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Capítulo 10

Se havia algo que eu havia descoberto depois de quase quatro anos subindo em palcos, era que, ao contrário do que vemos em filmes e em livros de romance, é impossível fazer contato visual com qualquer rosto na multidão quando se tem uma explosão de luzes néon piscantes nos olhos.

Quando termino de cantar nossa última música, os aplausos me ensurdecem e sei que em algum lugar daquela multidão está minha tia com as bochechas doloridas de tanto sorrir e talvez, quem sabe, Nick e seus amigos também estivessem ali em algum lugar, olhando para mim sem saber que sou a Astória que conheciam.

Nós três acenamos um tchau para a plateia  extasiada e então saímos, enquanto a equipe do pub subia no palco para preparar os instrumentos do próximo grupo a se apresentar. Entramos em um corredor lotado, onde pessoas da segurança corriam para todos os lados ocupados com algum problema que havia surgido e em meio a toda aquela confusão, seguimos o mesmo segurança de antes por diversos corredores, até ele abrir uma porta e entrarmos.

— Cara, eu tô queimando — Alex explodiu em uma onda de felicidade e agarrou o irmão em um abraço apertado.— Fomos incríveis!

— Me larga, nanico  — Théo tentou se soltar do irmão.

Soltei uma risada baixa e me joguei no sofá. Meus pés pulsavam de dor por ficar em pé durante tanto tempo e não vou negar que minha garganta também doía um pouco depois de cantar três músicas.

Alguém deu algumas batidinhas na porta e uma mulher da equipe de segurança colocou a cabeça para dentro, estendendo uma câmera para Théo, que estava mais próximo dela.

— Aqui está a câmera de vocês, pessoal. Foi uma apresentação maravilhosa.

— Obrigado — Théo abriu um sorriso e seus olhos pareciam cintilar por trás da máscara verde escuro.

As bochechas da mulher ficaram cor de rosa e ela desviou os olhos de Théo, fazendo um “hum hum” com a garganta.

— Alguns fãs que receberam acesso VIP virão até aqui para os autógrafos e tirarem fotos. Vocês têm dez minutos para se preparem.

E então ela se foi, após receber acenos de concordância de nós três. Alex encarou a porta fechada e se virou para o irmão com um óbvio desgosto.

— Como é que você faz isso? É só você sorrir e todo mundo fica envergonhado.

— Eu não sei do que você está falando — Théo se fez de desentendido e me passou a câmera.— Será que vamos precisar cortar muitas partes dos vídeos como da última vez por causa dos intervalos entre as músicas?

— Acho que não — balancei a cabeça para os lados.

— Tava pensando aqui — Alex se sentou ao meu lado e colocou os pés sobre a mesinha de centro que estava diante do sofá.—, não deveríamos ter um nome? Tipo, somos conhecidos apenas como “o grupo da Red Fox”. Nada contra você, Raposinha, e talvez eu esteja sendo egoísta, mas não me sinto muito bem sendo colocado nas sombras dessa forma.

— Dessa vez sou obrigado a concordar com essa miniatura de gente — Théo se sentou ao meu outro lado e cruzou uma perna sobre a outra.

— Eu sei o que vocês querem dizer — deixei a câmera em cima da mesinha e cruzei os braços.— O problema é achar um nome. Meio que todas as opções que a gente tinha já foram usadas por outras pessoas.

Ficamos em silêncio por alguns minutos e então escutamos vozes se aproximarem e a mesma mulher voltou a colocar metade do corpo para dentro da porta, segurando a maçaneta com uma mão e um celular na outra.

— Tudo pronto?

— Vamos pensar nisso com cuidado — Alex se colocou de pé com um salto e olhou para a mulher.— Sim, pode pedir pra entrarem.

[...]

Cerca de uma hora depois eu estava sentada no balcão do bar do Midnight, mas dessa vez vestida como Astória Greengrass. Minha mochila onde estavam as roupas que usei na apresentação e todos os outros acessórios tinham sido levados por Théo quando ele havia ido embora com o irmão.

— O que gostaria de beber?— o barman perguntou ao se aproximar com um sorriso caloroso.

— Me trás um... — verifiquei o panfleto em cima do balcão.— Um coquetel de morango, fazendo um favor.

— Só um instante.

Ele se virou para trás e começou a trabalhar. O som da música que vinha das caixas de som abafava completamente o som do liquidificador.

O bar do Midnight ficava no salão central, ali também havia a pista de dança onde uma multidão de corpos suados dançavam colados e o palco do karaokê, lugar este em que um grupo de rock se apresentava no momento e levava a plateia à loucura. Nos cantos do salão, ocultadas nas sombras, haviam várias mesas lotadas. Na lateral esquerda do bar existia um elevador e uma escadaria em espiral que levavam para o terraço, onde ficava o restaurante, e na direita havia uma porta que levava diretamente para uma grande pista de boliche.

— Sua bebida — o barman colocou diante de mim um copo cheio com um líquido rosa cor de algodão-doce, decorado com alguns morangos e se afastou para atender algumas pessoas que haviam acabado de sair da pista de dança, meio ofegantes.

Enquanto bebericava minha bebida, me virei de frente para a pista de dança e observei a multidão de corpos suados que pulavam animados e cantavam acompanhando o vocalista da banda que estava no palco.

Meus olhos continuaram vagando entre a multidão, até eu encontrar uma cabeleira cacheada familiar acompanhando algumas pessoas até uma mesa vazia em um canto e se sentar de costas para mim. Dahlia, que olhava em volta, me encontrou e acenou dando um "olá". Ela fez um gesto com a mão me chamando e nem percebi quando desci do meu acento e caminhei por entre as pessoas até chegar lá, tentando não derrubar minha bebida no chão.

— Oi — Mal pude ouvir a voz de Nick por causa da música, mas ele abriu um sorriso enorme ao me ver aparecendo ao seu lado e se afastou para que eu pudesse me sentar ao seu lado.

— Oi, espero que não esteja incomodando — sorri agradecida.

— Claro que não, relaxa — Dahlia, que estava sentada no colo do namorado, fez um floreio com a mão dispensando minha fala.— Caraca, você tá uma gostosa.

— Amor!— Fernando engasgou com o que eu julgava ser refrigerante.

— O que? É verdade — ela olhou para ele sem entender, mas aparentava querer rir.

— Não liga, são assim vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana — Nick falou em meu ouvido.

Meu coração deu um pulo e para disfarçar o estranho nervosismo que me atingiu, beberiquei um pouco do meu drink e depositei o copo sobre a mesa e fingi prestar atenção na breve apresentação dos amigos dele que eu não havia conhecido no dia da festa no hotel.

Sinceramente, não consegui guardar um único nome na mente.

— Você veio sozinha?

Fernando gritou por cima da música alta, decidindo mudar de  assunto depois de perder no argumento para Dahlia na pequena conversa sobre como ela elogiava as pessoas. No ponto de vista dele, algumas pessoas poderiam se sentir desconfortáveis.

— Vim com minha tia. Ela deve estar em algum lugar com o seu diretor — dei de ombros.

— Se pegando?— um dos amigos arregalou os olhos, mas o tom era de brincadeira.

— Eu realmente prefiro não saber o que estão fazendo.

Eles riram alto e o garoto se levantou depois de beber o restante do líquido âmbar de seu copo em um gole e deu um tapinha na cabeça do rapaz sentado ao seu lado.

— Levanta essa bunda grande daí e vamos dançar.

Ele apenas deu de ombros, deixou sua bebida sobre a mesa e acompanhou o outro. Desapareceram no meio da multidão em poucos segundos.

— Não sei vocês, mas eu vou subir para o restaurante — Nick levantou e olhou para mim.— Você vem?

— Claro.

— Espera que eu também vou — Dahlia se levantou do colo do namorado toda atrapalhada.

— Eu também.

— E eu.

No fim, todos nós estávamos subindo a escada em espiral para o terraço após deixarmos os copos de bebida vazios sobre o balcão do bar e Dahlia, que estava atrás com Fernando, parou no final da escada por alguns segundos para tirar uma foto da vista que tínhamos ali de cima, da multidão de corpos suados que dançavam em meio a escuridão, sob as luzes néon piscantes.

O terraço era enorme, haviam incontáveis mesas redondas distribuídas pelo local e em alguns lugares específicos haviam mesas maiores, para grupos grandes de pessoas, como era o nosso caso. Em um lugar havia uma porta por onde entravam e saíam garçons e ela levava diretamente para a cozinha.

Enquanto esperávamos ser atendidos, eu estava espremida ao lado de Nick no banco estofado da mesa, e os outros se envolviam num debate acalorado com Fernando e Dahlia sobre, entre outras coisas, Basquetebol. Todos ali haviam estado no jogo de uno alguns dias atrás ou já haviam conversado comigo através das chamadas de vídeo, quando surrupiaram o celular de Nick para me ligarem.

— Isso vai se transformar em uma guerra — Nick cochichou em meu ouvido.

Um arrepio percorreu minha espinha quando uma bufada de ar quente atingiu o lóbulo de minha orelha e fez os pelinhos de meu braço se arrepiarem.

— Não acho que chegue a tanto — tentei disfarçar quando Nick olhou para meus braços meio confuso.

— Ah, vai sim — balançou a cabeça e olhou para os amigos.— Já vi isso milhares de vezes nos últimos quatro anos de amizade.

Nick estava certo.

Em pouco mais de três minutos o pequeno debate se volta para a posição dos jogadores, com um deles tentando convencer Fernando de que o Armador é o jogador mais importante do time, enquanto um o vaiava o tempo inteiro e outro tentava o convencer de que, na verdade, o mais importante era o Pivô.

Resumidamente, o Armador é o responsável por armar as jogadas de ataque da equipe e orientar a movimentação dos companheiros. Faz papel similar ao quarterback no futebol americano ou o levantador no vôlei. Enquanto isso, o Pivô é, geralmente, o jogador mais alto e mais forte de uma equipe de basquete. Atua mais próximo da cesta, para fazer arremessos curtos e brigar por rebotes.
Existiam ainda mais três posições: Ala-armador, Ala e o Ala-pivô.

A pequena discussão se encerra quando um garçom se aproxima para anotar os pedidos, impedindo que os amigos de Nick voem um na garganta do outro e se esgoelem. Em seu peito havia um crachá preto com o nome Nico Alves escrito em dourado.

— Pode nos trazer o de sempre — Fernando se voltou para o homem sorrindo, sequer pegando o cardápio.— E para beber pode ser suco de pêssegos.

— E para a senhorita o mesmo que eles e suco de maracujá?— Nico sorriu para mim após anotar os pedidos.

Depois de quatro anos frequentando aquele lugar, era de se esperar que aquele homem em específico fosse memorizar minha bebida favorita.

— Sim, por favor.

— Certo. Trago a refeição de vocês em alguns minutos.

Observei o homem se afastar e me virei para os amigos de Nick, que me olhavam curiosos.

— O que foi?

— Como ele sabia o que você iria beber?— um deles me perguntou.

— Eu frequento muito esse lugar — dei de ombros.— E ele é amigo da minha tia, sabe que sou alérgica a pêssego.

— Desculpa, eu deveria ter perguntado antes — Fernando me olha com misto de arrependimento e culpa.

— Relaxa, tá tudo bem — dispensei seu pedido de desculpas com um aceno de cabeça e olhei para Nick com um sorriso provocativo.— Então quer dizer que o senhor salvou meu contato como “Aquele Raio de Sol”?

Nick corou violentamente e olhou para os amigos exasperado. Fernando começou a tossir freneticamente tentando conter a gargalhada, mas os outros sequer disfarçaram. As mesas mais próximas olharam para nós estranhamente, mas eles sequer se importaram com os olhares.

— Quem contou pra ela?— ele perguntou em um fio de voz.

Ninguém respondeu, não conseguiam parar de rir.

— Eu posso explicar — Nick se virou para mim com certo desespero.

Os próximos minutos se resumiram a Nick tentando se explicar todo nervoso, enquanto seus amigos se debruçavam sobre a mesa e seguravam a barriga, quase morrendo por falta de ar.

Depois disso, alguns garçons vieram até nós para colocar três travessas de lasanha e outros acompanhamentos em nossa mesa. Toda a conversa deixa de existir depois que os garçons se vão e cada um se serve, porque, de acordo com um dos amigos de Nick, depois de três horas de treino, eles estavam famintos, o que significa que se transformavam em homens das cavernas.

Não demoramos nada para destruir a lasanha, o pão de alho e a salada Caesar que haviam trago para nós. E destruímos com vontade. Não sobra nem metade de uma porção em uma das travessas no momento em que nos damos por satisfeitos.

— Cara, nunca comi uma lasanha tão maravilhosa — um dos amigos de Nick comentou depois de beber o restante do suco em seu copo.

— Tenho que concordar — Fernando deitou a cabeça no ombro da namorada e fechou os olhos.— Mas um dia farei uma bem melhor. Você vai ver.

— Nesse dia eu morro intoxicado — Nick provocou.

Fernando não se importou muito com a provocação do irmão caçula, mas resolveu provocar também. Abriu os olhos e o encarou com uma sobrancelha levantada:

— Sério? Pelo que eu me lembre, até dois dias atrás você estava caindo de amores pelo doce de figos que fiz.

— Tenho meus momentos de loucura — Nick deu de ombros.

— Vocês dois, não comecem uma discussão — um dos amigos pediu em um tom entediado.

— Vamos descer?— um garoto que estava sentado do outro lado de Nick perguntou.

— Vamos pedir a conta — Fernando chamou o mesmo garçom de antes e tirou um cartão do bolso.

Enquanto observava o garçom entregar a conta e realizar o pagamento, Nick explicou sussurrando em meu ouvido como funcionava o pagamento das saídas deles.

Quando Fernando fez 18 anos, fez um cartão para usar durante suas saídas com os amigos e no final do mês sempre dividiam a fatura do cartão para pagarem igualmente. A coisa acabou pegando e isso se estendeu ao time todo. Agora o cartão era usado para muitas coisas envolvendo assuntos do time ou saídas em grupos deles e até o treinador ajudava no final do mês.

Depois que Fernando pegou o cartão de novo e o guardou, nós nos levantamos e descemos para o andar de baixo. Os amigos de Nick queriam ir pelo elevador, mas antes que eu pudesse entrar junto, ele segurou minha mão e me puxou para a escada. Seus amigos mandaram um “tchauzinho” para nós, com sorrisos perversos.

Nick e eu fomos empurrados para a pista de dança quando tentamos voltar para a mesa que estávamos antes e acabamos sendo engolidos pelo mar de corpos suados e ofegantes que dançavam debaixo das luzes piscantes. Nos deixamos levar pela animação e começamos a dançar do nosso jeito. Ele estava a centímetros de mim, enquanto dançava todo desengonçado, sorrindo feito uma criança.

Não registrei muito bem em minha mente o que aconteceu nas horas seguintes, mas me lembro perfeitamente de quando parei de dançar repentinamente e apenas encarei Nick. Talvez ele estivesse pensando a mesma coisa que eu, pois no instante seguinte colocou as mãos em minha cintura e colou nossos corpos.

Meu coração deu um salto repentino e quando ele usou uma das mãos para jogar meus cabelos para trás e aproximou o rosto de meu ouvido, precisei fechar os olhos e respirar profundamente para controlar o tremor que me sacudiu todinha.

— Você sabe que pode me pedir qualquer coisa — disse em meu ouvido, deslizando os lábios pelo lóbulo da minha orelha.

Não me lembro muito bem o que estava se passando em minha cabeça naquele momento, mas com certeza eu não estava pensando muito bem quando respondi:

— Me beija. Agora.

A risada suave contra minha orelha abalou meu já frágil bom senso.

Seus lábios roçam os meus, vagarosos e provocantes e então ele me beija, deslizando suas mãos por minhas costas sedutoramente, para logo em seguida voltar a colocá-las em minha cintura e apertar com firmeza, me puxando para mais perto como se quisesse fundir nossos corpos. Deito a cabeça e aprofundo o beijo, então solto um gemido quando um sabor mentolado de bala invade minha língua.

Minhas mãos se enroscaram em seus cabelos, talvez porque fosse estranho vê-lo arrumado daquele jeito todo pomposo, não sei... O fato é que eu precisava deixar aqueles cachos rebeldes bagunçados, segurá-lo junto a mim, trazê-lo mais para perto, e o pensamento de que eu nunca mais o deixaria se afastar foi tão intenso e determinado que me sobressaltou, me tirou o fôlego, me deixou assustada.

Apavorada com a ideia, tentei soltá-lo, mas meus dedos se rebelaram, e, quando ele mordiscou meu lábio inferior para em seguida deslizar a língua para dentro da minha boca, desisti e me entreguei ao beijo, a Nicolas, esquecendo tudo, quem eu era, onde estávamos. Tudo o que importava era que ele estava me beijando, sugando minha sanidade a cada carícia, devolvendo paixão e ternura a cada movimento.

Naquela madrugada, depois de ter sido deixada em casa por Nick, me dei conta de algo que tirou o meu chão e me fez deitar na cama e encarar o teto por longos minutos, enquanto tentava ignorar os roncos de Daniel, que havia colocado um colchonete no chão e apagado completamente depois de se deitar.

Eu não acreditava naquela baboseira de amor à primeira vista, talvez em atração à primeira vista ou ódio à primeira vista, mas era impossível não perceber as sensações diferentes que Nick me causava. Eu costumava chamar isso de química. A mais pura e irracional química.

Talvez o que estava rolando não fosse química, mas existia algo e não saber com exatidão o que era esse “algo”, me deixou apavorada.

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Midnight

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