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Ponto final

Jungkook

Ainda me lembro bem do dia em que contei ao Yoongi sobre mim, sobre o meu maior segredo. Recordo de como eu estava nervoso com aquilo, afinal eu não fazia ideia de qual seria a reação do meu amigo, ele poderia muito bem surtar ou virar a cara para mim, mil e uma reações se passavam pela minha cabeça e eu temia perder a minha primeira grande amizade.

Foi a primeira vez que uma pessoa que não era de minha família estava sabendo quem eu era, e aquilo me soava assustador, temi que ele tivesse medo de mim ao saber sobre a feitiçaria, ou que ele se afastasse, tentasse espalhar o meu segredo e mais uma série de coisas, mas nada disso aconteceu, talvez Yoongi fosse tão fora da casinha que até minhas histórias malucas soassem como algo normal para ele.

Sinceramente Yoongi nunca se importou muito com o fato d'eu ser alguém tão diferente, acho que ele nunca me viu como um "menino esquisito", apenas como uma pessoa cheia de peculiaridades e eu agradecia por isso, ele não era a pessoa que eu considerei um grande amigo em tantos anos por nada, o Min era fiel e mesmo tendo opiniões duvidosas sobre muitas coisas, ele nunca me deixou de lado e sempre procurou me entender.

Agora eu tinha tomado uma decisão que poderia afetar um tanto as coisas, Yoongi não iria mais ser o único humano que saberia sobre mim e minha família, eu queria contar ao Jimin sobre tudo, porém sabia bem dos riscos, contar para o Min foi algo complicado, tive que conversar muito com minha mãe e meu tio, até os dois permitirem, porém com o Park seria diferente, afinal eu não podia dizer a minha mãe que planejava contar a mais uma pessoa, e que essa em questão estava enfeitiçada.

Também não queria contar ao meu tio, ele já estava bastante preocupado com o rumo que esse feitiço poderia tomar, sendo assim eu preferia não o incomodar mais com tudo isso, contar a Jimin seria um segredo que eu dividiria unicamente com Yoongi, talvez eu devesse começar a chamar esverdeado de "meu fiel confidente", por mais título de filme adolescente que isso soe.

— Tem certeza que quer contar a ele? — Yoongi questionou apreensivo, ele não estava concordando nada com a minha decisão.

— Tenho sim. — Falei enquanto me deitava em minha cama e o Min continuava na cadeira da minha escrivaninha, me olhando de cenho franzido.

Estávamos em meu quarto, era uma terça-feira após às aulas, eu tinha acabado de contar que tinha chamado Jimin pra minha casa e que finalmente lhe contaria sobre tudo, Yoongi não achava que era o melhor a se fazer, pois assim como o tio Sun, ele temia por mim e para o rumo que isso poderia me levar, eu apreciava a sua preocupação, porém eu não era mais uma criança, não estava o pedindo permissão, estava apenas o comunicando sobre o que eu faria.

— Se você tem certeza, não há nada para eu dizer, apenas acho que é arriscado demais, nem eu deveria saber sobre isso. — Min proferiu, ri soprado, não era hora dele bancar o responsável.

— O Jimin vai se esquecer de tudo isso daqui há algumas semanas, mas eu preciso ser sincero, não aguento mais o peso desse segredo enorme entre a gente, ele tem que saber o que aconteceu. — Falei me sentando sobre a cama e cruzando os braços.

— Mas Jungkook, essa caneta tem uns trezentos anos, ninguém saberia todos os segredos dela, e se o Jimin de alguma forma não se esquecer? — Ele indagou e realmente poderia estar certo, mas meu tio era o maior conhecedor dos instrumentos mágicos, ele não se enganaria.

— Isso nunca aconteceu em todos os anos desde que a afanasy foi criada, por que com o Jimin seria diferente? — Retruquei. Eu sabia que o Park era alguém especial, mas não deixava de ser um humano biologicamente comum, o feitiço não funcionaria diferente nele.

— Eu não sei, não entendo do teu mundo mágico, apenas acho que não deveria contar disso para ele, continue aproveitando seu tempo com o rosinha, passeie, saía para comer, se divertir, mas revelar sobre tudo que envolve a relação de vocês poderia fazer uma bomba explodir sobre os dois. — Arqueei uma das sobrancelhas ao ouvir Yoongi falar, era estranho ver ele agindo dessa maneira, então provava que realmente estava apreensivo com tudo aquilo.

— Eu entendo que esteja preocupado, mas é uma decisão minha e além do mais, eu não me sinto confortável em aproveitar o tempo com ele sabendo que Jimin está desinformado nisso tudo. — Falei por fim, querendo dar um fim naquele assunto antes que começasse uma discussão com meu amigo.

— Isso pode ser um tiro no seu próprio pé, Kook. — Yoongi expressou seriamente.

— Yoongi, eu sei os riscos, estou disposto a correr cada um deles. — Afirmei mesmo que eu estivesse com medo do que poderia acontecer.

— Certo, não vou mais me meter. — Elevou as mãos no ar num sinal de rendição. — E então, não era hoje as provas de recuperação do professor Hoseok?

— Sim, eram! Eu quase não consegui terminar, minha mente estava presa nos últimos acontecimentos e eu só conseguia pensar em qual seria a reação do Jimin. — Expressei cabisbaixo, aquele era um teste muito importante, porém eu não havia me empenhado tanto nele quanto gostaria.

— Mas você acha que conseguiu uma boa nota? — Questionou franzindo o cenho.

— Talvez, eu me esforcei no teste, mesmo que estivesse bem distraído. — Menti, não queria o preocupar mais ainda. — Você ainda não me contou o que rolou entre você e o Tae.

— Não foi nada demais. — Desviou o olhar ao dizer, era claro que ele mentia.

— Eu os vi juntos na festa do Namjoon, não adianta inventar nada, apenas fale logo o que aconteceu. — Disse o confrontando, estava cansado de ver Yoongi fugindo daquele assunto.

— Eu fui o pedir desculpas por não ter sido sincero, falei que entre você e eu não existia nada e que eu menti sobre gostar de você. — Expressou suspirando, parecia estar frustrado. — Ele pareceu irritado de inicio, mas depois disse que não fazia mais diferença, e deu de ombros.

— Como acabaram aos beijos naquela sala de música? — Perguntei, dando ênfase no fato de provar que eu realmente os tinha visto juntos, Yoongi não poderia mentir quando sabia que eu estava ciente dos fatos.

— Eu acabei ficando um pouco com o grupo de amigos dele, ficamos conversando e comendo besteiras da festa, quando me dei conta os amigos dele tinham nos deixado sozinhos... — Revirou os olhos. — Eu não lembro bem quando foi que a gente começou a se beijar, só lembro que a luz estava fraca, o lugar cheirava a cerveja e que a boca dele começou a me parecer muito atrativa.

— Não preciso de detalhes, por favor. — Falei fingindo uma expressão de nojo para descontrair, porém não funcionou.

— A gente ficou junto até de madrugada e depois cada um foi pra um canto, eu procurei você mas não encontrei, então fui pra casa, na manhã seguinte eu recebi uma mensagem dele, Taehyung mandou eu parar de ser um babaca e pediu para esquecer tudo que tinha acontecido. — Mais um suspiro solto e mais uma revirada de olhos, ele realmente estava frustrado e descontente com aquilo.

— Ele se deixou levar naquela noite, mas na manhã seguinte se lembrou de todas as suas mancadas, certo? — Indaguei o óbvio e o Min assentiu.

— Sabe, eu realmente estava afim de dar uma chance a nós, de parar de pensar tanto e apenas agir, mas comecei a lembrar de todas as merdas que eu já fiz e falei, então concluí que o Taehyung merece alguém muito melhor do que eu. — Disse se jogando sobre a cama ao meu lado, era notável o quanto aquilo tudo tinha mexido com o esverdeado.

— Todos nós cometemos erros, porém devemos saber a hora de concertar tudo ou até de começar de novo. — Expressei até um tanto surpreso comigo mesmo, não sabia que eu poderia ser bom em dar conselhos.

— O Tae me parecia tão magoado antes, e eu mesmo notando isso ainda afirmei aquela história do meu beijo com você significar que estávamos ficando, sou um idiota. — Falou enquanto deitava a cabeça sobre meu peito.

— Yoongi, você sabe que eu te amo e que você é um irmão para mim, mas tenho que dizer o quanto você foi babaca realmente. — Disse rindo soprado, enquanto começava a acariciar seus cabelos.— Porém ainda penso que deve ir atrás do Tae, ser a pessoa mais sincera possível sobre o que sente e se desculpar.

— Acha que eu devo pedir uma chance ou apenas as desculpas mesmo? — Questionou, era estranho ver Min Yoongi perdido com algo, era sempre eu quem desempenhava o papel do confuso e inseguro.

— Dependendo do clima da conversa, você pode pedir uma chance, mas se ver que realmente acabou para ele, apenas finalize isso de uma forma amigável. — Aconselhei me sentindo até um tanto orgulhoso de mim mesmo.

— Irei fazer isso. — Yoongi afirmou no mesmo momento em que ouvimos a campainha tocar. — Deve ser o seu algodão doce que chegou.

— Sim, vou lá atender! — Avisei enquanto ele saia de cima do meu tronco.

— Boa sorte! — Exclamou se jogando mais pra cima na minha cama e pegando alguns dos meus gibis para ler, pelo visto meu quarto não iria poder ser o lugar para eu conversar com o Jimin, já que Yoongi deixou claro que continuaria ali.

— Obrigado. — Agradeci logo me retirando do cômodo.

Era a segunda vez que eu me sentia tão nervoso na vida, mesmo não sendo religioso, pensei em começar a rezar para que tudo saísse bem, que Jimin entendesse o meu lado e que ao menos tentasse compreender as coisas, era uma informação chocante que eu lhe daria, e talvez desejar a inteira compreensão dele fosse um pedido egoísta, mas eu precisava de uma reação positiva do Park, ao menos faria a minha culpa diminuir um tanto.

[.>x<.]

Saber que Jimin estaria mais uma vez passando pela porta de entrada de minha casa naquele dia não me trouxe animação, eu apenas conseguia ficar ainda mais nervoso e o rosado notou isso, mas claro que seus pensamentos foram para outro lado, ele indagou se eu estava apreensivo com a presença de minha família na casa ou até se eu tinha preparado alguma surpresa, e bem, até que a segunda opção era válida, porém não acho que eu tinha o tipo de surpresa que o Park esperava.

Segurei Jimin pela mão e o levei pela casa, não o apresentei nada, apenas caminhei até a porta que dava acesso ao porão e entrei lá com ele, o mais velho não estava entendendo nada e arrisco dizer que ele começou até a ficar um tanto assustado, afinal não é qualquer dia que o cara com quem você está ficando te arrasta para um porão, era sem dúvidas uma atitude esquisita, mas eu precisava que ele estivesse próximo da nossa "caverna mágica" abaixo da casa, caso precisasse provar que sou um bruxo realmente.

Depois que entramos no lugar e eu ascendi as luzes, Jimin olhou para todos os lados de forma curiosa, era apenas um porão comum e sem nada de especial, tirando um certo alçapão invisível aos olhos humanos que existia no chão, mas eu podia ver uma interrogação enorme na testa do Park, porém ele não questionou nada, talvez estivesse sem graça para fazer tal coisa.

— Pelo visto você quer privacidade. — Jimin falou semicerrando o olhar.

— Não é bem isso, mas aqui é o melhor lugar para eu te contar sobre alguma coisas. — Respondi indo até um pequeno baú que eu havia deixado ali já preparado, de lá dentro eu peguei a caixa de vidro onde a afanasy era guardada, eu sabia que não deveria a tirar do lugar, mas era preciso mostrar ao Jimin, começar a lhe contar por algum ponto e a caneta era o melhor deles.

— Isso é uma caneta de pena? Acho que nunca tinha visto uma. — Park disse se aproximando curioso.

— É sim, o nome dela é afanasy. — Contei, mesmo que não fosse fazer o menor sentido para ele.

— Sua caneta tem um nome? — Jimin indagou arqueando as sobrancelhas.

— Não é minha, ela pertence a minha mãe. — Falei enquanto colocava a caixa de vidro sobre uma mesinha e me virava novamente para o rosado. — Jimin, eu vou lhe contar uma coisa agora que você tem que prometer jamais revelar para qualquer outra pessoa.

— Pelo seu tom de voz até parece que vai me contar que matou alguém. — Riu soprado, porém ao ver minha expressão séria, entendeu que realmente era um assunto importante. — É claro que eu prometo, Jungkook.

— Ok... — Puxei o máximo de ar que meus pulmões suportavam e decidi que soltaria tudo de uma só vez, afinal não existia um modo não estranho de contar sobre aquilo. — Quando eu tinha treze anos descobri que pertenço a oitava linhagem de uma família de bruxos, e sou aprendiz de feitiçaria desde então, e sim, bruxos são reais, não é apenas fantasia, por mais louco que pareça dizer algo assim.

E pronto, ganhei um silêncio constrangedor de quase um minuto inteiro, até ouvir a risada do Park soar por todo o cômodo.

— Como é que é, Jungkook? — Jimin me encarou completamente confuso e até achando graça, entendo o lado dele, em seu lugar também estaria achando engraçado ou uma loucura sem tamanho.

— Não existe uma maneira mais fácil de explicar algo assim, então eu tenho que ser direito, entende? — Questionei, porém o mais velho continuava a me olhar sem entender ou acreditar em nada. — Jimin, eu estava prestes a repetir de ano, o professor Jung não iria me dar uma segunda chance então eu fiz uma coisa que não devia.

— O que você fez? E por que agora o meu palpite de você ter matado alguém está começando a me parecer válido? — Ele indagou fazendo graça, porém não parecia interessado realmente na minha história maluca, e sim com medo da resposta.

— Essa caneta, é um instrumento mágico que pertence a minha mãe, pois ela é de um grau bem mais elevado que o meu e por isso recebe itens especiais. — Tirei a bendita de dentro da caixinha e mostrei a ele. — A caneta é usada para escrever ordens, tudo o que eu pedir com ela e der para um humano ler, essa pessoa fará exatamente o que está sendo pedido e permanece nesse feitiço por cerca de uns dois meses. — Jimin me olhava como se eu fosse um maluco, talvez eu estivesse parecendo um realmente, porém por mais louco que aquilo fosse, era a mais pura verdade. — Yoongi me deu a ideia de usar ela para pedir que Hoseok gostasse de mim, assim eu poderia conseguir uma prova extra e ainda ter um amigo professor que me ajudaria em tudo.

— Jungkook, que maluquice é essa? — O Park perguntou, agora o seu tom de humor havia desaparecido, ele com certeza parecia achar que eu tinha pirado de vez.

— Bem, eu queria colocar no armário dele o bilhete mágico, porém confundi o número dos armários e acabei colocando no seu. — Suspirei o encarando temeroso antes de finalizar. — Você leu o bilhete, Jimin, e gosta de mim por causa disso.

Novamente o silêncio tomou o lugar, mas dessa vez Jimin não riu ou demostrou achar aquilo cômico, ele apenas me encarava com uma expressão vazia, seus olhos percorreram todo o lugar e voltaram para mim, eu não sabia o que ele estava pensando naquele momento, mas realmente fiquei com medo de suas próximas reações.

— Não é engraçado e muito menos educado caçoar com os sentimentos de uma pessoa assim. — Jimin quebrou o silêncio ao dizer.

— Como? — Questionei desentendido.

— Olha Jungkook, se você não me retribui, é só dizer, não precisa inventar historinhas e muito menos uma besteira como essa. — Riu ironicamente. — E sinceramente? Tentar me convencer de que você é um bruxo e me enfeitiçou para gostar de você é o fora mais idiota e infantil que eu já ouvi em toda a minha vida, e ainda envolver o meu cunhado nisso? Qual o seu problema, cara?

— Eu sei que parece loucura, mas posso te provar o que realmente sou. — Proferi, pois assim como Yoongi ele não tinha acreditado de cara, o que é algo bem sensato, então eu teria que o demonstrar.

— Não vou ficar aqui escutando esse monte de baboseira sem fundamento, apenas me procure quando recuperar sua sanidade novamente. — Se virou de costas e começou a caminhar até a porta.

— Jimin, espera! — Gritei antes de pegar minha varinha que estava dentro do pequeno baú e apontá-la em direção a porta, a mesma se fechou num baque barulhento, Jimin paralisou no lugar nesse mesmo instante.

— O quê? — Indagou olhando para a porta que tinha acabado de "se fechar sozinha". — Um truque com linha invisíveis agora, Jeon? — Virou-se para mim novamente. — Até eu sei montar um desses.

— Não são linhas. — Elevei a varinha a mostrando ao mais velho. — Eu uso isso aqui.

— Uma varinha que comprou em alguma lojinha de brinquedos? Nossa, estou realmente surpreso. — Disse mantendo o tom irônico.— Vamos lá, agir assim não combina com você, Jungkook! Pare com essa brincadeira sem sentido.

— Uma varinha falsa não faz isso. — Expressei antes de bater duas vezes com a ponta da varinha em alguns móveis que haviam ali, os mesmos logo começaram a flutuar, era um truque bobo que eu tinha aprendido com o meu tio, assim como fazer a porta se fechar, não era um feitiço realmente, pois não envolvia palavras especiais, era mais para um bônus da própria varinha.

— Mas... — Jimin tentou dizer algo, porém suas palavras foram engolidas pela surpresa. — Você realmente se empenhou nisso, meu Deus! — Ele andou para mais perto dos móveis, os tocando, passando suas mãos por cima e por baixo, verificando detalhadamente e por fim não encontrando linha ou qualquer outra coisa "humana" que explicasse o motivo delas estarem flutuando. — Espera, como? Isso não é possível. — Exclamou quando percebeu que realmente não havia nada segurando os móveis no ar, tirando as mãos de perto dos objetos rapidamente, assutado com aquilo.

— Bem, sente-se, é melhor para conversar assim. — Falei trazendo um cadeira até ele, com a varinha claro. — Eu sei que é assustador no começo, mas você vai entender melhor.

— E-eu... — Ele gaguejou olhando para a cadeira que havia vindo até ele "sozinha".

— Acho que isso é o mais legal e prático que sei fazer. — Declarei enquanto fazia os móveis voltarem ao chão cuidadosamente.

— Não é possível... — Repetiu completamente perdido em pensamentos ao que aparentava.

— Aqui eu tenho esse livro com alguns feitiços, mas você não vai querer saber sobre isso, é uma grande chatice explicar e deve ser também ter que ouvir. — Mostrei o livro e toquei nele com a varinha, para que se abrisse e folheasse suas páginas "sozinho" sobre a mesa. — E tem a vassoura, que é o que eu acho mais divertido, e sim, bruxos realmente usam vassouras. — Ri baixo ao dizer, a vassoura no caso veio voando até próximo a nós, fazendo Jimin pular no canto pelo susto, eu sabia que talvez um "tratamento" de choque como aquele não fosse o ideal para comprovar tudo, porém Jimin nunca acreditaria se eu não demostrasse. — São provas o suficiente, sim?

— Não faz sentido algum... — Murmurou baixinho, aparentemente falando consigo mesmo.

— Aqui está o bilhete que escrevi com a caneta. — Peguei o papel que também estava no baú e lhe mostrei, as letras contidas na folha ainda brilhavam forte e isso fez as pálpebras de Jimin se abrirem ainda mais. — Você não deve se lembrar que leu esse bilhete, porque a afanasy apaga essas lembranças, mas bem, foi depois de ler isso que tudo começou.

— O q-que... — Novamente um murmuro confuso vindo do mais velho.

— É por isso que você não entende porquê começou a gostar de mim do nada, porquê sente que teve um amor a primeira vista ou algo assim. — Suspirei um tanto frustrado em ter que proferir aquilo, era duro demais saber que ele na verdade não sentiria nada por mim se não fosse a afanasy. — Puxe pela memória, Jimin, você vai ver que muitas coisas não se encaixam e nem fazem sentido em nossa relação, ninguém sente a intensidade de sentimentos que você sentiu com apenas uma primeira troca de olhares.

— Mas v-você... eu... — Ele soltava palavras desconexas enquanto abraçava o próprio tronco, olhando para aquelas coisas com um olhar de pavor, o que me preocupou bastante.

— Jimin? — Indaguei andando até ele.

— A... gente... não pode ser. — Ele parecia cair na real aos poucos, isso era bom de certa forma.

— No dia do seu jogo, quando você caiu na quadra e teve aquele desmaio e um tornozelo torcido, não achou estranho o fato de tudo estar bem quando foi ao hospital? — Perguntei, mas o rosado parecia ainda tentar assimilar tudo. — Os enfermeiros não eram despreparados, eles realmente tinham razão em enfaixar seu tornozelo, estava mesmo torcido mas eu usei uma pedra especial, conhecida por nós como "pedra da cura", isso fez a sua lesão sarar no mesmo instante, eu não queria que você perdesse a sua apresentação.

— Como pude nunca notar nada? — Questionou a si mesmo.

— Não teria como, ninguém imagina coisas assim, é fora da realidade, ou ao menos as pessoas acham que não é real. — Falei, porém vi que Jimin estava inerte, olhando para um ponto vazio no cômodo, parecendo perdido. — Jimin, o que foi? — Indaguei elevando minha mão para tocar o seu ombro.

— Não se aproxime de mim! — Exclamou em alto tom, me assustando enquanto se afastava rapidamente.

— Calma, eu não vou fazer nada com você. — Disse, estava acontecendo o que eu temia, ele estava com medo de mim.

— Porque você já fez, não é mesmo? — Indagou sorrindo de uma forma sarcástica.

— Como é? — Perguntou franzindo o cenho.

— Se isso tudo é realmente real como você diz e se os pontos que eu juntei realmente me levam a crer que você está sendo sincero, significa que nasceu com um dom extraordinário, mas preferiu usar para tirar vantagem sobre uma pessoa que nunca sequer fez algo contra você? — Questionou descrente e irritado. — Iria mesmo usar o Hoseok? Um professor que só quis te ajudar?

— E-eu... — Tentei falar, porém fui cortado pelo rosado.

— Não fala mais nada, você não está em posição para isso, não quero ouvir alguma desculpa esfarrapada. — Expressou elevando um dedo quase no meu rosto. — Não entendo porquê pessoas pretensiosas assim podem conseguir um poder incrível enquanto tantas boas sofrem desejando milagres que nunca irão acontecer. 

— Espera, fica calmo! Eu sei que fui irresponsável, eu só... — Novamente tentei falar, porém o rosado não queria ouvir.

— Sabe o quanto eu rezei desejando ter algum poder para fazer o meu pai voltar? O quanto eu supliquei que tudo aquilo fosse uma mentira e que eu pudesse estalar os dedos e mudar tudo? — Perguntou retoricamente, eu podia ver lágrimas já tomarem os olhos de Jimin. — E ai está você, com uma dádiva nas pontas dos dedos, porém usando seus poderes para se aproveitar de alguém, entrando na minha cabeça e brincando com quem eu sou. Pelo visto bruxos são realmente um sinônimo para maldade.

— O quê? Não, nós não praticamos o mal, isso é uma analogia completamente equivocada. — Retruquei também elevando um tanto a voz, eu sabia que em muitos contos de fadas as bruxas eram colocadas como vilãs, porém não era assim na vida real, nem de longe, a gente não tentava envenenar princesas, transformar pessoas em sapos ou atormentar criancinhas, isso sempre foi tido por nós até como algo bastante ofensivo. — Você tem que entender que eu nunca quis fazer nada contra você, foi um erro usar essa caneta, eu queria pode desfazer tudo isso, mas...

— Você só queria passar de ano da maneira mais fácil, isso sim. Afinal você tem como conseguir qualquer coisa com facilidade, não é mesmo? — Riu com escárnio. — Como eu pude acreditar naquele seu papo de bom moço sobre poderes serem uma responsabilidade perigosa demais? — Indagou levando as mãos até a cabeça, Jimin parecia a beira de um ataque de nervos. — Ai meu Deus, eu posso ter cometido algum crime a mando seu e sequer me lembrar porque você vem mexendo com a minha mente desde então.

— Jamais faria algo assim, Jimin! Posso ter feito algo errado em usar a caneta, mas não sou um criminoso ou mal caráter, tudo o que você fez ou deixou de fazer desde o começo está ai, na sua mente, sem tirar e nem pôr. — Disse sincero, mas pelo visto nada do que eu disse iria mudar o entendimento dele sobre isso tudo.

— Mesmo? Você me disse agora a pouco que o feitiço desse troço dura dois meses, vou me lembrar de tudo?— Perguntou me encarando firmemente, desviei o olhar não tendo sequer coragem de lhe fitar.

— N-não. — Gaguejei ao responder, agora sim eu o tinha perdido de vez.

— Era o que eu precisava ouvir. — Expressou ironicamente. — Eu confiei em você, contei meus segredos, achei que finalmente tinha encontrado alguém especial, mas o quem e o que você realmente é?

— Me perdoe por ter feito isso, nunca foi minha intenção te ferir, te magoar. Foi tudo um grande erro. — Falei já sentindo meus olhos queimarem e inundarem.

— Foi mesmo tudo um grande erro. — Declarou de forma fria, aquilo me partiu por dentro, as lágrimas que tentei segurar desceram pelas minhas bochechas rapidamente.

— Eu sei que não há nada que eu possa dizer no momento para fazer com que me perdoe, mas acho que... — Tentei falar, porém notei que ele tinha começado a chorar realmente, fungando e soluçando enquanto andava de um lado para o outro resmungando coisas que indecifráveis, eu não sabia o que fazer ou dizer.

— Eu te odeio, como pode fazer isso?! — Gritou parecendo perder o controle de suas emoções mais uma vez, eu não poderia o culpar, era algo chocante demais. — Na verdade não, eu nem consigo te odiar, você brincou com minha cabeça com essa caneta do diabo e ainda estou aqui sentindo que te amo, sequer consigo ter livre arbítrio sobre os meus sentimentos.

— Jimin, eu vou concertar tudo. — Proferi mesmo que não fosse uma verdade, eu só queria que ele parasse de chorar e queria que eu parasse também.

— Não quero que faça mais nada. — Falou firme, seu olhar era de pura mágoa.

— A minha família tem um nome conhecido, podemos conseguir algo com o nosso conselho e...

— Eu não quero mais nenhuma aberração acontecendo comigo e vindo outros como você. — Eu simplesmente travei no lugar ao escutar ele berrar tais palavras. — Apenas espere essa praga que jogou em mim acabar e finja que nunca me conheceu, porque eu não vou saber que te conheci de qualquer forma e fico feliz por isso.

Vi ele sair daquele local instantes depois de proferir as palavras que mais haviam me machucado profundamente, desabei contra o assoalho alguns segundos após escutar ele bater a porta com força ao ir embora, logo Yoongi entrou e eu quase não enxergava mais por conta da quantidade de lágrimas que enchiam os meus olhos, mas pude o sentir me abraçando, aquele com certeza não era o ponto final que eu queria estar dando na minha breve história com Jimin.

~♥~

:D

até o próximo

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