O bailarino tatuado
Jungkook
O rapaz olhou em minha direção franzindo o cenho, afinal não é toda hora que um maluco aparece gritando com você em pleno o vestiário masculino, e pra ser sincero, eu sequer sabia o que eu estava fazendo naquele instante, apenas queria tirar o bilhete de sua visão, então fiz a primeira coisa que veio em minha mente.
O que é uma gota de água para quem já está todo molhado não é mesmo?
Apenas tentei não me intimidar pelo fato do rapaz de cabelos tingidos de rosa, e caminhei rapidamente até ele, retirando o papel de suas mãos. O rosado me fitou parecendo ainda mais chocado com a minha atitude, mas logo sua expressão foi suavizando aos poucos, seus olhos analisavam o mesmo rosto firmemente, eu senti que ele poderia ler os meus pensamentos com aquelas íris escuras, e essa sensação só aumentou quando nossos olhos se encontraram.
Naquele momento percebi que se tratava no mesmo menino bonito com quem eu tinha tombado ontem enquanto fazia meu caminho até em casa, porém ele estava um pouco diferente agora — afinal estava desprovido de roupas e com o cabelo úmido — mas claro que não era apenas isso.
Eu não podia deixar de notar a tatuagem que cobria seu peito e um pouco do ombro, era um desenho diferente e interessante, que acabou pegando a minha atenção, tanto que até me esqueci do que estava acontecendo ali.
As cores, os detalhes, as possíveis simbologias que haviam naquele desenho me fizeram perder a linha de raciocínio, eu não era o maior fã de tatuagens, mas com certeza aquela era bem bonita, me fazia pensar a possível mente complexa que o dono da tatuagem tinha.
— Eu te conheço? — Minha atenção voltou ao que estava havendo quando ouvi a voz do rosado.
— Possivelmente não. — Respondi meio nervoso, desviando o olhar de seu corpo.
— Você é o garoto com quem eu trombei ontem. — Ele expressou abrindo um pequeno sorriso.
— Você lembra de mim? — Indaguei um tanto surpreso.
— Seria difícil não me lembrar de alguém tão bonito. — Novamente meus olhos se abriram ao máximo, agora por ouvir aquelas palavras.
— Como é que é? — Perguntei confuso com o repentino elogio a mim.
— Eu... Não sei porque tive tanta vontade de dizer isso, parecia o certo a se dizer mesmo que não faça sentido. — O rapaz falou, coçando a nuca, parecendo estar sem graça.
— Obrigado. — Agradeci sorrindo e ele retribuiu, vi seus olhos quase se fecharem completamente ao fazer tal expressão, num eye smile.
Até pensei em retribuir o elogio, mas estava constrangido demais para tal coisa e temi que eu acabasse falando besteira e assustando o garoto, pois ele estava apenas de toalha ali, um elogio poderia me fazer soar como um pervertido ou sei lá o que, não queria que o garoto ficasse mais confuso comigo do que já deveria estar.
Porém também sentia que eu deveria falar algo, para não ficar um silêncio e um clima mais estranho do que já estava.
— Você é bailarino? — Questionei me lembrando das sapatilhas que tinha visto em suas mãos ontem, o rosado franziu o cenho e sua expressão se tornou séria.
— Qual o seu nome? — Ele perguntou, não pude deixar de notar que o outro parecia me analisar minuciosamente com os olhos.
— J-Jeon Jungkook. — Respondi gaguejando por todo o nervosismo que estava me atingindo.
— Então, Jungkook... — Proferiu devagar, andando até mim, ficando com seu peito quase colado ao meu, o que me fez suar ainda mais. — Não comente sobre o que viu ontem com ninguém, ok? — Seus dedos vieram até meus lábios, fazendo um sinal de silêncio.
— T-tudo bem. — Falei de maneira falha, assentindo rapidamente diversas vezes.
— Esse vestiário é quente, né? — O rosado comentou se afastando, fechando as pálpebras com força e logo cambaleando para o lado, se apoiando no armário.
— O que foi? — Questionei chegando mais perto, tocando seu ombro numa forma de apoio. Nem estava fazendo calor, ele poderia estar passando mal.
— E-eu... — Tentou responder, mas seu corpo cedeu rapidamente, porém dando tempo d'eu o segurar antes que atingisse o chão.
Ele tinha desmaiado nos meus braços e isso com certeza não era um bom sinal.
— O que houve com ele? — Taehyung exclamou perguntando e por um momento eu até tinha me esquecido de sua presença.
— Tae, vai chamar alguém na enfermaria! — Falei para o castanho, que assentiu e se retirando vestiário correndo.
Apoiei o rosado em meus braços e o guiei até o banco que havia ali, no meio do corredor que separava um armário do outro. Deitei o corpo dele naquele banco de madeira e coloquei uma toalha dobrada embaixo de sua cabeça, deixando mais confortável.
Vi que o armário dele — o que antes eu achava ser do professor — continuava aberto e peguei algumas peças de roupa que tinham ali, para deixar junto do garoto, assim o enfermeiro da escola poderia vesti-lo, afinal ficar andando só de toalha pelo colégio com certeza não é algo agradável.
Eu sabia que esse desmaio repentino do garoto poderia ter relação com ele ter lido o bilhete, já que ficar desacordado por algum tempo é a primeira reação que o enfeitiçado normalmente tem, mas eu não poderia ter certeza, ele realmente apenas podia ter passado mal por diversos motivos, por isso logo tratei de verificar o bilhete que estava em minha mão.
As letras brilhavam num dourado vivo, com pequenos pontos esbranquiçados nas gravuras.
Arregalei os olhos cobrindo minha boca com a mão, pois aquilo significava que o feitiço tinha sido bem sucedido e aquelas palavras se manteriam acesas até que o feitiço acabasse, ou seja, agora eu estava muito mais do que apenas ferrado, havia acabado de encantar a pessoa errada e as consequências disso poderiam ser péssimas.
[.>x<.]
O garoto de cabelos rosas tinha sido levado para a enfermaria, e Taehyung e eu estávamos do lado de fora esperando para saber se o rapaz estava bem, eu não precisava ficar ali esperando, já que nem conhecia o menino, mas me sentia terrivelmente culpado, e se ele tivesse mesmo sobre o feitiço de afanasy, seria horrível para nós dois.
— Como aquele não era o armário do Hoseok? — Indaguei em voz alta, me virando para Taehyung.
— Aquele era o armário do Park Jimin. — Ele explicou e minha cara confusa piorou.
— Mas que merda, por que você me deu o número do armário desse cara? — Questionei de forma exasperada.
— Por que está bravo comigo? Quem errou o armário foi você. — O mais novo expressou me encarando desentendido.
— Você que me deu esse número. — Peguei o papel em meu bolso e joguei nele. — E pelo visto é o errado.
— Ah, então era por isso que o Yoongi queria saber qual era o armário do professor, eu bem que estranhei tudo isso. — Disse e sorriu maliciosamente. — Gosta do professor Jung?
— Não mude de assunto, Kim Taehyung! — Exclamei irritado. — Por que não me deu o número certo?
— Mas eu não escrevi errado, o número é 191 como está aqui. — Falou encarando o papel.
— 191? — Perguntei confuso. — Mas aí está escrito 161.
— Não Jungkook, o número do meio é o nove. — Explicou apontando o garrancho no papel, virando o bilhete para mim, que aparentemente eu tinha olhado até agora de cabeça para baixo.
— Isso não pode estar acontecendo. — Falei levando as mãos até o rosto.
— Jungkook? O que houve? — A voz de Yoongi se fez presente, o mesmo vinha andando até onde eu estava, com uma expressão preocupada.
— Como sabia que eu estava aqui? — Indaguei me levantando do banco de espera em que estava sentado.
— Taehyung me avisou por mensagem que estavam aqui. — Explicou chegando perto de mim. — Por que estão enfermaria? — Perguntou colocando as mãos em mim, começando a apalpar o meu tronco, verificando meu corpo de cima a baixo. — Machucou algo? Está passando mal?
Sorri pela preocupação do meu amigo, Yoongi sempre teve um senso de proteção grande em cima de mim, talvez pela facilidade que tenho de tropeçar, tombar e cair com as coisas em minha volta, mas não o respondi nada, apenas abracei seu tronco, sendo retribuído pelo esverdeado que não estava entendendo nada.
— Eu fiz uma grande besteira, Yoongi. — Sussurrei para ele, que começou a descer e subir a mão em minhas costas, como uma forma de me acalmar. — Fui um egoísta de merda, é por isso que tudo só piorou.
— Que exagero, Jungkook, ele apenas passou mal, você não tem culpa do desmaio do Jimin. — Ouvi Taehyung falar em seguida.
— Desmaio de quem? Do que estão falando? — Yoongi indagou enquanto nos afastávamos.
— Ãn... Tae, você poderia ir pegar um copo de água para mim? Estou sentindo uma tontura. — Falei ao Kim, tentando fazer com que ele saísse dali para eu poder contar o que tinha acontecido ao Yoongi.
— Claro, mas se piorar chame a enfermeira para te ajudar. — O castanho expressou, logo se retirando para fazer aquele favor para mim.
— Tá bom, agora me conta o que está acontecendo. — O Min pediu, se sentando nos bancos que haviam ali, logo fui para o seu lado, imitando sua ação.
— Para encurtar a história, saiba que aparentemente eu li o número do armário do Hoseok errado e agora o bilhete foi parar em mãos erradas, e se o feitiço tiver dado certo, eu ferrei não apenas a minha vida, mas a de um desconhecido também. — Disparei tudo rapidamente, deixando meu amigo bem confuso aparentemente.
— Espera, eu não estou entendendo nada. — Balançou as mãos em minha frente, como se pedisse para eu ir com calma na explicação. — Você quer dizer que confundiu o número dos armários?
— Exatamente! — Exclamei frustrado. — Um garoto leu o bilhete no lugar do professor Jung, e eu fui burro o suficiente para ir tentar tirar a carta da mão dele bem na hora.
— Então ele leu o bilhete e você foi a primeira pessoa que ele viu após isso? Concretizando o feitiço? — Indagou arregalando os olhos.
— Sim. — Assenti, e logo pude ouvir a risada alta de Yoongi.
— Jungkook, você é o cara mais azarado que eu conheço. — Expressou ainda rindo da minha cara. — Mas tem certeza que funcionou?
— A caligrafia está brilhando, olha. — Peguei o bilhete em meu bolso e mostrei a ele, que encarou aquilo surpreso. — Significa que o encanto foi iniciado.
— Cara, isso é muito para a minha cabeça. — Disse levando as mãos até as laterais da cabeça. — Ainda não me disse porque está aqui na enfermaria com o Kim.
— Taehyung estava lá no vestiário também, e o garoto que leu a carta no lugar do professor desmaiou um pouco depois, aí viemos para cá com ele. — Falei enquanto guardava a carta novamente.
— Caramba, Jungkook, isso foi de mal a muito pior. — Disse arqueando uma das sobrancelhas. — Mas quem é o garoto?
— Tae me disse que o nome dele é... — Tentei falar, mas a porta da enfermaria se abrindo e a voz que veio logo em seguida me cortou.
— Ficou aqui me esperando? — O rosado questionou sorrindo, pude notar que ele já vestia roupas comuns e seu rosto já não estava tão pálido como quando ele desmaiou.
— E-eu queria ter certeza que estava tudo bem. — Me levantei falando, um tanto constrangido por toda a situação.
— Estou bem sim, a enfermeira disse que eu tive uma queda de pressão repentina. — Ele disse, ainda me olhando de uma forma estranha, novamente parecia me analisar.
— Você se sente melhor? — Perguntei não sabendo exatamente o que eu deveria falar naquele momento.
— Eu me sinto estranho, mas o motivo não é o desmaio. — Sorriu e mordeu o lábio inferior, não sei porquê mas isso causou uma ardência em minhas bochechas. — Bem, vi que já deu o horário de saída, foi legal de sua parte ter esperado por mim.
— Não foi nada, só achei que seria o certo. — Respondi rapidamente, e ele assentiu.
— Sim... — Expressou num tom de voz mais baixo e lento, me encarando por alguns segundo e logo desviando o olhar para o chão. — Espero te ver mais por aí.
— É... T-também espero. — Respondi o vendo acenar e logo caminhar para fora do local em passos lentos.
— Eu não acredito que você enfeitiçou o Park Jimin. — Ouvi Yoongi sussurrar atrás de mim, parecia chocado.
— Por que todo mundo parece conhecer ele menos eu? — Perguntei me virando para ele.
— E isso importa agora, Jungkook? — Disse me dando alguns empurrõezinhos nas costas.
— Precisamos dar um jeito nisso, tenho que reverter esse feitiço. — Falei para o Min, suspirado pesado.
— Mas como? Ninguém pode saber que você usou a caneta. — O esverdeado expressou confuso.
— Tem uma pessoa que pode nos ajudar.
[.>x<.]
— Você fez o que Jeon Jungkook?! — Meu tio gritou a pergunta batendo na mesa em que estávamos sentados, eu tinha acabado de o contar o que tinha acontecido.
Meu tio era a única pessoa da minha família que eu sabia que manteria o segredo com o que eu fiz, ele sempre foi como um irmão mais velho para mim, esteve ao meu lado em momentos ruins e me alegrou com suas brincadeiras constantes, mesmo que hoje em dia ele não seja mais tão brincalhão quanto era antigamente.
Jeon Changsun foi um renomado bruxo do grau seis, ele até mesmo já foi membro do conselho dos bruxos. São eles que analisam e julgam os crimes e quebra das regras no mundo mágico, porém o tio Sun se retirou de tudo isso após o falecimento de sua esposa há quatro anos atrás, ele não é o mesmo desde então.
— Me desculpe, eu precisava de uma saída, não posso repetir de ano. — Falei abaixando a cabeça, meu tio não era uma pessoa nervosa, mas parecia estar realmente irritado ao saber o que fiz.
— A sua saída poderia ser estudar, Jungkook. — Changsun expressou fazendo eu me sentir pior ainda.
— A ideia foi minha, tio. — Yoongi falou, tentando aliviar o meu lado.
— Não importa de quem foi essa ideia, agora já foi, e Jungkook sabia bem dos riscos. — O mais velho expressou mirando a mim.
— Mas você sabe que eu... — Tentei falar, mas fui cortado pelo meu tio.
— Você sabe muito bem que não deveria ter tocado naquela caneta e que se realmente quisesse aprender qualquer matéria, você conseguiria. — Suspirou, parecendo tentar se acalmar. — Jungkook, você é um garoto inteligente, deveria ter mais fé no seu potencial.
— Tio, não é isso que importa agora, eu preciso reverter o feitiço que coloquei naquele garoto. — Eu ditei em seguida.
— Ok, ok, vamos pensar com calma. — Juntou suas mãos, entrelaçando os dedos e apoiando os cotovelos sobre a mesa. — O que você pediu na escritura da carta?
— Pedi para que ele gostasse de mim. — Contei, e Sun arregalou os olhos.
— Minha nossa, Jungkook! — Exclamou levando a mão até a testa. — Você não leu as regras para usar a caneta?
— N-não. — Respondi sem graça, pois tive o pergaminho com as regras em mãos e me recusei a ler.
— Você mexeu com o livre arbítrio de uma pessoa e ainda por cima com os sentimentos dela, se juntar isso com o fato de você ainda ser do grau dois, perderia o direito de usar a magia por cerca de dez anos. — O mais velho falou, me fazendo ter uma ideia do quão grave era o que eu tinha feito.
— Isso é muito tempo! — Exclamei chocado.
— Isso porque a pena é mais branda para os iniciantes, se você já fosse formado seria ainda mais complicado pro teu lado. — Chang contou, afinal ele sabia bem sobre as leis, por ter acompanhado tudo de perto quando se tornou um membro do conselho.
— Eu entendi, mas tem um jeito de reverter, certo? — Indaguei com esperança.
— Só os líderes têm a varinha que poderia reverter isso, como não podemos ir pedir a eles, o jeito é esperar o feitiço chegar ao fim. — Disse me fazendo murchar novamente.
— E quanto tempo isso vai durar? — Yoongi questionou.
— Depende, cada caso é um caso, em média dois meses se o feitiço seguir o curso normal. — O tio disse, me deixando um tanto mais preocupado.
— Então eu vou apenas me manter longe dele, assim não vou estar o afetando. — Expressei, talvez se eu apenas não cruzar mais o caminho dele, o elo que se formou pela caneta se desfaça.
— Não pode fazer isso, assim o feitiço da caneta vai durar mais ainda. — Mas meu tio cortou logo a minha ideia ao dizer essa frase.
— Mas como assim? — Indaguei confuso.
— O Afanasy, o bruxo que criou essa caneta, era tido como um bobo da corte, mas de bobo ele não tinha nada. — Sun começou a explicar, já que tinha consciência de que eu ainda não tinha chegado naquela matéria. — Agia como um gênio da lâmpada, fazendo os desejos de quem o pagasse mais, porém assim como um gênio ele era traiçoeiro, fazia você aprender uma lição com o tinha desejado, porém as vezes da pior maneira.
— Isso quer dizer o quê? — O Min perguntou, parecendo meio perdido com as informações.
— A pessoa que é enfeitiçada pela caneta começa a achar que ela tem o dever de fazer o que foi lhe dito através da escrita. — Explicou pegando o bilhete que eu tinha escrito e o abrindo, as letras continuavam a brilhar. — Porém quando se trata de sentimentos, tudo se torna mais complicado, agora esse garoto acha que gosta de você, porém se você o ignorar e se afastar, mais atrás de você ele vai ficar, pois se sente obrigado a mostrar o quanto gosta de você. — Apontou para mim. — E quanto mais você foge dele, mais o tempo do feitiço aumenta, assim como os sentimentos dele.
— Então eu tenho que ficar colado com ele agora? — Questionei arregalado os olhos.
— Não é pra tanto, suas vidas vão seguir o curso normal, mas agora você tem uma pessoa gostando muito de você, e claro, ela vai querer estar por perto e demostrar esse amor. — Continuou a falar. — Você não precisa aceitar tudo que ele te pedir ou do nada se tornar o namorado dele, mas seja legal, ainda mais porque você é o culpado dessa situação toda.
— Isso quer dizer que uma hora ele vai começar a amar o Jungkook? — Yoongi perguntou a dúvida que eu também estava tendo.
— É possível que os sentimentos dele se torne cada vez maiores, pois se a caneta entender que ele não está cumprindo o que lhe foi ordenado, aumentará a intensidade dos sentimentos, para que ele se torne ainda mais obstinado. — Explicou olhando para mim.
— Até que ponto esses sentimentos podem chegar? — Perguntei ficando mais preocupado com tudo.
— Entenda que quanto mais ele for impedido de cumprir o que lhe foi ordenado, mais forte as coisas vão se tornar para ele. — Suspirou me encarando com seriedade. — Esse menino pode desenvolver uma obsessão doentia por você.
— Mas eu só pedi para gostar de mim, não me amar. — Expressei, ainda desentendido com aquilo.
— Jungkook, a caneta não diferencia o amor de amigo, irmão ou namorado, para ela tudo é literal, é a mesma coisa, esse tipo de objeto mágico não compreende os sentimentos humanos. Também depende de como a mente da pessoa que leu interpreta a mensagem, como o subconsciente dele analisa o que está escrito ali. — Falou me fazendo bufar, seria bem mais complicado do que eu achava. — Esse menino gosta de você incondicionalmente agora e você deve o deixar estar perto de você, para que ele cumpra o pedido da caneta e assim o feitiço se acabe.
— Ele entende o que está acontecendo? — Yoongi perguntou se referindo a Jimin.
— Não, sequer deve lembrar que leu a carta, ele só lembra do que aconteceu antes e depois de ler, o momento durante a leitura é apagado de sua mente. — Senti um certo alívio ao ouvir esse explicação de Sun, pelo menos aquele tal Park não iria me questionar sobre o bilhete que arranquei de suas mãos. — A mente dele deve estar bem confusa agora, mas ele não vai conseguir ir contra o feitiço.
— Quando acabar, ele vai lembrar que gostou do Jungkook? — Yoongi perguntou por mim.
— Os enfeitiçados pela afanasy se esquecem de tudo relacionado ao feitiço, ao bruxo que escreveu o bilhete e a magia quando o efeito acaba. — Ditou simplesmente, e eu engoli seco, temendo tudo aquilo e sentindo o peso da burrada que eu havia feito.
— Droga, eu só piorei tudo. — Falei levando as mãos até o rosto.
— Kook, os problemas do mundo humano, a gente resolve com coisas humanas, entenda isso e jamais misture as coisas. — Sun disse colocando a mão sobre meu ombro. — Bem, eu vou ir lá no porão ver se tudo ficou no lugar, sua mãe em hipótese alguma pode desconfiar que você mexeu na caneta. — Expressou e logo foi se retirando.
— Ah, quem diria que um dia eu veria você e Park Jimin cheios de amizade... — Yoongi disse sarcasticamente após meu tio sair da sala.
— Por que vocês falam dele como se fosse alguém famoso? — Indaguei ainda não entendendo o que esse garoto tem para todos falarem o nome dele como se fosse um astro dos doramas coreanos.
— Eu não creio que você não conhece ele, andou olhando apenas para o próprio umbigo todo esse tempo para nem conhece um dos mais "queridinhos" da escola? — Indagou mantendo aquele tom irônico.
— Eu nem sei do que você está falando, Yoongi. — Expressei frustrado e o esverdeado riu mais uma vez.
— Jungkook, apenas saiba que o cara mais popularzinho e galinha da escola agora está caidinho por você. — Respondeu de debochado.
~♥~
Tattoo do Jimin:
Até logo >u<
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