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Extra: Planos e buscas (part 2)

Jungkook

Havíamos adotado Minjun há cerca de dois anos atrás, assim que nossa casa havia ficado pronta, como tínhamos planejado no dia do casamento. Porém desde o início dos planos até a adoção foi um longo caminho, o primeiro passo foi decidir se iríamos num orfanato comum ou num somente para crianças dotadas de poderes, como bruxos e feiticeiros, uma das quais ajudei a fundar depois do conselho para os feiticeiros.

Sinceramente isso não fazia diferença para mim, e nem para Jimin, por isso decidimos visitar ambos os lugares para nos informarmos melhor, e foi numa dessas viagens até o orfanato que conhecemos Minjun, com apenas dez anos na época, um jovem feiticeiro com grandes dons, que ainda não tinha aprendido a ter controle algum sobre tudo aquilo.

Eu me vi em Minjun e Jimin se cativou por ele nos primeiros dois segundos de conversa, o garoto alegre e falador nos contou sobre sua vida até então. Ele não tinha conhecido seus pais biológicos, apenas sabia que seu pai era um feiticeiro e sua mãe uma ninfa, mas esteve naquele orfanato desde bebê, e mesmo que se mostrasse desacreditado quanto a uma adoção futura, por já ser uma criança entrando na pré-adolescência, trazia um sorriso no rosto, nos deixando admirados com seu bom humor e personalidade.

Nós o adotamos cerca de três meses depois, passando por algumas burocracias por conta do orfanato dar preferência a pais também feiticeiros, mas o fato de ser um mago faz com que eu seja apto a ensinar qualquer ser que utilize a magia natural, e mesmo que Jimin seja humano, ele está comigo há tanto tempo que se vê sendo inserido totalmente no meu mundinho mágico, que o faz alguém confiável aos olhos do conselho também.

— Eu só liguei porque realmente comecei a me desesperar, ele sumiu faz cerca de uma hora e... — Yoongi começou a explicar, porém Jimin o interrompeu antes de concluísse.

— Espera, ele saiu sem avisar? — O Park indagou alarmado, já que uma atitude dessas não era do feitio de Minjun.

— Não exatamente, é do o nada ele fez um bibidi babidi boo aqui e poof, escafedeu-se. — Yoongi explicou, porém só nos deixou ainda mais desentendidos. 

— Minjun estava treinando sozinho de novo? — Perguntei, pois tinha lhe proibido de treinar sem supervisão, já que o mesmo tinha uma certa tendência a soltar mais magia do que o necessário para alguns feitiços e acabar causando bagunça.

— Aparentemente sim, eu deixei ele sozinho por uns minutos enquanto ia atender o entregador de pizza, quando voltei ele tava estava sumindo em meio a uma nuvem brilhosa. — Min informou rapidamente.

— Pede do Tae usar um feitiço de rastreamento. — Pedi, sabendo que o Kim também deveria estar lá em casa.

— Já tentamos isso mais de uma vez, mas não rolou... — Yoongi proferiu, soltando um suspiro cansado. — O Tae começou a ficar meio nervoso e acabou botando fogo na cortina da sua cozinha também, mas já está tudo sob controle, e também...

— Botaram fogo na minha cortina? — Jimin exclamou arqueando as sobrancelhas.

— Mas o Minjun deveria estar usando o colar que eu fiz pra ele. — Falei, antes que aquilo virasse uma discussão sobre as cortinas queimadas.

O fato de Minjun ser filho biológico de dois seres místicos diferentes o dava algumas complicações na hora de aprendizagem e controle da magia, mesmo que não exista seres mágicos híbridos. Ou seja, Minjun era somente um feiticeiro, mas ainda sim haviam pequenas mutações em seu DNA por conta da mãe ninfa, o que o davam uma certa porcentagem de poderes maiores do que o comum para um feiticeiro da sua idade, e por esse motivo ele tinha que usar meu filtro de magia para não causar nenhum acidente.

Taehyung havia nos contado que ele teve o mesmo probleminha quando era mais novo, porém o motivo dele era por ser filho de dois feiticeiros, ou seja, um DNA mágico puro, o que o fez ser muito poderoso desde o nascimento. Mas claro que o Kim não sabia disso durante a infância, já que pensava que Hyojung era sua mãe biológica e entendia que essa bagunça em seus poderes vinha por conta da mãe ser uma bruxa e o pai um feiticeiro.

— Ele deve ter tirado o filtro assim que eu saí de perto. — Yoongi respondeu. — Aff, eu cuido com tanto carinho desse moleque remelento, e ele me apronta uma dessas. 

— Você lembra se ele estava proferindo alguma palavra? — Perguntei, tentando saber se Minjun tinha usado algum feitiço em especial.

— Sei lá, talvez ele tenha soltado um abracadabra ou dito um sim-salabim, eu não entendo dessas coisas, Jungkook. — Respondeu, e eu quase podia o ver revirando os olhos.

— Não somos mágicos de festa infantil, Yoongi. — Retruquei, ouvindo o Min bufar do outro lado da linha.

— Yoon, pede para o Tae tentar fazer o feitiço de rastreamento novo. — Jimin disse em seguida.

— Ele tentou, mas disse que o Minjun provavelmente está com o colar de proteção também. — Informou rapidamente. Aquele era outro ponto negativo.

Aquele colar havia sido uma criação exclusiva para o uso do meu filho, era um protetor contra magia, que criei por precaução para sua segurança, já que aquilo o protegeria caso algum outro feiticeiro, bruxo ou mago lançasse magia contra si.

Porque não vou negar que eu era um pai coruja e às vezes super protetor, mas não era pra menos, éramos uma família de sobrenaturais, cada vez que Minjun saia para ir a escola, eu sentia meu coração querendo sair pela boca por medo de que de alguma forma a sua descendência magia fosse exposta aos humanos.

Agora eu finalmente entendia toda a preocupação que minha mãe tinha e ainda tem comigo.

— Ele estava com o celular pelo menos? — Perguntei a Yoongi, torcendo por uma resposta positiva.

— Não, o celular ficou aqui em cima do sofá. — A fala do Min me desanimou e preocupou mais ainda.

— Ele não te disse se queria ir a algum lugar ou visitar alguém? — Jimin questionou logo após.

— Não, nada, nem tocamos em algum assunto que tivesse a ver com isso. — Respondeu, soltando outro suspiro de frustração.

— Tudo bem, nós estamos voltando, espera aí. — Jimin informou, já se colocando de pé. — Desce a gente, Kookie.

Desliguei a ligação com Yoongi e fiz o que meu marido me pediu no mesmo instante, enquanto ele terminava de vestir suas peças de roupa, o mesmo que também fiz logo em seguida.

Assim que a toalha de piquenique havia retornado ao chão, Jimin se levantou, e saiu pisando firme pelo gramado, naquele seu andar rebolativo e charmoso que não tinha mudado nada no decorrer dos anos.

O observei ir abrindo o fecho de seu colar lotado de pequenas pérolas brancas, tirando uma delas com cuidado e a jogando contra o chão, causando um barulho oco ao mesmo instante em que um enevoado brilhante e colorido saia de dentro da pérola, subindo por suas pernas e tomando seu corpo com uma nuvem de fumaça, que o engoliu por completo. E quando a névoa cintilante se foi, Jimin também já tinha ido, teletransportando-se para nossa casa assim.

Há algum tempo eu havia reformulado a poção de teletransporte do meu tio, decidindo mudar alguns ingredientes para que não fosse necessário se concentrar tanto para conseguir usar, bastava pensar rapidamente no lugar para qual você queria ir, e você seria transportado até lá, o que diminuía quase completamente a chance de erros.

Decidi também comprimir a poção em algo que fosse mais prático de levar por aí, e Jimin trouxe a ideia de fazer pequenas bolinhas, disfarçadas de miçangas coloridas que poderiam estar em pulseiras, colares, brincos ou qualquer bijuteria, facilitando muito nossa mobilidade através do teletransporte a qualquer momento.

O mesmo que utilizei também no segundo seguinte, após usar outro feitiço para guardar todas as coisas do piquenique que tinham ficado esparramadas sobre a toalha, e usando magia também para trancar todas as portas da casa antes de ir embora, nossas roupas e outros pertences tinham ficado lá dentro, mas aquilo teria que ficar para depois, tínhamos algo muito mais importante para resolver naquele momento.

— Você é um péssimo babá, Yoongi! — Foi a primeira coisa que escutei assim que adentrei a sala da minha casa.

— Como é que eu ia adivinhar que o Minjun iria soltar um "shazam" do nada e desaparecer? — Vi Yoongi retrucando, enquanto mantinha as mãos na cintura, e Taehyung estava sentado no sofá, olhando de um para outro se dizer nada.

Yoongi e Taehyung sempre acabavam aceitando o papel de babá quando era necessário, o Kim dizia que cuidar tanto de uma criança iria acabar os fazendo querer ter filhos também, porém eu não sabia se era uma afirmação verídica ou se ele estava apenas brincando, afinal os dois estavam casados há cerca de dois anos, tinham uma história que já rolava por onze anos e sempre diziam que não planejavam ter filhos, mas nunca se sabe, as opiniões mudam.

— Eu deveria mesmo ter pedido para o Jin cuidar do Minjun. — Jimin expressou nervoso.

— Gente, não é hora pra isso... — Eu murmurei um tanto temeroso em me meter em meio a aqueles dois.

— É, fiquem calmos... — Taehyung disse, não de uma forma muito eficaz, ele nunca foi muito bom em apaziguar a situação quando o Yoongi está nervoso.

Porque vamos ser sinceros, eu e o Kim podemos ser os seres com poderes mágicos aqui, mas são esses dois humanos que realmente botam moral, não vou negar o óbvio...

— Foi ele que começou. — Yoongi expressou apontando para o Park, que o olhou ainda mais irritadiço.

— Ok, vocês dois! — Exclamei, levando minhas mãos em forma de rendição. — Vamos ligar para os amigos da escola e outras pessoas que o Minjun conhece, ele pode ter ido na casa das avós por exemplo.

— Eu liguei, mas ele não passou por lá. — Yoongi nos informou.

— Pra família eu menti dizendo que a gente estava brincando de esconde esconde mágico. — Taehyung começou a falar. — E para os amiguinhos da escola eu inventei desculpas também, e todos me responderam que o Minjun não tinha ido na casa deles.

— Tae, o feitiço de rastreamento que você usou utiliza um objeto pessoal do pessoa, certo? — Jimin questionou ao Kim, e ele assentiu. — Ok, vamos tentar com algum feitiço mais intenso, algum que use o DNA. Podemos conseguir carga genética na escova cabelo ou na de dente por exemplo.

— Ainda é magia, o colar vai proteger ele. — Respondi, me sentindo arrependido por ter dado esse amuleto tão poderoso a ele, e num momento como esse, em vez do colar o proteger, estava era dificultando sua busca.

— Então o que podemos fazer? — O Min indagou cruzando os braços em frente ao peito.

— Um ritual de localização poderia ser uma saída. — Dei a ideia.

— Perfeito, vamos tentar. — Taehyung completou, pois existia uma lista bem pequena de rituais que um feiticeiro ou um bruxos estavam permitido a fazer, e o de localização era um desses poucos.

— Mas se eu ou você fizermos, acabaremos usando nossa magia, mesmo que inconsciente. — Levantei um ponto, e o Kim deixou seus ombros caírem, desanimado.

— O colar o protege da magia lançada por um bruxo, feiticeiro ou mago, mas não a de um humano. — Jimin disse, trazendo toda a nossa atenção para ele.

— Humanos não tem poderes. — Yoongi expressou confuso.

— Mas podem ser condutores de magia quando estão responsáveis por rituais. — O Park afirmou com convicção. — Magia às vezes é como uma fonte de energia elétrica, um corpo humano pode ser o condutor dela, mesmo que não seja capaz de controlá-la.

— Caramba, você leu mesmo os livros que te indiquei. — Eu proferi, sorrindo orgulhoso do meu maridinho. 

— Claro, estaremos usando a magia "pura", que é aquela que vem diretamente da natureza e até mesmo um humano consegue se conectar a ela se estiver usando os instrumentos certos. — Taehyung expressou mais animado após a ideia do meu marido.

Jimin sempre havia se interessado pelo meu mundo, porém somente após adotarmos nosso filho que o Park realmente começou a se aprofundar nos assuntos referentes a magia, pois me confessou que não queria ficar para trás na educação de Minjun, preferia poder participar também do que apenas assistir eu ensinando, não queria se sentir tão leigo perante nossos assuntos.

E pra ser bem sincero, Jimin era um ótimo aluno, eu via que às vezes ele estava mais por dentro de um determinado assunto do que eu.

— Um humano pode mesmo fazer isso? — Yoongi perguntou preocupado.

— Sim, há séculos e séculos atrás existiam poucos humanos que sabiam da existência do sobrenatural no mundo, e usavam essa magia primitiva para rituais de cura e coisas assim. — Eu expliquei rapidamente.

— Porém existe uma linha tênue entre a magia pura e a corrompida, que é mais conhecida como "magia proibida". — O Kim continuou a falar. — Tem que se tomar cuidado ao mexer com forças ocultas assim, muitos humanos acabaram tendo suas almas degeneradas ao mexer com o que não conheciam direito, ultrapassando a linha.

— Se um bruxo usar da magia corrompida, vai ter sua varinha retirada, o clã não vai mais permitir que ele pratique magia. Como aconteceu com o Hoseok. — Expressei em seguida e eles assentiram compreendendo.

— Então é perigoso se um de nós tentarmos fazer? — Jimin indagou elevando uma das sobrancelhas.

— Não comigo e com o Tae por perto averiguando tudo. — Respondi sua perguntando rapidamente.

— Ótimo, e do que precisaremos? — Yoongi perguntou apressado.

— Vamos ao meu porão, tenho todos os ingredientes lá. — Falei, indicando com o dedo o caminho para todos seguirem.

Uma das primeiras coisa que esquematizei para nossa casa havia sido o porão secreto, enquanto eu desenhava a planta da residência, pensando detalhadamente em como tudo seria, esse foi o primeiro cômodo a ser montado em meus desenhos, eu precisava que ficasse perfeito e seguro, assim como o da casa de minha mãe era.

E ele realmente tinha ficado incrível, estando ali abaixo do porão normal da casa, a nossa sala de magia guardava todos os meus instrumentos mágicos e protótipos, assim como uma enorme estante de vidro que cobria toda uma parede, onde havia prateleiras com vidrinhos de poções diversificadas, que praticamente não tinham utilidade, mas ficava bonito na decoração, já que eram todas coloridinhas.

Uma outra parede ficou responsável por guardar a minha coleção de vassouras, nem eram muitas, mas eu gostava de ter algumas em exposição ali, principalmente a primeira vassoura que ganhei na vida para começar os meus treinos.

Ela ainda possuía soltava arco íris quando levantava voo, e eu sempre a dava para Minjun fazer seus primeiros testes, mas ao contrário de mim, que fiquei muito bravo com tio Sun por ter colocado aquele arco-íris na minha vassoura, o Minjun achava engraçado o fato da vassoura soltar uma fumaça colorida, e sempre pegava essa quando tinha que escolher uma das vassouras para treinar.

A terceira parede do cômodo foi onde os ingredientes para poções ficaram, além de uma mesa para trabalhar em frente a essa exposição de elementos, deixando a quarta parede para colocar todos os instrumentos mágicos que eu já havia construído, e os que já possuía antes.

Num dos cantos da sala eu fiz questão de pôr uma pequena bancada quadrada e na cor branca, onde a afanasy que o tio Sun me deu foi colocada, sendo coberta por uma redoma de vidro, enfeitiçada por uma poção de seladora, a qual apenas eu sabia como desfazer. Aquela caneta de penas de inofensiva só tinha a aparência mesmo, tinha que ser muito bem guardada.

Pra finalizar, havia um caldeirão grande no centro do cômodo, que também não tinha utilidade, mas eu curtia fingir que era um bruxo das antigas que ainda usava um daqueles caldeirões para mexer as poções e um chapéu pontiagudo na cabeça.

— Por onde começamos a preparar? — Jimin perguntou, enquanto eu ia em direção a um dos meus livros de feitiços, trazendo novamente até ele.

— Preciso que você desenhe esses símbolos aqui no chão, em forma de círculo, para formar essa palavra... — Falei, indicando na página aberta quais símbolos ele deveria replicar sobre o pico. — É o antigo alfabeto dos bruxos, você vai estar escrevendo o nome desse feitiço.

— Se a gente acabar invocando a bruxa de Blair, eu saio correndo daqui e vocês que lutem. — Yoongi resmungou, nos olhando desconfiado.

— Não se preocupe, bebê. — Tae murmurou, levando uma das mãos até os cabelos do Min, fazendo um carinho breve.

— E Yoon, pegue essas raízes aqui e vá preenchendo o círculo que o Jimin está fazendo com elas. — Pedi, pegando na minha estante de ingredientes as plantas necessárias e mostrando para Yoongi o que fazer.

— Esse tipo de coisas nunca dá certo nos filmes, não to confiando não, hein... — Yoongi expressou, já segurando as raízes que eu tinha pegado, ainda com com desconfiança para tudo em volta.

Enquanto Jimin se ocupava escrevendo com o giz e Yoongi com as plantas, pedi a Tae que trouxesse algum objeto de Minjun que continha bastante do seu DNA, como uma escova de dentes ou um travesseiro. E enquanto o feiticeiro resolvia isso, comecei a procurar por um certo amuletos de proteção, que era um objeto antigo do mundo dos feiticeiros, o qual apenas tive acesso por ser um mago, e poder dominar todas as vértices da magia.

O amuleto protegeria a alma de Jimin enquanto o mesmo estivesse ao centro do ritual de localização, basicamente sempre que um humano entra em contato com a magia pura e se tornar um transmissor dela, seu espírito fica desprotegido, e mesmo que o que ele fosse fazer considera-se um ritual bem simples e inofensivo, eu ainda sim preferia prevenir do que remediar.

— Vou colocar isso aqui em você, hyung. — Expliquei, passando o cordão do amuleto pela cabeça dele, que apenas assentiu a minha fala, ainda totalmente concentrado em desenhar os símbolos, porém outra coisa veio lhe atrapalhar, pois instantes depois o celular dele começou a tocar.

— Alô? — Jimin atendeu a contragosto, colocando no viva-voz para que não precisasse parar o que estava fazendo.

Oi Jiminie, liguei para perguntar se você está livre no próximo sábado, eu estava pensando em levar a Nayoung para um parque de diversões, queria convidar vocês para virem também. — A voz de Seokjin soou pelos alto-falantes do celular.

A filha de Seokjin e Hoseok havia completado cinco anos há alguns meses atrás, era uma criança esperta e enérgica, que arrancava a risada de todos quando replicava as piadas de tio que seus pais contavam, sua energia positiva se transmitia para todos em sua volta, era realmente muito parecida com seus pais.

— É, claro, vamos sim... — O Park respondeu ao irmão mais velho sem muita animação.

Vamos no novo carro do Hoseok. — Jin expressou empolgado. — Agora que eu finalmente consegui fazer o Hobi aposentar aquele carro caindo aos pedaços que ele tinha, quero curtir o carro novo o máximo que posso.

— Entendo, também gosto do cheiro de carro novo... — Jimin afirmou, mesmo que pelo tom de sua voz, não parecia estar prestando muita atenção na conversa com Jin.

Sua voz parece trêmula, tá tudo bem? — Seokjin logo notou. — O que você está fazendo?

— Um ritual mágico. — Expressou, soltando uma risada nasalada.

Ok, cheguei realmente ao auge de escutar uma coisa dessas e não me surpreender mais. — Jin proferiu, também rindo levemente. — Será que todos os Park's tem fetiche por gente mágica? Porque sabe, eu me casei com um ex bruxo, você se casou com um mago, a nossa mãe casou com um bruxa... 

A minha mãe e Soyeon, haviam feito uma cerimônia simples e familiar para seu casamento, tudo tinha acontecido há três anos atrás e foi muito bonito, devo ter derramado centenas de lágrimas enquanto assistia as duas em seus belos vestidos, dizendo "aceito" e trocando alianças, foi uma enxurrada de memórias me atingindo naquele momento.

— A tia Sumin se casou com um elfo. — Jimin informou, ouvindo um som de surpresa vindo de Seokjin, o que o fez rir novamente. — Mas é uma longa história...

Tudo bem, você deve estar bem ocupado agora, mais tarde eu ligo pra gente combinar o passeio. — Jin disse em seguida, ainda parecendo impactado pela notícia de ter uma tia casada com um elfo.

— Certo. — Meu marido expressou assentindo. — Mande um abraço pro Hoseok e para a minha sobrinha.

Ok, até mais tarde. — Jin se despediu brevemente.

Jimin suspirou, desligando a ligação, era compreensível que ele tivesse decidido não contar ao seu irmão sobre o que tinha acontecido com Minjun, poderia apenas causar um grande alarde e desesperar mais pessoas, era melhor que tentássemos resolver tudo antes de contar a mais alguém, um enorme alvoroço de preocupação não ajudaria em nada.

— Terminei de escrever aqui. — O Park afirmou, se colocando de pé. 

— Aqui a escova de dentes dele. — Taehyung entrou novamente no porão já falando.

— Ótimo, agora se coloque ao centro das escrituras, Jiminie. — Pedi, e ele rapidamente fez o que foi falado.

— E agora? — Yoongi questionou, também já tendo terminado sua tarefa.

— Preciso que você beba isso aqui, Jiminie. — Respondi, pegando um pequeno frasco de dentro da minha vasta coleção de poções.

— O que é isso? — Jimin indagou encarando o pequeno frasco que entreguei em suas mãos em seguida.

— É uma poção de ligação. — Expliquei e ele me olhou desentendido. — Para que essa magia entenda que você é um humano disposto a permitir que ela aja em seu corpo, tem que haver um elo entre vocês, e essa poção te dará isso.

— Tudo bem. — Respondeu, abrindo a tampinha do frasco e bebendo a poção num gole só. Não tinha sabor de qualquer forma.

— Jiminie, leia essa frase aqui, grave ela. — Falei, mostrando para ele no livro de feitiços a frase escolhida. — Depois feche seus olhos, concentre seus pensamentos em lembranças com Minjun, e diga a frase que te mostrei em voz alta.

— Apenas isso? — O Park perguntou nervoso, enquanto ia se sentando ao centro do círculo.

— Sim, agora coloque sua mão sobre os símbolos e diga as palavras. — Proferi e o loiro apenas concordou com um aceno de cabeça.

E assim Jimin fez, fechando suas pálpebras e mantendo sua mão sobre o texto ele começou a proferir as palavras necessárias, uma por uma, até que todo o círculo em sua volta começasse a reagir.

Primeiro as letras escritas a giz começavam a emitir um brilho fosco, seguido dos ramos de planta, que tremelicaram sem parar, assim como a escova de dentes, que elevou-se alguns centímetros no ar, só descendo novamente quando Jimin abriu suas pálpebras, fazendo com que todos vissem que seus olhos tinham sido tomados por uma cor azulada bem forte.

Jimin murmurou a última palavra lentamente, e um forte vento passou por toda a sala, vindo de lugar nenhum aquela correnteza de ar rodeou o corpo do Park, bagunçando seus cabelos e fazendo todos nós nos encolhermos pelo frio que se apossou de todos. Porém tão rápido quanto tudo começou, logo estava se findando, e quando Jimin voltou a fechar seus olhos, um silêncio inquietante dançou por aquele gigantesco cômodo.

— Eu não sei onde ele está. — Foi a primeira coisa que Jimin disse assim que reabriu os olhos.

— O quê? — Indaguei confuso, já que aquele feitiço deveria o permitir ver onde Minjun estava neste exato momento.

— Eu o vi, apareceu imagens na minha cabeça, era como se tivesse passando um filme em meu cérebro. — O Park começou a contar enquanto se colocava de pé. — Minjun está num lugar florido, parece uma plantação gigantesca, eu nunca vi esse lugar antes.

— E o que ele estava fazendo lá? — Taehyung indagou a pergunta que também pensei em fazer.

— Parecia estar pegando algumas das flores, fazendo um buquê talvez. — Explicou, meio confuso ainda.

— Caramba, isso só está fazendo menos sentido ainda. — Yoongi comentou, suspirando frustrado.

— Precisamos de outra coisa para chegar até ele. — Jimin expressou nervoso.

— Mas o quê? Não adianta usar magia para localizá-lo e nem podemos nos teletransportar para esse lugar em que ele está, já que não sabemos onde é. — Taehyung proferiu em seguida.

— Tem que ter outra coisa com que possamos contar. — O loiro afirmou, começando a andar para um lado e para o outro, pensando em novas alternativas. — Que tal alquimia?

— Jimin, eu não acho que fazer um elixir vai nos ajudar no momento. — Yoongi respondeu desanimado.

— Mas alguma coisa tem que nos ajudar, não podemos ficar aqui simplesmente esperando, ele pode muito bem não estar conseguindo voltar, já sumiu há mais de uma hora e... — O Park começa a disparar palavras nervosamente.

— Ei, amor... — Murmurei, me aproximando dele e segurando suas mãos, o fazendo para de andar.

— Ele nunca saí assim sem avisar, Jungkook, muito menos usa magia para isso. — Jimin argumentou e eu assenti concordando, realmente não era comum ver Minjun usando o teletransporte. — O lugar que vi nem parecia aqui no nosso país.

— Ele se arriscaria indo para um país desconhecido sozinho? — Taehyung perguntou preocupado.

— Eu não sei, mas temos que tentar alguma coisa pra chegar até ele ou... — Jimin começou a falar, porém sua voz quebrou, embargada por conta das lágrimas que já inundavam seus olhos. — Eu preciso saber que meu filho está seguro.

— Ei, ei... — Falei, segurando seu rosto com carinho e limpando as lágrimas que escorriam com meus dedos. — Ele é um garoto inteligente, e você viu que ele não estava em perigo, vamos arrumar um meio de chegar até ele logo.

— E se alguém o viu quando ele chegou nesse lugar através do teletransporte, Jungkook? — Jimin levantou um ponto crítico. — Minjun estar bem agora não significa que está seguro, seja lá onde for esse lugar em que ele está.

— Vamos ser um pouco otimistas, ok? — Yoongi expressou, sorrindo de lado. — Aquele pirralhinho é esperto, e não estamos falando de qualquer um, estamos falando de um mini feiticeiro, com poder o suficiente para tomar o posto do Jungkook de "fodão do mundo mágico".

— Eu sei mas... — Jimin expressou, antes de me abraçar forte. — Eu só quero o meu filho aqui, Jungkook. — O escutei sussurrar em meio ao choro que retornou.

Também estava muito preocupado, e vendo os pensamentos mais pessimistas possíveis se passando pela minha mente, mas me mantive forte, não queria desabafar na frente de Jimin naquele momento, precisava manter a calma para que pudesse o acalmar também.

E assim fiz, avisando Taehyung e Yoongi que iria voltar lá pra cima para que pudesse ao menos fazer Jimin tomar um copo de água, e não me esquecendo de antes deixar o Kim na tarefa de pesquisar alguma outra forma de localizar o Minjun.

— Eu tive uma ideia. — Jimin falou assim que chegamos na cozinha.

— Diga. — Pedi enquanto ia até a geladeira pegar água.

— Podemos usar um feitiço de posicionamento. — Informou em seguida, e fiquei pensativo, já que esse tipo de feitiço utilizava um dos últimos objeto que alguma pessoa tocou antes de sair de casa, e te teletransporta exatamente para o lugar em que ela estava pisando nos últimos cinco minutos.

— Ainda sim o colar iria proteger ele, a gente iria acabar sendo teletransportado pro meio do mar ou algo assim. — Respondi, servindo a água em um copo e estendendo na direção de Jimin.

— Quando o Minjun voltar, eu vou destruir esse colar com minhas próprias mãos. — Expressou irritado, tomando o primeiro gole de água em seguida.

Sinceramente, até eu estava querendo destruir aquele colar pela complicação que ele estava nos causando, entretanto antes de concordar com as palavras do meu marido, comecei a pensar melhor na minha invenção em si, em tudo que eu tinha colocado naquele colar para o fazer ser um amuleto de proteção perfeito, percebendo que havia uma característica nele que poderia nos ajudar.

— Mas o colar pode nos ajudar a achá-lo. — Expressei, e Jimin me olhou confuso.

— Ele está é nos impedindo. — Retrucou, deixando o copo vazio sobre a pia e se virando para mim, ainda desentendido.

— Porque a gente esteve o tempo todo buscando pelo Minjun e não pelo colar. — Afirmei animado, adorava esses meus momentos de esclarecimento mental, e ok que ser um mago já me caracteriza como "sábio", mas não era sempre que eu tinha os melhores planos...

— O colar tem algum chip localizador? — O loiro indagou logo após.

— É quase como se fosse, você sabe que eu sou uma pessoa bem desastrada e desligada, tenho costume de perder meus objetos pessoais. — Jimin assentiu enquanto eu falava. — Lembra que eu te contei que todas as minhas invenções que são feitas para o nosso próprio estão envolvidas por um feitiço especial? Que os conecta a um aplicativo no meu celular? Então, ele pode me dar a exata localização desses objetos caso sejam perdidos.

Obviamente o motivo de ter criado aquilo não era apenas pelo meu costume de perder as coisas, era também por segurança, afinal Jimin e Minjun também possuíam seus objetos e poderiam acabar esquecendo em algum canto, perdendo ou serem roubados na pior das hipóteses, e eu não poderia deixar objetos mágicos largamos por aí ou caindo em qualquer mão.

— Lembro sim, você me disse que era como se tivesse uma linha invisível fazendo um elo entre os objetos e o seu celular. — Jimin afirmou.

— Exatamente isso!. — Exclamei ao ouvir sua resposta.

— Espera, mas você não colocou esse negócio até na sua escova de dentes? — Indagou e eu assenti, me recordando de que na verdade tinha colocado aquele feitiço em mais coisas. — Então não foi apenas para suas invenções, você colocou esse feitiço até naquele tubo de lubrificante que fica na nossa mesa de cabeceira.

— Eu tenho tendência a esquecer onde deixei as coisas, ok? — Resmunguei cruzando os braços. — E você fala de mim, mas ontem mesmo não sabia onde tinha deixado o seu celular. — Argumentei rindo soprado. — E na nossa lua de mel, você perdeu uma mala.

— Jungkook, não é momento para isso. Agora pega logo o seu celular e vai ver o aplicativo. — Pediu sacudindo meu ombro direito.

— Ok, ok. — Murmurei, já pegando o aparelho em meu bolso.

Assim que desbloqueei o celular, corri para abrir no aplicativo que criei exclusivamente para o meu telefone, pois com ele eu poderia acompanhar através de um mapa o local onde eu havia deixado cada objeto que possuía o localizador mágico. Mas claro que eu não era formado em programação para conseguir criar esse app do zero, tudo foi feito através de magia, e esse projeto entrou em teste para que pudesse ser oferecido a outros bruxos e feiticeiros pelo mundo. Era magia e tecnologia se unindo.

— Você achou? — Perguntou, me olhando esperançoso.

— Sim... — Murmurei, surpreso com o que estava vendo na tela do meu celular.

— E onde ele está? — Indagou mais uma vez.

— Holanda. — Falei, mostrando o aplicativo para ele.

— Como é que é? — Expressou surpreso, pois não tínhamos conhecidos lá ou já havíamos o ouvido citar este país como um lugar que queria conhecer, então por que Minjun tinha ido para lá?

~♥~

Minjun:

Até o próximo ^^

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