Wanessa 🦋

O dia se passou rápido, quando o Hugo chegou o Carlos tava todo inquieto e eu fiquei observando ele, que falava com o Hugo.

Carlos: Tchau, vida.- Falou comigo e eu olhei pra ele revirando os olhos.

Wanessa: Tchau, cuidado.- Ele veio me abraçar e eu me afastei, Carlos beijou minha cabeça e só saiu.

Hugo trancou a porta e foi direto pro quarto, eu sabia que ele nunca dormia quando tava no pai porque passavam a noite jogando com o outro. Eu por outro lado fiquei acordada e quietinha, mandei mensagem pra Brenda e ela nem me respondeu, liguei pra pertubar ela e mesmo assim não tive resposta.

Cogitei a possibilidade dela ter ido para a invasão também, porém achava que ela ainda tinha juízo, mas minutos depois eu lembrei que estava falando da Brenda e a última coisa que ela tinha era juízo.

Fiquei preocupada com ela e tentei não dormir, mas era impossível eu perder uma oportunidade de dormir. Eram quase duas da manhã quando ela me ligou de vídeo me olhando na maior cara de sonsa encarei bem ela e ela sorriu.

Brenda: Aconteceu o que? Altas mensagens e ligações, eu hein.- Falou se ajeitando na cama.

Wanessa: Você foi pra invasão, não foi? - Ela balançou a cabeça.- Esqueceu que tá grávida?

Brenda: Não tem como esquecer quando tem alguém me chutando o tempo todo.- Eu sorri.- Mas eu quis ir, além disso, a gente conseguiu conquistar, o morro do macaco tem nosso nome agora. Mais o meu do que o do resto na verdade, Carlos colocou o morro no meu nome.

Wanessa: Ah, você grávida vai cuidar de um morro? Entendi.- Respirei fundo.

Brenda: Sim, já passei por coisa pior que gravidez e nem por isso deixei de fazer o que eu queria.- Olhei pra ela cansada.

Wanessa: Aí Brenda, acontece que não é só mais uma coisa, é sua filha que precisa de cuidado. Mas faz o que você quiser, eu hein.- Falei desligando a chamada e jogando meu celular de lado, eu só queria dormir.

Quando acordei de manhã acordei assustada, escutei voz de homem lá fora e não era a do Hugo, sai do quarto abrindo a porta e quando vi o Carlos conversando no telefone fechei a cara e aproveitei pra descontar a falta de paciência nele.

Wanessa: Me dá o caralho dessa chave e mete o pé daqui, bora.- Apontei a mão e ele me ignorou, voltou a falar no celular e depois desligou, me olhando.

Carlos: Minha casa também, algum problema? - Falou cheio de gracinha.

Wanessa: Eu não estou brincando caralho, me dá a porra dessa chave.- Falei alto e vi o Hugo vindo com a farda da escola.

Hugo: Pai? - Falou estranhando e eu respirei fundo.- O que foi, mãe?

Carlos: Vim te levar pra escola e essa louca tá surtando.- Levantei a sobrancelha.

Hugo: E o Lele? - Olhei de lado

Carlos: A mulher dele, mãe da menina, sei lá quem ela é, tá doente e ele foi ajudar ela.- Continuei olhando pra ele.- Tá pronto?

Wanessa: Me dá a chave e se você entrar aqui de novo de qualquer outra forma que não seja comigo te convidando eu vou trocar todas as fechaduras, papo reto.- Ele me xingou jogando a chave em mim com força e bateu no meu peito me machucando.

Apenas encarei ele e sai indo pro meu quarto, ajeitei a cama respirando fundo e quando eu ia tomar banho o Hugo apareceu me olhando preocupado.

Hugo: Ele não vai mais entrar assim.- Falou se aproximando.- Tá tudo bem?

Wanessa: Só estou muito cansada e estressada, desculpa gritar logo cedo.- Ele balançou a cabeça me abraçando.

Hugo: Vou pra aula, te amo.- Beijei sua cabeça respondendo o mesmo e ele saiu.

Fui me arrumar e sai de casa atrasada, enquanto tomava meu café dá manhã que era pão de queijo que eu comprei na padaria do caminho.