05. O caminho é para a frente
— Samara, vens?
Deixo os demónios do passado naquele parque e sigo a Denise pelo passeio.
Poucas semanas depois de me libertar das mentiras que me comiam viva, a proposta de emprego que esperava há séculos que se formalizasse encontrou a minha caixa de correio. Saí da farmacêutica sem pensar duas vezes, acabando por dar a Benjamin espaço para respirar. Na minha festa de despedida, conversámos. Rimos de novo. Prometemos amizade. Afinal, nenhum de nós tinha culpa.
Mas nunca mais falámos. Encontrei-o brevemente um ano depois, numa conferência, mas mal reconheceu a minha presença. Parecia que nunca tínhamos fingido namorar ou que nunca se tinha declarado.
Eu percebo a sua atitude. Lamento a excelente amizade que perdi, mas se ele precisa de me tirar da sua vida para se manter são, que o faça. Cada um faz o que pode por si. Eu própria tive de destruir o seu coração para sobreviver. E por muito duro que tenha sido, não me arrependo, porque agora respiro.
Agora, sinto-me livre. E, para mim, isso é tudo.
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