dá pra parar de ser dramático e me escutar? Ela foi a bruxa que eu vi antes de acordar. Bem. Não a vi inteiramente, mas lembro-me dos olhos e eram idênticos aos dela. Disse lhe na tentativa de acalmá-lo.
— Existe chance de não ser a mesma bruxa? Perguntou com uma expressão totalmente confusa. — Sabe que pode haver outros significados.
— Sim... Talvez... Na verdade... Deixa pra lá meu amor. Pensou melhor Dafne, como explicar a ele que ela estava em uma conexão presente-passado e que a qualquer momento poderia retornar ao seu tempo de origem.
Após ele se acalmar um pouco, coisa que demorou bastante, ela contou tudo o que aconteceu enquanto estava inconsciente. Na verdade, quase tudo. Digamos que decidiu pular a parte sobre ele ter ido lhe dar "uma pegada forte" em outro mundo. Nenhum ser ia gostar de saber de uma coisa dessas! Era muita informação e confuso demais para alguém que ainda não havia despertado completamente os seus poderes.
Passei mais dois dias no clã de Airy improvisado e finalmente tive alta, graças aos cuidados de todos. O pai dele ainda estava no palacete da rainha Ariadne organizando tudo para o enlace.
Airy e Karina foram levá-la e Dafne ficaria alguns dias na casa da Scar, apelido que Airy colocou na melhor amiga de sua amada, além de chamá-la de nanica o que deixava a mesma enfurecida.
Ficar morando com ela por uns treze luas. Já havia voltado as treinos, aos estudos sobre magia elementar do fogo e estava resolvendo alguns manuscritos pendentes sobre a misteriosa morte de seus familiares. Inclusive, a guarda do reino decidiu deixar o caso como insolúvel por ordem direta da rainha Ariadne.
A vida voltava para os eixos de sempre. Airy e ela estavam "Juntos" desde os acontecimentos estranhos que havia acontecido.
Dá para acreditar que até o momento ele não conversou ainda com seu clã. O que deixou-a desconfiada que isso ainda fosse demorar.
Mais seis luas se passaram e ela ainda visitava os túmulos da sua matriarca e dos seus pais. Naquele dia as azaléas estavam desabrochando, algo muito inesperado prometia mudar o final dessa história de uma forma muito positiva.
— Você os amava muito não? Ouvi uma voz feminina atrás de mim.
— Sim. Eles me fazem muita falta. Como me encontrou? Questionou Dafne sem se virar para ver quem era.
— Eu ainda estou a cuidar de sua segurança, lembra-se? Respondeu a bruxa Avalon ao ajoelhar-se diante da lápide ao seu lado.
— Não me esqueço e nem posso, não é minha protetora? Falou com um sorriso amarelo no rosto.
— Deixe de exageros! Tenho umas notícias para você, Dafne de Gosmel.
— E quais são?
— As dívidas passadas já foram todas pagas e as deusas prometeram jamais perturbá-los por isso. Finalmente a sede de vingança daquelas feiticeiras foi aplacada. Contava com muito desinteresse, visto que Dafne já sabia dessas informações. — Mas ainda falta dar um jeito em Ariadne e sua sede obsessiva de poder.
— Infelizmente, Avalon, o preço foi alto demais. Quantas vidas foram perdidas? Eu não quero mais me envolver nos negócios dos deuses e nem com a rainha Ariadne! Isso já foi longe demais. Afirmou Dafne com toda a convicção de que estava fazendo o certo.
— E foi pensando nisso que vim lhe trazer uma novidade! Disse-lhe com um sorriso.
— E que novidade é essa? Pelo jeito, deve ser algo espetacular. Acabou lhe dizendo Dafne pensativa.
— Como eu fui a primeira bruxa enviada peal fada-deusa para lhe presentear com um dom, fui escolhida como sua protetora e guia novamente. Aceita? Perguntou-lhe com o ar inocente das bruxas do tempo.
— Claro que aceito! Você foi uma das que mais me ajudou durante todas as outras vidas que eu tive. Muito obrigado! Disse enquanto a abraçava sorrindo.
1962 Palavras
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro