Como tudo aconteceu (extra)
Era mais uma manhã de trabalho para Kim, ela ainda rolava na cama se perguntando se precisava mesmo ter pego mais um trabalho de entrega. Os que tinha na noite eram muito corridos mas davam a ela um dia desocupado para dormir até tarde, comer com seu amigo na oficina enquanto discutiam sobre motos e treinar mas tardes.
Sem ânimo algum ela se arrastou da cama e fez uma sessão de alongamentos antes de preparar seu café e sair de casa, o novo emprego podia ser um pouco ruim mas nada se comparava a oportunidade de andar de moto, ela nunca rejeitaria algo assim, nem qualquer coisa que envolvesse perigo e velocidade.
David estava organizando os papéis em cima da mesa enquanto coava um café forte, o dia nem havia começado e Tyler já havia ligado perguntando aonde estavam alguns arquivos que ele nem lembrava de ter mexido, mas tentar explicar isso para um cabeça dura.
Ele ajeitou as pastas no banco de trás do carro e entrou, seria um longo dia. Logo de início quando parou no primeiro sinal seu celular tocou, era sua namorada:
-Cathy, tudo bem?
-Oi amorzinho, meu pai acha que devo comprar um vestido verde para a próxima comemoração da empresa porque realça meus olhos mas eu não sei, o que acha?
-Qualquer cor fica bonita em você -ele respondeu dando a partida no sinal verde
-Resposta certa para um namorado, mas errada para me ajudar
Uma ligação começou encobrindo a sua, ele tirou o celular do ouvido e viu a ligação de Tyler, certamente para perguntar de novo se não estava fazendo besteira:
-Cathy tenho que desligar
-Você vai me deixar sem resposta?
-Preciso atender o Tyler
-Tyler, Tyler. Por que parece que você adotou ele?
-As vezes eu penso o mesmo-faloy David olhando para fazer a primeira curva
-Então deixe que ele faça alguma coisa sozinho! Lembra a última vez que ele se meteu? Acabamos jantando num restaurante na garagem - David riu ele se lembrava bem
-Tyler disse que aquilo é estilo, mas que quer recompensar com o melhor que há de hambúrguer na cidade
- Hambúrguer? Claro uma bomba de caloria e.....
David não ouviu o resto, ao fazer a segunda curva uma moto estava indo direto em sua frente, uma moto a qual ele bateu com tudo e levou sua cabeça a bater no volante.
Quando David acordou estava sentindo um formigamento por todo seu corpo, mas não dor, não a dor de cabeça que deveria sentir. Ele virou a cabeça de lado, estava deitado em um chão branco e todo espaço ao ser redor parecia ter nuvens rosas claras passando por aí muito rápido, e não muito longe de si uma mulher sentada massageando sua cabeça em meio aos cachos, ela se virou para ele primeiro confusa e em seguida fechando as expressões e se levantando para ir até ele:
-Você! Você bateu na minha moto
-Do que você tá falando?-perguntou David se arredando ainda sentado no chão
-Você apareceu feito um maluco e arh! Agora eu tô aqui-ela disse abaixando em frente a ele e dando um tapa em sua cara
O homem se surpreendeu, primeiro pelo tapa e segundo porque aquilo não havia doído nada. Ele riu:
-Do que está rindo?-ela perguntou como se tivesse sido ofendida
-Não doeu-isso só serviu pra irrita-la e com mais raiva começou a destribuir tapas
-Parem com isso-falou uma voz masculina não muito calma, nem muito irritada
Os dois se viraram para ver quem se aproximava, o homem vestia uma roupa social com a gravata já desamarrada enquanto trazia uma pasta em suas mãos:
-Não dificultem o meu trabalho, Kimberly, David
-Como sabe nossos nomes?- perguntou David
-Nos morremos?-perguntou Kim
-Não seja boba,-e olhou para o homem- não é?
-Você não morreram mas como explicar-começou o homem procurando por algo nos bolsos, ele tirou alguns fios branco-sempre estou atrasado com essas coisas e posso ter acabado por deixar o fio de vida de vocês puir
-Puir?- perguntou Kim sem entender
-É, a vida de vocês é esse fio, e está meio desgastada então vocês estão entre a morte e a vida
-É como fazemos pra sair daqui?- perguntou David se levantando e ajeitando os óculos
-Não posso reparar o fio como ele está agora, mas posso unir o fio de vocês!- Ele disse animado
-Unir nossas vidas?- perguntou David sem entender
-Sem chance! Não vou dividir minha vida com esse idiota
-Quem chamou de idiota?
-Não se preocupem, vocês podem passar a vida inteira sem nunca se encontrarem e mesmo assim dividirem uma vida-explicou o homem começando a enrolar os fios
-Por que diz isso?
-Vão se esquecer um do outro quando voltarem-respondeu o homem amarrando a ponta do barbante em cada um-Agora só preciso dizer para tomarem cuidado com a vida e digam "uma chance a mais" para voltarem
Ambos se olharam e sabendo que nunca mais se encontrariam concordaram com a cabeça e disseram:
-Uma chance a mais
-Esqueci de mencionar que por terem tentado se matar no quase morte vocês terão que aprender uma lição, irão trocar as dores um com o outro até superarem isso-disse o homem guardando o caderno
-O quê?- perguntou Kimberly tentando dar um passo a frente mas suas pernas não se mexiam, ela continuou tentando e se forçando
Algo prendia seus pés e ao longe uma voz pedia que ela se acalmasse, abriu os olhos de vagar se acostumando a luz, e entendeu estar num quarto, ao seu lado uma enfermeira pedia a ela calma.
Ela mexeu os pés jogando o lençol para o lado, era isso que a impedia de se mexer:
-Você está bem? Parecia desconfortável enquanto dormia-falou a enfermeira
-Eu tive um sonho, parecia tão real.... mas não lembro bem
-Aluconações são comuns após um acidente. Na verdade você tem sorte de não ter tido nenhuma fratura grave, vai poder ser liberada assim que fizermos alguns testes
Uma sirene ao canto do quarto soou:
-Tenho que sair agora, tem um homem ao quarto ao lado com uma sorte parecida parece. Descanse
Falou a mulher por fim saindo do quarto
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro